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Portugueses ainda criticam adoção do acordo ortográfico

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Mensagem por Jamm Sex Dez 21, 2012 6:24 pm

Portugueses ainda criticam adoção do acordo ortográfico

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Gilberto Costa
Correspondente da EBC

Lisboa – A despeito de Portugal ter aceito formalmente o acordo ortográfico antes do Brasil, a mudança de algumas regras na escrita ainda gera polêmica e divide opiniões no país de origem da língua portuguesa. Alguns lusitanos sentem que a reforma os força a escrever (e até a falar) como os brasileiros.

A reforma foi ratificada pelo Parlamento de Portugal em maio de 2008 e promulgada pelo presidente Cavaco Silva em julho seguinte, dois meses antes de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionar a lei do acordo ortográfico em solenidade na Academia Brasileira de Letras.

Em Portugal, o acordo está em vigor desde 13 de maio de 2009. A resolução de adotá-lo prevê um prazo transitório de até seis anos para implementação definitiva da nova grafia.

Além de Portugal e do Brasil, o acordo já foi ratificado em Cabo Verde (2006), em São Tomé e Príncipe (2006), na Guiné-Bissau (2009) e no Timor Leste (2009). Falta a ratificação dos parlamentos de Moçambique (o Conselho de Ministros em junho deste ano aprovou a reforma ortográfica) e de Angola.

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Em Portugal, um dos principais críticos do acordo é o escritor Vasco Graça Moura, presidente do Centro Cultural de Belém. Para ele, a adoção do acordo no Brasil “não significa nenhum sacrifício, especial e nomeadamente na fonética das palavras, mas em Portugal, significa. Tirar o acento e o trema de algumas palavras não é assim tão complicado como alterar a grafia de uma porção de palavras, como acontece em Portugal”, compara.

Para ele, a reforma é “um desastre” e está “completamente desajustada da maneira de os portugueses pronunciarem”, além de haver “defeitos técnicos”. Graça Moura lembra que, desde o começo da discussão (em meados dos anos 80 do século passado), “já se reconhecia que era impossível unificar completamente” e ressalta que “os critérios [do acordo ortográfico] são imperfeitos e não são lógicos”.

Ele reclama, por exemplo, que o acordo admite, em mais de um caso, formas facultativas de escrita. “Isso é a própria sabotagem da noção de ortografia. Ortografia significa a maneira de escrever corretamente. Se há possibilidades facultativas, com 'p' ou sem 'p', com 'c' ou sem 'c'; é um curto-circuito nas próprias regras do acordo”. O escritor faz referência ao uso do “p” e do “c”, antes de outra consoante como o “ç” (em casos como “recepção” e “receção”, e “intersecção” e “interseção”, grafados de forma diferente entre o Brasil e Portugal).

Conforme Graça Moura, a duplicidade de ortografia é um dos problemas apontados por acadêmicos portugueses como António Emiliano [o primeiro “o” tem acento agudo porque a vogal é falada aberta em português de Portugal], autor dos livros Apologia do Desacordo Ortográfico e O Fim da Ortografia e professor de Linguística da Universidade Nova de Lisboa.

Dois meses depois da promulgação da reforma em Portugal, Emiliano disse à Assembleia da República que o acordo “nunca foi discutido pela comunidade científica portuguesa, nem pelos setores da sociedade mais afetados”. Para ele, a nova regra “revela insensibilidade à preservação da estabilidade ortográfica e ao valor patrimonial da ortografia” e “afetará negativamente o prestígio de Portugal”, pois “é um atentado ao desenvolvimento, à educação, ao progresso e à competitividade dos portugueses”.

Declarações como as de Graça Moura e António Emiliano ainda têm grande repercussão na opinião pública e nos jornais de Lisboa, como o Diário de Notícias e Público, que frequentemente trazem artigos de fundo (sobre o assunto ou sobre outros temas) nos quais no rodapé é possível ler: “Por decisão pessoal, o autor do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico”.

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Os diplomatas brasileiros ouvidos pela Agência Brasil relativizam a intolerância de alguns portugueses com a mudança da norma. Para o embaixador do Brasil em Portugal, Mário Vilalva, há “redutos de resistência”, mas “o futuro está ao lado da comunidade de expressão portuguesa, não do isolamento”.

“A gente está dentro de um processo normal de acomodação”, complementa o embaixador Pedro Motta Pinto Coelho, que chefia a missão brasileira na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Para ele, “Portugal está perfeitamente dentro do acordo”, mas há relutância “por desconhecimento” ou “prevenção” - que não se justifica a seu ver. “O acordo foi um entendimento. Ele não mexe na língua. Ele mexe na grafia, mas não entra na sintaxe da língua portuguesa. Procura trazer para um veio comum as ortografias que existem nos diferentes países”, explica o diplomata.

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Mensagem por Koppe Sex Dez 21, 2012 7:08 pm

Até o momento, minha opinião é ignorar essa reforma e continuar usando a grafia antiga até morrer.
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Mensagem por Jamm Sex Dez 21, 2012 7:13 pm

Koppe escreveu:
Até o momento, minha opinião é ignorar essa reforma e continuar usando a grafia antiga até morrer.
só na hora do concurso que não dá pra ignorar. rsrs
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Mensagem por Parallax Sex Dez 21, 2012 7:34 pm

Desde 2008 que venho acompanhando isso. Já falei em outro tópico que participo de fóruns portugueses, e eles odiaram esse acordo. hehe

Na prática, é o português deles que mudou e não o nosso. E é algo difícil dos tugas engolir. Eles já reclamam que o Google traduz tudo para o português brasileiro.

Tem um fórum em que são bem radicais. Não permitem nem legenda em português brasileiro, o que falar então do áudio.

Mas essa matéria traz algo que não condiz muito com a realidade quando fala na pronúncia das palavras.

Eu perguntei a questão dos "P" e "C" mudos, se eles pronunciavam. E me responderam que não, e um dele até concordou comigo dizendo que não tinha importância alguma.

A verdade é que eles estão com dor de cotovelo por terem que se adequar a colônia. Twisted Evil
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Mensagem por Jamm Sex Dez 21, 2012 8:01 pm

Pode ser Parallax. kkkk

eles levam à risca o europocentrismo.
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Mensagem por Parallax Sex Dez 21, 2012 8:24 pm

Ano passado um jornal britânico causou revolta nos portugueses quando sugeriu que o Brasil anexasse Portugal para resolver a crise do país. Very Happy
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Mensagem por ediv_diVad Sex Dez 21, 2012 10:51 pm

Que loucura, causando intrigas diplomáticas, mas hoje eu li em algum lugar que vai ser adiado o uso oficial até 2016, eu particularmente achei MUITAS coisas desnecessárias e inúteis.

Mas como este "AINDA" no título da matéria a torna tendenciosa, não? Podiam disfarçar um pouco...

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