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Gabriel Bá comenta lançamentos de 2012 e a influência da internet nos HQs

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Mensagem por Questao Qua Jan 18, 2012 1:49 pm

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Para os aficionados por quadrinhos, o ano de 2011 foi um prato cheio. Com vários lançamentos no mercado editorial brasileiro, também foi um período de prêmios internacionais — os gêmeos Gabriel Bá e Fábio Moon, com a obra “Daytripper”, faturaram o prêmio Eisner Award, um dos mais importantes do mundo dos quadrinhos.


Em entrevista exclusiva, o quadrinista Gabriel Bá fala sobre o mercado de quadrinhos no Brasil e conta sobre as facilidades que a internet trouxe para quadrinistas que, segundo ele, trabalham cada vez mais de forma independente.

O ano de 2011 parece ter sido especial para os quadrinhos brasileiros — vocês, por exemplo, ganharam os prêmios Eisner Award e Harvey Award. O que os aficionados por quadrinhos podem esperar de 2012? E com relação ao trabalho de vocês?

Gabriel Bá: Creio que há dois projetos legais que devem ser lançados neste ano. O primeiro deles é o Graphic MSP, do Maurício de Sousa, que traz uma releitura das histórias da Turma da Mônica feitas por quadrinistas como Gustavo Duarte, Danilo Beyruth, Shiko, Vitor e Lu Cafaggi. O outro lançamento vem da parceria entre escritores e quadrinistas. Trata-se da série de HQs “Cachalote” — neste ano devem ser lançados pelo menos mais três volumes. Dos nossos trabalhos, devemos lançar “Casanova” em formato gibi. Também temos outra publicação que não é de quadrinhos — chama-se “Cidades Ilustradas”. Trata-se de um projeto que revela cidades brasileiras pelo traço de vários artistas. Eles levam os autores a cidades que eles não conhecem e, em seguida, os autores fazem um livro com suas impressões. A cidade que estamos trabalhando é São Luís, no Maranhão.

As mudanças que ocorrem no mundo real — linguagem da internet, comunicação rápida e instantânea — afetaram a forma de fazer quadrinhos?

Gabriel Bá: Na forma de fazer quadrinhos, não houve mudanças — eles continuam sendo rápidos e curtos. Talvez a internet seja o melhor veículo para propagação desse tipo de trabalho. Só não é melhor que o jornal, porque de certa forma ele já está estabelecido, todo mundo sabe que nesse tipo de publicação já há aquele espaço reservado para HQs que todos conhecem. Mas a internet permite que todos tenham acesso aos trabalhos e até mesmo aos autores. Aqueles que gostam de quadrinhos podem seguir, comentar e obter respostas dos quadrinistas, além de poder ver truques e dicas sobre como produzir quadrinhos.

Essa interatividade com os leitores já influenciou algum trabalho de vocês?

Gabriel Bá: Sempre pensamos sobre aquilo que os leitores falam e levamos em consideração as respostas e comentários. Mas como nós trabalhamos sempre juntos, temos que entrar em um acordo. De toda forma, não fazemos disso uma novela, que só quer ganhar mais ibope. Nossos projetos são sempre muito bem pensados, trabalhamos sempre em dupla e discutimos muito sobre eles. Levamos em média dois anos para realizá-los e, quando terminamos, é difícil ter algo que não tenha sido pensado. E nos envolvemos apenas em projetos nos quais acreditamos.

A partir do Daytripper, vocês ganharam notoriedade como contadores de histórias, e não só como desenhistas. Como foi isso?

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Gabriel Bá: Com o “Daytripper”, ganhamos destaque maior como contadores de histórias. Antes éramos só desenhistas. Nosso trabalho não é o mais comercial, e com o “Daytripper” mostramos que temos um estilo, uma história para contar. Acredito que o público e o mercado vão nos ver com outros olhos. De toda a forma, continuamos equilibrando esses dois tipos de trabalho.

Em 2011, ganhou corpo um projeto de lei que obriga editoras de quadrinhos a reservar no mínimo 20% para trabalhos nacionais. O que você acha dessa proposta?

Gabriel Bá: Não sei se vai ajudar muito. Há outra proposta de lei que fala em utilizar mais quadrinhos na escola e ensinar as técnicas para fazê-los. Acho que isso é interessante, pois ajuda a criar público, que também é muito importante. Esse projeto de lei que obriga a ter uma reserva de 20% de títulos nacionais talvez funcione para editoras grandes. As pequenas talvez não tenham como publicar mais títulos. Há também as editoras de mangás, que trabalham com obras estrangeiras e não conseguiriam trabalhar dessa maneira. Não acho que vá beneficiar os autores, uma vez que eles não irão receber mais dinheiro por isso. Não dá para ficar esperando as coisas caírem do céu. E, pelo que tenho visto, a maioria dos autores na área de quadrinhos também não. Muitos estão procurando mostrar seu trabalho de forma independente. Acredito que o mais importante é criar e formar um público de quadrinhos, utilizando a escola, por exemplo.

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Mensagem por n-rod Qua Jan 18, 2012 8:36 pm

super interessante a forma que o quadrinho nacional conseguiu uma sobrevida saindo do mercado mainstream e partindo pro independente.
embora ninguém aqui possa dizer que vive de quadrinhos, mas pelo menos pode fazê-lo como bem quer, sem se importar com editores, se o material é comercialmente viável....
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