Geoff Jones não entende de globalização não?

Na nova série do aquaman, escrita por Geoff "Farofeiro" Johns e desenhada por nosso chapa Ivan "não sou o público-alvo" Reis, tem sido sucesso de público e crítica mas... Parece que os caras deram uma pequena derrapada na edição #7 da bagaça.

É que neste número foi apresentada uma nova personagem, Kahina, uma heroína iraniana (país sede do melhor cinema mundial). Legal né?

Seria, se Johns não tivesse matado a personagem OITO páginas depois de apresentá-la!

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Santa putaria, Bátema!

Por causa disso, a roteirista Dara Naraghi, que é americo-iraniana escreveu uma carta aberta ao Johns e ao editor da série, Pat McCallum. Como a carta dela (eu acho que é ela) é meio grande, vou deixar o link para quem quiser lê-la lá no Cool Sangrando.

Num resumo? Ela primeiro conta de sua carreira como roteirista de HQ's, para logo em seguida falar da ausência de personagens iranianos na universo ficcional dos supers - e cita que quando isso aconteceu na DC, foi com Rustam, um vilão que tinha o nome de um dos principais heróis do país.
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Daí, ela fala da excitação de saber que um novo personagem iraniano ia aparecer nas HQ's, para logo em seguida vê-lo morrido! muerto! batido las buetas! defuntado!

Enfim, ela aponta que um personagem não deveria viver pra sempre só porque é do país X ou Y, mas se questiona de qual a função de criar um personagem descartável, mero gancho de roteiro, e relacioná-lo a um povo tão pouco representado - e muitas vezes deturpadamente representado.

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E aí? Não é novidade que, quando se metem a falar de outros países, os amerikkkanos quase sempre (pra não dizer sempre mesmo) o fazem de uma maneira muito míope - basta pensar em Batman no Rio de Janeiro, ou em Manchas Solares e Fogo's da vida. Entretanto, a queixa de Dara nem diz respeito a um retrato mal feito (ela passa por cima disso quando fala do Rustam, criado em 1987), mas de um retrato inútil, descartável, feito sem muita utilidade. Para que serve um personagem iraniano? Para morrer rápido, antes mesmo do personagem negro!

A verdade é que não dá para atingir novos mercados sem contemplá-los na confecção do produto - e se vai contemplá-los, é melhor fazer com atenção mais cuidadosa..

Goris escreveu:I see mimimi people!

Rsrsrs

Gente, não é por aí! Pelo contrário, ainda assistindo a série 24 horas, acho formidável quando, vez ou outra, surge um policial descartável com nome, histórico e até alma.

Tipo, os vilões de 24 horas estão matando gente como a gente, pessoas com esposa e filho, jovens com pais preocupados e não um tira qualquer, um transeunte qualquer...

Nisso, criar um personagem inteiro, com histórico e personalidade e vê-lo morrer nas mãos de um vilao é o que torna aquele vilão um vilão e não um simples bandido poderoso!

As HQs americanas são voltadas ao público americano e não iraniano ou brasileiro. Eu achei fantástico colocarem uma heroína iraniana e não um vilão como fizeram no passado e se ela era interessante sua morte não teria sido em vão, já que abre as portas do interesse em novos heróis iranianos.

Melhor amar e perder, que nunca ter amado, diria o Charlie Brown, citando sei lá quem...