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Quadrinhos de um futuro possível

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Mensagem por zkrk Seg Jan 21, 2013 1:21 pm

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TRADUÇÃO LIVRE:
*1o QUADRINHO: "Acho que estar aqui com você, abraçadinha, aquecida e segura, é o melhor rpesente que eu poderia pedir."

*2o QUADRINHO: "Eu acho que o melhor presente são esses óculos de realidade virtual."

(Não sei quem é o autor da tira. Se alguém souber, por favor me avise.)

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Mensagem por zkrk Seg Jan 21, 2013 1:22 pm

Essa tira é assustadora.
Achei-a realmente perturbadora porque uma das características do mundo atual, aquele que alguns no meio acadêmico classificam como "pós-moderno" e amplamente marcado pela sociedade de espetáculo, consumismo extremo e capitalismo financeiro, é que o virtual (ou seja, algo a priori não-real) está se tornando mais real que o real.
O virtual se tornando mais "real" que a realidade, e paralelamente mais importante, explica em parte o sucesso colossal de redes sociais (Facebook, Orkut, etc) e jogos de realidade artificial (Second Life,etc) e é algo ao mesmo tempo alimentado e que alimenta o individualismo e egoísmo característicos da sociedade do capitalismo neoliberal e financeiro.
Ao mesmo tempo existe aquela questão do esvaziamento da importância do espaço público, da participação política e da atuação como cidadão ativo, que colabora para as pessoas buscarem uma falsa realização (porém agradável) em uma realidade falsa e controlável. Conforme foi triunfando o posicionamento conservador de "o mundo é assim e você não pode mudá-lo", da transformação do termo utopia em algo pejorativo, tal posicionamento de fuga para um mundo artificial que se torna "mais real que o próprio real" se intensifica.
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Mensagem por ediv_diVad Seg Jan 21, 2013 2:54 pm

O futuro é (n)das máquinas... perfil, pensamento, alma... tudo digitalizado.

Pessoas com menos problemas e mais felizes, na segurança de um mundo criado exclusivamente para o seu bem-estar.

Mas não critique essa onda, alguém pode dizer que você está sendo contra o progresso, geração de renda e empregos. Ou pior, contra as maravilhas de um futuro perfeito!

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Mensagem por zkrk Seg Jan 21, 2013 5:16 pm

ediv_diVad escreveu:O futuro é (n)das máquinas... perfil, pensamento, alma... tudo digitalizado.

Pessoas com menos problemas e mais felizes, na segurança de um mundo criado exclusivamente para o seu bem-estar.

Mas não critique essa onda, alguém pode dizer que você está sendo contra o progresso, geração de renda e empregos. Ou pior, contra as maravilhas de um futuro perfeito!

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Mensagem por ediv_diVad Seg Jan 21, 2013 9:57 pm

Esse "possível" no tópico da ideia pode dar a ideia de que "um dia será possível", mas na real no presente isso já é possível, na atualidade é isso que vem fazendo os mobÁiles, tablets e outros treconotrônicos fantásticos, as maravilhas do mundo moderno, esse mergulho nos próprios sonhos que foi muito bem representado na terceira parte desse filme: [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]
Spoiler:

No final do séc. XIX, Julio Verne fazia ficções extraordinarias de humanos na lua ou voando ao redor do mundo, aquilo era extraordinário pra época, imagino com clareza o dia em que ficções como Inception, Matrix, Ghost in the Machine, Strange Days (Estranhos Prazeres), Cáprica (série) e tantos outros sejam parte da nossa vida real.

Essa ideia de que um gadget pode nos fornecer a possibilidade de sairmos de nossa realidade e vivermos uma ilusão ou um sonho mental, um simulacro formado no nosso cérebro diretamente ou quem sabe projetado em forma de imagens em movimento, a comparação com Narciso e seu reflexo na água é inevitável, o gadget refletindo o perfil de seu usuário, este mergulho no universo eletronico/digital é na real um mergulho dentro dele mesmo, ou "dentro do próprio reflexo":

O mito grego de Narciso está diretamente ligado a um fato da experiência humana, como a própria palavra Narciso indica. Ela vem da palavra grega narcosis, entorpecimento. O jovem Narciso tomou seu próprio reflexo na água por outra pessoa. A extensão de si mesmo pelo espelho embotou suas percepções até que ele se tornou o servomecanismo de sua própria imagem prolongada ou repetida. A ninfa Eco tentou conquistar seu amor por meio de fragmentos de sua própria fala, mas em vão. Ele estava sonado. Havia-se adaptado à extensão de si mesmo e tornara-se um sistema fechado.

O que importa neste mito é o fato de que os homens logo se tornam fascinados por qualquer extensão de si mesmas em qualquer material que não seja o deles próprios. Tem havido cínicos que insistem em que os homens se apaixonam profundamente por mulheres que reflitam sua própria imagem. Seja como for, a sabedoria do mito de Narciso de nenhum modo indica que ele se tenha enamorado de algo que ele tenha considerado como sua própria pessoa. É claro que seus sentimentos a respeito da imagem refletida teriam sido bem diferentes, soubesse ele que se tratava de uma extensão ou repetição de si mesmo. E não deixa de ser um sintoma bastante significativo das tendências de nossa cultura marcadamente tecnológica e narcótica o fato de havermos interpretado a história de Narciso como um caso de auto-amor e como se ele tivesse imaginado que a imagem refletida fosse a sua própria!

Fisiologicamente, sobram razões para que uma extensão de nós mesmos nos mergulhe num estado de entorpecimento. Pesquisas médicas, como as de Hans Selye e Adolphe Jonas sustentam que todas as extensões de nós mesmos, na doença ou na saúde, não são senão tentativas de manter o equilíbrio. Encaram essa extensão como “auto-amputação” e acham que o dispositivo da estratégia ou da força auto-amputativa é acionado pelo organismo toda vez que a energia perceptiva não consegue localizar ou evitar a causa da irritação. Na linguagem corrente, possuímos várias expressões que se referem a essa auto-amputação que nos é imposta pelas mais variadas pressões. Entre elas: “Não caber em si de contente”, “Estar fora de si”, “Estar baratinado”, “Nem piscou”, “Falta-lhe um parafuso”, “Ficar possesso”. E muitas vezes criamos situações artificiais que imitam as irritações e pressões da vida real, sob condições controladas (esporte e jogo).
Do capítulo "O amante de gadgets - Narciso como Narcose" do livro: "Os Meios de Comunicação como Extensões do Homem" de Marshall McLuhan (dá pra ler online >> aqui <<).

As pessoas já estão entrando e se isolando em seus universos, os Facebookianos Fulltime estão aí, resta agora essa limitação da tela se tornar o ambiente, uma sala ou quarto por exemplo, isso foi muito bem representado na Coreia futurista desse filme recente "A Viagem" com o Tom Hanks. É tudo questão de limites tecnológicos apenas e de fazer as pessoas adquirirem essa necessidade de conectar. Se a pessoa puder ganhar seu dinheiro e descansar online então, daí fica perfeito!

E o mais interessante: as pessoas estão QUERENDO E PRECISANDO deste mundo, porque obviamente obrigar alguém a fazer algo é coisa das ditaduras do passado. Hoje somos livres. O que é melhor, enfrentar a realidade analógica ou viver em algo mais condizente com o seu perfil e desejos e com muito menos perigo?

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"Nada como uma carne BEM saborosa..."
By Cypher, em Matrix


Última edição por ediv_diVad em Seg Jan 21, 2013 10:11 pm, editado 1 vez(es)

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Mensagem por ediv_diVad Seg Jan 21, 2013 10:02 pm

A frase do Cypher:

I know this steak doesn’t exist. I know that when I put it in my mouth, the Matrix is telling my brain that it is juicy and delicious. After nine years, you know what I realize? [Takes a bite of steak] Ignorance is bliss.

Eu sei que este bife não existe. Eu sei que quando eu colocá-lo na minha boca, a Matrix está dizendo ao meu cérebro que ele é suculento e delicioso. Depois de nove anos, sabe o que eu percebo? (pega um pedaço do bife) A ignorância é uma benção.

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