Epidemia - 1987

Epidemia (Epidemic)
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Informações do Filme
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Nome do Filme: Epidemia (Epidemic)
País: Dinamarca
Ano de Produção: 1987
Direção: Lars von Trier
Roteiro: Lars von Trier e Niels Vørsel
Gênero: Drama/Suspense
Produção: Jacob Eriksen
Fotografia: Henning Bendtsen
Sinopse: Sob pressão para cumprir um prazo, um escritor e um diretor (o próprio Von Trier e o seu co-argumentista) descobrem que não podem recuperar o roteiro em que trabalharam durante um ano inteiro, por isso, vêem-se forçados a começar um novo para apresentar dentro de cinco dias. O novo roteiro intitula-se Epidemia e vai progressivamente ganhando forma: num país infectado por uma epidemia terrível, a nação é governada por um grupo de médicos fechados numa casa, em segurança - até que um deles sai para combater a praga. Eles conseguem escrever o roteiro de doze páginas, mas, durante jantar de apresentação, um visitante inesperado ameaça acabar com a distância entre o filme sonhado e o mundo real.
Elenco:

Lars von Trier .. Lars Von Trier
Niels Vørsel .. Niels Vørsel
Udo Kier .. Udo Kier

Trailer:

Epidemia (Epidemic)

É incrível a irreverência de um diretor tão idealista quando o assunto é fazer filmes. Lars von Trier é extremamente reconhecido pelos amantes do cinema, por proporcionar experiências ímpares em cada filme que produz. O dinamarquês sempre defendeu a ideia de que cada diretor deve ter uma estilística diferente, explorando a sétima arte do modo mais cru possível. Os olhos do diretor sempre visionaram o cinema de um modo diferente, afinal: "um filme deve ser como uma pedra no seu sapato". É com essa premissa padrão de criar algo grandioso, que Lars explora os mais diversos gêneros proporcionando cada vez mais, o êxtase do espectador. E isso não se mostra diferente em "Epidemia".

O gênero terror é explorado de forma totalmente diferente pelo diretor, que opta por criar algo mais suave porém dramático. A metalinguagem criada no filme deve ser enaltecida pelo fato de dividir o espectador em dois mundos. Um mundo que corresponde ao engenhoso enredo, envolvendo dois roteiristas (Lars von Trier e Niels Vørsel) que acabam de finalizar um filme, porém a partir de um erro, acabam perdendo todo o trabalho e possuem apenas cinco dias para desenvolver um novo. E o outro mundo, o metalinguístico. O mesmo é desenvolvido a partir das diversas formas de pensar e construir um filme com base nas ações dos roteiristas. Algo totalmente fantástico, afinal acabamos aprendendo como pensar igual aos mestres. Porém o mais agradável do filme vem com o complemento do enredo. Uma correlação entre esses dois mundos, gera um longa extremamente envolvente, ao mesmo tempo que possui seus toques de terror. Resumindo, acabamos nos surpreendendo constantemente. Difícil não cair nessa teia sedutora. É com essa premissa tão ousada, que "Epidemia" vem carregado de metáforas, sintetizando os dois mundos em um só, como uma pasta de dente com duas cores.

O roteiro em si, é bom. Por mais que ele se perca um pouco durante seu desenvolvimento, não podemos atribuir um peso tão grande à esse problema, ademais isso é amenizado pelo desfecho angustiante e entorpecente, típico do diretor. Os diálogos são ótimos, os personagens coadjuvantes são bem explorados e de fato exercem peso inimaginável na estória, as atuações são irreverentes dando destaque, como anteriormente foi citado, para as perfomances do próprio Trier e do seu roteirista e por fim, porém não menos importante, um desfecho que deixa algo no ar mas que finaliza excentricamente o longa-metragem.

A fotografia em preto e branco é o estereótipo do diretor. Como consta no "Dogmas 95", movimento cinematográfico originado pelo próprio Lars von Trier juntamente com Thomas Vinterberg, o cinema deve ser feito sem toda aquela exploração comercial/industrial que ao longo dos anos vem tomando mais espaço na sétima arte. A fotografia é bela, ao mesmo tempo que suaviza o enredo contrastante. Ponto para o Lars. A mesma cria uma atmosfera incompatível com o que é apresentado, juntamente com a trilha sonora, fator que contraria uma das intenções do "Dogmas 95", porém que é utilizada com extrema parcimônia, contudo isso não deve ser considerado como um ponto fálido, ademais estamos tratando de uma nova interpretação para o que conhecemos por "terror".

Óbviamente não é o melhor filme do dinamarquês, porém não podemos descartá-lo da filmografia brilhante que o mesmo possui. "Epidemia" tem uma premissa extremamente envolvente e complexa, onde o espectador esta sujeito a ser surpreendido meio às misteriosas artimanhas envolvidas na estória, típicas do Lars. Um filme que dá uma nova visão ao terror, envolvendo boas doses de drama. É peculiar, é intrigante, é angustiante, é Lars von Trier.

Nota: 8

luccasf escreveu:Epidemia (Epidemic)

... e por fim, porém não menos importante, um desfecho que deixa algo no ar mas que finaliza excentricamente o longa-metragem.

luccas, na época que voce falou desse filme no farra eu baixei por influência sua, eu só conhecia dele dogville
eu gostei, é bem diferente mesmo, gostei muito daquela parte que ele mostra como elabora o roteiro riscando na parede, enfim, só achei confuso o final, por isso citei seu comentário sobre o desfecho, voce fala que finaliza excentricamente, provavelmente eu que não entendi, mas achei o tal visitante inesperado que fala na sinopse meio que saído do nada, diferente do final de dogville, que foi "O" final, né, hehehehe

acullen escreveu:

luccasf escreveu:Epidemia (Epidemic)

... e por fim, porém não menos importante, um desfecho que deixa algo no ar mas que finaliza excentricamente o longa-metragem.

luccas, na época que voce falou desse filme no farra eu baixei por influência sua, eu só conhecia dele dogville
eu gostei, é bem diferente mesmo, gostei muito daquela parte que ele mostra como elabora o roteiro riscando na parede, enfim, só achei confuso o final, por isso citei seu comentário sobre o desfecho, voce fala que finaliza excentricamente, provavelmente eu que não entendi, mas achei o tal visitante inesperado que fala na sinopse meio que saído do nada, diferente do final de dogville, que foi "O" final, né, hehehehe

Fico feliz por ter assistido, com base no meu comentário.
Então acullen, acho brilhante essa cena que você citou. Ao mesmo tempo que estamos envolvidos na trama, acabamos aprendendo um pouco sobre uma técnica que era muito utilizada. Uma das cenas mais interessantes. Então, sobre o desfecho, ele deixa bem no ar mesmo, principalmente pelo surgimento inesperado de algo que não havia sido cogitado no enredo, por isso é excêntrico. É esquisito, em outras palavras. É típico dele, mas esse desfecho é o grande divisor de águas deste filme, principalmente por essa sacada. Entenda dessa forma, o "visitante" é uma ligação entre os dois mundos e pelo dom que o mesmo possui, é possível mostrar a junção deles. Após ler o roteiro escrito pelos personagens, a médium consegue sentir a presença dos personagens que sofriam com a epidemia, que consequentemente, acontecia no mesmo momento que eles escreviam o roteiro. É bem confuso mesmo e não requer explicações, basta entender dessa forma, ou de qualquer outra que siga esse conceito. E falando na minha análise, entendeu a metáfora da pasta de dente?

sim, me lembro da cena no filme, eu entendi que a idéia era essa , de sintetizar mas sem "misturar", manter as duas coisas coexistindo mas mantendo suas características, como no tubo da pasta que saem juntas mas sem se "misturar", tem as duas cores
ah, sei lá, hehehehe

acullen escreveu:sim, me lembro da cena no filme, eu entendi que a idéia era essa , de sintetizar mas sem "misturar", manter as duas coisas coexistindo mas mantendo suas características, como no tubo da pasta que saem juntas mas sem se "misturar", tem as duas cores
ah, sei lá, hehehehe

Tinha que ser você, acullen, rs.
Exatamente. Você realmente entendeu a essência do filme, ao mesmo tempo, do que eu quis passar também. Ótima leitura, não tenho o que completar.

eehhh, alegrou minha noite, hehehe vou dormir mais feliz \o/

acullen escreveu:como no tubo da pasta que saem juntas mas sem se "misturar", tem as duas cores

Bela analogia. Simples e clara.

acullen escreveu:eehhh, alegrou minha noite, hehehe vou dormir mais feliz \o/

Só está faltando a presença do Cart e dos outros galanteadores que viviam fazendo elogios pra você, rs. Tempo bom do F.A.R.R.A.
Espero que o pessoal volte com o tempo. Ah, e pretendo escrever sobre aquele primeiro filme que você me recomendou, até domingo.

Eu vi e não posso dizer que amei + achei de certa forma intrigante a forma como as coisas são conduzidas até um desfexo que eu achei no minimo inesperado (ao menos eu não achei que acabaria dakela maneira.)

ashy_crow escreveu:Eu vi e não posso dizer que amei + achei de certa forma intrigante a forma como as coisas são conduzidas até um desfexo que eu achei no minimo inesperado (ao menos eu não achei que acabaria dakela maneira.)

Intrigante e inesperado são questões chaves desse filme.
Talvez, por isso, eu tenha gostado tanto. Grande Trier.

Eu jurando que era aquele filme com um macaco que traz um vírus par uma cidade e tal que também é muito bom, mas acho que este que lembrei é A Epidemia não é?

E este filme me deixou intrigado em procurar saber mais alguma coisa. Gostei do enredo dele.

@eroguro escreveu:Eu jurando que era aquele filme com um macaco que traz um vírus par uma cidade e tal que também é muito bom, mas acho que este que lembrei é A Epidemia não é?

E este filme me deixou intrigado em procurar saber mais alguma coisa. Gostei do enredo dele.

Cara, sempre confundem com o filme francês "Virus au Paradis".
Não sei se você vai encontrar para download. Caso não encontre, fala comigo.