Ação e reação.

Por Walter Hupsel . 18.11.10 - 18h05
Ação e reação

Esta foi uma semana assustadora. Três fatos não-tão-isolados-assim irromperam nos noticiários e nas redes sociais. A Universidade Mackenzie, por meio de seu chanceler, lançou um “Manifesto Presbiteriano sobre a lei da homofobia”, no qual defende o rigor e a atemporalidade de alguns trechos (cuidadosamente escolhidos) da bíblia, ao afirmar, textualmente, que os direitos civis dos homossexuais não observam o “interesse público”, além de confundir propositadamente liberdade de expressão e homofobia.

Um pouco antes disso, não muito longe dali, um grupo de jovens agrediu um casal de namorados do mesmo sexo na avenida Paulista. O motivo da agressão, segundo o pronunciamento do advogado de defesa do grupo de garotos, foi uma paquera dirigida a um deles. Em que pese que a versão da defesa soa estranha, mentirosa talvez, uma pessoa foi parar no hospital por UMA PAQUERA.

Por fim, e mais grave, pois veio de agentes do Estado, dois militares atiraram contra uma pessoa que saía da parada gay do Rio de Janeiro. Parêntese: De imediato, sem nenhuma investigação, o Exército rechaçou a acusação. Posteriormente, foi obrigado a assumir que o tiro partiu de um dos seus soldados.

Esses fatos aconteciam antes e acontecem agora (e preferia que tivessem ficado no passado), mas o que mudou foi o volume da reação a eles, de repúdio ou de apoio. Pouco tempo depois de ter sido publicado no site do Mackenzie, dada a repercussão negativa, o tal manifesto foi tirado do ar sem explicação. Apenas apagaram.

Também rapidamente a covardia na avenida Paulista se espalhou, e a tag homofobianao chegou ao primeiro lugar no Twitter. Em resposta, uma série de tweets com o selo homofobiasim foi publicada, alguns com clara incitação ao crime.

As manifestações de ódio, antes restrita a círculos privados, à conversa entre os iguais, romperam essa barreira. Aquilo que era comentado para os pares que concordam com o teor preconceituoso, que muitas vezes riem em conjunto, tiveram sua amplitude aumentada.

No Brasil, o diferente assusta, irrita o padrão. Seja o homossexual que teima em não ficar no gueto, sejam as classes mais pobres consumindo (veja este vídeo de um jornalista da RBS irritadíssimo com pobres comprando carros), ou se misturando, entrando em aviões, lugar antes privilegiado, e a velha mídia endossa, corrobora, divulga, cede espaços para reclamações.

Se por um lado a caixa de ressonância que é a internet divulga para mais pessoas as ideias mais atrasadas, com consequências nefastas, por outro lado serve ao menos para nos mostrar quem realmente somos, esta bela e pacata gente brasileira, a terra do compadrio, da afetividade do cuore, onde as três raças se misturaram muito bem, onde não há racismo e nem ódio. Onde sabemos conviver com o diferente, de igual para igual.

Marx já dissera que, se um analista quer entender uma transformação na sociedade, ele deve olhar não para os arautos do mundo que está por vir, mas pelas lentes daqueles que estão sendo postos no passado. Esta bela terra e seu belo povo, refletido no espelho do manifesto do Mackenzie, no assassinato do índio Galdino, na agressão a um casal homossexual. Não são casos isolados, meros pontos fora da curva. Cada vez mais sabemos disso, tomamos conhecimento.

Posso estar sendo meio Poliana, entretanto, mais que manifestações de ódio puro (que são), os casos elencados acima, dentre tantos outros, são também sintomas de duas transformações na sociedade brasileira. O repúdio a essas atitudes se torna cada vez maior, significando um avanço, e a reação mais violenta dos preconceituosos indica o desespero com a perda de espaço deles, numa sociedade que, aos poucos, vai se tornando mais plural e arejada, apesar de muito excludente, preconceituosa e autoritária.

Para as vítimas da violência, é muito pouco, muito pouco, e a transformação, lenta demais. Por isso, não podemos dar tempo ao tempo e simplesmente esperar a evolução natural. O que precisamos, urgentemente, é nos reconhecermos sem falsas ideologias, nos vermos refletidos nesse espelho, e, assim, tomarmos uma atitude séria e estrutural para enfrentarmos o problema de forma contundente e profunda.

Levi Lugato 18.11.2010

Ser gay não é proibido porem tambem nao é proibido sermos contra essa prática tenebrosa……sejam gays em suas casas e nao encham o saco porra

Claudio Padilha 18.11.2010

Infelizmente 100% das matérias são tendenciosas e qualquer pessoa que se posiciona contra o homossexualismo é perseguida.

Porque você não fala de Luiz Mott que defende tem como bandeira a liberação da pedofilia, porque você não mostra o que realmente acontece na Parada Gay. sexo nas ruas, consumo de drogas ?

Viva a Mackenzie, viva a liberadade religiosa e de expressão.

Abaixo a ditadura facista do movimento homossexual


Fausto Correito 18.11.2010

Parada gay é sinonimo de vandalismo………

Mônica 18.11.2010

Parabéns!Seu texto novamente é claro,direto e necessário.
Não é proibido ser gay, desde que fiquem escondidos? Isso é coisa que se “diga”? Qual será realmente o grande incômodo que os gays causam em nós?Qual será o verdadeiro medo? Por favor, repensem! Agressão é crime e temos que coibir a violência de qualquer natureza, caso contrário ficaremos todos a merce da barbárie

Ricardo 18.11.2010

Também fico chocado com alguns comentários, do tipo “opressão homossexual” e “facismo do movimento homossexual”. É uma inversão completa, típica dessas posturas preconceituosas, que falam em liberdade, mas que explicitamente repudiam a liberdade. Quanto à Igreja, o que dizer de uma instituição que sempre esteve ao lado do poder, no que ele teve de pior: inquisição, facismo, nazismo, ditadura militar… Cristo não tem a nada a ver com isso. E olha que eu nem sou cristão…

Carlos Porto 18.11.2010

O Brasil é um pais Democrático, mas sem essa de parada Gay, isso é uma sacagem misturada com vandalismo, quer ser gay se tranca num teu apartamento com seu parceiro ou parceira e pronto.


Eustáquio Fonseca 18.11.2010

É assustadora a postura de certos comentaristas. Como alguém pode ser “contra o homossexualismo”? Alguém pode ser contra o heterossexualismo? Ora, é aceitar e pronto. Sou professor e vejo todos os dias jovens, crianças mesmo, que tem tendências homossexuais. Devemos rejeitá-las? Condená-las. Elas são safadas? Estão condenadas a terem uma vida ligada a uma “prática tenebrosa”? Parece que estou lendo um tanto de nazistas que condenaram homossexuais aos campos de concentração.

Mogur escreveu:E essa imagem... Será verdade?

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Mogur escreveu:E essa imagem... Será verdade?

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rapaz tenho amigo um amigo homosexual falar que negada sai dando na rua é foda

eu nunca fui em uma parada gay então não posso falar nada

mas sou contra nego se pegar sendo gay ou hetero fazendo sexo na rua que é inclusive é crime apesar de todo mundo no brasil fazer isso,heteros ou gays,saia na rua pelo menos na minha cidade de noite e entre em um beco escuro ou você vai ver um ato desses ou ser assaltado uahu

nego fala merda no twitter mostrando como brasileiro é retardado raiva contra negros,gays,nordestinos,religiões,mulheres ou seja tudo que todo mundo fala que é contra mas parece que a maioria da população compartilha dessas ideias justamente nas areas mais ricas do nosso país

a unica coisa que não gosto de parada nenhuma é o lixo que fica depois e o fato de eu ter que desviar do caminho fazendo engarrafamento na minha cidade já que aqui rua asfaltada só em avenidade né jamm? ai todo mundo faz todas as paradas nos mesmos lugares

odeio parada militar tb ,acordar escutando tiro é foda me senti no filme tropa de elite durante a ultima parada militar

Erick Solen escreveu:

Mogur escreveu:E essa imagem... Será verdade?

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Pior que é verdade, tinha um perto da minha casa. Interessante é que foram 600 outdoors espalhados pela cidade. Me pergunto quem pagou por isso.

Koppe escreveu:

Erick Solen escreveu:

Mogur escreveu:E essa imagem... Será verdade?

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Pior que é verdade, tinha um perto da minha casa. Interessante é que foram 600 outdoors espalhados pela cidade. Me pergunto quem pagou por isso.

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