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Notas Técnicas publicadas pelo Ministério da Saúde em relação à campanha de vacinação antirrábica.

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Notas Técnicas publicadas pelo Ministério da Saúde em relação à campanha de vacinação antirrábica. Empty Notas Técnicas publicadas pelo Ministério da Saúde em relação à campanha de vacinação antirrábica.

Mensagem por Mogur Ter Ago 24, 2010 2:42 pm

Pessoal,
o Ministério da Saúde publicou esses dias duas notas técnicas sobre a vacinação antirábica.
Para quem interessar...

NOTA TÉCNICA N.º 25/2010 – COVEV/CGDT/DEVEP/SVS/MS
Assunto: Esclarecimentos sobre a vacina contra raiva canina/felina em cultivo celular (vero)

1. A raiva é uma zoonose de etiologia viral transmitida ao homem por meio de mordedura, lambedura ou arranhadura de mamíferos doentes, com letalidade de aproximadamente 100%. Os principais reservatórios são os cães, gatos, sagüis e morcegos.

2. Estima-se que ocorram mais de 55.000 casos de raiva em pessoas ao ano no mundo. O Brasil vem reduzindo o número de casos humanos transmitidos por cães e gatos, devido às atividades de vigilância, controle e profilaxia humana adotadas, sendo a campanha de vacinação antirrábica canina, a principal atividade para prevenção de casos humanos e o controle da doença no seu ciclo urbano. Por meio desta estratégia o numero de casos humanos reduziu de 52 em 1990 para dois casos transmitidos por cães e gatos em 2009 e nenhum registro até julho de 2010, estando próxima a sua eliminação.

3. A vacina utilizada até o ano de 2008 foi a Fuenzalida & Palacios, sendo a mesma substituída pela de cultivo celular, por apresentar maior imunogenicidade e segurança. As vacinas antirrábica caninas disponibilizadas no Sistema Único de Saúde são registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e todas as partidas são cuidadosamente produzidas e submetidas pelo laboratório produtor a todas as provas de controle de acordo com as normas e exigências do MAPA. Além disso, são submetidas às provas oficiais de controle nos laboratórios do referido Ministério.

4. Ressalta-se que o uso de qualquer agente biológico, poderá causar eventos adversos (SMITH, 1993), ainda que em sua absoluta maioria de leve intensidade. Apesar de todas as precauções, esses eventos podem ocorrer, pois até o momento não há disponível nenhuma vacina capaz de garantir isenção de eventos adversos.

5. Conforme descrito na bula dos produtos, os eventos adversos: “São extremamente variáveis, incluindo-se anorexia, letargia, febre e sonolência horas após a vacinação, podendo persistir por 24 a 36 horas, e são consideradas normais (STARR, 1993). Assim como poderá ocorrer também reações locais como dor, inchaço e granulomas, que são consideradas as reações mais comuns. A menos que se desenvolva um abscesso no local da aplicação, o que geralmente está relacionado à contaminação no momento da aplicação, eles deixam poucos vestígios.”

6. “A produção de dor imediata no momento da aplicação pode estar relacionada à distensão do tecido subcutâneo pela administração da vacina; pela proximidade do local de aplicação a algum nervo periférico; às alterações na osmolaridade ou pH da vacina (quando não armazenada corretamente); ou ainda pela diferença de temperatura entre a vacina e o corpo do animal. Pode-se considerar normal a manutenção de um pequeno nódulo no local da aplicação por um período de até dois meses após a administração da vacina, sendo a maioria dos casos autolimitantes e mais perceptíveis em animais de pequeno porte, reduzindo gradualmente e desaparecendo.”

7. Nesse período, todas as unidades federadas estão realizando a campanha nacional de vacinação antirrábica canina/felina, cuja meta é de imunizar aproximadamente 29 milhões de cães e gatos, portanto todos os esforços devem ser feitos para garantir o maior número desses animais vacinados no país, com vista a manter altas coberturas vacinais, buscando eliminação da raiva humana transmitida por cães e gatos.

8. Os eventos adversos graves, como choque anafilático (hipersensibilidade do tipo I), anafilactóides e anafilaxia podem ocorrer, porém são raros e geralmente estão associados a fatores individuais de suscetibilidade, tornando o animal predisposto a ocorrência desses eventos. Neste caso, os eventos devem ser monitorados e investigados pelo serviço de zoonoses.

9. Eventuais orientações de suspensão do uso da vacina antirrábica canina, sem a devida evidência cientifica, são irresponsáveis, na medida em que podem gerar a ocorrência de casos humanos, que apresentam taxa de letalidade próxima de 100%. Portanto, estarão sujeitas a responsabilização judicial, caso sejam mantidas e venham a prejudicar esta estratégia de proteção da saúde humana.

10. Para maiores informações, entrar em contato com o Grupo Técnico da Raiva (61) 3213-8175 ou (61) 32138152.

Brasília, 12 de agosto de 2010.


NOTA TÉCNICA N.º 28/2010 – COVEV/CGDT/DEVEP/SVS/MS
Assunto: Esclarecimentos sobre a vacina contra raiva canina/felina em cultivo celular

1. Em complementação a Nota Técnica nº 25, de 12 de agosto de 2010, o Ministério da Saúde esclarece que a campanha de vacinação antirrábica animal deve ser mantida em todo o território nacional. Não há evidências, até o momento, que os eventos adversos apresentados justifiquem a interrupção da campanha, pois os mesmos estão abaixo do relatado na literatura internacional e do produtor.

2. A não vacinação de animais contra a raiva representa um risco para a vida da população, pois podem gerar a ocorrência de casos humanos, que possuem taxa de letalidade próxima de 100%.

3. Das informações disponíveis, houve comunicação ao Ministério da Saúde de ocorrência de nove eventos graves (oito mortes); na região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro (2 casos) e nos municípios de São Paulo/SP (4 casos) e Guarulhos/SP (3 casos), em um total de 309.031 animais vacinados (cães e gatos), correspondendo a uma taxa de 0,0029%. Entretanto, outros seis estados que também utilizam o mesmo lote da vacina, bem como outros municípios do Rio de Janeiro e São Paulo, não relataram eventos adversos graves até o momento. Outros 4 estados que receberam a mesma vacina também não relataram ocorrência de eventos graves.

4. Esses eventos estão abaixo da taxa esperada pelo produtor (0,01%) e pela literatura internacional (em estudo realizado com total de doses aplicadas em clinicas privadas nos Estados Unidos em 2002 e 2003 se evidenciou uma taxa de eventos graves de 0,445%) e podem estar associados a resposta individual de cada animal, condições de armazenamento e aplicação do produto, tais como: hipersensibilidade do animal à compostos da vacina, local de conservação, manejo do animal no momento da aplicação, doenças concomitantes, idade, número de doses aplicadas, tipo de agulha e seringa, via de administração.

5. A vacina antirrábica, utilizada atualmente é produzida em cultivo de células, cuja resposta imunológica é de um ano. A vacina anterior assegurava uma proteção entre seis e sete meses. A vacina de cultivo celular é a recomendada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e utilizada em diferentes países.

6. Desde 2003, o laboratório produtor tem registro e licença no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e comercializa o produto no país na rede privada de clinicas veterinárias.

7. As vacinas antirrábica caninas disponibilizadas no Sistema Único de Saúde são submetidas pelo laboratório produtor a todas as provas de controle de acordo com as normas e exigências do MAPA. Além disso, são reavaliadas pelo laboratório oficial de controle de qualidade do Ministério da Agricultura.

8. A partir de evidências que demonstrem que os eventos adversos ocorridos estejam superiores aos encontrados em literatura ou em outros países, o Ministério da Saúde e o MAPA tomarão as medidas cabíveis necessárias. 9. O Ministério da Saúde mantém a recomendação de que eventuais eventos adversos graves, em especial morte ou reação anafilática, possivelmente associados a vacina sejam comunicados e devidamente investigados.

Brasília, 20 de agosto de 2010.

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Mensagem por Mononoke Hime Qua Ago 25, 2010 12:00 am

Toda essa história me lembrou a fofoca que circulava que quem tomava a vacina da H1N1 ficava doente ou morria... foi sério isso, uma camada mais pobre da população temeu a morte e se recusou a tomar... ao menos aqui em uma periferia de BH, cuja agente de saúde teve que gastar saliva tentando fazer a população confiar na vacina...

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Mensagem por Mogur Qua Ago 25, 2010 9:46 am

O maior problema é essa mídia ridícula do Brasil que aproveita qualquer coisa para fazer medo à população. Como foi informado nessas notas técnicas, ocorreram APENAS 9 casos de reação grave no total de 309.031 animais vacinados.

Com a ocorrência desse número extremamente baixo, a mídia aproveita e lança a idéia "A vacina antirrábica está matando os animais"!

É muita irresponsabilidade...

E isso se repete para várias outras coisas, infelizmente.

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Mensagem por Convidad Qua Ago 25, 2010 7:55 pm

Ufa, agora mais aliviado já penso ser seguro levar Sir Billy pra se vacinar XP

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Mensagem por Convidad Qua Ago 25, 2010 7:59 pm

[quote="Mogur"]O maior problema é essa mídia ridícula do Brasil que aproveita qualquer coisa para fazer medo à população. Como foi informado nessas notas técnicas, ocorreram APENAS 9 casos de reação grave no total de 309.031 animais vacinados.

Com a ocorrência desse número extremamente baixo, a mídia aproveita e lança a idéia "A vacina antirrábica está matando os animais"!

É muita irresponsabilidade...

E isso se repete para várias outras coisas, infelizmente.[/
quote]

Pois é, é um despreparo incompreensível, digamos assim.
Espero que dê tudo certo, com essas medidas novas.

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