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Mensagem por ediv_diVad Dom Out 07, 2012 7:22 pm

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QUANDO O CONSUMO CONSOME O CONSUMIDOR
Por Marcus Eduardo de Oliveira, 06.10.2012

Desde seu surgimento pelas mãos de John Keynes, a macroeconomia tem como objetivo central o crescimento econômico à espera dos sufocantes padrões de consumo. De forma equivocada, muitos ainda acreditam que a abundância material “produz” bem-estar e permite melhorar substancialmente a vida das pessoas, cabendo à atividade econômica ser a protagonista principal desse filme cujo enredo é conhecido: manda quem pode (as forças de mercado) e obedece quem tem juízo (o bolso dos consumidores).

No afã em se produzir a qualquer preço para o atendimento das propagadas necessidades humanas – cada vez mais ilimitadas – a política econômica faz o jogo do mercado e, assim, contribui para transformar artificialmente desejos em necessidades. Para isso, põe a roda da economia para girar com mais força visando o alcance de taxas mais elevadas em termos de produção de bens e serviços; afinal, apoiada por ampla propaganda televisiva, o consumo precisa acontecer para o regozijo da classe produtora.

Mas, como nem tudo que reluz é ouro, nesse meandro produção-consumo não há como refutar uma assertiva: para crescer economicamente (produzir mais) é necessário usar o meio ambiente (fatores naturais) e, em decorrência desse “uso” crescer significa, grosso modo, “destruir”.

Assim, essa premissa pode ser reescrita de outra forma: Consome-se, logo, destrói-se. Produz-se mais, logo, agride-se mais.

Pois bem. Numa sociedade centrada no uso e na força do dinheiro como mecanismo potencializador de qualquer consumo temos a premissa de que “o consumo consome o consumidor”, como diz profeticamente Frei Betto em “A Mosca Azul”.

Diante disso, uma crucial e instigadora pergunta se apresenta como pertinente: como produzir mais para satisfazer desejos e necessidades de consumo se há visivelmente limites e pré-condições impostas pela natureza que impossibilitam esse atendimento em escala crescente?

Como existe o desejo em prontamente atender as necessidades mercadológicas impostas pelo apelo consumista, que por sinal são cada vez mais vorazes, primeiramente, em respeito ao bom senso, deve-se ter em conta aquilo que Clóvis Cavalcanti, especialista em economia ambiental, chama a atenção com bastante veemência: “mais economia implica menos ambiente”.

Isto posto, se é verossímil o fato de que o consumo consome o consumidor, a macroeconomia do consumo consome a natureza e, por esse “consumismo” desenfreado de recursos naturais (limitados, finitos) por parte da atividade econômico-produtiva, em breve, sem exageros retóricos, não haverá mais natureza, não haverá mais economia, mais mercado, produtos, consumidor, vida.

Em nome do “crescimento econômico” a destruição ambiental tem se apresentado com mais veemência nos últimos tempos, ainda que muitos insistam em fechar os olhos para tal questão. O certo é que mais produção material – com a atual matriz energética largamente usada – hoje em dia se traduz como sinônimo de mais emissões de gases de efeito estufa. É imprescindível conter o total dessas emissões, caso contrário, elevando-se a temperatura média do planeta teremos mais enchentes, derretimento de geleiras, mais secas.

Na esteira dessa análise, a economia tradicional beira a cegueira e incorre no crasso e estúpido erro ao confundir e não diferenciar crescimento (quantitativo) de desenvolvimento (qualitativo). De um lado, têm-se a receita tradicional da macroeconomia keynesiana: buscar o crescimento econômico para atenuar os desequilíbrios em relação à taxa de emprego e renda. Do outro, têm-se a questão ecológica que ressalta a não existência de recursos naturais em quantidades disponíveis para a ocorrência desse tal crescimento. O que não se coloca claramente é que crescimento econômico, como diz Ricardo Abramovay em “Muito Além da Economia Verde”, não é uma fórmula universal para se chegar ao bem-estar. Não se nega a importância do crescimento da economia; o que não se pode é fazer dele uma “finalidade”, pois o mesmo é apenas um “meio” para que a vida econômica prospere.

Desse embate teórico, algo tem de ficar bem esclarecido: uma maior produção econômica irá derrubar mais florestas, irá agredir o solo, usar mais água, o ar, a energia, teremos mais aumentos de emissões globais de gases de efeito estufa e teremos, sim, a vida colocada em risco pelo desequilíbrio climático decorrente disso tudo. Continuando com a falta de lucidez por parte da economia tradicional, a insistência em crescer economicamente além dos limites significa ainda aumentar o intercâmbio global de produtos, base essa do atual e avassalador modelo de globalização que recomenda, na ponta final, que a “receita para o sucesso” é ter sempre a geladeira repleta de produtos, de preferência importados. Ora, é simplesmente insano fazer com que um ketchup, por exemplo, vindo dos Estados Unidos “viaje”, às vezes, mais de 10 mil quilômetros para chegar ao mercado brasileiro quando poderia ser produzido domesticamente e “viajar” menos de 1.000 km para chegar às mesas dos brasileiros.

No entanto, para esse modelo de globalização que corre às soltas atestando que o produto importado é a característica mais visível da modernidade, pouca relevância tem o gasto energético intenso envolvido nessa “viagem” de fora para cá do ketchup. Pouco importa se isso é altamente agressivo sobre o meio ambiente e potencialmente gerador de CO2.

Nessa mesma linha de raciocínio, vejamos outro exemplo de como o consumo consome o consumidor e junto a isso a economia consome a natureza pondo a estabilidade climática à beira do precipício: a fruta nectarina produzida em Badajoz, na Espanha, “viaja” quase 400 quilômetros de caminhão queimando combustível até chegar a Portugal, no Porto de Lisboa. De lá vem ao Brasil, chegando ao Porto de Santos vinte dias depois. Alguém consegue imaginar o quanto foi gasto em termos energéticos nesse processo? Isso é inadmissível numa sociedade que já consome em energia e recursos o equivalente a um planeta e 1/3.

Ora, acatar esse modelo de consumo desenfreado (que não passa de um parâmetro falso de bem-estar) “patrocinado” pela macroeconomia da destruição da base natural e “propagandeado” por uma estrutura midiática que movimenta bilhões de dólares e se legitima por gordos lucros é continuar jogando terra sobre a capacidade de se obter desenvolvimento sustentável, pois isso está longe de melhorar a qualidade de vida das pessoas. Ao contrário: isso apenas reforça a ideia mercadológica (e sabemos que os mercados nunca promoveram bem-estar) e potencializa o triste fato do consumo consumir o consumidor possibilitando a chegada mais rápida da era do caos em termos de qualidade de vida relacionada aos serviços ecossistêmicos.

(*) Marcus Eduardo de Oliveira é economista e professor de economia da FAC-FITO e do UNIFIEO, em São Paulo. Mestre pela USP com passagem pela Universidade de Havana (Cuba)
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Mensagem por ediv_diVad Dom Out 07, 2012 7:26 pm

Estado do Mundo 2010 - Ascensão e queda das culturas de consumo


O relatório do Estado do Mundo 2010 - Transformando Culturas - Do Consumismo à Sustentabilidade, produzido pelo World Watch Institute, foi traduzido para português (do Brasil) pelo Instituto Akatu e está disponível para download aqui.

Os parágrafos que transcrevo a seguir são extractos do capítulo "Ascensão e Queda das Culturas de Consumo", por Erik Assadourian.

O consumo teve um crescimento tremendo nos últimos cinquenta anos, registrando um aumento de 28% em relação aos US$ 23,9 trilhões gastos em 1996 e seis vezes mais do que os US$ 4,9 trilhões gastos em 1960 (em dólares de 2008). Parte desse aumento é resultante do crescimento populacional, mas o número de seres humanos cresceu apenas a uma razão de 2,2 entre 1960 e 2006. Sendo assim, os gastos com consumo por pessoa praticamente triplicaram.

Como o consumo aumentou, mais combustíveis, minerais e metais foram extraídos da terra, mais árvores foram derrubadas e mais terra foi arada para o cultivo de alimentos (muitas vezes para alimentar gado, visto que pessoas com patamares de renda mais elevada começaram a comer mais carne). Entre 1950 e 2005, por exemplo, a produção de metais cresceu seis vezes, a de petróleo, oito, e o consumo de gás natural, 14 vezes. No total, 60 bilhões de toneladas de recursos são hoje extraídas anualmente – cerca de 50% a mais do que há apenas 30 anos. Hoje, o europeu médio usa 43 quilos de recursos diariamente, e o americano médio, 88 quilos. No final das contas, o mundo extrai o equivalente a 112 edifícios Empire State da Terra a cada dia.

A exploração desses recursos para a manutenção de níveis de consumo cada vez mais altos vem exercendo pressão crescente sobre os sistemas da Terra, e esse processo vem destruindo com grande impacto os sistemas ecológicos dos quais a humanidade e incontáveis outras espécies dependem.

E a mudança climática é apenas um dos muitos sintomas de níveis excessivos de consumo. A poluição do ar, a destruição média de 7 milhões de hectares de floresta por ano, a erosão do solo, a produção anual de mais de 100 milhões de toneladas de dejetos perigosos, práticas trabalhistas abusivas movidas pelo desejo de produzir bens de consumo em maior quantidade e a preço mais baixo, obesidade, estresse crescente – a lista poderia continuar indefinidamente. Todos esses problemas são quase sempre tratados em separado, ainda que muitas de suas raízes remontem aos atuais padrões de consumo.
Além de serem acima de tudo excessivos, os níveis de consumo moderno são altamente enviesados, e, entre os ricos, assumem responsabilidade desproporcional pelos males ambientais de nossos dias.
...
O consumismo está hoje infiltrado de modo tão absoluto nas culturas humanas que, por vezes, fica até difícil reconhecê-lo como uma construção cultural. Ele dá a impressão de ser simplesmente natural. Mas, de fato, os elementos culturais – linguagem e símbolos, normas e tradições, valores e instituições – foram profundamente transformados pelo consumismo em sociedades do mundo todo. De fato, “consumidor” hoje em dia é com frequência usado como sinônimo de pessoa nos 10 idiomas mais usados no mundo, e seria plausível pensar em um número bem maior.

O consumismo também está afetando os valores das pessoas. A crença de que mais riqueza e mais posses materiais são essenciais para se chegar a uma vida boa aumentou de modo surpreendente em muitos países nas últimas décadas. Uma pesquisa anual com alunos de primeiro ano de faculdades nos Estados Unidos investigou durante mais de 35 anos as prioridades de vida dos alunos. No transcorrer desse tempo, a importância atribuída a ter boa situação financeira aumentou, enquanto a importância atribuída à construção de uma filosofia de vida plena de sentido diminui.
...
Talvez a crítica mais forte às escolas seja o fato de que elas representam um enorme desperdício de oportunidade para combater o consumismo e educar alunos em relação a seus efeitos sobre as pessoas e o meio ambiente. Poucas escolas ensinam educomunicação para ajudar os alunos a interpretar o marketing; poucas ensinam ou servem de modelo de alimentação adequada, inclusive ao propiciarem acesso a produtos de consumo não saudáveis ou não sustentáveis; e poucas ensinam uma compreensão básica das ciências ecológicas, em especial, que a espécie humana não é distinta e que, para sobreviver, é tão dependente de um sistema terrestre que funcione quanto qualquer outra espécie. A falta de integração desse conhecimento básico ao currículo escolar, aliada à repetida exposição a bens de consumo e publicidade, além de um lazer voltado em grande parte à televisão, ajuda a reforçar a ideia fantasiosa de que os seres humanos estão separados da Terra e a ilusão de que o aumento perpétuo de consumo é ecologicamente possível e mesmo vantajoso.
...
Um grande número de movimentos sociais está começando a se formar para, direta ou indiretamente, tratar de questões de sustentabilidade. Centenas de milhares de organizações estão trabalhando, não raro por conta própria e sem se conhecerem, muitos aspectos essenciais referentes à criação de culturas sustentáveis – como justiça social e ambiental, responsabilidade corporativa, recuperação de ecossistemas e reformagovernamental. “Esse movimento anônimo é o mais diversificado que o mundo já testemunhou”, explica o ambientalista Paul Hawken. “Creio que a própria palavra movimento seja muito limitada para descrevê-lo”. Juntos, eles têm o poder de redirecionar o ímpeto consumista e oferecer uma visão de um futuro sustentável que interessa a todos. As iniciativas para que se estimule trabalhar menos e viver de modo mais simples, o movimento Slow Food, Cidades em Transição e ecovilas estão inspirando as pessoas e conferindo-lhes poder de participação para que redirecionem as próprias vidas e amplos setores da sociedade rumo à sustentabilidade.
...
Talvez em um ou dois séculos, ações abrangentes para liderar uma nova orientação cultural não sejam mais necessárias, quando as pessoas tiverem internalizado muitas dessas novas ideias, enxergando a sustentabilidade – e não o consumismo – como “natural”. Até então, redes de pioneiros culturais serão necessárias para impelir as pessoas proativa e intencionalmente a acelerar essa mudança. A antropóloga Margaret Mead é muitas vezes citada por dizer: “Jamais duvide que um pequeno grupo de cidadãos comprometidos e sensatos consegue mudar o mundo. De fato, é a única atitude que sempre o mudou”.

Com a interconexão de tantos cidadãos mobilizados, organizados e comprometidos em difundir um modo de vida sustentável, um novo paradigma cultural pode surgir, permitindo à humanidade viver vidas melhores e mais longas no futuro."

De (matéria com ótimos links):
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Última edição por ediv_diVad em Dom Out 07, 2012 7:33 pm, editado 3 vez(es)

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Mensagem por ediv_diVad Dom Out 07, 2012 7:28 pm

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Mensagem por ediv_diVad Sex Out 19, 2012 2:24 pm

A insustentabilidade do consumo

Por Marcos Costa
Consumo e Sustentabilidade


Vivemos um mundo que se urbaniza de forma acelerada. Uma pessoa que mora em uma cidade possui um padrão de consumo muito superior ao habitante de áreas rurais. A própria construção destas cidades exigiu o consumo de gigantescas quantidades de recursos naturais e financeiros, que alteraram a precificação de todas as commodities em todo o mundo.

Em 2011 quando do lançamento do Ipad II, foram vendidos cerca de 1 milhão de aparelhos apenas no final do primeiro final de semana. 60% dos compradores do Ipad II eram proprietários do Ipad I. As diferenças entre o I e o II podiam ser resumidas ao novo processador, ligeiramente mais eficiente que o primeiro, e ao novo design da capa de proteção da tela.

Desde o início do século XX os produtos industriais passaram a ter sua vida útil diminuída através de um procedimento conhecido como obsolescência programada. O documentário Catalão, Comprar Tirar Comprar, demonstrou que uma impressora possuía um chip que estabelecia um limite de impressões, que ao ser atingido travava o funcionamento da máquina. Na assistência técnica foi sugerida a compra de uma nova impressora.

Também em 2011 a revista National Geographic publica reportagem sobre a cidade de Acra em Gana. Ali foram encontrados grandes carregamentos de lixo eletrônico provenientes da Alemanha e da Inglaterra. Nas periferias da capital Ganesa este lixo era queimado em fogueiras que produziam uma grossa fumaça tóxica, cujo resultado final era a transformação de todo o metal contido nos dejetos eletrônicos em sucata a ser vendida. A maioria das pessoas que trabalha nestas fogueiras é composta por crianças, que por sua vez são parte dos 870 milhões de subnutridos de vagueiam pelo planeta segundo dados da ONU.

Todos estes fatos se relacionam com o Consumo. Atualmente vivemos um paradoxo, em que uma parte da população do planeta vive um cotidiano de hiper consumo, enquanto outra parte não atingiu os índices mínimos de subsistência. Simultaneamente começamos a nos perguntar a respeito dos limites naturais de nosso planeta. A palavra sustentabilidade foi definitivamente incorporada em nosso vocabulário. Tenho dúvidas se foi incorporada às nossas ações.

São bastante controversos os estudos a respeito dos limites ambientais do planeta. As reservas minerais possuem um horizonte de exploração que variam, de acordo com as diversas metodologias de pesquisa, entre 100 e 300 anos de exploração. De outro lado, a respeito das Mudanças no Clima, as controvérsias são cada vez menores. Conversando com ribeirinhos do Rio Juma, no Amazonas, aprendi que nos últimos dez anos não foi possível prever o humor do clima da região. Chuvas e estiagens prolongadas, friagens fora de época, podem ser um sintoma de que, de fato, o clima muda no mundo.

Assim podemos dizer que são justificadas as preocupações com a sustentabilidade.

Contudo somente alcançaremos um equilíbrio entre as ações humanas e a natureza rediscutindo nossos padrões de consumo. Não existe uma solução definitiva a esta questão, mas precisamos refletir sobre nossas alternativas, sem apelar a propostas de cunho nostálgico. Podemos pensar em equipamentos eletrônicos com partes intercambiáveis, em especial seus processadores, o que permitiria uma atualização tecnológica adequada, e ao mesmo tempo um aumento da sua longevidade. Podemos eliminar os processos de obsolescência programada, e optar pela construção de objetos duráveis e adaptáveis. Viver em cidades, em especial nas mais compactas e densas, com fartura de espaços e transportes públicos, também seria uma atitude a ajudar na equalização da relação do homem com a natureza.

É perfeitamente possível à humanidade buscar novos paradigmas de consumo. Vejo, contudo, dois grandes problemas:

1 - Alterar os padrões de consumo implica em gigantesco impacto no sistema econômico global.
2 - O desejo da maior parte da população de consumir novidades. Como ficar com produtos por mais tempo se precisamos do brilho reflexivo do novo?

Será que estamos dispostos a mudar nossos hábitos em busca de equilíbrio ambiental? Quais ações são efetivamente sustentáveis? Quem deseja ser sustentável?

De: [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]

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Mensagem por ediv_diVad Sáb Set 14, 2013 10:31 pm

Agora no tópico correto:

Artigo muito bom, mas cuidado, é "de esquerda", isso quer dizer que se você for "de direita", não deve aceitá-lo em hipótese alguma (e vice-versa):

Neoliberalismo e consumo alienado. O impacto cultural.
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