Redes sociais fazem jovens viverem como em um zoológico
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Redes sociais fazem jovens viverem como em um zoológico
As redes sociais estão totalmente integradas à vida dos adolescentes: nesses sites eles interagem com seus amigos, conhecem pessoas novas, expõem suas fotos e também seus vídeos. O fato de muitas informações pessoais – publicadas pela própria pessoa ou por seus amigos — ficarem disponíveis na web, no entanto, pode fazer com que os jovens vivessem como se estivessem no zoológico. Ou em um circo. Quem define é o psiquiatra britânico Richard Graham, 48, especializado em crianças e adolescentes em entrevista ao UOL Tecnologia:
Como as redes sociais mudam a vida dos adolescentes?
Os jovens hoje crescem não apenas em um mundo social, mas em um mundo transparente, onde quase tudo é visto por todos. Se você cometer um erro, ele será publico. Se fizer algo bom, também será publico. É como viver em uma casa de vidro sem cortinas, sem portas, onde qualquer um pode entrar e vê-los. Da mesma forma, eles também podem ver todo mundo, o que acaba criando uma competição intensa e uma comparação intensa. Talvez por isso muitos deles criem identidades falsas: somente sendo outra pessoa, eles conseguem ser eles mesmos. Essa é uma forma de colocar cortina em suas casas de vidro.
A internet, então, é uma vitrine de gente?
É uma vitrine, uma constante competição em que todos querem estar no topo o tempo todo. E isso demanda muito de seus usuários.
A internet pode aumentar a ansiedade, pelo fato de o usuário querer checar e responder mensagens?
Sim. A informação publicada sobre você é como uma jaula. As pessoas vão dizer isso e aquilo, vão colocar fotos suas e então você estará preso. E tentará controlar isso da forma como pode, mudando seu status, os dados do seu perfil, mas é como brigar com o oceano, onde há muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo. Se pensarmos que, além dos amigos, as empresas também estão de olho nas informações publicadas online, me parece que os jovens hoje podem se sentir como vivendo em um zoológico. Ou em um circo. Todos passam, assistem ao que eles estão fazendo e solicitam algo deles. Isso sem contar aqueles que sofrem ciberbullying, quando às vezes recebem por dia centenas, milhares de mensagens. Isso faz a pessoa se sentir incapaz de controlar o que está sendo dito sobre ela. E quanto mais você confrontar o que é dito, mais poderoso será o efeito [da mensagem]. Minha preocupação com os jovens é que essa situação seja tão intensa que possa ser capaz de controlá-los. Mas essa situação também pode funcionar de outro jeito. Você pode ser o Justin Bieber e fazer muito sucesso na internet. Ou organizar via mensagens na internet manifestações como as que aconteceram no Egito, na Líbia, na Tunísia.
Hoje em dia, muitas pessoas ficam conectadas à internet de seus celulares mesmo quando estão com outras pessoas. Qual o impacto desse hábito?
Quando você anda pelas ruas, hoje, a sensação é de que 30, 40% das pessoas estão olhando para seus celulares. O que perdemos com isso é a satisfação de realizarmos coisas mais complicadas, difíceis ou desafiadoras, que certamente não são tão rápidas. Temos a impressão de que algo só vale a pena se acontecer rápido. Em toda situação vai existir alguns momentos que são entediantes, que não são tão importantes, que pode se sentir um pouco excluído. Hoje, nesses momentos, é como se tivéssemos um irmão gêmeo [virtual] e recorrêssemos a ele o tempo todo.
Mas esse “eu virtual” pode ser mesmo mais divertido, não?
Isso tem um preço. Ele pode fazer com que você perca coisas que seriam mais envolventes, mais gratificantes. Quando você vai a um show, hoje, as pessoas ficam segurando seus telefones e assistindo a tudo pela tela do telefone. O que você vê na tela pode mostrar o que acontece, mas é bidimensional, não é tão imersivo como se você usasse todo o seu corpo, seus sentidos. Você pode levar três dias para ler um livro, mas é uma experiência diferente de ver um vídeo de três minutos: no livro algo se constrói, há uma construção.
A oferta da internet está cada vez maior, inclusive nos celulares. Para onde caminhamos com tanta tecnologia disponível?
Ninguém vai impedir que a tecnologia se desenvolva, mas nós que trabalhamos com saúde precisamos entender como ela muda e como ela nos muda. Temos de nos manter atualizados com a tecnologia e trabalhar com a indústria para que eles também sejam socialmente responsáveis por ela. O Google, por exemplo, tem 50% ou mais de seu quadro de funcionários composto por engenheiros, não há psicólogos. Eles pensam no que funciona para o negócio, o que é bom para a economia, mas há problemas com os quais precisamos lidar. Precisamos desenvolver diretrizes para usar a internet e, fundamentalmente, aumentar a consciência de todos sobre o uso da internet. Para pais e profissionais como eu há muitas dúvidas sobre qual a coisa certa a fazer. Temos, juntos, de achar algumas respostas, senão deixaremos essa geração de crianças abandonadas nesse zoológico ou nesse no circo.
De: [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]
Como as redes sociais mudam a vida dos adolescentes?
Os jovens hoje crescem não apenas em um mundo social, mas em um mundo transparente, onde quase tudo é visto por todos. Se você cometer um erro, ele será publico. Se fizer algo bom, também será publico. É como viver em uma casa de vidro sem cortinas, sem portas, onde qualquer um pode entrar e vê-los. Da mesma forma, eles também podem ver todo mundo, o que acaba criando uma competição intensa e uma comparação intensa. Talvez por isso muitos deles criem identidades falsas: somente sendo outra pessoa, eles conseguem ser eles mesmos. Essa é uma forma de colocar cortina em suas casas de vidro.
A internet, então, é uma vitrine de gente?
É uma vitrine, uma constante competição em que todos querem estar no topo o tempo todo. E isso demanda muito de seus usuários.
A internet pode aumentar a ansiedade, pelo fato de o usuário querer checar e responder mensagens?
Sim. A informação publicada sobre você é como uma jaula. As pessoas vão dizer isso e aquilo, vão colocar fotos suas e então você estará preso. E tentará controlar isso da forma como pode, mudando seu status, os dados do seu perfil, mas é como brigar com o oceano, onde há muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo. Se pensarmos que, além dos amigos, as empresas também estão de olho nas informações publicadas online, me parece que os jovens hoje podem se sentir como vivendo em um zoológico. Ou em um circo. Todos passam, assistem ao que eles estão fazendo e solicitam algo deles. Isso sem contar aqueles que sofrem ciberbullying, quando às vezes recebem por dia centenas, milhares de mensagens. Isso faz a pessoa se sentir incapaz de controlar o que está sendo dito sobre ela. E quanto mais você confrontar o que é dito, mais poderoso será o efeito [da mensagem]. Minha preocupação com os jovens é que essa situação seja tão intensa que possa ser capaz de controlá-los. Mas essa situação também pode funcionar de outro jeito. Você pode ser o Justin Bieber e fazer muito sucesso na internet. Ou organizar via mensagens na internet manifestações como as que aconteceram no Egito, na Líbia, na Tunísia.
Hoje em dia, muitas pessoas ficam conectadas à internet de seus celulares mesmo quando estão com outras pessoas. Qual o impacto desse hábito?
Quando você anda pelas ruas, hoje, a sensação é de que 30, 40% das pessoas estão olhando para seus celulares. O que perdemos com isso é a satisfação de realizarmos coisas mais complicadas, difíceis ou desafiadoras, que certamente não são tão rápidas. Temos a impressão de que algo só vale a pena se acontecer rápido. Em toda situação vai existir alguns momentos que são entediantes, que não são tão importantes, que pode se sentir um pouco excluído. Hoje, nesses momentos, é como se tivéssemos um irmão gêmeo [virtual] e recorrêssemos a ele o tempo todo.
Mas esse “eu virtual” pode ser mesmo mais divertido, não?
Isso tem um preço. Ele pode fazer com que você perca coisas que seriam mais envolventes, mais gratificantes. Quando você vai a um show, hoje, as pessoas ficam segurando seus telefones e assistindo a tudo pela tela do telefone. O que você vê na tela pode mostrar o que acontece, mas é bidimensional, não é tão imersivo como se você usasse todo o seu corpo, seus sentidos. Você pode levar três dias para ler um livro, mas é uma experiência diferente de ver um vídeo de três minutos: no livro algo se constrói, há uma construção.
A oferta da internet está cada vez maior, inclusive nos celulares. Para onde caminhamos com tanta tecnologia disponível?
Ninguém vai impedir que a tecnologia se desenvolva, mas nós que trabalhamos com saúde precisamos entender como ela muda e como ela nos muda. Temos de nos manter atualizados com a tecnologia e trabalhar com a indústria para que eles também sejam socialmente responsáveis por ela. O Google, por exemplo, tem 50% ou mais de seu quadro de funcionários composto por engenheiros, não há psicólogos. Eles pensam no que funciona para o negócio, o que é bom para a economia, mas há problemas com os quais precisamos lidar. Precisamos desenvolver diretrizes para usar a internet e, fundamentalmente, aumentar a consciência de todos sobre o uso da internet. Para pais e profissionais como eu há muitas dúvidas sobre qual a coisa certa a fazer. Temos, juntos, de achar algumas respostas, senão deixaremos essa geração de crianças abandonadas nesse zoológico ou nesse no circo.
De: [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]
ediv_diVad- Farrista além das fronteiras da sanidade
- Mensagens : 20441
Data de inscrição : 10/06/2010
Re: Redes sociais fazem jovens viverem como em um zoológico
ahuahua sim,agora só faltou a parceira e eu receber comida gratis auhauhaua
como diria um cara "existem homens livres aprisionados e homens aprisionados livres"
como diria um cara "existem homens livres aprisionados e homens aprisionados livres"
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"Seu verdadeiro lar está dentro do seu coração e continua com você onde quer que você vá; mas um lugar legal e aconchegante é um motivo maravilhoso para voltar para casa!"
-J.R.R.Tolkien
Re: Redes sociais fazem jovens viverem como em um zoológico
Eu curtia novelas, uns 10 ou 15 anos atrás.
Um dia, vi que ver cada vez mais mau-caratismo sendo mostrado como normal e parei de assistir. Simples assim.
Se um jovem está mal por causa da internet, apaga seu perfil e vai pro mundo real, ou cria outro perfil. Simples.
Como o amigo do Questão que entrou na justiça contra o facebook por expor os dados pessoais dele - dados que ele colocou, mesmo sabendo que seriam vistos - acho que essa gente até encontra um problema real, mas o fazem tomar uma forma catastrófica.
E até entendo, quanto mais fácil ainformação chega a nós, mais difícil chamar a atenção. Mas será que esse zoológico já não existia antes (basta ver o lance de "o mais popular" nos filme sobre escolas nos EUA) e apenas foi transposto?
Eu, pessoalmente, acho que antes de ser zoado na vida real por um brutamontes prefiro ser trollado por um babaquinha na net.
Embora dependendo do contexto, ambos me deixem com raiva.
Um dia, vi que ver cada vez mais mau-caratismo sendo mostrado como normal e parei de assistir. Simples assim.
Se um jovem está mal por causa da internet, apaga seu perfil e vai pro mundo real, ou cria outro perfil. Simples.
Como o amigo do Questão que entrou na justiça contra o facebook por expor os dados pessoais dele - dados que ele colocou, mesmo sabendo que seriam vistos - acho que essa gente até encontra um problema real, mas o fazem tomar uma forma catastrófica.
E até entendo, quanto mais fácil ainformação chega a nós, mais difícil chamar a atenção. Mas será que esse zoológico já não existia antes (basta ver o lance de "o mais popular" nos filme sobre escolas nos EUA) e apenas foi transposto?
Eu, pessoalmente, acho que antes de ser zoado na vida real por um brutamontes prefiro ser trollado por um babaquinha na net.
Embora dependendo do contexto, ambos me deixem com raiva.
Goris- Farrista Cheguei até aqui. Problem?
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Data de inscrição : 15/06/2010
Idade : 48
Localização : Volta Redonda / RJ
Re: Redes sociais fazem jovens viverem como em um zoológico
E esse será nosso futuro...
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Mogur- Não tenho mais vida fora daqui
- Mensagens : 8799
Data de inscrição : 09/06/2010
Idade : 45
Re: Redes sociais fazem jovens viverem como em um zoológico
Que bizarro hein, isso aí é quase um Matrix de olhos abertosMogur escreveu:E esse será nosso futuro...
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Mas acho que a tendência é digitalizar tudo mesmo (tu já pensou num chip orgânico?) e as opções de escolha se reduzirem a poucas disfarçadas de muitas.
ediv_diVad- Farrista além das fronteiras da sanidade
- Mensagens : 20441
Data de inscrição : 10/06/2010
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