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Sem lei, mexicanos se unem para lutar contra traficantes

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Mononoke Hime
Brainiac
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Sem lei, mexicanos se unem para lutar contra traficantes Empty Sem lei, mexicanos se unem para lutar contra traficantes

Mensagem por Brainiac Sáb Jan 04, 2014 4:00 pm

Terra sem lei, município mexicano pega em armas para expulsar "Cavaleiros Templários"


Grupo criminoso aterroriza população há mais de dois anos, matando, estuprando e explorando recursos naturais locais



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Membro de grupo de autodefesa formado em cidade do Estado mexicano de Michoacán, dedicado a expulsar o crime organizado

A tensão e o silêncio são intensificados pelo ruído cada vez mais insistente e próximo dos helicópteros militares que sobrevoam o morro de Tancítaro, a poucos quilômetros de Uruapan, no vale dos Reyes. Em Pareo, uma pequena comunidade perto de Tancítaro, vários caminhões do Exército mexicano estão saindo do povoado. Uma caminhonete, com os símbolos de um grupo de autodefesa comunitária, está jogada ao lado da rodovia, com os pneus e a parte dianteira explodidos, atacados por granadas e metralhadoras. Os furos de bala nas portas e janelas são numerosos.

Um policial comunitário usando camiseta branca carrega uma escopeta e uma pistola e indica uma pequena plantação de abacate de um lado da rodovia. “Aí estão os mortos. Os Templários nos atacaram, filhos da mãe. Aí estão, jogados. Ânimo, jornalistas!”. De fato, ali estão dois corpos jogados entre os abacateiros. Alguns moradores retiram deles armas, cartuchos e jalecos para poderem reutilizá-los. Continua o ruído dos helicópteros, que não deixam de voar sobre essa pequena comunidade remota.

Entrar no povoado de Pareo é impactante. Centenas de policiais comunitários, “os brancos”, pela cor de suas camisetas, circulam armados até os dentes, sorridentes, alegres. Na pequena praça, as pessoas do povoado se reúnem e escutam as palavras do homem-símbolo das autodefesas, doutor José Manuel Mireles, o líder carismático que conseguiu se tornar porta-voz e um dos coordenadores-gerais do conselho das autodefesas de seu município, Tepalcatepec, desde o levante armado da cidade.

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Um dos cavaleiros templários mortos pela polícia comunitária na retomada da cidade de Pareo, no Estado mexicano de Michoacán

Alto, bigodudo, chapéu negro, rádio pendurada na camiseta e microfone na mão, ele explica às pessoas de Pareo que não precisam ter medo, que os Templários não vão voltar, que a autodefesa vai continuar ali. Nessa fase, um grupo de autodefesa precisa se formar aqui, construir barricadas, resistir aos ataques do crime organizado. Os habitantes de Pareo estão contentes, mas, ao mesmo tempo, espantados. Não querem pedir a palavra em público pelo medo dos possíveis falcões (dedos-duros) presentes. Sabem do que são capazes os Cavaleiros Templários e temem sua vingança.

O cartel foi formado após uma divisão no grupo La Familia, outro grupo criminoso que opera em Michoacán e com o qual travam uma guerra desde a morte em dezembro de 2010 de um dos fundadores desta organização, Nazario Moreno.

“Mas também estávamos fartos”, grita uma senhora. “Não aguentávamos mais esses delinquentes”. Sua filha está gravando o discurso de Mireles com um tablet, e, enquanto isso, chora e sorri. “Choro de felicidade”, me diz, “porque não acreditava que poderíamos nos libertar desses mafiosos. Não posso deixar de chorar”.

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"Não consigo deixar de chorar", diz jovem moradora de Pareo após ação da polícia comunitária que expulsou cartel criminoso

Enquanto os caminhões do Exército deixam o povoado, María, a senhora, explica como, durante a manhã, os soldados tinham desarmando os comunitários. “Supúnhamos que iriam nos ajudar, mas, quando chegamos, os soldados começaram a tirar as armas dos policiais comunitários. Então nós, mulheres, começamos a gritar que não era justo, que iríamos ser mortos pelos Templários, e as recuperamos. E fizemos o correto, porque esses cachorros nos emboscaram, lançaram granadas contra nós. Agora esses militares vão embora. Melhor assim.”

A ofensiva das autodefesas é percebida em muitos lugares, como em Pareo, como uma verdadeira libertação. A população, esmagada durante anos pelo crime organizado, vê nessa polícia cidadã uma revanche por muito tempo inesperada e uma possibilidade de voltar a ter uma vida normal.

Na praça central de Pareo, depois do levante armado, José Manuel Mireles descansa depois do discurso para a comunidade. Segundo ele, está em marcha uma verdadeira batalha. “O cerne da guerra, o objetivo de todos esses municípios armados, é acabar com o crime organizado, onde quer que se encontre e em qualquer de seus níveis e em qualquer de suas modalidades. Porque ele existe em nível municipal, estatal e federal. E modalidades há muitas, desde os batedores de carteira até os bandidões de colarinho branco que estão no governo do Estado ou nas grandes empresas falsas que existem no Estado de Michoacán.”


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Mireles fala à população: "o cerne da guerra, o objetivo de todos esses municípios armados, é acabar com o crime organizado

“Nós respeitamos todas as instituições legalmente constituídas na República, nada além disso, no nosso Estado”, esclarece o doutor com força, para explicar que os comunitários não são paramilitares. “Nossa guerra é única e exclusivamente contra o crime organizado. Mas sabemos que todas as instituições e secretarias do Estado estão contaminadas pelo crime organizado. E, se em algumas delas o crime é mais forte que as próprias instituições, também queremos acabar com elas.”

Nas ruas de Pareo barricadas começam a ser montadas, as pessoas se animam e aparece um jovem acusado de ser falcão. Na praça, é decidido o que vai acontecer com ele. Há os que querem matá-lo, entregá-lo ao “governo”, prendê-lo para informações. A namorada dele o defende, tentando explicar que se trata de um erro; um mal-entendido. Que ele não é nenhum falcão.


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Caracterizados pela camiseta branca, policiais comunitários são membros da comunidade e lutam para expulsar criminosos

Mireles já não participa dessa ação, que deve ser resolvida pela gente de Pareo com autonomia. “Nós estamos fazendo o que as instituições governamentais não fizeram durante mais de 12 anos. Se as instituições estivessem fazendo seu dever, nós não teríamos razão de existir. Eu sou médico, os outros são agricultores, camponeses, plantadores de abacate, comerciantes. O que estamos fazendo é temporário”, explica.

“Enquanto esperamos que o governo federal, o Exército e o próprio Estado de Michoacán comecem a trabalhar para fazer o que obriga a Constituição, ou seja, fornecer segurança a toda a nação. Isso é o que nós estamos fazendo. Nós somente nos armamos para tentar restabelecer o estado de direito em Michoacán. Se o Estado não reagir e começar a apoiar o nosso movimento social com programas sociais, com mudanças institucionais, vamos ter de aceitar o desaparecimento dos poderes do Estado de Michoacán, para que o Senado da República em seu momento ponha governantes interinos, deputados interinos, presidentes interinos, até que seja feita uma nova eleição para mudar todo o aparato governamental do Estado de Michoacán e seja restabelecido o Estado de direito.”

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Soldados do exército mexicano chegam a Pareo após grupo de autodefesa expulsar membros dos Cavaleiros Templários

O tempo acaba, é necessário desalojar as centenas de policiais comunitários e deixar prontas as barricadas antes que a luz se vá. Já não se escutam helicópteros voando. Mireles está orgulhoso e reafirma o valor do que está fazendo. “Se nós, que somos apenas civis, tomamos a decisão de nos armar para defender nossas vidas e nossas propriedades, já comprovamos que, em mais de oito meses, sem nenhuma organização, sem nenhuma estrutura paramilitar, temos um sucesso tão grande que já não há roubos, não há assassinatos, não há sequestros, não há estupros em nosso territórios”.

Para se despedir, confirma: “Esta é uma guerra. Declarada, aberta e pública contra o crime organizado, como quer que se chame, seja o Cartel dos Zetas, dos Templários, da Família, o cartel que seja. Nós não estamos formados para defender nenhum cartel, muito menos para formar um cartel. Estamos formados para combater essa guerra.”

Fonte:http://operamundi.uol.com.br/conteudo/reportagens/33176/Terra+sem+lei+municipio+mexicano+pega+em+armas+para+expulsar+cavaleiros+templarios.shtml][Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link] sem lei municipio mexicano pega em armas para expulsar cavaleiros templarios.shtm
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Mensagem por Mononoke Hime Sáb Jan 04, 2014 8:35 pm

Bonito isso!

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Mensagem por elcioch Dom Jan 05, 2014 8:49 pm

yes!
que coisa em! pelo visto a coisa chegou a um ponto que o povo ja tava muito @#$%!
ainda bem que tem gente valente lá se não poderiam ainda continuar assim pra sempre sem a porra do governo ligar pra eles!
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Mensagem por Goris Seg Jan 06, 2014 4:12 pm

Guardadas as devidas proporções, lembra Al Kaeda e muitas milícias do Rio que, sem o governo conseguir atender as demandas, tomaram as armas nas próprias mãos, com resultados que hoje conhecemos.
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Mensagem por Rafael Zoia Ter Jan 07, 2014 4:12 am

Parece muito bonito isso tudo. Espero que seja realmente o objetivo relatado.
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Mensagem por Goris Ter Jan 14, 2014 6:03 am


Governo mexicano dá ultimato a grupos de civis 'justiceiros'

O governo do México afirmou nesta segunda-feira que não tolerará a justiça pelas próprias mãos e ordenou que os grupos de autodefesa se integrem aos corpos policiais ou, caso contrário, deixem suas armas e retornem a seus lugares de origem.

A advertência estava dirigida aos grupos de civis armados que desde o ano passado surgiram no estado de Michoacán, no sudoeste do México, perante a forte presença de cartéis do narcotráfico e a fragilidade das autoridades.

"O que ocorreu na região durante estes anos não tem paralelo nem precedente em nenhum lugar", declarou nesta segunda-feira o ministro do Interior, Miguel Ángel Osorio Chong, em reunião que liderou com autoridades do estado em Morelia, capital de Michoacán.Grupos de autodefesa de Michoacán operam em 15 municípios dos 100 que há nesse estado, especialmente na região conhecida como Tierra Caliente, um vale que ganhou esse nome devido às altas temperaturas da região.

Osorio anunciou que, por causa de um pedido do governo do estado, serão as instituições federais as que se encarregarão em Tierra Caliente de proteger os moradores nos municípios da área.

No ano passado, o governo federal decidiu reforçar as posições militares e policiais no território, e inclusive chegou a fazer-se cargo de garantir a segurança em Lázaro Cárdenas, o porto mais importante de Michoacán sobre o oceano Pacífico.

Isso por causa da extensão de cartéis como Os Cavaleiros Templários no estado e a corrupção que imperava no principal terminal portuário, aproveitado pelos traficantes para o transporte de drogas e outros negócios ilícitos.

Osorio Chong reconheceu que há uma década em Michoacán se estava incubando "a delinquência, a insegurança e a violência" pela "decomposição paulatina do tecido social" unida a "um acelerado processo de destruição do tecido institucional".

Além de o governo federal encarregar-se de funções de segurança que até agora estavam nas mãos do estado e dos municípios, Osorio anunciou planos para melhorar a formação policial e a criação de uma unidade antisequestro.

Tudo isso para eliminar as causas que motivaram o surgimento dos grupos de autodefesa, aos quais ordenou para "que retornem a seus lugares de origem e se reincorporem a suas atividades cotidianas".

"A segurança de suas comunidades estará plenamente a cargo das instituições", afirmou Osorio, considerado o ministro de maior peso político no governo do presidente mexicano, Enrique Peña Nieto.

Osorio Chong convidou os integrantes desses grupos de civis armados para que, se assim considerarem, possam incorporar-se aos corpos policiais, dentro do esquema institucional e sempre e quando cumpram os requisitos estipulados.

Caso contrário, as autoridades "aplicarão a lei de maneira rigorosa e indiscriminada, motivo pelo qual não haverá tolerância alguma para qualquer pessoa que seja surpreendida em posse de armas" sem contar com a autorização legal, assegurou Osorio.

O surgimento destes grupos gera um maior enfraquecimento do Estado de Direito, deteriora "o já por si lastimado tecido institucional" e abona o terreno "arbitrário, inconstitucional e perigoso da aplicação da justiça por própria mão", acrescentou.

No entanto, em uma primeira resposta, representantes destes grupos de civis armados consultados pela Agência Efe não mostraram muita disposição para aceitar as alternativas oferecidas pelo governo.

"Não podemos retornar porque o crime organizado tem a capacidade de nos buscar (...), e imediatamente nos matam", disse Estanislao Beltrán, líder de um dos grupos de autodefesa.

Outro dirigente destes grupos, Hipólito Mora, insistiu também que primeiro o governo "deveria pedir aos Cavaleiros Templários que deixem as armas".



FONTE:http://noticias.terra.com.br/mundo/america-latina/governo-mexicano-da-ultimato-a-grupos-de-civis-justiceiros,6cb9a18a8fc83410VgnCLD2000000ec6eb0aRCRD.html
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Mensagem por Brainiac Ter Jan 14, 2014 9:56 am

governantes de merda. em todo lugar. Mad 
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Mensagem por Questao Ter Jan 14, 2014 2:11 pm

rapaz do jeito que está aqui,daqui a pouco vai ficar assim,quando vejo a comissão de direitos humanos fazer um h cuidando dos pobres presos e ignorando as pessoas que foram queimadas vivas nos atos criminosos da minha cidade dá vontade de fazer isso mesmo

mas o mexico sempre foi desse jeito só ver el mariachi,agora o povo quer cair de bala nos traficantes,mas o trafico nunca vai deixar de existir mesmo que tudo seja legalizado lá,afinal eles exportam tudo para a america do sul bem abaixo e para os estados unidos bem acima

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