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Movimento antivacina gera surto de doenças nos Estados Unidos

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Mensagem por Victor Pax Sex Fev 21, 2014 3:18 pm

Movimento antivacina gera surto de doenças nos Estados Unidos.

País registrou mais de 24 mil casos de coqueluche no ano passado; níveis de vacinação estão despencando

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Surtos de doenças como sarampo, caxumba ou coqueluche costumam ser associados a países pobres da África ou da Ásia, onde grande parte da população não tem acesso a vacinação e cuidados médicos.

No entanto, nos últimos anos essas doenças vêm ressurgindo com força nos EUA. Somente no ano passado, foram registrados mais de 24 mil casos de coqueluche no país, segundo dados preliminares do Centers for Disease Control and Prevention (Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças, ou CDC, na sigla em inglês), ligado ao Departamento de Saúde dos EUA.

No ano anterior, o número chegou a 48,2 mil, o maior desde 1955. Em 2013, o país registrou ainda 438 casos de caxumba e 189 de sarampo, todas doenças que podem ser prevenidas por vacinas existentes há vários anos.

O fenômeno vem chamando a atenção de especialistas, que relacionam muitos dos surtos ao movimento antivacina, encabeçado por pais que decidem não vacinar seus filhos por motivos que incluem o temor de efeitos colaterais que prejudiquem a saúde da criança.

"No caso da coqueluche, parte dos surtos parece estar ligada ao problema de que a vacina mais amplamente usada não é tão eficaz quanto costumava ser. Mas os casos de caxumba e, especialmente, sarampo, acho que estão relacionados ao movimento antivacina", disse à BBC Brasil a especialista em saúde global Laurie Garrett, do Council on Foreign Relations (CFR).

Garrett é a principal autora de um Cliquemapa interativo lançado pelo CFR que mostra os surtos de doenças evitáveis por vacinas ao redor do mundo de 2008 a 2014.

No mapa, chama a atenção não apenas a alta incidência dessas doenças nos EUA, mas também em países europeus, como a Grã-Bretanha.

"Os níveis de vacinação na Grã-Bretanha para doenças como sarampo, caxumba e rubéola vêm despencando. Há comunidades inteiras em que a cobertura está abaixo de 50%. No caso de uma doença tão contagiosa como o sarampo, qualquer nível abaixo de 90% é perigoso", diz Garrett.

Autismo
O movimento antivacina ganhou força a partir de 1998, quando o pesquisador britânico Andrew Wakefield publicou um estudo que relacionava a vacina Tríplice Viral (contra sarampo, caxumba e rubéola) ao autismo.

Diversas pesquisas posteriores nunca acharam qualquer ligação entre a vacina e o autismo, e em 2010 uma comissão de ética descobriu que Wakefield havia falsificado dados de seu estudo. Wakefield teve sua licença médica cassada e o estudo foi retirado das publicações.

Mas apesar do descrédito do estudo e de seu autor, a teoria se espalhou, com a ajuda da internet, entre pais temerosos de que a vacina pudesse causar problemas a seus filhos.

Nos EUA, a onda antivacina ganhou visibilidade com a militância de nomes como Jenny McCarthy, ex-coelhinha da Playboy que se tornou uma das porta-vozes do movimento a partir de 2007, depois que seu filho, Evan, foi diagnosticado com autismo.

Hoje há no país diversas entidades destinadas a fornecer informações sobre os supostos riscos das vacinas. Uma das mais antigas e influentes é o National Vaccine Information Center (Centro Nacional de Informações sobre Vacinas, em tradução livre), presidido por Barbara Loe Fisher.

Pioneira do movimento antivacina, Fisher foi uma das fundadoras do centro em 1982 e é autora de três livros sobre o tema.

Ela diz que seu filho, Chris, sofreu uma reação severa à vacina tríplice DPT (contra difteria, coqueluche e tétano) quando tinha dois anos e meio de idade, em 1980, e ficou com sequelas e problemas de aprendizagem.

Número de vacinas
Fisher diz que seu objetivo não é convencer pais a não vacinarem seus filhos, mas lutar pelo direito à informação.

"Queremos educar as pessoas para que entendam sobre os riscos de complicações das vacinas, para que possam tomar decisões bem informadas", disse Fisher à BBC Brasil.

Assim como outros adeptos do movimento, Fisher reclama do poder da indústria farmacêutica e do número de vacinas recomendadas pelo governo americano.

"Esse número triplicou nos últimos 30 anos. Em 1982, eram 23 doses de sete diferentes vacinas até os seis anos de idade. Hoje, o governo recomenda 69 doses de 16 vacinas até os 18 anos", afirma.

As crianças americanas são obrigadas a apresentarem comprovante de vacinação para ingressar na escola. Mas todos os 50 Estados do país permitem isenções médicas, para crianças que, por motivos de saúde, não podem ser vacinadas.

Em 48 Estados também há isenções por motivos religiosos e, em 18 deles, a chamada isenção por crenças pessoais.

Segundo o CDC, no ano escolar de 2012-2013 a taxa de isenção média entre alunos do jardim de infância foi de 1,8%. Em alguns Estados, como Oregon, chegou a 6,5%.

Perfil
"Estudos mostram que muitas crianças não vacinadas têm pais com altos níveis de educação e renda", disse à BBC Brasil a epidemiologista Allison Fisher, do CDC.

Uma análise das áreas onde ocorrem os surtos também dá dicas sobre o perfil das famílias que optam por não vacinar seus filhos.

"Se nosso mapa interativo englobasse os anos 1950, veríamos que, naquela época, os surtos estavam associados à falta de infraestrutura para levar as vacinas às crianças pobres", diz Garrett.

"Isso não ocorre mais. Atualmente o governo federal dos EUA e a maioria dos governos estaduais têm programas de vacinação muito fortes nas comunidades carentes e áreas rurais", afirma.

"Hoje, os surtos nos EUA ocorrem entre populações mais ricas. E isso tem relação com comunidades em que há maior pressão política para acabar com as exigências de vacinação para crianças na escola", diz Garrett.

Riscos
Segundo Allison Fisher, do CDC, como certas doenças não eram vistas havia muito tempo nos EUA, alguns pais simplesmente pensam que elas não existem mais.

"Tentamos chegar aos pais e profissionais de saúde e reforçar que a decisão de não vacinar traz riscos", diz.

Garrett observa que, antes da introdução das vacinas, doenças como sarampo estavam entre as principais causas de morte de crianças nos EUA.

"É imperdoável que hoje em dia, em um país como os EUA, uma criança pegue sarampo", afirma.

Acostumada a viajar pelo mundo em áreas onde o sarampo e outras doenças ainda matam milhares de crianças, por falta de acesso a vacinas, Garrett diz que costuma ouvir nesses países a mesma reclamação.

"Me perguntam por que não têm acesso a vacinas como nós temos nos EUA, pedem por isso", diz.

"A ironia é que você volta aos EUA e ouve todas essas pessoas dizendo: 'Não queremos vacinas'."

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Brasil também tem adeptos do movimento antivacina

Pais desconfiam dos possíveis efeitos colaterais das vacinas. Pesquisa aponta queda no número de crianças vacinadas
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Excesso de vacinas e possíveis efeitos colaterais preocupam pais

Se nos Estados Unidos, pais que são contra vacinas fazem até festa para as crianças pegarem catapora, aqui no Brasil esse movimento é mais tímido, e o debate se dá muitas vezes em grupos de discussão online.

Excesso de vacinas, desconfiança com suas possíveis reações colaterais e pressão da indústria farmacêutica são alguns dos motivos que levam muitos pais e mães no país a decidirem não vacinar o filho.

Esse movimento antivacina entrou no radar do governo, quando uma pesquisa encomendada pelo ministério da Saúde detectou que a média da vacinação no Brasil era de 81,4%, enquanto que na classe A era de 76,3%.

"Essa queda no estrato mais alto se dá justamente porque alguns pais não vacinam, o que é um problema grave", disse à BBC Brasil Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.

Ele cita casos de sarampo que surgiram em 2011, na Vila Madalena (zona oeste de São Paulo), que começaram com uma criança não vacinada por opção da família e que atingiram bebê menores de um ano, já que somente após essa idade é indicada a vacina.


"É preciso pensar na imunidade coletiva ou doenças já erradicas podem voltar", diz Barbosa. "A criança bem nutrida pode não sofrer com a doença, mas, sim, ser a ponte para o filho da doméstica ou do porteiro sofra com ela."

Consequências

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) vê como "irresponsável" essa decisão de não dar as doses às crianças, segundo um de seus membros, o infectologista e pediatra Arondo Prohmann de Carvalho.

"Orientados de maneira errônea esses pais põem em risco não apenas a própria criança, mas toda a população", diz, lembrando que mesmo doenças consideradas simples, como catapora e sarampo, podem ter consequências graves em crianças que já sofrem com problemas como doenças pulmonares.

No entanto, para o pediatra e neonatologista Carlos Eduardo Corrêa, "é preciso não tornar o consultório uma questão de saúde pública."

"Sarampo, em criança bem nutrida não fica grave. Há o pacto social, mas isso é um elemento a mais na discussão, não te obriga a dar todas as vacinas", diz o médico, que defende que sejam dadas as vacinas do calendário do governo.

'Pressão mercantil'

Para a terapeuta floral V., que tem dois filhos, a decisão de aplicar ou não as injeções acabou pendendo que fica longe das vacinas.

"Meus filhos só tomaram as primeiras doses, depois decidimos não dar mais", conta.

"Já fui muito criticada, principalmente quando eles eram menores, mas ignoro. Nem conto para a minha família. Acredito que com tantas vacinas, estamos criando gerações de imunidade cada vez pior, criando um sistema imunológico burro."

Segundo a terapeuta, a decisão vai na linha do princípio de vida da família. "Eu e meu marido temos como princípio não ter medo de doença. Acreditamos que ao ter uma alimentação adequada, hábitos mais saudáveis, estamos promovendo a saúde, que é o contrário da doença."

"E nunca tivemos provas do contrário. Meus filhos são saudáveis e lidam tranquilamente com as gripes e viroses eventuais."

Ela diz não ser contra a vacina, mas, sim, contra a obrigatoriedade de se vacinar e critica o que chama de "pressão mercantil", que faz com que pais deem cada vez mais vacinas e reforços nos filhos.

Se informar

A profissional do turismo P., de São Paulo, diz que mudou de opinião sobre as vacinas à medida que a segunda filha foi crescendo e que foi obtendo mais informações sobre o tema, especialmente na internet.

"Comecei a questionar tantas vacinas quando a pediatra disse para eu não dar a vacina de rotavírus, porque ela era um medicamento muito recente, que ainda não havia sido muito estudado."

Ela defende pesquisar sobre vacinação ao invés de apenas acatar as determinações de saúde pública. "É preciso pesquisar os elementos das vacinas, esclarecer os prós e contras. O bom de viver na nossa época é justamente encontrar muita informação disponível", conta P., que deu as vacinas obrigatórias iniciais nas filhas, mas que não dá mais os reforços, a de gripe (influenza) e não pretende dar na filha a vacina de HPV, que o governo faz campanha atualmente.

Vacinas espaçadas

A opção de não dar as vacinas que não são obrigatórias pelo calendário do governo - caso da varicela (catapora) e da gripe, encontra respaldo na visão de alguns pediatras.

"Creio que o programa de vacinação da Secretaria da Saúde é correto e suficiente. Mas tenho restrições contra as vacinas fora do calendário", diz o pediatra e geneticista Jordão Corrêa.

"Tenho horror à vacina da gripe, vejo muita pneumonia depois de pacientes serem vacinados. Também acho um problema a contra catapora, que pode dar reação, produzindo a mesma bolha da doença só que menos intensidade."

O pediatra, que recomenda que seus pacientes sejam vacinados com as doses obrigatórias, conta que já teve pacientes contrários a todos os tipos de vacinas. "Não concordo. Acho que essas pessoas deviam, por exemplo, ver os pacientes de pólio internados. É uma doença horrível."

No entanto, ele vê problemas na concentração de muitas vacinas nos três primeiros meses da criança.

"É muita vacina para um bebê. São muitos elementos agressores de uma vez só. Prefiro espaçar um pouco essas doses ao longo dos meses. Se for criança saudável, sem doença crônica, não tem problema. É só não ficar indo em shopping, supermercado, igreja lotada."
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Mensagem por Victor Pax Sex Fev 21, 2014 3:24 pm

Sinceramente acho de uma irresponsabilidade tremenda não dar vacinas para os filhos (e para si) com a justificativa de que “gente bem alimentada se recupera melhor” (ou seja, dane-se todas as pessoas que vivem ao meu redor, pois não me responsabilizo nem por mim e vou sempre pelo caminho que tem de pensar menos e dá menos trabalho...).

Ainda mais no Brasil com nossa enorme diferença social (e nisso coloco a culpa não só no governo ou sistema econômico, mas no próprio brasileiro)... e o pior que nesse mesmo pais com focos silvestres de raiva a “moda” de não dar vacina chegou aos donos de cães e gatos.

Uma vacina pode dar reação?
Sim, mas muitas vezes em uma probabilidade irrisória (de uma em centena de milhares a uma em milhões) e de forma alguma justifica a falácia de haver mais vacinas atualmente do que antigamente... afinal hoje se consegue fazer maior número de vacinas para evitar um número maior de doenças... ou se fazer de vítima de uma conspiração.

Para mim a “mentalidade” dessas pessoas é a mesma que tenta transformar animais carnívoros como gatos em estritamente vegetarianos ou que por não confiarem na confecção das rações (com ou sem razão, mas sempre partido de que "ração é ruim" não importando qual seja) tentam retornar ao hábito de dar comida do prato aos cães (e não me venham dizer que você... hoje... faz uma refeição especial, pois com certeza se o hábito se difundir para a estrondosa totalidade da população será o prato de arroz – feijão - linguiça temperado que será dado com a justificativa que “ração não presta” ... leia-se é caro e não quero esquentar a cabeça fazendo uma comida diferente com o pouco tempo que disponho... ) ou das pessoas que inventam que “a carne apodrece no estômago” ou que “carne dá câncer” ou outras idéias “naturebas fundamentalistas”.

Qualquer radicalismo (ainda mais pautado na deturpação e na difamação "do oficial" ao invés da justificação da alternativa) só leva ao desastre.
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Mensagem por Goris Sex Fev 21, 2014 4:39 pm

Tive uma prima com poliomielite.
Os pais não acharam necessário vacinar.

Sad

Provavelmente uma das 5 mulheres mais inteligentes que conheci, bonita, mas presa numa cadeira de rodas.

E, com saúde debilitada, acabou morrendo por uma simples crise respiratória.

Eu não brinco com saúde, ainda mais de uma criança que não pode se decidir.
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Mensagem por Mogur Sex Fev 21, 2014 7:06 pm

Tem umas teorias de conspiração contra vacina...

Prêmio Darwin para esses norte-americanos!

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Mensagem por ediv_diVad Dom Fev 23, 2014 1:54 am

A paranoia excessiva pode ser prejudicial...

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Mensagem por Koppe Dom Fev 23, 2014 3:12 pm

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A revolta popular

"Tiros, gritaria, engarrafamento de trânsito, comércio fechado, transporte público assaltado e queimado, lampiões quebrados às pedradas, destruição de fachadas dos edifícios públicos e privados, árvores derrubadas: o povo do Rio de Janeiro se revolta contra o projeto de vacinação obrigatório proposto pelo sanitarista Oswaldo Cruz"
(Gazeta de Notícias, 14 de novembro de 1904).

A campanha de vacinação obrigatória é colocada em prática em novembro de 1904. Embora seu objetivo fosse positivo, ela foi aplicada de forma autoritária e violenta. Em alguns casos, os agentes sanitários invadiam as casas e vacinavam as pessoas à força, provocando revolta nas pessoas. Essa recusa em ser vacinado acontecia, pois grande parte das pessoas não conhecia o que era uma vacina e tinham medo de seus efeitos.

A resistência popular, quase um golpe militar, teve o apoio de positivistas e dos cadetes da Escola Militar. Os acontecimentos, que tiveram início no dia 10 de novembro de 1904, com uma manifestação estudantil, cresceram consideravelmente no dia 12, quando a passeata de manifestantes dirigia-se ao Palácio do Catete, sede do Governo Federal. A população estava alarmada. No domingo, dia 13, o centro do Rio de Janeiro transforma-se em campo de batalha: era a rejeição popular à vacina contra a varíola que ficou conhecida como a Revolta da Vacina, mas que foi muito além do que isto.

Para erradicar a varíola, o sanitarista Oswaldo Cruz convenceu o Congresso a aprovar a Lei da Vacina Obrigatória (31 de Outubro de 1904), que permitia que brigadas sanitárias, acompanhadas por policiais, entrassem nas casas para aplicar a vacina à força.

A população estava confusa e descontente. A cidade parecia em ruínas, muitos perdiam suas casas e outros tantos tiveram seus lares invadidos pelos mata-mosquitos, que agiam acompanhados por policiais. Jornais da oposição criticavam a ação do governo e falavam de supostos perigos causados pela vacina. Além disso, o boato de que a vacina teria de ser aplicada nas "partes íntimas" do corpo (as mulheres teriam que se despir diante dos vacinadores) agravou a ira da população, que se rebelou.

A aprovação da Lei da Vacina foi o estopim da revolta: no dia 5 de novembro, a oposição criava a Liga contra a Vacina Obrigatória. Entre os dias 10 e 16 de novembro, a cidade virou um campo de guerra. A população exaltada depredou lojas, virou e incendiou bondes, fez barricadas, arrancou trilhos, quebrou postes e atacou as forças da polícia com pedras, paus e pedaços de ferro. No dia 14, os cadetes da Escola Militar da Praia Vermelha também se sublevaram contra as medidas baixadas pelo Governo Federal.

A reação popular levou o governo a suspender a obrigatoriedade da vacina e a declarar estado de sítio (16 de Novembro). A rebelião foi contida, deixando 30 mortos e 110 feridos. Centenas de pessoas foram presas e, muitas delas, deportadas para o Acre.

Ao reassumir o controle da situação, o processo de vacinação foi reiniciado, tendo a varíola, em pouco tempo, sido erradicada da capital.


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Mensagem por elcioch Sáb Mar 01, 2014 10:52 am

com ou sem conspiração vai tomar vacina sim!
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Mensagem por ediv_diVad Sáb Mar 15, 2014 2:59 pm

Mogur escreveu:Tem umas teorias de conspiração contra vacina...
Olha, eu não sou da área médica, sei que existem diversas vacinas que são básicas e essenciais, mas imagino que existam casos e casos, objetivos e objetivos, não?

Ou será que deve-se simplesmente aceitar todos os tipos de vacinas que são distribuídas?

Pensei isso agora porque acabei de ver essa notícia:
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Espero que tenha sido apenas problema com um lote específico...

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Mensagem por Mogur Sáb Mar 15, 2014 6:19 pm

É que o processo de imunização é complexo, e existem pessoas que apresentam uma reação forte. E sim, existem casos que eu não acredito, como a vacina contra leishmaniose canina, cuja aprovação foi bem estranha....

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Mensagem por ediv_diVad Sáb Mar 15, 2014 11:58 pm

Mogur escreveu:É que  o processo de imunização  é complexo, e existem pessoas que apresentam uma reação forte. E sim, existem casos que eu não acredito, como a vacina contra leishmaniose canina, cuja aprovação foi bem estranha....
Bacana, deve ter uns casos bem estranhos mesmo.

Mas é melhor não saber, aceite sem questionar.

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Mensagem por Goris Dom Mar 16, 2014 8:39 am

Ou é melhor questionar e, enquanto não tem aprovação, deixar os filhos sem vacina.

Já contei dez vezes e conto de novo que uma prima minha teve poliomielite por que os pais, instruídos, sabiam que a vacina era um jeito dos norte-americanos infectarem nossas crianças para elas não terem filhos e não deram pra filha mais nova depois que descobriram isso.

Nem tudo é conspiração.

Nem tudo o que o governo faz é pra ferrar com o povo.
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Mensagem por elcioch Dom Mar 16, 2014 9:49 am

acho que alguns pais ficam com medo por que tiveram ou souberam de alguém que teve um filho que passou mal após a vacina.
não ela foi feita pra prejudicar, mas foi o corpo da criança que não aceitou bem a vacina.
é estranho, mas acontece.
não sei dizer se teve algum caso de morte após aplicação.
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Mensagem por Mogur Dom Mar 16, 2014 1:42 pm

Reações à vacina é comparável a reações à picada de abelha. Tem gente que não acontece nada, mas tem outras que podem até morrer! O assunto é complexo e para um melhor entendimento sugiro lerem sobre imunologia e processo de imunização...

Sobre a vacina de Leishmaniose canina, até onde sei (não tenho certeza se mudou alguma coisa), a vacina tinha apenas 70% de segurança, ou seja, a cada 100 cães vacinados, 30 não estavam imunizados! E o problema maior é que o exame diagnóstico não era capaz de diferenciar o cão infectado por Leishmania daquele vacinado! Por causa disso o Ministério da Saúde NÃO aprovou a vacina, então veio o Ministério da Agricultura e APROVOU!!! PQP, que merda é essa? Isso tudo me deixou muito descrente! Parece até que existia algum interesse nefasto por trás disso tudo!

Só para complementar: O processo de geração de imunidade para protozoários (Leishmania é um protozoário da Classe Kinetoplastida e Ordem Trypanosomatida!) é complicado porque estes seres possuem uma "capa" de glicoproteínas, no caso específico de Leishmania, essa capa é predominantemente de LPG, Lipo-Phospho-Glicano, e isso impede uma reação imunológica pelo hospedeiro, porque açúcares são reagentes fracos para imunidades.

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Mensagem por elcioch Dom Mar 16, 2014 1:57 pm

$$$$ money! meu amigo.
a vacina pode ser inútil, desnecessária e com os mesmos princípios básicos de uma outra, mas este ganha tem um nome mais complicado hehe.
pode até matar uns tantos que não dá nada contando que não extermine uma raça inteira.
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Mensagem por Jamm Dom Mar 16, 2014 3:43 pm

eu não creio que em ano de eleição, o governo iria através de uma campanha nacional, intencionalmente para matar determinadas adolescentes....

há não ser que... alguémdo futuro veio à nossa época, se infiltrou na autarquia do ministério da saúde e vai usar a campanha pra eliminar uma menina que vai ter reação à substância, por ela ser fundamental na liderança rebelde deste país..... Shocked 
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