Acordo entre Estados Unidos e Europa põe Mercosul em xeque
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Acordo entre Estados Unidos e Europa põe Mercosul em xeque
O ambicioso acordo de livre comércio entre Estados Unidos e União Europeia (UE), a ser fechado em, no máximo, dois anos, poderá causar efeitos danosos nas relações comerciais entre o Mercosul e as duas potências, segundo fontes do governo e especialistas ouvidos pelo GLOBO. O principal prejuízo seria a perda de espaço do bloco sul-americano nas negociações com os europeus, que passariam a dar prioridade a Washington. As discussões em torno de um tratado comercial entre UE e Mercosul, suspensas desde 2010, foram retomadas no fim do ano passado.
O anúncio não era esperado pelo governo brasileiro. O Ministério das Relações Exteriores informou que está levantando o impacto que essa eventual negociação trará ao comércio brasileiro. De acordo com a área diplomática, o tratado poderá ser até positivo, desde que realizado dentro das regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).
— O acordo não deve produzir desvio de comércio, nem substituir o esforço para destravar a Rodada de Doha — explicou um diplomata.
Uma fonte da área econômica comentou que o Brasil não pode ficar de fora dessa “onda liberalizante” e precisa, para isto, perseguir novos acordos internacionais. Como diversos países já têm acordos de livre comércio com os EUA ou com a UE — caso do Chile, da Colômbia e do México — os brasileiros poderão ficar isolados e sofrerem ainda mais com a invasão de produtos da China, que perderia vendas nos mercados americano e europeu.
— O Mercosul que está muito voltado para dentro, deixou de ser um acordo comercial e virou um acordo ideológico. O bloco do Chile vai trazer para cá comércio de outros países, com vantagens que o Brasil e o Mercosul não terão. Os EUA e União Europeia farão uma concentração muito grande de negócios e quem não fizer parte vai ficar isolado do mundo — disse José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).
Para o presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), José Botafogo Gonçalves, está em curso um “banquete liberalizante”, com a abertura dos mercados americano e europeu. Segundo ele, o Brasil tem de tomar providências urgentes, para não ficar isolado.
— O clube comercial criado por EUA e UE para fazer frente à China trará um impacto tremendo para o mundo inteiro — alertou Botafogo. — Por isso, não podemos ficar ausentes em negociações comerciais. Estamos há anos paralisados e, com poucas exceções, como Israel e alguns países do Golfo, não fazemos acordos com mais ninguém — acrescentou.
Brasil está ‘insistindo demais’ no bloco continental
O diplomata, ex-ministro da Indústria e Comércio do governo Fernando Henrique Cardoso e ex-embaixador do Brasil na Argentina, defendeu que o Brasil passe a negociar acordos em separado do Mercosul, caso não haja consenso interno nas conversas com parceiros de fora do bloco. Lembrado que a união aduaneira tem uma regra que determina a negociação sempre conjunta, Botafogo argumentou:
— O Brasil é o maior país do Mercosul e, se quiser, pode revogar a resolução e pronto. O que falta é vontade política. Temos um poder econômico muito grande. Deveríamos usar mais isso.
Armando Castelar, da Fundação Getúlio Vargas, também disse que o Brasil está insistindo muito no Mercosul e se isolando demais. Segundo ele, todo acordo tem dois tipos de consequência: uma é criar comércio e outra é desviar comércio. No caso do acordo americano, a consequência ruim para o Brasil, é o desvio do comércio.
Na opinião do coordenador da área internacional da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Thiago Masson, a perda de espaço para os EUA nas negociações com a União Europeia é a grande preocupação, uma vez que o mercado europeu é o principal destino dos produtos brasileiros.
— Estamos falando da principal negociação comercial, desde a criação da OMC (1994/95). Como as tarifas de importação entre EUA e UE são baixas, devem ser negociadas a eliminação de barreiras não tarifárias.
Para Pedro Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria da Carne Suína, com esse acordo, o Brasil corre o risco de ficar para trás.
— O país pôs todo o peso nas negociações da OMC na Rodada de Doha, que não avançou, e precisa reagir em Genebra para não deixar os EUA correndo por fora, porque a gente vai estar isolado — afirmou ele.
Para a gerente-executiva de negociações internacionais, Soraya Rosar, ainda não é possível calcular o impacto de um acordo entre as duas potências, mas há risco de o foco dos europeus se voltar complemente para os EUA.
Fonte: [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]
O anúncio não era esperado pelo governo brasileiro. O Ministério das Relações Exteriores informou que está levantando o impacto que essa eventual negociação trará ao comércio brasileiro. De acordo com a área diplomática, o tratado poderá ser até positivo, desde que realizado dentro das regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).
— O acordo não deve produzir desvio de comércio, nem substituir o esforço para destravar a Rodada de Doha — explicou um diplomata.
Uma fonte da área econômica comentou que o Brasil não pode ficar de fora dessa “onda liberalizante” e precisa, para isto, perseguir novos acordos internacionais. Como diversos países já têm acordos de livre comércio com os EUA ou com a UE — caso do Chile, da Colômbia e do México — os brasileiros poderão ficar isolados e sofrerem ainda mais com a invasão de produtos da China, que perderia vendas nos mercados americano e europeu.
— O Mercosul que está muito voltado para dentro, deixou de ser um acordo comercial e virou um acordo ideológico. O bloco do Chile vai trazer para cá comércio de outros países, com vantagens que o Brasil e o Mercosul não terão. Os EUA e União Europeia farão uma concentração muito grande de negócios e quem não fizer parte vai ficar isolado do mundo — disse José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).
Para o presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), José Botafogo Gonçalves, está em curso um “banquete liberalizante”, com a abertura dos mercados americano e europeu. Segundo ele, o Brasil tem de tomar providências urgentes, para não ficar isolado.
— O clube comercial criado por EUA e UE para fazer frente à China trará um impacto tremendo para o mundo inteiro — alertou Botafogo. — Por isso, não podemos ficar ausentes em negociações comerciais. Estamos há anos paralisados e, com poucas exceções, como Israel e alguns países do Golfo, não fazemos acordos com mais ninguém — acrescentou.
Brasil está ‘insistindo demais’ no bloco continental
O diplomata, ex-ministro da Indústria e Comércio do governo Fernando Henrique Cardoso e ex-embaixador do Brasil na Argentina, defendeu que o Brasil passe a negociar acordos em separado do Mercosul, caso não haja consenso interno nas conversas com parceiros de fora do bloco. Lembrado que a união aduaneira tem uma regra que determina a negociação sempre conjunta, Botafogo argumentou:
— O Brasil é o maior país do Mercosul e, se quiser, pode revogar a resolução e pronto. O que falta é vontade política. Temos um poder econômico muito grande. Deveríamos usar mais isso.
Armando Castelar, da Fundação Getúlio Vargas, também disse que o Brasil está insistindo muito no Mercosul e se isolando demais. Segundo ele, todo acordo tem dois tipos de consequência: uma é criar comércio e outra é desviar comércio. No caso do acordo americano, a consequência ruim para o Brasil, é o desvio do comércio.
Na opinião do coordenador da área internacional da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Thiago Masson, a perda de espaço para os EUA nas negociações com a União Europeia é a grande preocupação, uma vez que o mercado europeu é o principal destino dos produtos brasileiros.
— Estamos falando da principal negociação comercial, desde a criação da OMC (1994/95). Como as tarifas de importação entre EUA e UE são baixas, devem ser negociadas a eliminação de barreiras não tarifárias.
Para Pedro Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria da Carne Suína, com esse acordo, o Brasil corre o risco de ficar para trás.
— O país pôs todo o peso nas negociações da OMC na Rodada de Doha, que não avançou, e precisa reagir em Genebra para não deixar os EUA correndo por fora, porque a gente vai estar isolado — afirmou ele.
Para a gerente-executiva de negociações internacionais, Soraya Rosar, ainda não é possível calcular o impacto de um acordo entre as duas potências, mas há risco de o foco dos europeus se voltar complemente para os EUA.
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Brainiac- Farrista ninguém me alcança
- Mensagens : 15575
Data de inscrição : 29/11/2010
Idade : 34
Localização : Planeta Colu
Re: Acordo entre Estados Unidos e Europa põe Mercosul em xeque
Será uma ótima jogada, claro que prevista e óbvia, mas realmente as coisas estão acontecendo muito rapidamente, o tripé sustentável agonizando e os dados rolando em salas escuras...
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Deviam ter avisado pra não misturarem os 2 jogos na vida real...
Como diria o cavalo sansão: "vou trabalhar mais".
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Como diria o cavalo sansão: "vou trabalhar mais".
ediv_diVad- Farrista além das fronteiras da sanidade
- Mensagens : 20441
Data de inscrição : 10/06/2010
Re: Acordo entre Estados Unidos e Europa põe Mercosul em xeque
O Mercosul já morreu há mais uma década.
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