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Menino consegue na Justiça mudar para gênero feminino e trocar de nome

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Mensagem por Quero Café Sáb Fev 13, 2016 11:42 am

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30/01/2016 12h13 - Atualizado em 01/02/2016 18h10
Menino consegue na Justiça mudar para gênero feminino e trocar de nome
Juiz de Sorriso (MT) autorizou mudança de nome e gênero em documentos.
Ele nasceu com anatomia física contrária à identidade sexual psíquica.


Do G1 MT

A família de um menino de 9 anos conseguiu autorização da Justiça para a mudança de nome e de gênero sexual da criança. A ação tramita desde 2012 e, na quinta-feira (28), o juiz Anderson Candiotto, da 3ª Vara da Comarca de Sorriso, a 420 km de Cuiabá, determinou a alteração no registro de nascimento, bem como a mudança no campo de sexo de masculino para feminino.
O defensor público que atuou em defesa da família do menino argumentou, no processo, que ele nasceu com anatomia física contrária à identidade sexual psíquica.
Segundo a Justiça, a criança se veste como menina e se porta como tal.
Antes de ingressar com o processo na Justiça, a família do menino o levou para o Ambulatório de Transtorno de Identidade de Gênero e Orientação Sexual do Núcleo de Psiquiatria e Psicologia Forense do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, para que ele recebesse acompanhamento. Na unidade, foi diagnosticado o transtorno de identidade sexual na infância, segundo a Justiça.
"Depois de anos acompanhando a criança, os médicos concluíram que tratava-se de uma menino com transtorno de identidade sexual. Na Comarca, fizemos uma oitiva para verificar o comportamento dela, em uma brincadoteca, com layout feito para o público infantil, com monitoramento de câmeras", contou o juiz, autor da decisão.
Uma psicóloga judicial, que atua no Fórum daquela região, desempenhou atividades lúdicas com o menino na sala e, conforme o magistrado, o comportamento é de menina.
A família já chamava a criança por outro nome de menina havia pelo menos três anos. Inclusive, os pais tinham conseguido, em 2012, uma decisão judicial em caráter liminar para que o menino pudesse usar uniforme feminino e fosse tratada como menina na escola.
"A sentença foi dada para garantir que a criança, assim como ela se vê na sua individualidade e na sua orientação feminina, ela seja respeitada e tratada da forma como é, pois, todas às vezes em que ela fosse se apresentar oficialmente com documento, sofreria discriminação e até rejeição. Seria uma pessoa totalmente feminina com nome masculino, o que sempre geraria constrangimento à ela", entendeu o juiz Anderson Candiotto.
O processo corre em sigilo e nem o nome e nem informações da família foram disponibilizadas, segundo a Justiça, para preservar a criança, bem como a família. "Os pais são os grandes heróis da história, pois ao invés de fugir do preconceito preferiram lutar pela felicidade da criança, que já sabe da sentença e está se sentindo realizada", afirmou.

Fonte: [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]

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04/02/2016 16h23 - Atualizado em 04/02/2016 16h50
'Não aceitava vestir roupa de menino', diz mãe de criança que trocará nome
Juiz permitiu mudança de sexo e gênero em documentos de criança de MT.
Menino de 9 anos deve ser tratado como menina e ter nome feminino.


Pollyana Araújo
Do G1 MT

A partir do momento que tiveram a certeza que o filho só tinha o corpo de menino, mas que a mente e o comportamento eram femininos, os pais da criança de 9 anos, que conseguiram na Justiça o direito de mudar de sexo e de gênero, em Mato Grosso, começaram a tratá-la como menina. A mãe do menino afirmou ao G1 nesta quinta-feira (4) que enfrentou muitas dificuldades e que sofreu muito até entender, com a ajuda de psiquiatras e psicólogos, que não poderia ir contra a natureza da criança.
A decisão autorizando a mudança de nome e gênero do menino em processo movido pela família foi dada na última quinta-feira (28) pelo juiz Anderson Candiotto, da 3ª Vara da Comarca de Sorriso, a 420 km de Cuiabá.
A mãe da criança disse que estava em São Paulo quando soube pelo defensor público, que ingressou com a ação, da decisão, na semana passada, e comemorou. A mulher, que pediu para não ter a identidade divulgada para preservar a imagem do filho e da família, tinha levado o filho para uma consulta com uma equipe médica do Ambulatório de Transtorno de Identidade de Gênero e Orientação Sexual do Núcleo de Psiquiatria e Psicologia Forense do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), que o acompanha desde os 4 anos.
Religiosa, a mãe relatou que, ao notar que o filho sempre preferia as coisas de menina, procurou padres, pastores, psicólogos.
"Desde bem pequena, ela tinha gestos femininos, apontava para objetos cor de rosa na TV, tirava o tênis do pé na escola para calçar as sandálias das colegas. Não aceitava vestir roupa de menino. Tirava o short e ficava de camiseta para ficar parecida com um vestido", contou.
Até então, a família o tratava como menino e o incentivava a se comportar como tal. "Pensava que era uma fase de criança que quer ser como a mãe, mas a fase não passava", disse.
No entanto, quando começou a crescer, a vontade de ser tratada como menina se intensificou, tanto que um dia, aos três anos, surpreendeu a mãe ao tentar cortar o próprio pênis. "Ela tentou cortar o próprio pênis com uma tesoura. Ela saiu do banho, passou perto de uma máquina de costura e pegou uma tesoura. [Ele] Se sentou e falou que queria cortar o 'piu piu' porque queria ser menina", contou a mãe.
Em busca de uma explicação sobre o comportamento do filho, a mãe fez pesquisas e na internet encontrou um documentário norte-americano, chamado "Meu eu secreto". "Depois de ver esse documentário, tive certeza de que meu filho era transexual. Ela afirmava o tempo todo que era menina", afirmou.
A aceitação por parte do pai veio primeiro. Juntos, eles começaram a procurar especialistas e descobriram esse ambulatório na USP, quando o menino tinha quatro anos. As idas para São Paulo eram mensais.
"Levei fotos e vídeos dela registrados no dia a dia para o médico [psiquiatra] e logo ele me disse que se tratava de um transtorno de identidade de gênero e, desde então, começamos a tratá-la como menina, que é o que ela queria. Ela só queria ser o que ela era", declarou a mãe.
No início, o combinado era ser tratada e se vestir como menina em casa e sair de casa como menino. Mas, segundo a mãe, a criança se sentia triste em ter que ir para a escola vestido como menino.
Certo dia, num domingo, ele pediu para os pais se poderia sair como menina em um horário que havia poucas pessoas na rua da cidade onde moram, no interior do estado. "Ele prometeu que ficaria dentro do carro para ninguém vê-lo, mas depois perguntou se alguém tinha o visto como menina. Aquilo nos tocou muito e, depois disso, escolhemos um nome de menina para ela", contou a mãe, que também decidiu mudá-la de escola para que não sofresse nenhum tipo de constrangimento por parte dos colegas.
A mãe tentou matricular o filho, já vestido como menina, em outra escola, mas não deu certo. Então, ela procurou o Ministério Público Estadual (MPE) e um promotor, que atua no município, a ajudou. Eles foram até a escola e fizeram uma reunião com a direção e os professores para definir algumas questões.
Na nova escola, o menino é tratado como menina. Também ficou estabelecido que seriam colocadas fechaduras nas portas dos banheiros para evitar que alguma criança descobrisse que ela tem os órgãos genitais masculinos. "Ela é uma menina. Tem os cabelos longos, lisos. Não tem como identificá-la como menino", pontuou a mãe.
O menino deve ser submetido a uma cirurgia para a troca de sexo quando completar 18 anos. E, com a decisão judicial que permite a troca do nome e gênero nos documentos de identidade da criança, para a família, a cirurgia será a única mudança necessária para, de fato, o menino se tornar uma menina.

Constrangimentos
Vestida de menina e com documentos de menino. Essa condição trouxe alguns constrangimentos para a família.
"No ônibus [de viagem], tínhamos que mostrar a certidão de nascimento de menino e ela não gostava e nós ficávamos esperando todos [os passageiros] entrarem, mas o motorista falava: 'vocês estão com criança, podem entrar primeiro', e eu ficava sem graça. Daí, o motorista falava 'cadê o menino'. As pessoas não tinham conhecimento. Ela [filha] ficava muito constrangida", lembrou a mãe.
Do mesmo modo, eram as consultas no posto de saúde da cidade. O constrangimento, de acordo com a mãe, era tanto, que ela não gostava de ir às consultas. "Ela não quer ir porque tem que mostrar o documento".
Os momentos mais difíceis foram os logo depois de aceitarem que ele se vestisse como menina. "Tive que contar a história para as pessoas mais próximas da nossa família e círculo de amigos. Para algumas pessoas, eu falava que tinha um casal e que ela tinha se enganado ao pensar que tinha dois meninos", explicou.
Na igreja que eles frequentam, inclusive, algumas pessoas sabem, entre elas o padre, que permitiu que fizesse catequese. "Conversei com o padre e ele deixou que ela fosse matriculada como menina. Ela faz catequese normalmente. Já passamos por muitas situações difíceis. Deus nos deu ela para que cuidássemos dela", avaliou a mãe.

Decisão
Com a decisão judicial, a família deve procurar o cartório para fazer novos documentos. O juiz Anderson Candiotto disse em entrevista ao G1 que a sentença foi dada para garantir que a criança, assim como ela se vê na sua individualidade e na sua orientação feminina, seja respeitada e tratada da forma como é.
"Todas às vezes que ela fosse se apresentar oficialmente com o documento, sofreria discriminação e até rejeição. Seria uma pessoa totalmente feminina com nome masculino, o que sempre geraria constrangimento à ela", entendeu.

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13/02/2016 09h04 - Atualizado em 13/02/2016 09h51
Menino que mudará de gênero e nome faz planos: 'Quero ter marido e 3 filhas'
Família da criança de 9 anos conseguiu na Justiça mudança em documentos.
Criança diz sentir medo de amigas não aceitarem sua condição.


Do G1 MT

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Vestida como menina e cercada de casinhas e bonecas, a criança de 9 anos que conseguiu na Justiça o direito de realizar a mudança de gênero e de nome no documento afirma que já projeta o futuro e diz que pretende ter um marido e ter três filhas. A menina, que mora com a família em Sorriso, município a 420 km de Cuiabá, revela que tem medo que as amigas não aceitem sua condição.
A família da menina conseguiu o direito à alteração dos documentos  com base numa sentença dada pelo juiz Anderson Candiotto, da 3ª Vara da Comarca de Sorriso, no dia 28 de janeiro. O magistrado entendeu que a decisão “foi dada para garantir que a criança, assim como ela se vê na sua individualidade e na sua orientação feminina, seja respeitada e tratada de forma como é”. A decisão é inédita no Brasil.
Todo o processo de mudança foi acompanhado por psicólogos e especialistas. Antes de ingressar na Justiça, a família levou a menina para acompanhamento com especialistas do Ambulatório de Transtorno de Identidade de Gênero e Orientação Sexual do Núcleo de Psiquiatria e Psicologia Forense do Instituto de Psquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Na unidade, os médicos psiquiatras constataram o transtorno de identidade sexual.
A menina gosta de pintar as unhas, usar saias, vestidos e sapatilhas. Ela conta que não se sentia bem quando era tratada como menino. “Eu não gostava. Não me sentia bem. Ficava muito triste”, relata. Ela diz que não sentia bem com as atividades esportivas da escola porque, entre outras coisas, não gostava de futebol.
Entre os sonhos dela está trabalhar em um canal de televisão e cursar design. A criança fala até sobre a vontade de constituir uma família, que será composta pelo “esposo e três filhas meninas. Os nomes delas serão Sofia, Camile e Priscila”.
Ela diz ter ficado feliz com a decisão judicial porque a mudança dos documentos lhe trará menos problemas e constrangimentos. “Eu gostei bastante. Foi muito interessante porque não vai dar aquela correria quando eu chego no postinho [de saúde]. Minha mãe chega lá e ela tem que falar que esqueceu a identidade e que eu sou transexual”, lembra.
A menina diz que prefere que as amigas mais próximas não descubram sua condição, pois tem receio do que pode acontecer com as amizades. “Tenho medo de quando elas descobrirem. Eu tenho medo de que elas não queiram mais serem minhas amigas”, afirma.
Em entrevista ao Jornal Nacional, a psicóloga Cristiane Isabel Guerra, que acompanhou o caso desde o começo, explica que a mudança e o trabalho em relação à adequação da criança ao gênero ao qual ela pertence, não foi feita de maneira precipitada.
“Não é cedo demais porque não foi algo que aconteceu da noite para o dia. Foram feitos estudos e acompanhamentos. Foi avaliado o desconforto e o constrangimento que ela passava em algumas situações. Talvez com outra criança acontecesse em outro momento. Mas com ela aconteceu no momento necessário”, defende.
Cristiane ainda aponta que existe uma confusão sobre o conceito de transexualidade entre o público em geral. “São três questões, na verdade. Existe o conceito de sexo, que é como você nasce e é a biologia que te dá. Você tem sua orientação, que é ligada ao afeto e à atração que você tem por outras pessoas. E existe o transexual que é o sujeito que tem um gênero que não corresponde ao seu sexo biológico”, afirma.

Caso
A mãe da menina, que pediu para não ter a identidade divulgada, conta que desde pequena a criança apresentava comportamentos que não correspondem ao gênero em que nasceu.
“Desde bem pequena, ela tinha gestos femininos, apontava para objetos cor de rosa na TV, tirava o tênis do pé na escola para calçar as sandálias das colegas. Não aceitava vestir roupa de menino. Tirava o short e ficava de camiseta para ficar parecida com um vestido”, conta.
Em uma das situações mais complicadas, a mãe conta que a criança já tentou cortar o pênis com uma tesoura. “Ela saiu do banho, passou perto de uma máquina de costura e pegou uma tesoura. [Ela] sentou e falou que queria cortar o 'piu piu' porque queria ser menina”, relata.
A menina deve ser submetida a uma cirurgia para a troca de sexo quando completar 18 anos. E, com a decisão judicial que permite a troca do nome e gênero nos documentos de identidade da criança, para a família, a cirurgia será a única mudança necessária para, de fato, o menino se tornar menina.

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Há um vídeo interessante na página da terceira matéria.
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Mensagem por Quero Café Sáb Fev 13, 2016 12:08 pm

Já postei uma outra notícia sobre o mesmo tema, mas achei que essa era também interessante e também era um bom motivo para mais reflexões.

Há uma coisa que se chama experiência por conhecimento acumulado.
Já se sabe que pessoas que tenham essa condição vão provavelmente se manter coerente em suas convicções durante toda sua vida.
Vou lançar aqui uma indagação baseada nas reflexões precedentes.
Por que essas pessoas devem esperar por vinte ou trinta anos para que vivam de acordo com suas aspirações se essas não causam dano a ninguém?
Já contei aqui um caso relacionado a isso que julgo oportuno repetir.
Eu tive um colega de escola que desde bem novo era "jeitosinho".
Preferia a companhia das meninas assim como suas brincadeira.
Houve até uma vez em que eu estava na cabine de um banheiro, senti algo estranho, olhei para cima e vi sua cabeça e seus olhos num misto de espanto com constrangimento. Quantas vezes ele repetiu esse gesto sem ser pego? Não sei. Eu era tão bocó que não dei atenção para aquilo. Sabia que havia algo de diferente com aquilo, mas resolvi não contar nada a ninguém por receio de causar problemas para esse colega por motivo bobo.
A mãe desse menino confidenciara a funcionários da escola que esse menino havia dito a ela que ele gostaria de ser uma menina. Como a melhor forma de fazer com que algo se torne público é contá-lo em caráter de segredo a alguém, essa informação acabou chegando ao ouvido de muitos alunos. Felizmente para ele, pouca gente soube disso.
Não sei o que foi feito da vida desse menino.
Seria ele hoje um transexual?



Não importa muito discutir se transexualismo é oriundo de configuração genética ou se de desenvolvimento psicológico. O que importa é que pessoas com essa condição manterão suas convicções por toda sua vida ainda mais se elas se manifestarem em tenra idade.
Essas pessoas não estão sendo induzidas a nada.
Elas estão atualizando um conteúdo já existente em suas mentes.
Que se pense na possibilidade inversa.
Imagine-se uma criança cujo sexo mental coincida com o sexo genital e que seja obrigada a se portar com se fosse do sexo oposto.
Ela não viria a sentir que há algo errado com isso e em algum momento não iria se rebelar contra essa obrigação imposta?
Por que entender que essas pessoas devam sofrer por vinte ou trinta anos até obterem o que desejam?


Mas há muitos outros problemas envolvidos nisso tudo.
Há que ver aspectos do outro lado também.
Não é uma coisa de só "venha a nós". Há que haver "o vosso reino".
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Mensagem por Goris Sáb Fev 13, 2016 12:21 pm

Cara...

Eu sei de adultos que dizem que, com 5 anos, já queriam ser meninas ou já gostavam de meninos e, adultos, se transformaram em homossexuais.

A discussao é válida.

Mas ao mesmo tempo, será que é realmente a criança que quer? Será que não há uma influência familiar nefasta? Não no sentido de os pais fazerem ele dizer que quer ser menina, mas a própria dinâmica familiar levar a isso?
Quando criança, meu pai era vascaíno e eu virei flamenguista.
Era só pra chamar a atenção, só pra ganhar atenção sendo do contra. Eu sequer gostava - como não gosto até hoje - de futebol.

Em muitos casos, um filho se torna rebelde, se torna encrenqueiro porque só assim recebe atenção da família. Ou um outro filho é extremamente bonzinho, pelo mesmo motivo. Ou para se diferenciar do irmão.

Aí, esse guri pode ser uma menina num corpo masculino? Pode. Mas não poderia ser a forma que ele conseguiu de ganhar a atenção dos pais, dos familiares, até mesmo de estranhos? E se for esse o caso, ele se tornar uma mulher com 9 anos e, aos 12 descobrir que não era nada daquilo?

Outra cirurgia?

Ok, mas e as experiências que ele deveria ter como homem que nunca terá? Ou e as experiências que teve como mulher que atrapalhariam?

Qual o futuro dessa criança?

Não é melhor esperar ele ter uma idade que realmente possa decidir o melhor?
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Mensagem por Quero Café Sáb Fev 13, 2016 12:47 pm

Espere aí.
Eu não defendo que essa criança ou qualquer outra faça operação antes dos dezoito anos.
Não o culpo por levantar essa questão porque não previ essa possível interpretação.
Eu defendo que essas pessoas talvez possam se vestir e se portar como desejam desde que bem acompanhadas por bons profissionais da área psi.
Um ato mais radical talvez realmente deva ser feito somente quando essas pessoas já estejam da posse de toda a responsabilidade por seus atos tanto no sentido jurídico quanto no psicológico.
E não.
Eu não acho que, pelo menos nesse caso, haja qualquer espécie de indução externa.
Acho que essa pessoa está atualizando o conteúdo interno de sua mente.
Pense na seguintes analogias.
Um menino cujo sexo mental coincida com o sexo genital, ou seja, ele se sente contente em ser menino. Imagine que esse menino venha a ser obrigado a se vestir como menina. Ele não aceita essa imposição e vem a se rebelar contra ela.
Você crê que essa rebelião se dê por conta de alguma interferência externa além da imposição de se vestir como menina ou que por uma atualização do conteúdo interno de sua mente?
Imagine que alguém compre um computador sem sistema operacional instalado porque deseja que seu computador faça o boot do sistema por uma mídia removível. Agora imagina que ela tenha uma mídia removível com uma cópia do windows. Ela liga o computador e insere a tal mídia. Você espera que seja instalado no computador o linux?
Agora imagine que esse computador é um ser vivo autoconsciente. Imagine as mesmas coisas que já foram escritas. Alguém insere a mídia no computador inegavelmente portadora de uma versão do windows. O computador não sabe disso.. Por alguma eventualidade inexplicável, o sistema que vem a ser instalado nesse computador é o linux e não o windows. Esse computador não viria em algum momento a sentir que há algo de errado? Ele não começaria a sentir que deveria haver um windows instalado nele e não um linux?

Algo na mente na mente dessas pessoas diz você é "A", mas quando ele se olha no espelho, vê "B". Elas sentem que podem fazer com que esse "B" se torne um "A" e sentem uma grande ansiedade por não ser permitidas a fazê-lo. De uma forma bem simplificada, é mais ou menos isso.
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Mensagem por Goris Sáb Fev 13, 2016 1:08 pm

Cara, algumas questões são ideológicas.

Sabia que os saltos altos, coisa de mulher, eram roupa de homem? Assim como jóias, perucas e até mesmo vestidos. Tudo mudou com o tempo. Aí chega uma criança e gosta de rosa. Rosa ser cor de mulher é uma convenção social. Alguém disse que meninas gostam de rosa e meninos de azul e virou regra.
Algo que é social, não biológico.
Então, um homem usar rosa 30 anos atrás e ele seria tratado de forma horrível pela sociedade. Quantos homens hoje vc nao vê de rosa e nem por isso dúvida da opção sedual deles?

Do mesmo modo, existe casos de pessoas que nascem com cérebro feminino num corpo masculino? Claro que nasce, assim como nasce gente com diabetes, transtorno bipolar e seis dedos. Acontece.

Mas, é foda. Eu fico com medo de ser algo criado pela família - na reportagem não lembro de ter visto o pai falar algo.

E acho ideológico porque hoje em dia, tem maluco pra tudo. Me lembro de ter lido o caso de um menino criado pela mãe como menina. Ele teve sérios problemas quando adulto e se matou.

Como saber onque é da criança e o que eu da família? Ainda mais tão cedo?
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Mensagem por Quero Café Sáb Fev 13, 2016 4:32 pm

Algumas coisas são realmente ideológicas e de época, mas outras não.
E mesmo que algumas coisas sejam temporais e de época, costuma existir uma diferença clara entre manifestações masculinas e femininas de determinadas coisas.
Eu nunca vi um calçado com saltos para homens, mas tenho certeza de que se houve algum dia esse calçado possuía marcas femininas assim como os saltos atuais dessa forma para mulheres possuem marcas femininas.
Além do que, não importa o que é de uma época o universal se uma pessoa está identificada com o tempo em que vive.


Goris escreveu:E acho ideológico porque hoje em dia, tem maluco pra tudo. Me lembro de ter lido o caso de um menino criado pela mãe como menina. Ele teve sérios problemas quando adulto e se matou.

Como saber onque é da criança e o que eu da família? Ainda mais tão cedo?

Veja bem.
Façamos uma distinção entre sexo mental e sexo genital.
Imaginemos duas possíveis situações.
Numa delas, alguém tem seu sexo mental idêntico ou sexo genital.
Noutra, não há concordância entre sexo mental e genital.
Mas a mente é mais preponderante para a construção da identidade que o corpo em determinados aspectos.
Repare bem no caso que você mesmo contou.
Um menino cujo sexo mental coincidia com o sexo genital era obrigado a se portar como se pertencesse ao sexo oposto.
Isso gerou nele tamanha ansiedade que o tornou um suicida.
Isso era uma imposição.
Agora imagine um menino cujo sexo genital não coincida com o mental, mas que é obrigado a se portar como se fosse.
Não estaria ele vivenciando uma situação de imposição análogo ao que o menino do outro caso viveu?
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Mensagem por Goris Sáb Fev 13, 2016 6:49 pm

[img=https://www.grupoa.com.br/uploads/imagensRevista/20150413032504_thumb_p45.jpg]Gênero e sexualidade na infância em duas histórias
Suzana Feldens Schwertner
Abordar questões como gênero e sexualidade significa debater a saúde física, social e emocional das crianças
Permitam-me que eu lhes conte uma história, ou melhor, duas histórias que emergem de minha vida pessoal, profissional e acadêmica. Falo da minha prática clínica como psicóloga infantil, de minha experiência como professora universitária nos cursos de Psicologia e Pedagogia da Univates, em Lajeado (RS), especialmente a partir do referencial teórico da psicanálise, com o aclamado “Três ensaios sobre a teoria da sexualidade” (Freud, 1996) e a obra de Françoise Dolto (1999, 2008).

Antes de perguntar pela saúde do bebê que vai nascer, queremos saber se é menino ou menina, e essa definição produz efeitos nos modos de ser daquele sujeito e dos que o circundam. Trata-se dos papéis que crianças e adultos são chamados a desempenhar, ou seja, a aprendizagem cultural do processo de socialização. Dessa forma, trata-se também de um assunto que adentra os muros da escola, constituindo-se parte da formação.

Sexualidade e gênero são questões que sempre estiveram presentes no ambiente escolar e, ainda que não se trabalhasse diretamente sobre elas, muitos aspectos da vida nas escolas foram pautados pelos papéis atribuídos aos gêneros: meninas aprendendo economia doméstica, enquanto aos meninos cabiam as aulas de carpintaria ou mecânica, por exemplo; aulas separadas para meninos e meninas — educação física, especialmente, por movimentar os corpos e proporcionar o contato entre eles.

Os currículos para meninos e meninas criaram regras, pautaram comportamentos e produziram modos de ser sujeito em um processo que parece atribuir asas e liberdade aos meninos e solicitar raízes às meninas, que identifica meninos com agressividade e força e meninas com delicadeza e fragilidade.

Discutir esses temas passa por debater saúde física, social e emocional de crianças, bem como levantar oportunidades de abordar aspectos como diversidade, igualdade e equidade. Por isso, escolhi contar duas histórias. A primeira é pessoal, com fatos que vivenciei em minha trajetória familiar. A segunda é profissional, com exemplo de uma experiência clínica.

Primeira história: o time do rosa
Crianças utilizam gênero como uma categoria básica para entender o mundo que as cerca. Coloco como personagem principal desta história uma menina de 4 anos, muito próxima, com quem convivo desde o início de sua vida; uma menina que aprendeu que meninas têm cabelos compridos, iguais aos de uma sereia, e meninos têm cabelos curtos, iguais aos do pai; que menina usa vestido, bem bonito e rodado, como aquele de que a mãe gosta, e que menino usa calça comprida, como aquela que o avô costuma usar.

O que acontece quando ela descobre que a tia tem cabelo curto e gosta de usar calça comprida? Ou que o dindo usa brinco e nem por isso deixa de ser menino? Ela perde a noção do que é ser menina, do que é ser menino? Não, ela abre o olhar e entende que é possível ser menina usando cabelo curto ou gostando de calça comprida... que existe menino de cabelo comprido e que, se menino quiser usar saia, pode até parecer meio estranho, mas está valendo! Ela tenta, com seus 4 anos de idade, classificar tudo, procurar as diferenças para marcar qual o papel de cada um.

A menina então descobre que futebol é um esporte muito valorizado no estado onde ela mora e que existem duas cores para representá-lo: uma é vermelha e outra é azul. Só fica um pouco confusa quando descobre que eu sou de um time, de uma cor, que é a mesma do pai dela, mas que é diferente da cor do time da mãe dela e do avô também. Isso complica sua cabeça, então ela pensa que precisa encontrar uma solução; meninos e meninas precisam estar em lugares diferentes (afinal de contas, nós duas somos meninas e não somos do mesmo time...).

Ela encontra, enfim, uma solução: inventa, muito inteligentemente, que nós vamos fazer parte do “time do rosa”. Vai existir um “time do rosa”, do qual só as meninas poderão participar. Um detalhe bem importante: o time do rosa — cor de que ela certamente aprendeu a gostar e associar com as meninas — joga futebol, e futebol não é um esporte só de menino!

Segunda história: as garras de um menino
A busca do afeto também condiciona novas categorias. Conto aqui uma experiência clínica envolvendo um menino, que chamarei de Eleno. Desde os 4 anos, era visto como “homossexual” pela família e pela escola: não gostava de cortar as unhas, queria vê-las sempre compridas e afiadas; não deixava cortar o cabelo, pois o queria muito longo; não ficava sem camisa na frente da mãe, pois tinha vergonha; abraçava muito as tias, gostava de dar beijos nelas e chorava com muita facilidade. Tamanha sensibilidade não poderia caber no corpo de um menino.

Ele chegou ao consultório aos 8 anos para “curar” a “homossexualidade”. A mãe conta que a irmã, quatro anos mais nova, o defendia na saída da escola, devolvendo as pedras que os colegas jogavam nele, aos gritos de “bichinha”. De início, mostrei à mãe que o objetivo do tratamento psicológico é permitir que a criança expresse suas angústias do seu jeito, permita-se falar de si e, acima de tudo, fazer com que ela se torne mais feliz, mais espontânea, que possa defender-se e encarar com mais tranquilidade o que vive.

Desde a mais tenra idade, Eleno havia sido educado e criado apenas por mulheres (mãe, avó, tias maternas, que moravam todas juntas). O pai, ausente desde a gravidez, raramente se fazia presente no cotidiano do filho; apenas retornou para casa na segunda gravidez da mulher, acompanhando o primeiro ano da filha e novamente se ausentando. Eleno é, portanto, o único “homem” da casa em meio a uma poderosa comunidade feminina, com a qual ele logo se identificou.

O pai, com um jeito brusco e até mesmo agressivo, relata a vergonha de ter um filho “homossexual”. Logo digo que ele tem um filho, Eleno, que é uma criança de 8 anos, ao que ele retruca: “Tem comportamento de menina, é chorão”. Eu traduzo: ele é atento, sensível e carinhoso, como toda criança deve ser. O pai conta que abandonou a casa e a família antes do nascimento dele porque era muita “confusão de mulheres” e ele sempre “perdia” para elas (discussões, decisões, etc.).

Pergunto como ele pensa que ficou seu filho naquele meio, perdendo um parceiro de identificação. Ele diz que aparecia para visitar os filhos raramente e, quando ia, abraçava e beijava apenas a filha, porque ela era menina e precisava de carinho. “E o Eleno não?”, eu pergunto. “Não”, retruca o pai, “pois ele é menino — ou, ao menos, deveria ser. Se eu fosse beijar e abraçar, poderia ficar pior”. O que acontece com um filho sem referência paterna, cercado por ideias e comportamentos tão opostos e cindidos?

Percebo a possibilidade de um transtorno de identidade de gênero, que se caracteriza pela identificação com o sexo oposto e pelo desconforto com o mesmo sexo, o que apresentando dificuldades de inserção social para a criança. Tais transtornos costumam ser resolvidos na própria infância e são mais comuns entre meninos do que entre meninas. É necessário esclarecer aos pais e professores que não se trata de um problema com a escolha do objeto amoroso, de desejo sexual; trata-se, na verdade, de uma dificuldade de identificação com o gênero, com base naquilo que esse gênero oferece como possibilidades para a existência.

Trabalhando com Eleno, analiso suas fantasias sobre o poder aliado unicamente ao feminino. Ele me orienta: “Se eu tiver unhas compridas, quase como garras, posso machucar aqueles que me apedrejam... Se eu tiver cabelos compridos como os da minha irmã, será que meu pai vem me abraçar?”. Entendi que Eleno escolhia as características femininas com vistas a ocupar outro lugar na família, de maior valor e poder, de ser visto e amado.

História pra boi dormir
Uma criança não é nem nunca será homossexual — uma criança não faz escolhas de objetos de amor; ela procura identificações. A identificação na infância acontece a partir de todas as figuras que circundam a criança: o pai, a mãe, os avós, professores, padrinhos, vizinhos. A curiosidade sexual na infância está ligada à descoberta e à investigação dos prazeres corporais que podemos sentir, e não ao prazer erótico, genital. A escolha objetal, aquilo que também chamamos “orientação sexual do desejo”, ocorre na adolescência: nessa época (que hoje se inicia por volta de 12 ou 13 anos) é que se determinará a condição de saber se se desejam garotas ou rapazes.

Nesse sentido, muitos são os livros e leituras indicados para conhecer e aprofundar-se na temática, embora haja uma leitura que considero obrigatória para todos aqueles que pretendem explorar mais esse assunto do ponto de vista da literatura infantil: Por que meninos têm pés grandes e meninas têm pés pequenos?, de autoria de Sandra Branco. Nessa obra, como apenas uma artista consegue fazer, o assunto é abordado em meio às pinturas belíssimas de Elma, destacando o quanto são as nossas pegadas e a nossa mente as responsáveis por nos guiar neste mundo em que as diferenças entre meninos e meninas não são assim tão definidas.

Precisamos trabalhar com todos os mitos e confusões relacionados ao tema, que ainda aparecem bastante integrados ao cotidiano escolar. Quem sabe, através dessas e de tantas outras histórias, possamos então nos aventurar a estudar mais sobre gênero e sexualidade na infância, auxiliando tanto na compreensão quanto na discussão dessa temática tão importante na nossa contemporaneidade. E que venham mais — e diferentes — histórias!

Suzana Feldens Schwertner é psicóloga clínica, doutora em Educação e professora do Centro Universitário Univates de Lajeado (RS). [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]
Leia a história do menino.

Depois repense, o rosa é uma cor "naturalmente" feminina? Ou é uma construção social, meninas=rosa, meninos=azul?

Quando a mãe usa exemplos "ela gosta de rosa, gosta de sandálias e gosta de usar camisa como saia" ela está usando valores eminentemente femininos, que uma mulher em qualquer lugar do mundo considera feminino, ou valores que nossa sociedade estabeleceu? Valores que ela e o marido, como pais, passaram pra criança?
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Mensagem por Quero Café Sáb Fev 13, 2016 8:19 pm

Essa é uma pergunta sobre parecida com aquela que se questiona sobre quem veio primeiro no par ovo e galinha.

Pode-se questionar algum detalhe aqui ou outro acolá a respeito de algumas coisas serem consideradas femininas num período enquanto que masculinas em outro.
Mas eu garanto que a imagem da criança que nasceu menino, mas deseja se transforma numa menina que aparece na reportagem inicial da postagem será considerada como um todo feminina em qualquer período da história, em qualquer povo do planeta terra e quiça em quaisquer outros povos do universo. Em relação a povos de outros universos: aí não sei.

Não é engraçado que a menininha citada no texto da psicóloga tenha inventado o tal do time rosa?

Contei nesse tópico o caso de um colega de escola que eu tive que desde cedo mostrava tendências transexuais.
Mas conheço também o caso de dois irmãos gêmeos que preferiam a companhia e brincadeiras de meninas quando eram crianças, mas que não se tornaram homossexuais quando cresceram.

O Ratinho mostrou uma vez o caso de um transexual que havia sido homem e se transformado numa mulher que jurava de pés juntos que só sentia atração por mulheres. Não vejo motivos para duvidar desse caso.

Gênero e sexualidade são sim assuntos muito mais complicados que parecem.
Cauê Moura, numa conversa com o Pirula, relatou um caso de um menino que desde cedo, segundo Cauê, gostava de encontrar suas nádegas em torneiras e depois de adulto se transformou em homossexual efeminado passivo. Segundo Cauê, isso era um exemplo em favor da tese de que a homossexualidade é o produto somente de fatores genéticos. Mas, segundo as teorias psicogênicas da homossexualidade, ela se formaria mais ou menos nessa idade, então esse exemplo não está bem posto.
Além do que há homens heterossexuais que sentem prazer anal assim como há homossexuais efeminados que não são passivos.
Como fica, então, a conjugação dos conceitos relativos ao homem de masculinidade, feminilidade, homossexualidade e prazer anal? Essa conjugação pode ser mais complexa do que vulgarmente aparenta.


Suzana Feldens Schwertner escreveu:História pra boi dormir
Uma criança não é nem nunca será homossexual — uma criança não faz escolhas de objetos de amor; ela procura identificações. A identificação na infância acontece a partir de todas as figuras que circundam a criança: o pai, a mãe, os avós, professores, padrinhos, vizinhos. A curiosidade sexual na infância está ligada à descoberta e à investigação dos prazeres corporais que podemos sentir, e não ao prazer erótico, genital. A escolha objetal, aquilo que também chamamos “orientação sexual do desejo”, ocorre na adolescência: nessa época (que hoje se inicia por volta de 12 ou 13 anos) é que se determinará a condição de saber se se desejam garotas ou rapazes.

Minha senhora, isso não está correto.
Tenho quase certeza.
Não seria ao final da resolução do complexo de Édipo?
Eu concordo com ela quando assevera que nos identificamos com as pessoas que estão próximas a nós. Mas é necessário cuidado porque há um conceito mais técnico de identificação que acho que não é o do caso nesse trecho.
Eu tenho um amigo que tenho certeza de que é heterossexual.
Ele viveu muito tempo com duas irmãs e a mãe. Seu pai faleceu há algum tempo.
Numa ocasião, estava com esse amigo na casa de outro que morava só em B.H..
Eu estava com esse amigo na cozinha da casa do outro e num determinado momento esse amigo abriu o freezer da casa por algum motivo. Encontrou lá plásticos que continham bifes de hamburguer. Esses plásticos não continham mais nada. Esse amigo virou para mim e disse "Aí, que nojo, vou jogar fora, que nem mulher". E o fez. Esse comportamento é nitidamente feminino no meu ver.
Isso faz desse sujeito homossexual ou efeminado?
Não. De jeito nenhum.
Emulamos muitas coisas das pessoas que vivem próximos a nós.
Ele vivia numa casa só com mulheres. Ele era o único homem da casa.
É mais que natural que ele emulasse alguns comportamentos de mulher.
E é engraçado que ele mesmo sabia disso e o disse com todas as letras.
A grande maioria dos outros comportamentos dele são típicos de homens.
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Mensagem por Quero Café Sáb Fev 13, 2016 8:38 pm

Faltou dizer uma coisa.
Sexualidade não é só sexo.
Aliás, o sexo é a ponta final da sexualidade.
Sexualidade é todo um modo de ser.
Uma pessoa pode passar uma vida inteira em castidade inclusive mental e ainda sim ter orientação sexual.
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