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Sobre Embriaguez, Sexo e Consentimento

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Mensagem por Quero Café Qui Fev 18, 2016 6:54 pm

Essas quatro notícias foram postadas em outro tópico.
Quem quiser pode ir direto a "Sobre Embriaguez, Sexo e Consentimento".

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Na web, segurança acusado de estupro por jovem diz que sempre foi inocente

Polícia Civil decidiu não indiciar Wellington Monteiro; caso segue para o Ministério Público do DF

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Wellington Monteiro, o segurança acusado de estupro por uma jovem durante uma festa de réveillon em Brasília, postou uma mensagem nas redes sociais, neste sábado (13/2), um dia depois que a Polícia Civil decidiu não indiciá-lo. Segurando um cartaz com a #SempreFuiInocente, Monteiro diz que "espera que o caso sirva de exemplo para que outras falsas acusações não destruam vidas."
Apesar do depoimento da jovem em seu perfil no Facebook, dizendo que foi estuprada pelo segurança na festa The Box-Reveião, no Setor de Clubes Norte, a Polícia Civil diz que não há provas para pedir o indiciamento porque o relato da estudante não foi confirmado durante a investigação. "Testemunhas ouvidas indicaram que houve um prévio envolvimento das partes ainda dentro da festa e que o casal em questão deixou a festa de mãos dadas, fato que se contrapõe à versão apresentada pela vítima", diz o documento de conclusão do inquérito, cuja investigação ficou sob responsabilidade da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam).

Segundo o texto publicado na internet, a estudante disse que teve medo e se sentiu coagida a acompanhar o segurança por representar a “autoridade” do evento. Em entrevista ao Correio, a jovem afirmou só ter percebido a violência do ato horas depois. “Foi quando a ficha começou a cair, me dei conta do que tinha acontecido de verdade, de que não tinha sido consensual.”

Em nota, a Polícia Civil afirma que, em diligências realizadas durante a investigação, Wellington foi ouvido e confirmou a relação sexual, porém, deixou claro que ocorreu de forma consentida. A jovem havia declarado que estava embriagada, sem condições de evitar a violência, mas a Deam destacou que “a vítima foi submetida a exame de corpo de delito, em qual não foi possível constatar a incapacidade de reação”.

A Polícia Civil diz que “diante da ausência de indícios suficientes de materialidade, não houve indiciamento no inquérito, e diante do encerramento das diligências na esfera policial, o procedimento foi encaminhado ao TJDFT e ao MPDFT”.

A ação segue agora para o Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT), que pode arquivar o caso, solicitar novas diligências ou denunciar o segurança à Justiça, se discordar da avaliação dos delegados que conduziram o inquérito.

Com informações de Amanda Carvalho e Camila Costa.

Fonte:http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2016/02/13/interna_cidadesdf,517694/na-web-seguranca-acusado-de-estupro-por-jovem-diz-que-sempre-foi-inoc.shtml

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Após denúncia de estupro em festa, suposto algoz diz que ato foi consentido

"Fui estuprada por quem deveria assegurar minha segurança, desabafou, ao acusar o segurança Wellington Monteiro Cardoso. Segundo ela, o homem trouxe outro colega de trabalho para "mandar ver", mas o rapaz não quis. Em entrevista ao Correio, Wellington alega que o ato foi consentido. "Ela veio até mim e se esfregou em mim. Foi coisa rápida"

Um desabafo nas redes sociais de uma jovem de 24 anos que denuncia ter sido estuprada pelo chefe da equipe de segurança de uma festa no réveillon causou grande repercussão nas redes sociais e debate entre especialistas. Na madrugada de ontem, o suspeito de ter cometido o crime se apresentou à Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), na Asa Sul. Wellington Monteiro Cardoso, 33 anos, dono e coordenador da empresa Ello Serviços Especializados, responsável pela integridade dos participantes do evento, admite ter levado a moça ao estacionamento e praticado sexo, mas afirma que o ato foi consentido pela jovem. Em entrevista ao Correio, ele disse que tudo ocorreu em menos de 10 minutos e admitiu ter chamado um outro segurança da festa para também manter relações com a jovem.

A estudante da Universidade de Brasília (UnB) fez um relato nas redes sociais um dia depois de comparecer à Delegacia da Mulher e, também, após passar por exames no Instituto Médico Legal (IML) e no Hospital da Asa Sul. Ela terá de tomar um coquetel anti-HIV durante 28 dias para prevenir Aids. Na denúncia, a moça, que mora em Santa Maria, publicou que estava na entrada da festa The Box – Reveião, na Acadêmicos da Asa Norte, quando foi abordada por um dos seguranças.

Segundo o texto, ela estava alcoolizada, teve medo e se sentiu coagida a acompanhá-lo, por representar a “autoridade” do evento. Nas redes sociais, houve muitos comentários e julgamentos sobre ela ter bebido ou por não ter feito a denúncia no momento em que ocorreu. O relato também provocou muitas manifestações de revolta pela atuação do segurança e solidariedade à jovem, que completa 25 anos em março. Um amigo da moça, que a acompanhava na festa, contou ao Correio que muitas pessoas no evento estavam bastante inconformadas e indignadas com a estrutura. “O serviço foi péssimo em todos os aspectos. Muitos carros foram arrombados e assaltados. Algumas pessoas solicitaram ajuda para os seguranças e eles diziam que não podiam fazer nada”, contou. “A gente nunca pensa que isso vai acontecer com alguém próximo”, lamentou o episódio envolvendo a amiga.
O perfil da estudante a descreve como uma ativista de causas contra a violência à mulher. Na última postagem, antes da denúncia da festa de réveillon, ela repudia o projeto de lei, em tramitação na Câmara dos Deputados, que veda o atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS) a vítimas de violência sexual, de autoria do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ao contar o próprio drama, ela diz que decidiu se expor para dar exemplo e evitar que as mulheres se calem diante de violências sexuais.

Para especialistas, a denúncia é fundamental para influenciar outras mulheres a não se calarem. A PHD em comunicação e cultura e especialista em feminismo da Universidade de Brasília (UnB), Tânia Montoro, explica que as redes sociais são importantes aliadas das mulheres na hora de denunciar. “O estupro é complicado para a saúde mental e para a autoestima das mulheres. Quando denuncia, a mulher sai da cultura do silêncio e influencia outros a fazerem o mesmo. Torna-se, na verdade, um protagonista da paz”. A especialista salienta que a denunciante pode não ser a primeira nem a última vítima de ações violentas cometidas por profissionais do setor de segurança. “Muitos deles não têm curso ou sequer qualificação profissional para trabalhar com jovens”, afirma.
A professora de sociologia da Universidade de Brasília (UnB), Lourdes Bandeira, frisa que é muito importante a jovem ter denunciado. “Só porque jovens estão em uma festa, mais eufóricas, os homens acham que elas estão se oferecendo para eles e isso é uma ideia muito machista. O profissional estava lá para dar garantia de segurança, ele também tem que ser denunciado e sofrer consequências relativas ao ato que praticou”, disse.

Investigações
A Delegacia da Mulher conduzirá as investigações ao longo da semana ouvindo todos os envolvidos, entre eles, os organizadores do evento, a empresa responsável pela vigilância e o segundo profissional apontado como testemunha. Segundo a Polícia Civil, o homem não foi preso, em função de a apuração estar em curso. Ele deve ficar disponível para futuros depoimentos.

A organização da festa The Box lamentou, por meio de nota em redes sociais, o registro do caso e informou que está dando apoio à denunciante. Segundo o texto, os organizadores da festa compareceram ainda no sábado à delegacia para auxiliar nas investigações. “Isso é um comportamento inaceitável e nos colocamos à disposição para investigar qualquer outro caso de violência que possa ter ocorrido, porque atos assim não podem passar impunes”, informa o texto. Wellington afirma que não sabe por que a jovem revolveu denunciá-lo. O segurança, que é casado e tem dois filhos, disse que foi a primeira vez que se envolveu com alguém durante horário de serviço. Ao avaliar o depoimento de Wellington ao Correio, um promotor de Justiça considerou que o segurança já preparou toda a linha de defesa.

“A culpa é sempre atribuída à mulher”

“Era mais de meia-noite, estava dançando com um amigo perto da entrada quando fui abordada por um dos seguranças, que me coagiu a sair da festa. Realmente não entendi o motivo e mesmo alcoolizada só atendi por ser uma figura de autoridade do local. Havia uma área de terra onde alguns carros estavam estacionados entre o cerrado. Eu estava completamente vulnerável, com muito medo. Um dos carros estava estacionado de ré para o cerrado, então atrás do carro só havia vegetação. Ali ele me virou de costas e, sem a menor cerimônia, me estuprou. Fui estuprada por quem deveria assegurar minha segurança. Tive medo, não reagi (poderia ter sido pior se reagisse, eu poderia apanhar, poderia demorar mais...), só queria que acabasse logo.

Quando ele terminou, mandou eu ficar lá, mais uma vez tive medo e não me movi. Ele voltou com outro segurança e disse: ‘Tá aí, cara, manda ver’. Não consigo descrever o que senti na hora. Ele saiu, fiquei com o outro segurança e perguntei por que ele iria fazer aquilo comigo também. Acho que ele se assustou e disse que não ia fazer nada.

Respirei fundo e voltei pra festa num misto de pavor e dormência. Não contei nada pra ninguém. Me questionei se eu não tinha ‘pedido por aquilo’, olha que ridículo! É assim que somos ensinadas. A culpa sempre é atribuída à mulher. O dia amanheceu, fui pra casa com meu amigo, eu não conseguia ainda assimilar os fatos. Só pensei que não podia banhar, deitei e tentei dormir. Foi um sono inquieto, sentia dores internas, e comecei a me lembrar de algumas frases que usamos na militância: ‘moça, a culpa não é sua’, ‘não ensine meninas a não serem estupradas, ensine meninos a não estuprarem’. Decidi levantar e tirar o absorvente interno (sim, durante o estupro eu estava usando absorvente interno), acontece que não consegui.

(...) Estava desnorteada! Não queria contar pra ninguém, estava com vergonha, me sentindo suja, culpada... Quando num ímpeto saí do quarto e falei com o meu pai um seco: ‘pai, eu fui estuprada’. Temos quatro cachorros, ele estava lavando a área, parou na mesma hora, esperou minha mãe sair do banho, contou pra ela. Fomos imediatamente à Delegacia da Mulher. Sequer comi. Saímos de casa por volta de 12h. Ficamos aproximadamente quatro horas na delegacia. Foi uma situação extremamente constrangedora, tive que repetir a história várias vezes e reviver aquele momento. Fui encaminhada ao IML e ao hospital da Asa Sul pela delegacia. Cheguei ao hospital e fui atendida por uma médica extremamente empática, finalmente me senti um pouco menos desconfortável. Ela me tratou tão bem! Ela me consultou e tirou o absorvente, apesar de ter doído muito, porque minha vagina está realmente bastante machucada, foi um alívio. (...) E o que me abalou muito: iniciei a tomar o coquetel para AIDS (são 28 dias tomando esses remédios fortíssimos, que causam enjoo, vômito e diarreia). (...) Cheguei em casa à noite, exausta, faminta... Até que minha irmã chegou e finalmente consegui chorar.

Sei que é muita exposição, mas, sinceramente?! Não é pior do que me aconteceu. Decidi redigir esta nota de repúdio por alguns motivos específicos: fiz tudo como orienta a lei, tudo certinho, e uau!!! Quanta burocracia! A delegacia, o IML e o hospital ficam completamente distantes um do outro, estava de carro, acompanhada, mas e a mulher que não tem nenhuma assistência, como faz? Ela não faz, desiste. Porque, se eu estivesse sozinha, juro que teria ido ao posto de saúde dizer que transei bêbada com absorvente interno. Não teria forças pra passar por isso sozinha. Quantas outras mulheres não devem ter sofrido nas mãos desse imbecil e dessas empresas de segurança irresponsáveis que contratam qualquer um?! E o mais importante, não suporto imaginar que outra mulher possa passar pelo mesmo que passei e ficar calada. Estou fazendo a minha parte pra evitar outras dores e outros sofrimentos.

» Jovem de 24 anos, em desabafo no Facebook


“Foi o calor do momento. A carne é fraca”


“Ela estava com dois rapazes se insinuando, se esfregando, curtindo a festa e eu fiquei olhando. Ela ficou olhando pra mim. Com aquela troca de olhares, ela veio até mim e se esfregou em mim, passei a mão nela. Eu já tinha beijado o pescoço dela, conversado com ela. Aí perguntei para ela se ela queria ir comigo até o lado de fora da festa. Depois que eu tive relação sexual com ela, pedi que aguardasse. Disse que iria chamar um amigo. Fizemos sexo por cerca de 10 minutos. Foi coisa rápida, até mesmo porque eu estava trabalhando, não poderia ficar fora por muito tempo. Demorou mais foi ir dentro da festa e voltar com o meu amigo segurança para que ele também a conhecesse. Esse meu segurança, que estava trabalhando comigo, se negou a ter relação com ela por não ter preservativo. A relação aconteceu no estacionamento, em meio aos carros. Usei camisinha. Foi em pé.

Primeiramente de frente, depois ela virou, mas tudo consentido. Hora nenhuma, eu a forcei, gritei ou usei do meu artifício de segurança. Ela se sentiu atraída por mim e eu por ela. Ela tinha bebido, mas não estava bêbada. Estava completamente sã. Depois do ocorrido, voltei pra festa e ela também. Isso ocorreu por volta de 1h ela ficou lá até 6h. Saiu com os amigos dela normalmente. Não disse nada para ninguém. Poderia ter gritado, chamado o dono da festa, ou pedido alguém para chamar uma viatura, mas não, ela simplesmente curtiu a festa dela e eu ainda a vi ficando com outro cara. Prestei depoimento sobre o que aconteceu e agora ela vai ter que provar que sofreu uma violência sexual. Como sou proprietário da empresa, sempre me resguardei para que isso não acontecesse porque as mulheres atraem. Nós somos homens. Pela aparência física, por ser segurança, às vezes, rola de trocar número, mas ficar foi somente dessa vez. Foi o calor do momento. Fico realmente estarrecido com a situação, pelo fato de a pessoa fazer porque quer e depois negar. Era uma festa para maiores de 18 anos em que estava todo mundo ficando, se pegando e eu, no calor do momento, pelo fato de a carne ser fraca, chamei para que tivéssemos uma intimidade e aconteceu o ato sexual”.

» Wellington Monteiro Cardoso, dono de empresa de segurança


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Casado e pai de dois filhos, segurança acusado de estupro diz que sexo foi consentido. Mas admite: “Eu errei”


Em entrevista ao “Metrópoles”, Wellington Monteiro reconhece que se tivesse ocorrido o mesmo com a filha dele, teria ido atrás do culpado


O Homem acusado de estuprar uma estudante da Universidade de Brasília (UnB) durante uma festa de revéillon disse em entrevista ao Metrópoles que o sexo foi consentido. Proprietário do Grupo Ello, o segurança Wellington Monteiro Cardoso, de 33 anos, casado e pai de dois filhos, desafiou a jovem a confirmar que houve a violência: “Ela vai ter que provar que sofreu abuso sexual”.
A jovem usou a internet para denunciar em detalhes que teria sido estuprada pelo segurança na festa The Box – Reveião e descreveu os momentos de terror que ela alega ter passado (veja o depoimento dela abaixo). A denúncia repercutiu no Facebook no sábado (2/1), após ela divulgar uma carta contando como teria sido o abuso. A vítima  postou o registro do boletim de ocorrência, feito na Delegacia da Mulher (204 Sul), e os medicamentos recebidos durante o atendimento hospitalar.
A versão do segurança é bem diferente (confira a entrevista abaixo). Wellington disse que a jovem se insinuou para ele e que o acompanhou por livre vontade, sem qualquer tipo de coação, até o local onde ocorreu a relação sexual. Segundo ele, o sexo foi feito em pé e não levou mais de dez minutos. Já a jovem disse que foi abordada e coagida a sair da festa e acompanhar o segurança para ser violentada. A vítima contou que a violência sexual foi tamanha que precisou de ajuda médica para retirar o absorvente interno que usava.

O caso está sendo investigado pela Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), onde o segurança prestou depoimento na madrugada desta segunda-feira (3/1). Ele está em liberdade e voltará a depor durante a investigação. A polícia vai ouvir a jovem, os amigos dela, outras testemunhas e os organizadores da festa.

Entrevista com Wellington Monteiro:

Como tudo aconteceu?
Estava trabalhando na festa. Minha função era supervisionar o local. Ela começou a olhar para mim e chamou a minha atenção. Teve um momento que chegou a colocar o seio para fora da roupa. Ela me abordou com mais dois amigos e ficou se esfregando neles. Um dos colegas dela me perguntou como eu conseguia me controlar diante daquilo. E aí perguntei se ela queria sair de lá comigo. Como estava de serviço, uniformizado, não poderia ficar com a menina ali. Ela caminhou ao meu lado. Não estávamos abraçados, nem nada parecido. Não podiam dizer que eu a arrastei. Ela me perguntou para onde iríamos e eu disse que seria em um local mais reservado. Ela foi com as pernas dela, embora tenha bebido. Mas não estava embriagada. Não pensei que ia tomar essa dimensão. Foi tudo rápido, em pé. Não durou mais do que dez minutos.

Você tinha ingerido bebida alcoólica?
De forma alguma. Estava trabalhando.

Você já fez sexo com outras mulheres em festas em que estava trabalhando?
Nunca. Foi a primeira vez. Me empolguei com a situação pelo fato de ela ser bonita.

É verdade que você chamou outro segurança?
Sim. Eu disse a ela que ia chamar um amigo. E ela ficou esperando. Mas esse meu amigo também era segurança e se negou a ter relação com ela por não ter preservativo.

Por que você acha que ela fez a denúncia?
Ela estava com absorvente interno e parece que ele ficou preso na vagina. Acho que para tirar, ela teria que ir em um hospital. E, pelo o que eu vi nas redes sociais, ela participa de grupos feministas. Aí juntou tudo e jogou no ventilador. Mas não entendo como uma mulher que se diz de caráter e preza pelo direto da mulher toma uma atitude dessa. Ela deveria ser mais coerente.

Você é casado?
Nossa! Estou com a minha mulher há quase 16 anos. Temos 13 anos de casados. Ela foi comigo até a delegacia, mas está muito abalada. Meu maior erro de ter ficado com ela foi pelo fato de eu ser casado. O ato que cometi foi adultério e não estupro. Minha esposa me deixou. Destruí o meu casamento.

Os seus filhos estão sabendo da história?
Não. Estou tentando deixá-los fora disso.

Como você está lidando com essa denúncia?
Minha empresa foi para a lama. Minha vida foi totalmente destruída. Colocaram a minha foto em jornais. Estou sendo caçado! Tive que deletar todas as minhas contas das redes sociais. Fiz minha parte como cidadão e prestei meu depoimento. Mas estou sendo condenado por pessoas que não sabem o que aconteceu.

E se isso tivesse ocorrido com uma filha sua? O que você faria?
Acredito que, primeiramente, a gente como parente toma a dor de quem é da gente. A partir de um certo momento, a gente passa a analisar a veracidade dos fatos. Mas se fosse comigo, eu teria tomado a mesma atitude que o pai dela tomou. Também tentaria ir atrás do culpado para saber o motivo daquilo tudo.

Ficou alguma lição?
Como pai e marido, eu errei. E estou pagando absurdamente por isso. Mas queria muito perguntar para ela por que ela fez isso.

Então não houve violência sexual?
Não. Houve uma atração mútua. Foi o momento. Agora, ela vai ter que provar que sofreu uma violência sexual.

Leia o depoimento da jovem que denunciou o suposto estupro publicado na página dela no Facebook:

“Era mais de meia noite, eu estava dançando com um amigo perto da entrada quando fui abordada por um dos seguranças, que me coagiu a sair da festa, eu realmente não entendi o motivo e mesmo alcoolizada só atendi por ser uma figura de autoridade do local. Havia uma área de terra onde alguns carros estavam estacionados entre o cerrado. Eu estava completamente vulnerável, com muito medo. Um dos carros estava estacionado de ré para o cerrado, então atrás do carro só havia vegetação. Ali ele me virou de costas e sem a menor cerimônia me estuprou.
Eu fui estuprada por quem deveria assegurar minha segurança. Eu tive medo, não reagi (poderia ter sido pior se reagisse, eu poderia apanhar, poderia demorar mais…), só queria que acabasse logo. Quando ele terminou mandou eu ficar lá, mais uma vez tive medo e não me movi. Ele voltou com outro segurança e disse: “Tá aí, cara, manda ver”. Não consigo descrever o que senti na hora. Ele saiu, eu fiquei com o outro segurança e perguntei porque ele iria fazer aquilo comigo também, acho que ele se assustou e disse que não ia fazer nada, respirei fundo e voltei pra festa num misto de pavor e dormência.
Não contei nada pra ninguém. Me questionei se eu não tinha “pedido por aquilo”, olha que ridículo! É assim que somos ensinadas. A culpa sempre é atribuída à mulher. O dia amanheceu, fui pra casa com meu amigo, eu não conseguia ainda assimilar os fatos. Só pensei que não podia banhar, deitei e tentei dormir. Foi um sono inquieto, eu sentia dores internas, e comecei a lembrar de algumas frases que usamos na militância: “moça, a culpa não é sua”, “não ensine meninas a não serem estupradas, ensine meninos a não estuprarem”.
Decidi levantar e tirar o absorvente interno (sim, durante o estupro eu estava usando absorvente interno), acontece que eu não consegui. Fiquei mais de uma hora pensando no que fazer, entrei em contato com um grupo de apoio à vítimas de crimes sexuais ao qual faço parte, fui ouvida e mesmo assim… Eu estava desnorteada! Não queria contar pra ninguém, estava com vergonha, me sentindo suja, culpada… Quando num ímpeto saí do quarto e falei com o meu pai um seco: “pai, eu fui estuprada”.
Temos quatro cachorros, ele estava lavando a área, parou na mesma hora, esperou minha mãe sair do banho, contou pra ela. Fomos imediatamente à Delegacia da Mulher, eu sequer comi. Saímos de casa por volta de 12h. Ficamos aproximadamente quatro horas na delegacia, foi uma situação extremamente constrangedora, tive que repetir a história várias vezes e reviver aquele momento. Fui encaminhada ao IML e ao hospital da Asa Sul pela delegacia.
O médico do IML não conseguiu tirar o absorvente interno, meu desespero só aumentava. Cheguei ao hospital e fui atendida por uma médica extremamente empática, finalmente me senti um pouco menos desconfortável, ela me tratou tão bem! Ela me consultou e tirou o absorvente, o que apesar de ter doído muito porque minha vagina está realmente bastante machucada, foi um alívio. Tomei uma Benzetacil em cada lado (sim, foram duas), remédio na veia, mais algumas doses únicas de remédio (via oral) e, o que me abalou muito: iniciei a tomar o coquetel para AIDS (são 28 dias tomando esses remédios fortíssimos, que causam enjoo, vômito e diarreia). Colhi sangue também.
Cheguei em casa à noite, exausta, faminta… Até que minha irmã chegou e eu finalmente consegui chorar.
Eu sei que é muita exposição, mas, sinceramente?! Não é pior ao o que me aconteceu. Decidi redigir esta nota de repúdio por alguns motivos específicos: eu fiz tudo como orienta a lei, tudo certinho, e uau!!! Quanta burocracia! A delegacia, o IML e o hospital ficam completamente distantes um do outro, eu estava de carro, acompanhada, mas e a mulher que não tem nenhuma assistência como faz? Ela não faz, ela desiste.
Porque se eu tivesse sozinha, juro que teria ido ao posto de saúde dizer que transei bêbada com absorvente interno, eu não teria forças pra passar por isso sozinha (e se não fosse o absorvente interno nem teria ido, correndo riscos de saúde); quantas outras mulheres não devem ter sofrido nas mãos desse imbecil e dessas empresas de segurança irresponsáveis que contratam qualquer um?!
E o mais importante, eu não suporto imaginar que outra mulher pode passar pelo mesmo que eu passei e ficar calada, estou fazendo a minha parte pra evitar outras dores e outros sofrimentos.”


Fonte: [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]


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Ministério Público admite denunciar segurança acusado de estupro no réveillon


Extra

O Ministério Público do Distrito Federal vai analisar o inquérito policial sobre a denúncia de uma jovem, que afirma ter sofrido um esturpro durante uma festa de réveillon em Brasília. O relatório da Polícia Civil aponta que não foram encontradas provas para o indiciamento do acusado. Mas o MP ainda vai decidir se o caso será arquivado ou não.
Por meio de nota, o MP informou que ainda não recebeu o inquérito policial, mas que o promotor de Justiça irá analisá-lo. Ainda segundo a nota, “existem três possibilidades: pedir novas diligências à polícia, denunciar o segurança ou arquivar o caso”.
A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre a denúncia feita no dia 1º de janeiro e, segundo o relatório, não havia “indícios suficientes de materialidade” que justificassem o indiciamento do suspeito.
Segundo a nota, o segurança foi ouvido e admitiu que teve relação sexual com a jovem que o denunciou por estupro. Mas ele garante que foi consensual.
“Em diligências realizadas pela DEAM o suposto autor foi identificado e ouvido, momento em que confirmou a relação sexual, porém acrescentou que foi consentida. Também foram ouvidas diversas testemunhas, as quais informaram que houve um prévio envolvimento entre as partes ainda dentro da festa e que ambos saíram da festa de mãos dadas”.
A conclusão da polícia é muito diferente da versão dada pela jovem que denunciou o segurança. Segundo relatos da mesma nas redes sociais, o que ocorreu foi um estupro, durante uma festa no Setor de Clubes da Asa Norte. VLS conta que foi abordada por um dos seguranças do evento e, por estar embriagada, o acompanhou. Ainda segundo o relato, o homem a teria levado a uma área de estacionamento, onde teria ocorrido o abuso sexual.
Já o segurança conta que trocou olhares com a jovem dentro do clube e que ela se ofereceu para ele. O homem conta que os dois saíram juntos do local e que tiveram relações sexuais consentidas na área externa.
A Polícia Civil relatou que “a vítima foi submetida a exame de corpo de delito, em qual não foi possível constatar a incapacidade de reação”.


Fonte: [url=http://extra.globo.com/noticias/brasil/ministerio-publico-admite-denunciar-seguranca-acusado-de-estupro-no-reveillon-18695930.html#ixzz40WjiJPMG[/url]


Achei essa notícia na página da tal moça do caso do quitandinha, página essa que aliás, está pegando fogo.
O negócio é sério, heim.
Aonde estão as feministas para comentar isso?
Elas gostam de dizer que a culpa é sempre da mulher.
Há que responder às feministas á altura.
E aí, feministas, a culpa é sempre do homem?
Não seria necessário verificar cada caso como um caso? Ou é simplesmente colocar uma tarja sobre o assunto e se eximir de verificar cada caso?
Não é que não exista violência contra a mulher, mas existe, digamos, um outro aspecto da história.
Vou dizer o que acho sobre esse caso.
Não estou dizendo que é verdade.
Mas é minha opinião e tenho direito de dize-lo respeitosamente e em caráter de não definitivadade.
Essa moça talvez tenha bebido demais. Talvez tenha ficado "chapadinha". Talvez tenha olhado para o segurança com luxuria alcoolicae e pensado "Uhmm! Gatão, heim.". Aí talvez tenha dado mole para o sujeito e esse talvez tenha correspondido ao convite para investida que a moça lhe endereçou. Eles fizeram sexo (isso é incontestável). Quando o fogo da luxuria alcoolicae se apagou, a moça talvez tenha se arrependido de se entregar de forma que ela julga que seria socialmente reprovável de forma tão pública e por isso ela talvez tenha preferido contar uma mentira que arruinasse a reputação do segurança ao invés de encarar as possíveis consequências de seus atos.
RETIRO TUDO O QUE DISSE, SE ESTIVER ERRADO.
Por outro lado, venhamos e convenhamos. Esse cara foi um tanto tolo. Quis pagar de machão, heim. Deveria ter ficado quieto fazendo lá seu trabalho.


Postei essas notícias e esses comentários inspirados nelas em outro tópico.
Elas inspiram-me reflexões de outra natureza.


Fiz um texto sobre essas reflexões.
Ei-lo.

Sobre Embriaguez, Sexo e Consentimento

Seguem abaixo algumas reflexões esparsas sobre esse tema.
Qualquer pessoa adulta, de posse de suas faculdades mentais e com responsabilidade sobre seus atos é capaz de entender que toda forma de embriaguez pode levar uma pessoa a cometer atos dos quais se arrependa posteriormente.
Não é sem razão que existe o brocado jocoso que diz “O superego (supereu) é solúvel em álcool”.
Qualquer pessoa adulta também sabe que existem diferentes níveis de embriaguez.
Existe desde o nível mais moderado de embriaguez até o nível em que uma pessoa perde totalmente a consciência e até mesmo desfalece.
De posse de todos esses dados, façamos algumas reflexões.
Qualquer nível de embriaguez é suficiente para que uma pessoa se exima da responsabilidade sobre seus atos?
Em que nível de embriaguez uma pessoa deixa de ser responsável por seus atos?
Essas questões são muito relevantes e o são muitos mais quando se trata de refletir sobre a relação entre embriaguez, sexo e consentimento.
Note-se que se uma pessoa vier a fazer sexo embriagada num nível em que seja possível considerar que ela não era responsável por seus atos, deve haver questionamentos muito sérios sobre se houve ou não consenso na relação sexual, até que ponto essa pessoa é responsável por sua embriaguez e qual é a relação entre esse consenso e essa responsabilidade.
Por outro lado, se uma pessoa vier a fazer sexo num nível de embriaguez em que se considere que ela era responsável por seus atos, é óbvio que essa relação terá sido absolutamente consensual mesmo que essa pessoa venha a se arrepender dessa relação quando estiver sóbria.
Farei agora alguns relatos de casos para levar adiante a reflexão.
Alguns dos relatos são experiências minhas enquanto que outros são de pessoas próximas a mim. Estou pressupondo que todos os relatos que me foram feitos são verídicos.
Tenho uma amiga que conta que quando era adolescente foi a uma festa, embriagou-se ao ponto de desfalecer. Quando isso ocorreu, alguns homens mantiveram relações sexuais com ela sem que ela os tenha provocado até porque estava desfalecida.
Como é que ela soube disso?
Ela não me disse e nem perguntei. Quando contar os casos pelos quais passei, responderei a isso de acordo com o que penso que aconteceu.
Fui uma vez durante um carnaval a uma cidade do interior de Minas Gerais com um primo meu.  Ficamos hospedados na casa de um amigo nosso mais velho.
Durante as comemorações de carnaval, houve uma festança perto dessa casa e ela ficou aberta. Nesse interim, eu me embriaguei ao ponto de perder os sentidos bem mais cedo que eu poderia prever. Afinal, eu era ainda bastante jovem, adolescente de no máximo dezessete anos e nunca fui lá muito bom com bebida. Nós, eu e meu primo, havíamos conhecido algumas garotas da cidade que nos foram apresentadas pelo amigo mais velho e por outros que fizemos lá. Eu estava suspeitando que uma delas estava desejosa  em relação a mim, mas não tinha certeza disso. Quando vim a desfalecer, já estava na cama que me foi cedida para passar o carnaval. A garota que estava interessada em mim entrou no quarto em me beijou enquanto eu estava dormindo desmaiado.
(Um parênteses. Você passou por um episódio de embriaguez enquanto era menor de idade? Sim. Que atire a primeira garrafa quem nunca passou por isso. Não defendo que adolescentes se embriaguem. Aliás, exorto-os a não fazê-lo. O que fiz foi relatar um episódio e somente um pelo qual passei. Tenho certeza de que muitas outras pessoas também passaram por isso e muitos outras virão a passar. Esse, entretanto, não e o assunto do texto.)
Como você se lembra disso?
Quando acordei, lembrava de relance de alguns acontecimentos e havia o fato de que eu estava com cheiro de perfume feminino e marcas de batom na boca.
Meu primo me perguntou se eu gostei daquilo.
Ah, cara. Pode acreditar. A sensação não é boa. E vai que ela enfiou o dedo no meu rabo! Não teve aquela história lá daquela doida que lambeu o fiofó do fulano amigo nosso sem avisar para ele enquanto pagava-lhe um boquete?
De qualquer maneira, não chegou a me incomodar demais.
Passei também por outra.
Fui uma vez a uma festa de pessoas que conhecia, mas que nem eram muito próximas a mim naquele momento. Durante a festa, tomei somente um latão de cerveja, até menos que isso. De repente, num determinado momento, eu, que estava assentado, baixei a cabeça no meu joelho e senti um nível de embriaguez como nunca havia sentido antes. Era algo muito forte mesmo ainda mais para mim que sou praticamente abstêmio. Eu comecei a me sentir realmente fora de mim. Fui embora da festa para não fazer bobagens ou não fazer mais ainda delas. Sai como um doido pelas ruas. Realmente tirei forças de não sei onde para não bater com a cara no chão. Lembro-me de flashes de tudo que ocorreu depois disso. Só depois de um tempo que percebi uma coisa. Deram-me alguma droga sem me avisar. Pode ter sido lsd,microponto, exctasi, remédio controlado ou qualquer coisa nesse sentido. Foi algo forte. Depois eu me lembrei de conversas que tive com um dos participantes pouco tempo antes da festa em que ele se lembrava de que o Tim Maia gostava de fazer esse tipo de coisa com seus amigos. Foi aí que minha ficha caiu. Não tenho provas disso e nem tive interesse em apurar o caso porque eu não acho que esse sujeito tenha feito isso com malícia e sim como uma brincadeira que não aprovo, mas perdoo nesse caso. Mas não descarto, porém, a possibilidade de que ele tenha feito isso para poder fazer uma investida sexual em direção a mim.
O caso de minha amiga é claro: ela se embriagou por conta própria e é responsável por sua embriaguez, mas no momento em que aconteceram as relações sexuais, ela não estava apta a dar seu consentimento e, portanto, pode-se dizer sim que ela foi estuprada. Acrescente-se não sem truísmo que ela não tem nenhuma responsabilidade sobre isso.
Meus casos também são simples. Eu fui responsável por minha embriaguez no primeiro caso, mas no segundo não.  A embriaguez nos dois casos foram do tipo em que um sujeito não está respondendo por si. Mas eu não chamaria de estupro o que a jovem cometeu. No segundo, não houve relação sexual, mas se houvesse, teria sido estupro.
Eu me lembro de relances dos casos pelos quais passei, apesar de ter chegado a desfalecer. Sei o que aconteceu quando junto os relances com outras memórias e dados de antes e depois da embriaguez. Penso que, de forma análoga, minha amiga possa saber do que ocorreu com ela pelo mesmo procedimento.
Lembro ainda de mais alguns casos.
Por hora, relatarei só mais um.
Conheço uma história de uma festa que ocorreu na minha época de faculdade. Não participei dessa festa e nem conheço os envolvidos nos acontecimentos que me foram transmitidos por um colega que também não estava lá, mas ouviu o relato de outra pessoa que estava. Esse meu colega conhecia sim a maioria das pessoas envolvidas.
Ele conta que ocorreu uma festa de conhecidos da faculdade. Durante a festa, foi oferecido aos presentes fatias de bolo com canabis sativa, o famoso bolo de maconha, com o conhecimento de todos do que se tratava. Essa parte é importante. Uma jovem mulher resolveu experimentar o turbinado quitute. Meu colega conta que ouviu que essa jovem ficou mucho loca, resolveu despir-se, ficou tomada por um furor luxurioso e resolveu conceder favores a todos os homens presentes.  Depois do ocorrido, a própria jovem contou com arrependimento e consternação a meu amigo a história toda.
A análise dessa história é mais complexa.
Vou expressar minha opinião em caráter não definitivo.
Essa jovem comeu bolo de maconha sabendo muito bem o que estava fazendo. Não foi convidada a despir-se. Não recebeu a sugestão de fazer sexo com os presentes. Estava acordada, apesar de ébria. Estava cônscia o suficiente para tomar atitudes por conta própria. É bem provável que os outros jovens também tenham consumido a droga.
Só posso concluir que essa jovem era responsável por sua embriaguez e acedeu de livre e espontaneamente àqueles atos, ou seja, deu seu consenso a eles (ou os provocou) e é responsável por eles mesmo que estivesse em estado alterado de consciência e tenha vindo a se arrepender posteriormente de seus atos.
Ôh filha! Sinto muito. A responsabilidade é sua. Tá! Viva com isso. Vai passar. Você talvez até venha a rir desse fato um dia. Da próxima vez, não coma nenhuma bolo que tenha alguma coisa além de ovos, fermento, farinha, manteiga e algumas outras coisas como chocolate ou baunilha.
Ser adulto implica em saber que no momento em que ocorrem consequências negativas de atos cuja responsabilidade é inteira de quem o pratica deve-se aceitar tudo com resignação. Não é à toa que a lei define pessoas como menores de idade e maiores de idade porque a partir de um ponto de nossas vidas, temos que estar conscientes de nossa responsabilidade por nossos atos.
Com esses exemplos e as reflexões, pretendo mostrar que a relação entre embriaguez, sexo e consentimento deve ser bem estabelecida.
É claro que se está a refletir sobre pessoas que possam escolher se embriagar por terem capacidade para conhecer todas as consequências possíveis disso.
Se uma pessoa que tenha feito sexo embriagada vier posteriormente a reclamar que esse sexo não foi consensual por causa da embriaguez, portanto um estupro, ela tem que saber antes que essa reclamação só é aceitável caso ela tenha estado num nível de embriaguez em que ela não era mais responsável por seus atos.
Essa pessoa não precisa chegar ao nível do desmaio para isso, mas deve ser uma embriaguez realmente bastante forte.
Se a embriaguez não for forte, o sexo foi consentido mesmo que essa pessoa argumente que não o faria se estivesse sóbria.
Que a pessoa viva com isso.
Todos que bebem e são adultos e de posse de suas faculdades mentais, devem saber das possíveis consequências de seus atos antes de decidir tomar o primeiro gole.
Quem é adulto e decide se embriagar em determinadas condições, deve estar cônscio dessas eventualidades.


Mais um caso só para encerrar.
Quando eu estava na faculdade, costumava sair com colegas homens e mulheres aos finais de semanas. Eu suspeitava que uma dessas colegas arrastava uma asinha por mim. Não sou nenhum garanhão, mas sete bilhões de seres humanos estão aí para provar que não é necessário ser um galã de Hollywood para conseguir algum sexo. Numa ocasião em que saímos, fui com la voiture de mom papa. Eu não bebi primeiramente porque nunca fui lá uma pessoa que se desse muito bem com bebida alcoólica e sem segundo lugar porque eu estava com la voiture de mom papa. Eu estava, portanto, cumprindo um dever legal ao mesmo tempo em que evitava a possível fúria paterna caso houvesse algum acidente por embriaguez porque meu pai até toleraria um acidente em que eu não fosse responsável, mas jamais toleraria um acidente ocasionado por ingestão de bebidas alcoólicas.
Essa colega que arrastava uma asinha para mim continuou arrastando. Eu não tentei nada com ela porque ela não me interessava mesmo sendo bonita de rosto e muito bacana, mas ela tinha outros predicados, inclusive físicos, que não me agradavam. Não que eu fosse um astro de Hollywood ou extremamente exigente, mas havia alguma coisa que não rolava. Eu sempre fui um bosta, mas eu sempre fui um bosta com muita personalidade. Ela estava lá praticamente pedindo para que eu tomasse alguma atitude em relação a ela, mas eu não tomei.
Meus colegas beberam bastante enquanto que eu fiquei tomando refrigerante dietético. Conversamos muito até chegar a hora de irmos cada um para sua casa. Como eu estava com la voiture de mom papa fiquei incumbido de levar todos meus colegas para suas casas. Não é à toa que eu era amado por suas mães. Eu não bebia e ainda por cima levava todo mundo para casa sem cobrar nada. A gasolina era bem mais barata naquela época.
Deixei todos os colegas em suas casas um por um até sobrar só eu e a garota das asinhas arrastantes. Ela ainda estava bêbada, mas não no nível em que uma pessoa perde a consciência e a responsabilidade sobre si. Eu poderia ter tentado alguma coisa com ela. É bem provável que eu até conseguisse fazer sexo, algo que iria me agradar bastante, ou chegar bastante próximo a isso, algo que também iria me agradar bastante. Mas não tentei, embora tenha pensado a respeito. E tenho certeza quase absoluta de que ela pelo menos pensou no assunto também. Como um cavalheiro (ou como um ... se você que está lendo quiser assim me apelidar), deixei-a em casa.
Vou dizer algo a vocês.
Imaginem vocês se eu tivesse tentando algo.
Será que eu estaria até hoje sofrendo as repercussões, sejam elas quaisquer que fossem, de uma acusação injusta de estupro?  Se tivesse havido algum contato sexual, ele teria sido absolutamente consensual a despeito da embriaguez da colega. Mas será que ela o relataria com justiça caso viesse a dizer qualquer coisa contra mim e será que as pessoas fariam algum esforço interpretativo para além do relato mesmo dela?
Não sofri isso, mas essa colega lançou dúvidas a respeito de minha orientação sexual para muita gente. Tudo bem, já dei meu perdão a ela por isso. Vai que ela esteja parcialmente correta.
Mal sabe ela a respeito dos testemunhos que os bancos de la voiture de mom papa tem a dizer diferentes do caso dela. Só tenho uma coisa a comentar a respeito: descobri que a famosa cena do filme Titanic é verossímil.


Última edição por Diógenes Laércio em Qui Fev 18, 2016 7:06 pm, editado 1 vez(es)
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Sobre Embriaguez, Sexo e Consentimento Empty Re: Sobre Embriaguez, Sexo e Consentimento

Mensagem por Quero Café Qui Fev 18, 2016 7:00 pm

Como o tópico ficou muito longo, farei aqui um esquema dele.
Postei em outro tópico algumas notícias sobre um caso em que não se sabe ainda se foi de falsa acusação ou não, mas há bons indício de que seja.
Essas notícias inspiram-me a fazer um pequeno texto que intitulei como como "Sobre Embriaguez, Sexo e Consentimento".
Quem já leu as notícias ou não deseja lê-las, pode ir direito ao texto se quiser porque ele é inspirado nas notícias, mas sua compreensão é independente delas.
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Sobre Embriaguez, Sexo e Consentimento Empty Re: Sobre Embriaguez, Sexo e Consentimento

Mensagem por Quero Café Qui Fev 18, 2016 7:14 pm

Esse texto é de caráter eminentemente pessoal e não um ensaio científico-acadêmico sobre o tema.
Todas as opiniões que expressei nele exercendo meus direitos não são definitivas.
Tudo o que disse foi feito com educação e respeito.
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