Quadrinhos argentinos para escolas mostram FMI como vilão e falam da dívida
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zkrk
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Quadrinhos argentinos para escolas mostram FMI como vilão e falam da dívida
Quadrinhos argentinos para escolas mostram FMI como vilão e falam da dívida
por Joan Faus.
Buenos Aires, 9 jul (EFE).- O Fundo Monetário Internacional (FMI) é um galã americano que namora com más intenções à filha de um empresário em uma das quatro histórias em quadrinhos sobre a tumultuada evolução da dívida externa da Argentina estudada em várias escolas secundárias do país.
As histórias em quadrinhos foram elaboradas pelos responsáveis do Museu da Dívida Externa, que acaba de reabrir suas portas na Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade de Buenos Aires (UBA) com o objetivo de fazer com que os jovens tomem consciência dos males que o endividamento pode causar.
O FMI protagoniza a história em quadrinhos "Un intruso en la familia", que analisa os mais de 50 anos da relação entre a Argentina e o organismo financeiro, cujo personagem, Francis, consegue se desfazer do pai de sua namorada, Patricia, e ficar com seu negócio, ao que finalmente leva à ruína.
A parábola desta história é que Francis consuma seus desígnios malignos ao se casar com Patricia, de quem se divorcia depois da crise de 2001, quando a Argentina declarou a maior moratória da história (US$ 102 bilhões).
As ações de Francis coincidem com a opinião do Governo de Cristina Fernández de Kirchner acerca das "receitas" e planos de ajuste do FMI, com o qual a Argentina cancelou todas as suas dívidas (US$ 9,5 bilhões) em um só pagamento em 2006.
"Não nos damos conta que há coisas que não poderemos fazer no futuro se permitimos que a dívida cresça e os jovens devem estar conscientes dos erros do passado quando emitirem seu voto", explica à Agência Efe o professor da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade de Buenos Aires, Alberto Barbieri.
A dívida externa argentina somava US$ 147,119 bilhões no final de 2009, número equivalente a 47% do Produto Interno Bruto do país, segundo dados oficiais.
Outra das histórias em quadrinhos produzidas para os alunos de escolas secundárias retrata a evolução da dívida externa argentina desde 1824 - quando o país solicitou ao banco inglês Baring Brothers um empréstimo de 700 mil libras esterlinas - até 1976, quando um golpe de estado deu lugar a uma sangrenta ditadura militar.
Uma terceira história relata a "saga" do endividamento desde a ditadura militar (1976-1983) até a atualidade, enquanto a última história em quadrinhos analisa os projetos de troca de dívida por investimentos em educação impulsionados nos últimos anos pela Argentina e Brasil.
Os quadrinhos refletem a cronologia do endividamento a partir da viagem de extraterrestres a Buenos Aires no ano 3668, quando a cidade está devastada pelo "grande Holocausto nuclear" de 2268 que supôs a extinção dos seres humanos.
No transcurso do relato, os alienígenas descobrem que a aniquilação da Humanidade não correspondeu a um desastre nuclear, mas a um "processo de auto-eliminação sistemática" incentivado pelas "nações do hemisfério norte" no último quarto do século XX.
"Estas nações - prossegue a história em quadrinhos - ativaram um curioso mecanismo de desintegração social, uma combinação de cobiça, mediocridade e ignorância. Tudo isso reproduzido desde um núcleo compacto de concentração de poder".
A história analisa, além disso, a má gestão econômica de diversos Governos argentinos, como os burocratas da última ditadura militar que em 1983 deixaram como "herança" uma dívida externa de US$ 45 bilhões, seis vezes maior do que quando assumiram o poder em 1976.
Também retratam o Plano de Convertibilidade com paridade de "um por um" entre o peso e o dólar, lançado em 1990 pelo Governo de Carlos Menem (1989-1999) e que teve um final abrupto em janeiro de 2002, como consequência da moratória do fim do ano anterior, quando a Argentina acumulava quatro anos consecutivos de recessão.
As histórias em quadrinhos mostram o "um por um" entre o peso e o dólar como uma "venenosa poção grega", própria do Olimpo, que "colapsou" a economia argentina e "disparou" as desigualdades sociais.
"Frente a tal catástrofe, só ocorria ao FMI aplicar planos de ajuste, enquanto os agentes financeiros voltavam à ofensiva para consolidar seu poder e seguir transferindo renda a seu favor", lamenta um dos protagonistas.
A UBA, a maior universidade do país, trabalha com os ministérios de Educação e de Economia para assegurar que estas histórias em quadrinhos didáticas cheguem a todas as escolas argentinas. EFE
FONTE: [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]
Tem muita coisa boa nos quadrinhos argentinos. Pena que apesar de ser um país vizinho, os quadrinhos de lá são praticamente desconhecidos aqui ("Gaturro" de Nik, e "Macanudo" do Liniers são exceções).
Achei a idéia dessa HQ excelente. Tinham que traduzir para português, e lançarem concomitantemente uma edição ambientada no Brasil.
A idéia do Museu da Dívida também é ótima. Deveríamos ter um assim por aqui.
por Joan Faus.
Buenos Aires, 9 jul (EFE).- O Fundo Monetário Internacional (FMI) é um galã americano que namora com más intenções à filha de um empresário em uma das quatro histórias em quadrinhos sobre a tumultuada evolução da dívida externa da Argentina estudada em várias escolas secundárias do país.
As histórias em quadrinhos foram elaboradas pelos responsáveis do Museu da Dívida Externa, que acaba de reabrir suas portas na Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade de Buenos Aires (UBA) com o objetivo de fazer com que os jovens tomem consciência dos males que o endividamento pode causar.
O FMI protagoniza a história em quadrinhos "Un intruso en la familia", que analisa os mais de 50 anos da relação entre a Argentina e o organismo financeiro, cujo personagem, Francis, consegue se desfazer do pai de sua namorada, Patricia, e ficar com seu negócio, ao que finalmente leva à ruína.
A parábola desta história é que Francis consuma seus desígnios malignos ao se casar com Patricia, de quem se divorcia depois da crise de 2001, quando a Argentina declarou a maior moratória da história (US$ 102 bilhões).
As ações de Francis coincidem com a opinião do Governo de Cristina Fernández de Kirchner acerca das "receitas" e planos de ajuste do FMI, com o qual a Argentina cancelou todas as suas dívidas (US$ 9,5 bilhões) em um só pagamento em 2006.
"Não nos damos conta que há coisas que não poderemos fazer no futuro se permitimos que a dívida cresça e os jovens devem estar conscientes dos erros do passado quando emitirem seu voto", explica à Agência Efe o professor da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade de Buenos Aires, Alberto Barbieri.
A dívida externa argentina somava US$ 147,119 bilhões no final de 2009, número equivalente a 47% do Produto Interno Bruto do país, segundo dados oficiais.
Outra das histórias em quadrinhos produzidas para os alunos de escolas secundárias retrata a evolução da dívida externa argentina desde 1824 - quando o país solicitou ao banco inglês Baring Brothers um empréstimo de 700 mil libras esterlinas - até 1976, quando um golpe de estado deu lugar a uma sangrenta ditadura militar.
Uma terceira história relata a "saga" do endividamento desde a ditadura militar (1976-1983) até a atualidade, enquanto a última história em quadrinhos analisa os projetos de troca de dívida por investimentos em educação impulsionados nos últimos anos pela Argentina e Brasil.
Os quadrinhos refletem a cronologia do endividamento a partir da viagem de extraterrestres a Buenos Aires no ano 3668, quando a cidade está devastada pelo "grande Holocausto nuclear" de 2268 que supôs a extinção dos seres humanos.
No transcurso do relato, os alienígenas descobrem que a aniquilação da Humanidade não correspondeu a um desastre nuclear, mas a um "processo de auto-eliminação sistemática" incentivado pelas "nações do hemisfério norte" no último quarto do século XX.
"Estas nações - prossegue a história em quadrinhos - ativaram um curioso mecanismo de desintegração social, uma combinação de cobiça, mediocridade e ignorância. Tudo isso reproduzido desde um núcleo compacto de concentração de poder".
A história analisa, além disso, a má gestão econômica de diversos Governos argentinos, como os burocratas da última ditadura militar que em 1983 deixaram como "herança" uma dívida externa de US$ 45 bilhões, seis vezes maior do que quando assumiram o poder em 1976.
Também retratam o Plano de Convertibilidade com paridade de "um por um" entre o peso e o dólar, lançado em 1990 pelo Governo de Carlos Menem (1989-1999) e que teve um final abrupto em janeiro de 2002, como consequência da moratória do fim do ano anterior, quando a Argentina acumulava quatro anos consecutivos de recessão.
As histórias em quadrinhos mostram o "um por um" entre o peso e o dólar como uma "venenosa poção grega", própria do Olimpo, que "colapsou" a economia argentina e "disparou" as desigualdades sociais.
"Frente a tal catástrofe, só ocorria ao FMI aplicar planos de ajuste, enquanto os agentes financeiros voltavam à ofensiva para consolidar seu poder e seguir transferindo renda a seu favor", lamenta um dos protagonistas.
A UBA, a maior universidade do país, trabalha com os ministérios de Educação e de Economia para assegurar que estas histórias em quadrinhos didáticas cheguem a todas as escolas argentinas. EFE
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Tem muita coisa boa nos quadrinhos argentinos. Pena que apesar de ser um país vizinho, os quadrinhos de lá são praticamente desconhecidos aqui ("Gaturro" de Nik, e "Macanudo" do Liniers são exceções).
Achei a idéia dessa HQ excelente. Tinham que traduzir para português, e lançarem concomitantemente uma edição ambientada no Brasil.
A idéia do Museu da Dívida também é ótima. Deveríamos ter um assim por aqui.
zkrk- Farrista desafio aceito!
- Mensagens : 3093
Data de inscrição : 01/07/2010
Re: Quadrinhos argentinos para escolas mostram FMI como vilão e falam da dívida
E eles estão errados? uahuahaua para os argentinos eles realmente são vilões auha
_________________
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"Seu verdadeiro lar está dentro do seu coração e continua com você onde quer que você vá; mas um lugar legal e aconchegante é um motivo maravilhoso para voltar para casa!"
-J.R.R.Tolkien
Re: Quadrinhos argentinos para escolas mostram FMI como vilão e falam da dívida
Publicações infanto-juvenis não são muito adequadas para se ensinar política ou história.
São muito parciais.
São muito parciais.
alancosme32- Farrista das "Árvores Somos Nozes"
- Mensagens : 788
Data de inscrição : 09/06/2010
Re: Quadrinhos argentinos para escolas mostram FMI como vilão e falam da dívida
Achei legal, existe muito pouco material pro grande público sobre a ação dos assassinos econômicos.
Dúvido que as crianças que lerem isso entregarão a economia do seu país tão facilmente quando forem adultos.
Dúvido que as crianças que lerem isso entregarão a economia do seu país tão facilmente quando forem adultos.
Convidad- Convidado
Re: Quadrinhos argentinos para escolas mostram FMI como vilão e falam da dívida
alancosme32 escreveu:Publicações infanto-juvenis não são muito adequadas para se ensinar política ou história.
São muito parciais.
tão parciais quanto as centenas de publicações em que os americanos são os heróis destemidos e os árabes, russos, latinos e chineses os vilões?
No caso dos latinos e árabes, vilões e covardes, em geral.
Eu achei a idéia válida. Nada impede que se abra um debate usando essa HQ como ponto de partida, trazendo mais informações, dando mais voz para a posição do FMI, e inclusive explicando mais o que é essa instituição e qual a função que ela deveria ter.
zkrk- Farrista desafio aceito!
- Mensagens : 3093
Data de inscrição : 01/07/2010
Re: Quadrinhos argentinos para escolas mostram FMI como vilão e falam da dívida
É válido, afinal é difícil de discordar dos argies nesse ponto, o plano que o FMI quer implantar lá era duríssimo já na Europa
marcelo l.- Farrista "We are the Champions"
- Mensagens : 6877
Data de inscrição : 15/06/2010
Re: Quadrinhos argentinos para escolas mostram FMI como vilão e falam da dívida
Essa matéria me lembra aquela imagem de livros didáticos brasileiros, em que mostram o comunismo como o paraíso na Terra - com direito a máquinas fazendo o serviço das pessoas porque trabalhar é chato - e o capitalismo como uma espécie de escravidão modernizada.
Sendo que entre Cuba, China e Coréia do Norte, não vemos milhões e milhões de capitalista fugindo pra lá, vemos mais é o contrário.
Sendo que entre Cuba, China e Coréia do Norte, não vemos milhões e milhões de capitalista fugindo pra lá, vemos mais é o contrário.
Goris- Farrista Cheguei até aqui. Problem?
- Mensagens : 4591
Data de inscrição : 15/06/2010
Idade : 48
Localização : Volta Redonda / RJ
Re: Quadrinhos argentinos para escolas mostram FMI como vilão e falam da dívida
Realmente.... o pais é para banqueiros e multinacionais... o povo só atrapalha torrando dinheiro com saúde, educação, meio ambiente, segurança e outras inutilidades.
O FMI está apenas colocando a verdade... lá, aqui e nos outros os países... não são para pobres mas para bancos, industrias (se forem multinacionais) e bilionários e é assim que deve ser estruturado.
O FMI está apenas colocando a verdade... lá, aqui e nos outros os países... não são para pobres mas para bancos, industrias (se forem multinacionais) e bilionários e é assim que deve ser estruturado.
Victor Pax- Farrista já viciei...
- Mensagens : 4157
Data de inscrição : 05/07/2010
Re: Quadrinhos argentinos para escolas mostram FMI como vilão e falam da dívida
Cara, que povo tá torrando dinheiro com saúde, educação e cia?
O povo paga impostos pro governo fingir que dá saúde, educação e cia e tá muito feliz nessa, onde seus filhos vão pra escola e, mesmo sem saber escrever o próprio nome, ganha diploma e recebe merenda.
O fato é que tem muito dinheiro no país e a gente torra tudo em besteira. E na hora de pagar a conta, reclama do FMI.
Assim até eu coloco o banco pro qual eu devo como vilão. Meu XOne, minha TV nova ou meu futuro carro, sem eu pagar as contas primeiro não me ajudaram a me afundar, a culpa é do banco...
Esquerdismo em sua essência.
O povo paga impostos pro governo fingir que dá saúde, educação e cia e tá muito feliz nessa, onde seus filhos vão pra escola e, mesmo sem saber escrever o próprio nome, ganha diploma e recebe merenda.
O fato é que tem muito dinheiro no país e a gente torra tudo em besteira. E na hora de pagar a conta, reclama do FMI.
Assim até eu coloco o banco pro qual eu devo como vilão. Meu XOne, minha TV nova ou meu futuro carro, sem eu pagar as contas primeiro não me ajudaram a me afundar, a culpa é do banco...
Esquerdismo em sua essência.
Goris- Farrista Cheguei até aqui. Problem?
- Mensagens : 4591
Data de inscrição : 15/06/2010
Idade : 48
Localização : Volta Redonda / RJ
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