Órgão acredita que final de “Avenida Brasil” pode causar apagão no País
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ediv_diVad
Goris
Mononoke Hime
marcelo l.
L.Anne
alancosme32
Brainiac
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Órgão acredita que final de “Avenida Brasil” pode causar apagão no País
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) - um órgão ligado ao Sistema Interligado Nacional (SIN) sob fiscalização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) - acredita que o final de "Avenida Brasil" pode ocasionar um apagão no Brasil.
De acordo com o site "G1", os especialistas estão preocupados com um efeito conhecido como "rampa de carga". "Quando a novela termina, as pessoas retomam as atividades: abrem a geladeira, vão tomar banho, acendem a luz", disse ao site Flavia Oliveira, comentarista de economia.
Até hoje, o recorde de uso de energia em um capítulo final de novela da Rede Globo foi com "Passione", que aumentou em 5% o total da carga para o horário. A questão é que "Avenida Brasil" já ultrapassou essa marca quando aconteceu o ponto de virada e Nina começou a vingança contra Carminha.
Segundo a ONS, se os operadores e distribuidores de energia elétrica não aumentarem a capacidade das linhas de transmissão, é possível que o País fique no escuro depois do folhetim de João Emanuel Carneiro, que chega ao final na sexta-feira (19) com um capítulo de 70 minutos.
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De acordo com o site "G1", os especialistas estão preocupados com um efeito conhecido como "rampa de carga". "Quando a novela termina, as pessoas retomam as atividades: abrem a geladeira, vão tomar banho, acendem a luz", disse ao site Flavia Oliveira, comentarista de economia.
Até hoje, o recorde de uso de energia em um capítulo final de novela da Rede Globo foi com "Passione", que aumentou em 5% o total da carga para o horário. A questão é que "Avenida Brasil" já ultrapassou essa marca quando aconteceu o ponto de virada e Nina começou a vingança contra Carminha.
Segundo a ONS, se os operadores e distribuidores de energia elétrica não aumentarem a capacidade das linhas de transmissão, é possível que o País fique no escuro depois do folhetim de João Emanuel Carneiro, que chega ao final na sexta-feira (19) com um capítulo de 70 minutos.
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Brainiac- Farrista ninguém me alcança
- Mensagens : 15575
Data de inscrição : 29/11/2010
Idade : 35
Localização : Planeta Colu
Re: Órgão acredita que final de “Avenida Brasil” pode causar apagão no País
Não sou noveleiro, mas devo confessar que estou interessado em ver como a trama termina. Acho que estou sendo mal influenciado pelo pessoal aqui de casa.
alancosme32- Farrista das "Árvores Somos Nozes"
- Mensagens : 788
Data de inscrição : 09/06/2010
Re: Órgão acredita que final de “Avenida Brasil” pode causar apagão no País
Vou ajudar e não assistir
Convidado- Convidado
L.Anne- Farrista já viciei...
- Mensagens : 4404
Data de inscrição : 11/06/2010
Idade : 39
Localização : Mares do Sul
marcelo l.- Farrista "We are the Champions"
- Mensagens : 6877
Data de inscrição : 15/06/2010
Mononoke Hime- Farrista "We are the Champions"
- Mensagens : 7009
Data de inscrição : 09/06/2010
Idade : 46
Localização : Floresta do Shishi-Gami
Re: Órgão acredita que final de “Avenida Brasil” pode causar apagão no País
Podem contar 5 entao.
Nem a galera do serviço, nem a massiva exposição dos nomes Nina e Carminha em todas as bancas de revistas e facebook me interessaram em mais esta trama familiar brasileira.
Nem a galera do serviço, nem a massiva exposição dos nomes Nina e Carminha em todas as bancas de revistas e facebook me interessaram em mais esta trama familiar brasileira.
Goris- Farrista Cheguei até aqui. Problem?
- Mensagens : 4591
Data de inscrição : 15/06/2010
Idade : 49
Localização : Volta Redonda / RJ
Re: Órgão acredita que final de “Avenida Brasil” pode causar apagão no País
Isso é propaganda para enganar os TROUXAS. Conheço muita gente que assiste essa merda, mas também conheço muita gente que não assiste!
Mononoke Hime- Farrista "We are the Champions"
- Mensagens : 7009
Data de inscrição : 09/06/2010
Idade : 46
Localização : Floresta do Shishi-Gami
Re: Órgão acredita que final de “Avenida Brasil” pode causar apagão no País
6.
Por mim a televisão de todo mundo que tiver ligada nesse lixo pode explodir.
Emoções por emoções...
Por mim a televisão de todo mundo que tiver ligada nesse lixo pode explodir.
Emoções por emoções...
ediv_diVad- Farrista além das fronteiras da sanidade
- Mensagens : 20441
Data de inscrição : 10/06/2010
Re: Órgão acredita que final de “Avenida Brasil” pode causar apagão no País
7.
Não entendo o motivo desse apagão. A novela "O Clone" (outro lixo global) teve o dobro de audiência e share, e mesmo assim nem se cogitou essa hipótese (e foi naquela época do apagão de verdade do governo FHC). Pra mim, puro marketing. Notícia criada pela Globo. (mais uma).
Não entendo o motivo desse apagão. A novela "O Clone" (outro lixo global) teve o dobro de audiência e share, e mesmo assim nem se cogitou essa hipótese (e foi naquela época do apagão de verdade do governo FHC). Pra mim, puro marketing. Notícia criada pela Globo. (mais uma).
Chusma- Farrista Cheguei até aqui. Problem?
- Mensagens : 4701
Data de inscrição : 25/07/2010
Re: Órgão acredita que final de “Avenida Brasil” pode causar apagão no País
O BRASIL TODO ESTÁ ASSISTINDO:
Moradora de rua compra televisão para acompanhar o desfecho de Avenida Brasil
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Isabel precisa administrar uma sinfonia de ruídos até conseguir se concentrar na TV usada, comprada a prestação. Passa pouco das 21h, e o movimento ainda é intenso no bairro Rio Branco, em Porto Alegre — transitam carros, ônibus e um ou outro tipo pedindo fogo e trocados.
O cachorro Marcos Valério insiste em furungar um brinquedo de borracha, que solta um guincho a cada dentada. Nem a reduzida plateia — duas pessoas, mais a cadela Sandra — parece encontrar sossego, e uma pisada em falso desconecta o cabo da tomada.
— Que que houve? — inquieta-se a mulher de 56 anos. — Ai, não consigo prestar atenção!
Seria só mais uma cena doméstica, a família se acomodando para encerrar o dia, atenta aos capítulos finais da trama de João Emanuel Carneiro que eletriza a audiência das nove da Globo e chega ao final hoje, dando nome ao assassino do gigolô Maxwell (Marcello Novaes) e um destino a Carminha (Adriana Esteves), malvada desbocada e maltratada pela vida.
Não fosse uma ausência decisiva: Isabel Cristina Mello Bittencourt mora na rua, chama de teto o Viaduto Tiradentes (trecho entre as ruas Mariante e Silva Só sobre a Avenida Protásio Alves) e tem um televisor de 14 polegadas graças a um crediário informal acertado com o dono de um brique da vizinhança. Avenida Brasil, construída a partir do desejo de vingança de Nina (Débora Falabella), jogada no lixo pela madrasta Carminha, é a melhor novela a que Isabel já assistiu.
— Eu não consigo ter raiva da Carminha. E adoro o “véio” Nilo. Ele tá gambá, nojento, parece aqueles que vêm me incomodar de noite — conta Isabel, emendando uma gargalhada.
Conectada aos fios de um poste de luz, no capim alto da Praça Moranense, do outro lado da rua, a TV colocada em uma cadeira de vime tem boa imagem. A antena, igualmente de segunda mão, custou R$ 20, também parcelados. Isabel voltava à loja e entregava R$ 10, noutro dia R$ 5, conforme o rendimento das andanças com o carrinho de supermercado com que recolhe latas de alumínio, garrafas plásticas e papelão — trabalho que, ela frisa, assemelha-se ao de Nilo, o repugnante explorador de criancinhas interpretado por José de Abreu no lixão cenográfico da Globo.
A realidade imita a ficção
Outros andarilhos vêm e vão, ocupando os assentos vagos. Numa curiosa sincronia, é como se imitassem a ficção na esfera real. Um dos amigos de Isabel toma cachaça no bico da garrafa, justificando que, quando não bebe, se sente mal.
Em seguida, o beberrão Nilo, um dos mais populares do elenco, surge na tela. Logo, Santiago (Juca de Oliveira), pai de Carminha, que apareceu como velhinho bondoso e nos últimos dias se agigantou como vilão e receptador de joias roubadas, está discutindo com a filha.
— Olhaí — fala outro colega de rua de Isabel, que chega com duas mochilas, mostrando um relógio ainda na embalagem. — É de ouro.
— Meu Deus, eu tô vendo a novela! — corta ela, sem se mover.
Quando perde algum capítulo, Isabel compra um jornal na manhã seguinte. Cursou apenas a 1ª série do Ensino Fundamental, tem dúvidas sobre a grafia correta dos seus dois sobrenomes, mas sabe o suficiente para ler o horóscopo de Peixes, a seção de celebridades e as páginas policiais, em busca de notícias sobre um de seus oito filhos, de 29 anos, viciado em crack e jurado de morte.
Com cálculos imprecisos, a catadora explica que perambula pela rua há 15 ou 20 anos. Tem seis netos e mãe ainda viva, e parte da numerosa família se vira como pode na Cavalhada — “muita gente e muito cachorro” em uma casa que “parece uma caixa de fósforos”.
Decidiu ficar onde está. É conhecida nas redondezas e ajudada por amigos. Dispõe-se a responder qualquer dúvida da reportagem, mas não gosta de detalhar por que virou indigente. Prefere comentar o emaranhado narrativo da trama das nove.
— De onde o “véio” Nilo arrumou aquele dinheiro? Tá comendo picadinho com azeitona! Tá bebendo, só no martelinho — surpreende-se, sempre rindo.
Antipatia por Nina
Antes de se tornar proprietária de uma televisão, Isabel acomodava-se nas salas de espera dos hospitais de Clínicas e de Pronto Socorro ou em alguma loja que ainda mantivesse as portas abertas na hora de Avenida Brasil e não se ofendesse com a sua presença.
Até que um dos companheiros de viaduto apareceu com um aparelho, sabe-se lá de onde. Por um breve período, ela experimentou o conforto de assistir aos programas preferidos deitada na própria cama. E então surgiram dívidas urgentes, a TV foi vendida, e Isabel decidiu arranjar outra.
A catadora domina os detalhes da história que começou com a infância sofrida de Nina no lixão e saltou para a fase adulta da protagonista, infiltrada como cozinheira na mansão da madrasta, disposta a flagrar os seus malfeitos e salvar uma família de bem, enganada, da megera dissimulada.
– Não simpatizei com a Nina. Ela complicou a vida de uma família. E já ouvi dizer que, na vida real, ela é mulher do Tufão. Que pilantra, hein? – critica Isabel, comentando suas impressões a cada intervalo do capítulo exibido na segunda-feira. – Gosto do Leleco (Marcos Caruso), do jeitão de malandro, que abre a "frigider" (a marca de refrigerador Frigidaire) e pega uma cerveja. Leleco tá um gatão!
Como seria o desfecho?
Num palpite, Isabel rascunha o final ideal. Nina e Jorginho (Cauã Reymond), par sofrido e sempre apartado por dramas e intrigas, não ficaria junto. Tufão (Murilo Benício), que por 12 anos amargou o peso da deslealdade de Carminha, reencontraria o amor com a atual nora.
– A Carminha no lixão, o Jorginho viajando sei lá eu pra onde, rumo a uma nova vida, e o Tufão com a Nina – sugere. – Só acho o Tufão meio borocoxô. Corno assumido! – continua, rindo.
Isabel afirma não ser feliz. Tem um sono sobressaltado, temendo ser agredida com pedras, garrafas e ovos. Mantém um pedaço de pau sempre ao lado da cama. Ainda assim, faz planos.
– Agora vou fazer uma correria porque quero um rádio. Quero comprar umas fitas e uns CDs de pagode _ projeta, antecipando uma dificuldade. – O problema é que a tomada ali do poste é 220. Vai ser difícil de achar.
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Moradora de rua compra televisão para acompanhar o desfecho de Avenida Brasil
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Isabel precisa administrar uma sinfonia de ruídos até conseguir se concentrar na TV usada, comprada a prestação. Passa pouco das 21h, e o movimento ainda é intenso no bairro Rio Branco, em Porto Alegre — transitam carros, ônibus e um ou outro tipo pedindo fogo e trocados.
O cachorro Marcos Valério insiste em furungar um brinquedo de borracha, que solta um guincho a cada dentada. Nem a reduzida plateia — duas pessoas, mais a cadela Sandra — parece encontrar sossego, e uma pisada em falso desconecta o cabo da tomada.
— Que que houve? — inquieta-se a mulher de 56 anos. — Ai, não consigo prestar atenção!
Seria só mais uma cena doméstica, a família se acomodando para encerrar o dia, atenta aos capítulos finais da trama de João Emanuel Carneiro que eletriza a audiência das nove da Globo e chega ao final hoje, dando nome ao assassino do gigolô Maxwell (Marcello Novaes) e um destino a Carminha (Adriana Esteves), malvada desbocada e maltratada pela vida.
Não fosse uma ausência decisiva: Isabel Cristina Mello Bittencourt mora na rua, chama de teto o Viaduto Tiradentes (trecho entre as ruas Mariante e Silva Só sobre a Avenida Protásio Alves) e tem um televisor de 14 polegadas graças a um crediário informal acertado com o dono de um brique da vizinhança. Avenida Brasil, construída a partir do desejo de vingança de Nina (Débora Falabella), jogada no lixo pela madrasta Carminha, é a melhor novela a que Isabel já assistiu.
— Eu não consigo ter raiva da Carminha. E adoro o “véio” Nilo. Ele tá gambá, nojento, parece aqueles que vêm me incomodar de noite — conta Isabel, emendando uma gargalhada.
Conectada aos fios de um poste de luz, no capim alto da Praça Moranense, do outro lado da rua, a TV colocada em uma cadeira de vime tem boa imagem. A antena, igualmente de segunda mão, custou R$ 20, também parcelados. Isabel voltava à loja e entregava R$ 10, noutro dia R$ 5, conforme o rendimento das andanças com o carrinho de supermercado com que recolhe latas de alumínio, garrafas plásticas e papelão — trabalho que, ela frisa, assemelha-se ao de Nilo, o repugnante explorador de criancinhas interpretado por José de Abreu no lixão cenográfico da Globo.
A realidade imita a ficção
Outros andarilhos vêm e vão, ocupando os assentos vagos. Numa curiosa sincronia, é como se imitassem a ficção na esfera real. Um dos amigos de Isabel toma cachaça no bico da garrafa, justificando que, quando não bebe, se sente mal.
Em seguida, o beberrão Nilo, um dos mais populares do elenco, surge na tela. Logo, Santiago (Juca de Oliveira), pai de Carminha, que apareceu como velhinho bondoso e nos últimos dias se agigantou como vilão e receptador de joias roubadas, está discutindo com a filha.
— Olhaí — fala outro colega de rua de Isabel, que chega com duas mochilas, mostrando um relógio ainda na embalagem. — É de ouro.
— Meu Deus, eu tô vendo a novela! — corta ela, sem se mover.
Quando perde algum capítulo, Isabel compra um jornal na manhã seguinte. Cursou apenas a 1ª série do Ensino Fundamental, tem dúvidas sobre a grafia correta dos seus dois sobrenomes, mas sabe o suficiente para ler o horóscopo de Peixes, a seção de celebridades e as páginas policiais, em busca de notícias sobre um de seus oito filhos, de 29 anos, viciado em crack e jurado de morte.
Com cálculos imprecisos, a catadora explica que perambula pela rua há 15 ou 20 anos. Tem seis netos e mãe ainda viva, e parte da numerosa família se vira como pode na Cavalhada — “muita gente e muito cachorro” em uma casa que “parece uma caixa de fósforos”.
Decidiu ficar onde está. É conhecida nas redondezas e ajudada por amigos. Dispõe-se a responder qualquer dúvida da reportagem, mas não gosta de detalhar por que virou indigente. Prefere comentar o emaranhado narrativo da trama das nove.
— De onde o “véio” Nilo arrumou aquele dinheiro? Tá comendo picadinho com azeitona! Tá bebendo, só no martelinho — surpreende-se, sempre rindo.
Antipatia por Nina
Antes de se tornar proprietária de uma televisão, Isabel acomodava-se nas salas de espera dos hospitais de Clínicas e de Pronto Socorro ou em alguma loja que ainda mantivesse as portas abertas na hora de Avenida Brasil e não se ofendesse com a sua presença.
Até que um dos companheiros de viaduto apareceu com um aparelho, sabe-se lá de onde. Por um breve período, ela experimentou o conforto de assistir aos programas preferidos deitada na própria cama. E então surgiram dívidas urgentes, a TV foi vendida, e Isabel decidiu arranjar outra.
A catadora domina os detalhes da história que começou com a infância sofrida de Nina no lixão e saltou para a fase adulta da protagonista, infiltrada como cozinheira na mansão da madrasta, disposta a flagrar os seus malfeitos e salvar uma família de bem, enganada, da megera dissimulada.
– Não simpatizei com a Nina. Ela complicou a vida de uma família. E já ouvi dizer que, na vida real, ela é mulher do Tufão. Que pilantra, hein? – critica Isabel, comentando suas impressões a cada intervalo do capítulo exibido na segunda-feira. – Gosto do Leleco (Marcos Caruso), do jeitão de malandro, que abre a "frigider" (a marca de refrigerador Frigidaire) e pega uma cerveja. Leleco tá um gatão!
Como seria o desfecho?
Num palpite, Isabel rascunha o final ideal. Nina e Jorginho (Cauã Reymond), par sofrido e sempre apartado por dramas e intrigas, não ficaria junto. Tufão (Murilo Benício), que por 12 anos amargou o peso da deslealdade de Carminha, reencontraria o amor com a atual nora.
– A Carminha no lixão, o Jorginho viajando sei lá eu pra onde, rumo a uma nova vida, e o Tufão com a Nina – sugere. – Só acho o Tufão meio borocoxô. Corno assumido! – continua, rindo.
Isabel afirma não ser feliz. Tem um sono sobressaltado, temendo ser agredida com pedras, garrafas e ovos. Mantém um pedaço de pau sempre ao lado da cama. Ainda assim, faz planos.
– Agora vou fazer uma correria porque quero um rádio. Quero comprar umas fitas e uns CDs de pagode _ projeta, antecipando uma dificuldade. – O problema é que a tomada ali do poste é 220. Vai ser difícil de achar.
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Re: Órgão acredita que final de “Avenida Brasil” pode causar apagão no País
Vou ver e ajudar a apagar o país.
Isaura- Farrista Zumbizando Serelepe
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Idade : 37
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Re: Órgão acredita que final de “Avenida Brasil” pode causar apagão no País
Isso prova que as pessoas estão ficando mais inteligentes...
ediv_diVad- Farrista além das fronteiras da sanidade
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Data de inscrição : 10/06/2010
Re: Órgão acredita que final de “Avenida Brasil” pode causar apagão no País
Parallax escreveu:O BRASIL TODO ESTÁ ASSISTINDO:
Moradora de rua compra televisão para acompanhar o desfecho de Avenida Brasil
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]
Isabel precisa administrar uma sinfonia de ruídos até conseguir se concentrar na TV usada, comprada a prestação. Passa pouco das 21h, e o movimento ainda é intenso no bairro Rio Branco, em Porto Alegre — transitam carros, ônibus e um ou outro tipo pedindo fogo e trocados.
O cachorro Marcos Valério insiste em furungar um brinquedo de borracha, que solta um guincho a cada dentada. Nem a reduzida plateia — duas pessoas, mais a cadela Sandra — parece encontrar sossego, e uma pisada em falso desconecta o cabo da tomada.
— Que que houve? — inquieta-se a mulher de 56 anos. — Ai, não consigo prestar atenção!
Seria só mais uma cena doméstica, a família se acomodando para encerrar o dia, atenta aos capítulos finais da trama de João Emanuel Carneiro que eletriza a audiência das nove da Globo e chega ao final hoje, dando nome ao assassino do gigolô Maxwell (Marcello Novaes) e um destino a Carminha (Adriana Esteves), malvada desbocada e maltratada pela vida.
Não fosse uma ausência decisiva: Isabel Cristina Mello Bittencourt mora na rua, chama de teto o Viaduto Tiradentes (trecho entre as ruas Mariante e Silva Só sobre a Avenida Protásio Alves) e tem um televisor de 14 polegadas graças a um crediário informal acertado com o dono de um brique da vizinhança. Avenida Brasil, construída a partir do desejo de vingança de Nina (Débora Falabella), jogada no lixo pela madrasta Carminha, é a melhor novela a que Isabel já assistiu.
— Eu não consigo ter raiva da Carminha. E adoro o “véio” Nilo. Ele tá gambá, nojento, parece aqueles que vêm me incomodar de noite — conta Isabel, emendando uma gargalhada.
Conectada aos fios de um poste de luz, no capim alto da Praça Moranense, do outro lado da rua, a TV colocada em uma cadeira de vime tem boa imagem. A antena, igualmente de segunda mão, custou R$ 20, também parcelados. Isabel voltava à loja e entregava R$ 10, noutro dia R$ 5, conforme o rendimento das andanças com o carrinho de supermercado com que recolhe latas de alumínio, garrafas plásticas e papelão — trabalho que, ela frisa, assemelha-se ao de Nilo, o repugnante explorador de criancinhas interpretado por José de Abreu no lixão cenográfico da Globo.
A realidade imita a ficção
Outros andarilhos vêm e vão, ocupando os assentos vagos. Numa curiosa sincronia, é como se imitassem a ficção na esfera real. Um dos amigos de Isabel toma cachaça no bico da garrafa, justificando que, quando não bebe, se sente mal.
Em seguida, o beberrão Nilo, um dos mais populares do elenco, surge na tela. Logo, Santiago (Juca de Oliveira), pai de Carminha, que apareceu como velhinho bondoso e nos últimos dias se agigantou como vilão e receptador de joias roubadas, está discutindo com a filha.
— Olhaí — fala outro colega de rua de Isabel, que chega com duas mochilas, mostrando um relógio ainda na embalagem. — É de ouro.
— Meu Deus, eu tô vendo a novela! — corta ela, sem se mover.
Quando perde algum capítulo, Isabel compra um jornal na manhã seguinte. Cursou apenas a 1ª série do Ensino Fundamental, tem dúvidas sobre a grafia correta dos seus dois sobrenomes, mas sabe o suficiente para ler o horóscopo de Peixes, a seção de celebridades e as páginas policiais, em busca de notícias sobre um de seus oito filhos, de 29 anos, viciado em crack e jurado de morte.
Com cálculos imprecisos, a catadora explica que perambula pela rua há 15 ou 20 anos. Tem seis netos e mãe ainda viva, e parte da numerosa família se vira como pode na Cavalhada — “muita gente e muito cachorro” em uma casa que “parece uma caixa de fósforos”.
Decidiu ficar onde está. É conhecida nas redondezas e ajudada por amigos. Dispõe-se a responder qualquer dúvida da reportagem, mas não gosta de detalhar por que virou indigente. Prefere comentar o emaranhado narrativo da trama das nove.
— De onde o “véio” Nilo arrumou aquele dinheiro? Tá comendo picadinho com azeitona! Tá bebendo, só no martelinho — surpreende-se, sempre rindo.
Antipatia por Nina
Antes de se tornar proprietária de uma televisão, Isabel acomodava-se nas salas de espera dos hospitais de Clínicas e de Pronto Socorro ou em alguma loja que ainda mantivesse as portas abertas na hora de Avenida Brasil e não se ofendesse com a sua presença.
Até que um dos companheiros de viaduto apareceu com um aparelho, sabe-se lá de onde. Por um breve período, ela experimentou o conforto de assistir aos programas preferidos deitada na própria cama. E então surgiram dívidas urgentes, a TV foi vendida, e Isabel decidiu arranjar outra.
A catadora domina os detalhes da história que começou com a infância sofrida de Nina no lixão e saltou para a fase adulta da protagonista, infiltrada como cozinheira na mansão da madrasta, disposta a flagrar os seus malfeitos e salvar uma família de bem, enganada, da megera dissimulada.
– Não simpatizei com a Nina. Ela complicou a vida de uma família. E já ouvi dizer que, na vida real, ela é mulher do Tufão. Que pilantra, hein? – critica Isabel, comentando suas impressões a cada intervalo do capítulo exibido na segunda-feira. – Gosto do Leleco (Marcos Caruso), do jeitão de malandro, que abre a "frigider" (a marca de refrigerador Frigidaire) e pega uma cerveja. Leleco tá um gatão!
Como seria o desfecho?
Num palpite, Isabel rascunha o final ideal. Nina e Jorginho (Cauã Reymond), par sofrido e sempre apartado por dramas e intrigas, não ficaria junto. Tufão (Murilo Benício), que por 12 anos amargou o peso da deslealdade de Carminha, reencontraria o amor com a atual nora.
– A Carminha no lixão, o Jorginho viajando sei lá eu pra onde, rumo a uma nova vida, e o Tufão com a Nina – sugere. – Só acho o Tufão meio borocoxô. Corno assumido! – continua, rindo.
Isabel afirma não ser feliz. Tem um sono sobressaltado, temendo ser agredida com pedras, garrafas e ovos. Mantém um pedaço de pau sempre ao lado da cama. Ainda assim, faz planos.
– Agora vou fazer uma correria porque quero um rádio. Quero comprar umas fitas e uns CDs de pagode _ projeta, antecipando uma dificuldade. – O problema é que a tomada ali do poste é 220. Vai ser difícil de achar.
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Prova de que acesso a bens de consumo não significa melhora de condição social e de qualidade de vida.
Também prova de como a ideia de "fetiche do consumo" de Marx é atual e de que como a ideia de "consumirconsumircinsumirCONSUMIR" tem poder de infiltração. Essa moça não deseja uma sociedade diferente... ela quer consumir o que essa sociedade produz.
O pior é que vai ter gente (não estou falando do pessoal do fórum) que leu essa reportagem e achou o máximo...
zkrk- Farrista desafio aceito!
- Mensagens : 3093
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Re: Órgão acredita que final de “Avenida Brasil” pode causar apagão no País
zkrk escreveu:
Prova de que acesso a bens de consumo não significa melhora de condição social e de qualidade de vida.
Também prova de como a ideia de "fetiche do consumo" de Marx é atual e de que como a ideia de "consumirconsumircinsumirCONSUMIR" tem poder de infiltração. Essa moça não deseja uma sociedade diferente... ela quer consumir o que essa sociedade produz.
O pior é que vai ter gente (não estou falando do pessoal do fórum) que leu essa reportagem e achou o máximo...
Concordo, cito o caso mais do PIB, meu pai acha o máximo quando se fala do PIB do Brasil, mas sempre esquece o IDH.
Sobre o "fetiche do consumo", sempre fui fatalista a isto, é humano, no sentido animal, não é obra apenas de mera alienação, mas é instinto, querer se mostrar superior aos outros.
Pegue um ônibus de manhã, e veja quantas empregadas domésticas se vestem como "madame" para rivalizar com as outras, óculos escuros, maquiagem, colares e brinco, e no serviço, "camisa de peão", luva de borracha e touca na cabeça, às vezes é irônico notar que as "verdadeiras madames" costumam se vestir de maneira simples até.
E não me venha com esta de "homem" dotado de razão. Tenho um amigo que se transforma se tiver uma mulher por perto, paga "fodão", fazendo até a namorada dele passar vergonha.
Acresce a isto a necessidade da ilusão, da fantasia, a TV, a novela, os seriados, os quadrinhos, cinema, porque não, a literatura, é em essência, fuga da realidade, nossas drogas. Isto não impede que surjam um 1986 ou um Admirável Mundo Novo. Claro que podemos ter "drogas" pensantes, na verdade, algumas vezes uma fuguinha da realidade não faz mal a ninguém, o problema está no vício, de depender da ficção, de priorizar o objeto ao invés do ser -nós - etc.
Isaura- Farrista Zumbizando Serelepe
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Re: Órgão acredita que final de “Avenida Brasil” pode causar apagão no País
O único apagão foi o que ocorreu nos cérebros de quem assistiu.
L.Anne- Farrista já viciei...
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