Laranja Mecânica - 1971
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Laranja Mecânica - 1971
Título Original: "A Clockwork Orange"
Gênero: Ficção Científica.
Ano de Lançamento (Inglaterra): 1971
Direção: Stanley Kubrick
Roteiro: Stanley Kubrick, baseado em livro de Anthony Burgess.
Produção: Stanley Kubrick
Música: Wendy,Carlos.
Direção de Fotografia: John Alcott.
Figurino: Milena Canonero.
Elenco:
Malcolm McDowell (Alex DeLarge)
Patrick Magee (Frank Alexander)
Michael Bates (Chefe Barnes)
Warren Clarke (Dim)
Adrienne Corri (Sra. Alexander)
Carl Duering (Dr. Brodsky)
Paul Farrell (Tramp)
Clive Francis (Lodger)
Michael Glover (Diretor do presídio)
James Marcus (Georgie)
Aubrey Morris (P.R. Deltoid)
Godfrey Quigley (Chaplain)
Sinopse:
Numa sociedade do futuro, Alex (Malcolm McDowell), líder de uma gangue de delinqüentes que matam, roubam e estupram, cai nas mãos da polícia. Preso, ele é usado em um experimento destinado a refrear os impulsos destrutivos, através
de uma lavagem cerebral mas acaba se tornando impotente para lidar com a violência que o cerca.
de uma lavagem cerebral mas acaba se tornando impotente para lidar com a violência que o cerca.
Premiações:
- Recebeu 4 indicações ao Oscar: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Edição.
- Recebeu 3 indicações ao Globo de Ouro: Melhor Filme em Drama, Melhor Diretor e Melhor Ator em Drama (Malcolm McDowell).
- Recebeu 7 indicações ao Bafta: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro, Melhor Fotografia, Melhor Direção de Arte, Melhor Edição e Melhor Trilha Sonora
- Recebeu 2 indicações ao NYFCC (EUA): Melhor Filme e Melhor Diretor
- Recebeu 3 indicações ao Globo de Ouro: Melhor Filme em Drama, Melhor Diretor e Melhor Ator em Drama (Malcolm McDowell).
- Recebeu 7 indicações ao Bafta: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro, Melhor Fotografia, Melhor Direção de Arte, Melhor Edição e Melhor Trilha Sonora
- Recebeu 2 indicações ao NYFCC (EUA): Melhor Filme e Melhor Diretor
Curiosidades:
- Stanley Kubrick certa vez declarou que, se não pudesse contar com Malcolm McDowell, provavelmente não teria feito Laranja Mecânica.
- O orçamento total do filme foi de apenas US$ 2 milhões.
- No livro, o sobrenome de Alex em momento algum é revelado. Comenta-se que DeLarge seja uma referência a um momento no livro em que Alex chama a si mesmo de "Alexander the Large".
- Basil, a cobra, foi colocada nas filmagens após o diretor Stanley Kubrick descobrir que Malcolm McDowell tinha medo delas.
- O livro em que Frank Alexander trabalhava quando Alex e sua gangue invade sua casa chamava-se "A clockwork orange".
- Stanley Kubrick propositalmente cometeu alguns erros de continuidade em Laranja Mecânica. Os pratos em cima da mesa trocam de posição e o nível de vinho nas garrafas muda em diversas tomadas, com a intenção de causar desorientação ao espectador.
- O filme foi retirado de cartaz no Reino Unido a mando de Stanley Kubrick. Irritado com as críticas recebidas, de que Laranja Mecânica seria muito violento, Kubrick declarou que o filme apenas seria exibido lá após sua morte.
- A linguagem utilizada por Alex foi inventada pelo autor Anthony Burgess, que misturou palavras em inglês, em russo e gírias.
- O orçamento total do filme foi de apenas US$ 2 milhões.
- No livro, o sobrenome de Alex em momento algum é revelado. Comenta-se que DeLarge seja uma referência a um momento no livro em que Alex chama a si mesmo de "Alexander the Large".
- Basil, a cobra, foi colocada nas filmagens após o diretor Stanley Kubrick descobrir que Malcolm McDowell tinha medo delas.
- O livro em que Frank Alexander trabalhava quando Alex e sua gangue invade sua casa chamava-se "A clockwork orange".
- Stanley Kubrick propositalmente cometeu alguns erros de continuidade em Laranja Mecânica. Os pratos em cima da mesa trocam de posição e o nível de vinho nas garrafas muda em diversas tomadas, com a intenção de causar desorientação ao espectador.
- O filme foi retirado de cartaz no Reino Unido a mando de Stanley Kubrick. Irritado com as críticas recebidas, de que Laranja Mecânica seria muito violento, Kubrick declarou que o filme apenas seria exibido lá após sua morte.
- A linguagem utilizada por Alex foi inventada pelo autor Anthony Burgess, que misturou palavras em inglês, em russo e gírias.
Convidad- Convidado
Re: Laranja Mecânica - 1971
Stanley Kubrick considerava “Laranja mecânica” seu melhor filme. A imagem e a violência são os temas centrais, sempre tratadas com ironia e sarcasmo.
Os cenários, locações, figurinos, atores, a fotografia e a música foram utilizadas com maestria por Kubrick para criar um ambiente caótico e sombrio de uma sociedade futurista, onde gangues se enfrentam e vandalizam a cidade, usando alucinógenos, espancando mendigos e violentando mulheres, entre outros desatinos.
A linguagem tem grande importância, e o vocabulário utilizado pelas gangues é derivado de expressões que só eles entendem, mas o espectador acaba assimilando também.
A mente visionário do diretor permitiu a criação dessa metáfora ao tipo de cultura na qual ele previu que viveríamos, onde grande parte da informação que obtemos nos chega através do nosso campo visual. Explorando isso no figurino dos atores, pouco convencionais, nos móveis arredondados, a figura feminina utilizada como ornamentação, o uso de plástico, materiais sintéticos e cores vivas.
Além disso, há o comportamento dos jovens que não encontram mais nas instituições sociais mais tradicionais como família, escola e igreja uma boa referência que os instrua.
Ao contrário disso, não há senso humanitário, respeito a leis, tudo visa à própria diversão.
Laranja Mecânica não é um libelo contra ou mesmo a favor da violência. A trama do filme não se posiciona a este respeito, preferindo apenas mostrar que a violência á algo intrínseco ao ser humano e, por fazer parte de seus instintos básicos ligados a sobrevivência, não adianta reprimi-la.
Mas a trama não versa unicamente sobre a violência. Ao longo das mais de duas horas de produção, Kubrick encontra espaço para tocar em temas como a liberdade de cada pessoa dentro de uma sociedade ou mesmo a influência que o meio provoca sobre o indivíduo. Na primeira questão, Kubrick envereda por um assunto semelhante ao levantado pelo recente Minority Report: até que ponto pode-se ceder a liberdade em prol de um bem maior? Qual seria o limite? Em certo momento, um dos personagens afirma: “Quando um homem não pode escolher, deixa de ser homem”.
Desde a impecável cena inicial com Alex olhando fixamente para a câmera ao final aberto a interpretações, Laranja Mecânica parece ter sido concebido com muita calma e preciosismo. A impressão que fica é a de que cada plano – e, conseqüentemente, cada gesto dos atores e objetos colocados em cena – foi exaustivamente estudado, ponderando a participação dos mínimos detalhes que aparecem na tela. Kubrick tem a capacidade de tirar o máximo de cada tomada. É a forma completando o conteúdo.
Assim, Laranja Mecânica possui seqüências brilhantemente concebidas e executadas, trazendo imagens que já se tornaram icônicas. Imagens como a de Alex no tratamento Ludovico, com os olhos arregalados, ou o espancamento ao som de Singin’ in the Rain ou Beethoven se tornaram parte do imaginário da cultura ocidental.
A música, aliás, como é comum nas obras de Kubrick, é parte essencial de Laranja Mecânica. O cineasta é capaz de encontrar a sinergia perfeita entre imagem e som. Mais do que isso, em Laranja Mecânica a música ainda faz parte da história, uma vez que o personagem é devotado a Beethoven e fica proibido de escutar o mestre após passar pelo tratamento.
Sendo Laranja Mecânica um filme mais de história e forma do que de personagens, há pouco espaço para os atores brilharem. O único que recebe devido tempo em tela para isso é Malcolm McDowell, no papel de Alex, e ele encarna a oportunidade com grande devoção. Seu Alex passa pelos mais diversos estados de espírito e o ator transita entre as diversas mudanças com talento. Reparem na diferença entre o Alex do início do filme, o Alex da prisão e o Alex perdido, após a cena em que ele é recusado por seus pais quando volta para casa.
Polêmico (há uma cena em que o protagonista se imagina flagelando Cristo na cruz), Laranja Mecânica é um filme obrigatório de ser assistido. Certamente, nem todos irão gostar e menos irão entender tudo aquilo que Kubrick quis dizer com a obra. Esta, porém, é uma das grandes qualidades de Laranja Mecânica: além da técnica e da narrativa irrepreensíveis, o filme levanta muitas questões e é passível de múltiplas interpretações. Resta ao espectador tirar as suas.
Os cenários, locações, figurinos, atores, a fotografia e a música foram utilizadas com maestria por Kubrick para criar um ambiente caótico e sombrio de uma sociedade futurista, onde gangues se enfrentam e vandalizam a cidade, usando alucinógenos, espancando mendigos e violentando mulheres, entre outros desatinos.
A linguagem tem grande importância, e o vocabulário utilizado pelas gangues é derivado de expressões que só eles entendem, mas o espectador acaba assimilando também.
A mente visionário do diretor permitiu a criação dessa metáfora ao tipo de cultura na qual ele previu que viveríamos, onde grande parte da informação que obtemos nos chega através do nosso campo visual. Explorando isso no figurino dos atores, pouco convencionais, nos móveis arredondados, a figura feminina utilizada como ornamentação, o uso de plástico, materiais sintéticos e cores vivas.
Além disso, há o comportamento dos jovens que não encontram mais nas instituições sociais mais tradicionais como família, escola e igreja uma boa referência que os instrua.
Ao contrário disso, não há senso humanitário, respeito a leis, tudo visa à própria diversão.
Laranja Mecânica não é um libelo contra ou mesmo a favor da violência. A trama do filme não se posiciona a este respeito, preferindo apenas mostrar que a violência á algo intrínseco ao ser humano e, por fazer parte de seus instintos básicos ligados a sobrevivência, não adianta reprimi-la.
Mas a trama não versa unicamente sobre a violência. Ao longo das mais de duas horas de produção, Kubrick encontra espaço para tocar em temas como a liberdade de cada pessoa dentro de uma sociedade ou mesmo a influência que o meio provoca sobre o indivíduo. Na primeira questão, Kubrick envereda por um assunto semelhante ao levantado pelo recente Minority Report: até que ponto pode-se ceder a liberdade em prol de um bem maior? Qual seria o limite? Em certo momento, um dos personagens afirma: “Quando um homem não pode escolher, deixa de ser homem”.
Desde a impecável cena inicial com Alex olhando fixamente para a câmera ao final aberto a interpretações, Laranja Mecânica parece ter sido concebido com muita calma e preciosismo. A impressão que fica é a de que cada plano – e, conseqüentemente, cada gesto dos atores e objetos colocados em cena – foi exaustivamente estudado, ponderando a participação dos mínimos detalhes que aparecem na tela. Kubrick tem a capacidade de tirar o máximo de cada tomada. É a forma completando o conteúdo.
Assim, Laranja Mecânica possui seqüências brilhantemente concebidas e executadas, trazendo imagens que já se tornaram icônicas. Imagens como a de Alex no tratamento Ludovico, com os olhos arregalados, ou o espancamento ao som de Singin’ in the Rain ou Beethoven se tornaram parte do imaginário da cultura ocidental.
A música, aliás, como é comum nas obras de Kubrick, é parte essencial de Laranja Mecânica. O cineasta é capaz de encontrar a sinergia perfeita entre imagem e som. Mais do que isso, em Laranja Mecânica a música ainda faz parte da história, uma vez que o personagem é devotado a Beethoven e fica proibido de escutar o mestre após passar pelo tratamento.
Sendo Laranja Mecânica um filme mais de história e forma do que de personagens, há pouco espaço para os atores brilharem. O único que recebe devido tempo em tela para isso é Malcolm McDowell, no papel de Alex, e ele encarna a oportunidade com grande devoção. Seu Alex passa pelos mais diversos estados de espírito e o ator transita entre as diversas mudanças com talento. Reparem na diferença entre o Alex do início do filme, o Alex da prisão e o Alex perdido, após a cena em que ele é recusado por seus pais quando volta para casa.
Polêmico (há uma cena em que o protagonista se imagina flagelando Cristo na cruz), Laranja Mecânica é um filme obrigatório de ser assistido. Certamente, nem todos irão gostar e menos irão entender tudo aquilo que Kubrick quis dizer com a obra. Esta, porém, é uma das grandes qualidades de Laranja Mecânica: além da técnica e da narrativa irrepreensíveis, o filme levanta muitas questões e é passível de múltiplas interpretações. Resta ao espectador tirar as suas.
Impacto
Lançado em 71, o filme logo caiu nas mãos da censura o que causou uma demora ao lançamento do filme, pois Kubrik não permitiu que nenhuma cena do filme fosse cortada. O filme foi proibido em vários países, no Brasil somente foi liberado em 78 pela Censura e era exibido com 'bolinhas pretas' para disfarçar a nudez. Na Europa, alguns cinemas o exibiam sob algum nome falso (como "Fruta Mecânica"), o que não impediu que algumas gangues promovessem verdadeiros quebra-quebras nas salas de exibição. Na Inglaterra o filme continua proibido.
Os jornais começaram a utilizar o termo "clockwork crime" para designar crimes violentos. Muitos hooligans eram vistos nos estádios de futebol vestidos com casacos brancos, botas pretas e chapéu-coco.
Na Inglaterra apareceram várias bandas que falavam de temas relacionados à história em suas músicas (Blitz, The Violators), e outras inclusive se vestiam como os drugues do filme (The Adicts, Major Accident), numa lista enorme publicada pelo NME (New Musical Express - Jornal inglês sobre música) de músicas ou grupos musicais que fizeram referência ao Laranja Mecânica constam ainda nomes como David Bowie e Blur.
Podemos encontrar referências ao filme inclusive no famosíssimo seriado animado de Matt Groening, os Simpsons, onde Bart aparece fantasiado de Alex na festa de Haloween, ou então quando eles tentam transformar seu cãozinho um animal violento, para isso usam a técnica Ludovico (a lobotomia a qual Alex é submetido na Prisão Estadual).
Os jornais começaram a utilizar o termo "clockwork crime" para designar crimes violentos. Muitos hooligans eram vistos nos estádios de futebol vestidos com casacos brancos, botas pretas e chapéu-coco.
Na Inglaterra apareceram várias bandas que falavam de temas relacionados à história em suas músicas (Blitz, The Violators), e outras inclusive se vestiam como os drugues do filme (The Adicts, Major Accident), numa lista enorme publicada pelo NME (New Musical Express - Jornal inglês sobre música) de músicas ou grupos musicais que fizeram referência ao Laranja Mecânica constam ainda nomes como David Bowie e Blur.
Podemos encontrar referências ao filme inclusive no famosíssimo seriado animado de Matt Groening, os Simpsons, onde Bart aparece fantasiado de Alex na festa de Haloween, ou então quando eles tentam transformar seu cãozinho um animal violento, para isso usam a técnica Ludovico (a lobotomia a qual Alex é submetido na Prisão Estadual).
Vocabulário
A linguagem “nadsat” é utilizada pelos personagens mais jovens de Laranja Mecânica, nomeadamente o bando de Alex, e uma clara sátira ao costume de utilização de gírias próprias em grupos de adolescentes.
O resultado é uma preciosidade, saída da imaginação de Anthony Burgess, autor do livro, célebre pelos seus jogos de palavras, neologismos e universos dialéticos. Para criar a linguagem dos droogies de Alex, Burgess misturou o inglês com russo, e ainda um pouco de latim. Um precioso elemento da história original, que Stanley Kubrick não se coibiu de aproveitar para o filme.
O resultado é uma preciosidade, saída da imaginação de Anthony Burgess, autor do livro, célebre pelos seus jogos de palavras, neologismos e universos dialéticos. Para criar a linguagem dos droogies de Alex, Burgess misturou o inglês com russo, e ainda um pouco de latim. Um precioso elemento da história original, que Stanley Kubrick não se coibiu de aproveitar para o filme.
Bolshy: grande
Bratchny: bastardo
Charlie: padre
Devotchka: rapariga
Droog (ou Droogie): amigo; colega;
Horrorshow: muito bom; excelente;
Litso: cara
Malchick: rapaz
Tolchock: verbo similar a bater
Peet: beber
In-and-out: sexo
Glooby: estúpido; burro; retardado;
Gulliver: cabeça
Mesto: local público onde há pessoas
Rozzy, Millicent: polícia
Veck: homem mais velho; velhote;
Vellocet: droga estimulante
Viddy: verbo similar a observar
comentários por sofia mantega "wind dancer"
Convidad- Convidado
Re: Laranja Mecânica - 1971
achei o texto abaixo num site sobre Direito Penal
http://www.direitopenalvirtual.com.br/artigos/leiamais/default.asp?id=37
“A LARANJA MECÂNICA”: COMENTÁRIOS CRIMINOLÓGICOS SOBRE A VIOLÊNCIA JUVENIL - primeira parte
"... pode-se escolher a vida – e desvalorizar seu aniquilamento – ou pode-se escolher a valorização do sistema (com o conseqüente negativismo ou indiferença pelo aniquilamento da vida humana e não humana), mas também pode-se escolher não pensar e, em semelhante alienação covarde, cair no desprezível otimismo irresponsável. Para nós, a decisão eticamente correta escolhe a valorização da vida, apesar da coragem de pensar.
(Eugenio Raúl Zaffaroni, Em busca das penas perdidas, p. 157)
O IDIOMA
Talvez a coisa mais fascinante sobre o livro (e o filme) seja o idioma.
Alex pensa e fala no "Nadsat" (adolescente em russo, em analogia temos “teen” do inglês. Também é a terminação das palavras russas que numeram os números de onze a dezenove).
No princípio, o vocabulário parece incompreensível: "You could peet it with vellocet or synthemesc or drencrom or one or two other veshches". (“Você podia peet isto com vellocet ou synthemesc ou drencrom ou um ou dois outros veshches"). Mesmo não se sabendo nenhuma palavra russa e parecendo, à primeira vista, indecifrável o significado, compreende-se a idéia ao se analisar o contexto da frase. Entretanto, há palavras que buscam ser inteligíveis mesmo em se observando o contexto: quando Alex chuta um integrante de uma gangue rival (Billyboy), caído no chão, ele diz que o chutou no "gulliver". A expressão poderia fazer referência a qualquer parte do corpo naquele contexto. Todavia, em outra cena, um copo de cerveja é servido com “gulliver”. E quando o mesmo se recusa a ir à escola fica claro que “gulliver” é dor de cabeça... De qualquer forma, a palavra pode ter sua origem remontada ao russo: “golova”, que significa “cabeça”.
Anthony Burgess não usou palavras russas sempre de forma mecânica. Há passagens que se utiliza do “Nadsat” com grande ingenuidade, como na palavra "gulliver" já referida. Outras palavras são brilhantemente arquitetadas: khorosho (bom ou bem) como "horrowshow"; iudi (pessoas) como "lewdies"; militsia (milícia ou polícia) como “millicents”.
A "conversa codificada” (melhor do que gíria) inclui a frase marcante de Alex “O my brothers" e palavras como "crark" (uivar?) e “cutter" (dinheiro). A linguagem tem um som maravilhoso, particularmente em abuso, quando "bratchny grahzny” soa infinitamente melhor do que "dirty bastard” (“bastardo sujo"), além do que é um ponto central para a nossa análise criminológica."
http://www.direitopenalvirtual.com.br/artigos/leiamais/default.asp?id=37
“A LARANJA MECÂNICA”: COMENTÁRIOS CRIMINOLÓGICOS SOBRE A VIOLÊNCIA JUVENIL - primeira parte
"... pode-se escolher a vida – e desvalorizar seu aniquilamento – ou pode-se escolher a valorização do sistema (com o conseqüente negativismo ou indiferença pelo aniquilamento da vida humana e não humana), mas também pode-se escolher não pensar e, em semelhante alienação covarde, cair no desprezível otimismo irresponsável. Para nós, a decisão eticamente correta escolhe a valorização da vida, apesar da coragem de pensar.
(Eugenio Raúl Zaffaroni, Em busca das penas perdidas, p. 157)
O IDIOMA
Talvez a coisa mais fascinante sobre o livro (e o filme) seja o idioma.
Alex pensa e fala no "Nadsat" (adolescente em russo, em analogia temos “teen” do inglês. Também é a terminação das palavras russas que numeram os números de onze a dezenove).
No princípio, o vocabulário parece incompreensível: "You could peet it with vellocet or synthemesc or drencrom or one or two other veshches". (“Você podia peet isto com vellocet ou synthemesc ou drencrom ou um ou dois outros veshches"). Mesmo não se sabendo nenhuma palavra russa e parecendo, à primeira vista, indecifrável o significado, compreende-se a idéia ao se analisar o contexto da frase. Entretanto, há palavras que buscam ser inteligíveis mesmo em se observando o contexto: quando Alex chuta um integrante de uma gangue rival (Billyboy), caído no chão, ele diz que o chutou no "gulliver". A expressão poderia fazer referência a qualquer parte do corpo naquele contexto. Todavia, em outra cena, um copo de cerveja é servido com “gulliver”. E quando o mesmo se recusa a ir à escola fica claro que “gulliver” é dor de cabeça... De qualquer forma, a palavra pode ter sua origem remontada ao russo: “golova”, que significa “cabeça”.
Anthony Burgess não usou palavras russas sempre de forma mecânica. Há passagens que se utiliza do “Nadsat” com grande ingenuidade, como na palavra "gulliver" já referida. Outras palavras são brilhantemente arquitetadas: khorosho (bom ou bem) como "horrowshow"; iudi (pessoas) como "lewdies"; militsia (milícia ou polícia) como “millicents”.
A "conversa codificada” (melhor do que gíria) inclui a frase marcante de Alex “O my brothers" e palavras como "crark" (uivar?) e “cutter" (dinheiro). A linguagem tem um som maravilhoso, particularmente em abuso, quando "bratchny grahzny” soa infinitamente melhor do que "dirty bastard” (“bastardo sujo"), além do que é um ponto central para a nossa análise criminológica."
Convidad- Convidado
Re: Laranja Mecânica - 1971
Eu vi o filme e gostei tanto que logo depois li o lovro. É impressionante como as palavras em nadset parecem colar na sua lingua. As vezes, estou conversando com alguem e eu tenho que me segurar pra não falar palvras como Horrorshow, para as pessoas não acharem que eu sou louco.
marcelozc- Farrista Literalmente Simbólico
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Idade : 32
Re: Laranja Mecânica - 1971
Com base nesse filme e em "O Iluminado", eu chego a conclusão de que "Spartacus" poderia ter sido muito melhor, se Kubrick tivesse pego a produção desde o começo. Não diria que esse filme está no meu TOP 10, mesmo analisando pelo conjunto. Mas não nego esse grande trabalho do Kubrick que conta com uma direção formidável.
Convidad- Convidado
Re: Laranja Mecânica - 1971
Um daqueles filmes "míticos", raras vezes proporcionado pelo cinema, onde todo o perfeccionismo de Kubrick está impresso.
E eu gosto muito do "Spartacus" .
Cada vez q lembro desses épicos mais contêmporaneos e penso no filme de Kubrick, aiaiai, já é motivo mais da q suficiente para "mim".
Se a lembrança chega até o "Gladiador" do Scott então, Jisus, quase entro em ebulição.
Acho q seria melhor se Scott tivesse pego de terceiros tb. De terceiros com o talento ainda em prazo de validade.
E eu gosto muito do "Spartacus" .
Cada vez q lembro desses épicos mais contêmporaneos e penso no filme de Kubrick, aiaiai, já é motivo mais da q suficiente para "mim".
Se a lembrança chega até o "Gladiador" do Scott então, Jisus, quase entro em ebulição.
Acho q seria melhor se Scott tivesse pego de terceiros tb. De terceiros com o talento ainda em prazo de validade.
Convidad- Convidado
Re: Laranja Mecânica - 1971
fonfagu escreveu:Um daqueles filmes "míticos", raras vezes proporcionado pelo cinema, onde todo o perfeccionismo de Kubrick está impresso.
E eu gosto muito do "Spartacus" .
Cada vez q lembro desses épicos mais contêmporaneos e penso no filme de Kubrick, aiaiai, já é motivo mais da q suficiente para "mim".
Se a lembrança chega até o "Gladiador" do Scott então, Jisus, quase entro em ebulição.
Acho q seria melhor se Scott tivesse pego de terceiros tb. De terceiros com o talento ainda em prazo de validade.
Mas não é totalmente válido dar muito crédito ao Kubrick pela direção de "Spartacus", pois ele pegou o cargo, após a saída do Mann. Ele até pensou que poderia mudar tudo, mas o próprio Kirk Douglas não deixou. Gostaria muito de ver uma versão inteiramente dirigida pelo Kubrick.
Ele sabe jogar muito bem com qualquer temática. Sua câmera sempre instável com aqueles takes contínuos que marcam e aprisionam o suspense ou o gênero retratado de forma excêntrica e bela. Muito bom.
Convidad- Convidado
Re: Laranja Mecânica - 1971
luccasf escreveu:fonfagu escreveu:Um daqueles filmes "míticos", raras vezes proporcionado pelo cinema, onde todo o perfeccionismo de Kubrick está impresso.
E eu gosto muito do "Spartacus" .
Cada vez q lembro desses épicos mais contêmporaneos e penso no filme de Kubrick, aiaiai, já é motivo mais da q suficiente para "mim".
Se a lembrança chega até o "Gladiador" do Scott então, Jisus, quase entro em ebulição.
Acho q seria melhor se Scott tivesse pego de terceiros tb. De terceiros com o talento ainda em prazo de validade.
Mas não é totalmente válido dar muito crédito ao Kubrick pela direção de "Spartacus", pois ele pegou o cargo, após a saída do Mann. Ele até pensou que poderia mudar tudo, mas o próprio Kirk Douglas não deixou. Gostaria muito de ver uma versão inteiramente dirigida pelo Kubrick.
Ele sabe jogar muito bem com qualquer temática. Sua câmera sempre instável com aqueles takes contínuos que marcam e aprisionam o suspense ou o gênero retratado de forma excêntrica e bela. Muito bom.
Lucas, acima de tudo eu realcei a qualidade do filme, do qual gosto muito, independente de quem possa ter mais crédito pela direção, q passou pelas mãos deste, q é outro grande cineasta : Anthonny Mann.
Mas é claro q se percebe, tb, o dedo de Kubrick em muitos momentos, basta assistir aos épicos de Mann (maravilhosos, diga-se de passagem) para fazer a comparação.
Mas a grande importância, para mim, em relação a Spartacus é o seu roteiro, escrito por Dalton Trumbo, q estava envolvido naquela polêmica toda de delações, listas negras, neste período negro da histótia q foi o “maccarthismo”.
Seu roteiro é um grito de revolta, pessoal, para toda esta situação, feita de forma implícita através dos maravilhosos diálogos ditos no decorrer do filme.
Pode não se identificar Spartacus, num todo, como uma obra de Kubrick ( o q é verdade mesmo ), mas ele está plenamente "identificado" com o cinema, "num todo"!
E com esses nomes todos envolvidos no filme, meu caro Lucas, venhamos e convenhamos, não tinha como sair algo ruim, não é verdade?
Abraço, valeu!
Convidad- Convidado
Re: Laranja Mecânica - 1971
fonfagu escreveu:luccasf escreveu:fonfagu escreveu:Um daqueles filmes "míticos", raras vezes proporcionado pelo cinema, onde todo o perfeccionismo de Kubrick está impresso.
E eu gosto muito do "Spartacus" .
Cada vez q lembro desses épicos mais contêmporaneos e penso no filme de Kubrick, aiaiai, já é motivo mais da q suficiente para "mim".
Se a lembrança chega até o "Gladiador" do Scott então, Jisus, quase entro em ebulição.
Acho q seria melhor se Scott tivesse pego de terceiros tb. De terceiros com o talento ainda em prazo de validade.
Mas não é totalmente válido dar muito crédito ao Kubrick pela direção de "Spartacus", pois ele pegou o cargo, após a saída do Mann. Ele até pensou que poderia mudar tudo, mas o próprio Kirk Douglas não deixou. Gostaria muito de ver uma versão inteiramente dirigida pelo Kubrick.
Ele sabe jogar muito bem com qualquer temática. Sua câmera sempre instável com aqueles takes contínuos que marcam e aprisionam o suspense ou o gênero retratado de forma excêntrica e bela. Muito bom.
Lucas, acima de tudo eu realcei a qualidade do filme, do qual gosto muito, independente de quem possa ter mais crédito pela direção, q passou pelas mãos deste, q é outro grande cineasta : Anthonny Mann.
Mas é claro q se percebe, tb, o dedo de Kubrick em muitos momentos, basta assistir aos épicos de Mann (maravilhosos, diga-se de passagem) para fazer a comparação.
Mas a grande importância, para mim, em relação a Spartacus é o seu roteiro, escrito por Dalton Trumbo, q estava envolvido naquela polêmica toda de delações, listas negras, neste período negro da histótia q foi o “maccarthismo”.
Seu roteiro é um grito de revolta, pessoal, para toda esta situação, feita de forma implícita através dos maravilhosos diálogos ditos no decorrer do filme.
Pode não se identificar Spartacus, num todo, como uma obra de Kubrick ( o q é verdade mesmo ), mas ele está plenamente "identificado" com o cinema, "num todo"!
E com esses nomes todos envolvidos no filme, meu caro Lucas, venhamos e convenhamos, não tinha como sair algo ruim, não é verdade?
Abraço, valeu!
Ah, mas nem tem comparação com seus outros filmes. Dá pra notar, claro, mas o filme é muito instável.
Ele oscila muito principalmente pelas peculiaridades distintas do Mann e do Kubrick. Enquanto um prezava uma filmagem extremamente baseada naquela consagrada "regra dos terços", o outro, encarava a câmera com outra finalidade, na maioria das vezes, dissecando o personagem e o ambiente no qual ele está inserido, mas mantendo a originalidade em cada take, sempre.
Sobre o roteiro, achei que passou longe dos seus melhores trabalhos, como: "Arenas Sangrentas" de 1956, dirigido pelo Irving Rapper que soube ajustar o roteiro da melhor forma possível, principalmente por ambos dominarem a temática em questão, e por fim, "A Princesa e o Plebeu" de 1953, dirigido pelo William Wyler com uma belíssima fotografia do Henri Alekan e do Planer.
Para quem domina tanto a temática, não achei tão interessante como suas outras obras.
Ao meu ver foi muito superficial, mesmo conseguindo agradar muitos fãs. Esperava algo mais rebuscado e não uma interpretação mais disfarçada.
Convidad- Convidado
Re: Laranja Mecânica - 1971
voces tão fazendo um rolo danado, hehehehe, acho ótimo, aprendo e muito com vocês, mas podíamos abrir um tópico para spartacus, porque senão toda essa informação se perde, quem quer informação sobre spartacus nunca virá procurar em laranja mecânica, hehehehehehe
aliás, spartacus me faz chorar demais, aquele final então :'(
aliás, spartacus me faz chorar demais, aquele final então :'(
Convidad- Convidado
Re: Laranja Mecânica - 1971
acullen escreveu:voces tão fazendo um rolo danado, hehehehe, acho ótimo, aprendo e muito com vocês, mas podíamos abrir um tópico para spartacus, porque senão toda essa informação se perde, quem quer informação sobre spartacus nunca virá procurar em laranja mecânica, hehehehehehe
aliás, spartacus me faz chorar demais, aquele final então :'(
Estou pensando em assistir esse final de semana, daí então eu crio um tópico e aproveito para postar minha crítica do filme, que de fato não vai faltar. Caso eu não consiga assistir amanhã, eu aviso para que, se quiserem, criem o respectivo tópico.
Convidad- Convidado
Re: Laranja Mecânica - 1971
luccasf escreveu:fonfagu escreveu:luccasf escreveu:
Mas não é totalmente válido dar muito crédito ao Kubrick pela direção de "Spartacus", pois ele pegou o cargo, após a saída do Mann. Ele até pensou que poderia mudar tudo, mas o próprio Kirk Douglas não deixou. Gostaria muito de ver uma versão inteiramente dirigida pelo Kubrick.
Ele sabe jogar muito bem com qualquer temática. Sua câmera sempre instável com aqueles takes contínuos que marcam e aprisionam o suspense ou o gênero retratado de forma excêntrica e bela. Muito bom.
Lucas, acima de tudo eu realcei a qualidade do filme, do qual gosto muito, independente de quem possa ter mais crédito pela direção, q passou pelas mãos deste, q é outro grande cineasta : Anthonny Mann.
Mas é claro q se percebe, tb, o dedo de Kubrick em muitos momentos, basta assistir aos épicos de Mann (maravilhosos, diga-se de passagem) para fazer a comparação.
Mas a grande importância, para mim, em relação a Spartacus é o seu roteiro, escrito por Dalton Trumbo, q estava envolvido naquela polêmica toda de delações, listas negras, neste período negro da histótia q foi o “maccarthismo”.
Seu roteiro é um grito de revolta, pessoal, para toda esta situação, feita de forma implícita através dos maravilhosos diálogos ditos no decorrer do filme.
Pode não se identificar Spartacus, num todo, como uma obra de Kubrick ( o q é verdade mesmo ), mas ele está plenamente "identificado" com o cinema, "num todo"!
E com esses nomes todos envolvidos no filme, meu caro Lucas, venhamos e convenhamos, não tinha como sair algo ruim, não é verdade?
Abraço, valeu!
Ah, mas nem tem comparação com seus outros filmes. Dá pra notar, claro, mas o filme é muito instável.
Ele oscila muito principalmente pelas peculiaridades distintas do Mann e do Kubrick. Enquanto um prezava uma filmagem extremamente baseada naquela consagrada "regra dos terços", o outro, encarava a câmera com outra finalidade, na maioria das vezes, dissecando o personagem e o ambiente no qual ele está inserido, mas mantendo a originalidade em cada take, sempre.
Sobre o roteiro, achei que passou longe dos seus melhores trabalhos, como: "Arenas Sangrentas" de 1956, dirigido pelo Irving Rapper que soube ajustar o roteiro da melhor forma possível, principalmente por ambos dominarem a temática em questão, e por fim, "A Princesa e o Plebeu" de 1953, dirigido pelo William Wyler com uma belíssima fotografia do Henri Alekan e do Planer.
Para quem domina tanto a temática, não achei tão interessante como suas outras obras.
Ao meu ver foi muito superficial, mesmo conseguindo agradar muitos fãs. Esperava algo mais rebuscado e não uma interpretação mais disfarçada.
Acho q discordamos nesse assunto Lucas.
Mas olha só, em nenhum momento comparei Spartacus com qualquer outro filme de Kubrick, até porque não cabe a comparação, ele não teve dominio pleno da produção.
Agora me diz uma coisa, essa citação q vc faz sobre um dos diretores:Enquanto um prezava uma filmagem extremamente baseada naquela consagrada "regra dos terços", vc está se referindo ao Mann?
Se for, me permite discordar, Man sempre foi um outsider, um diretor de filmes malditos, sua fase negra, a do Cinema Noir é extraordinária, tanto na técnica, quanto na sua condição artística, seu autorismo ( pois é o q sempre foi, um autor) e até mesmo seus Western, por vezes segue esssa trilha, veja o caso de "O Preço De Um Homem", por ex.,tem elementos claramente típicos do gênero, personagens envolvidos num passado nebuloso, a valorização da palavra q fere tanto quanto um tiro, e olha só, tem até mesmo uma Femme Fatale, para catalizar tudo isso. Um noir com a aridez do cenário como pano de fundo. Sem falar, claro, q esta fase, rendeu oito maravilhas em parceria com James Stewart. Um diretor q realiza filmes assim, pessoais, até mesmo dentro de grandes estúdios, está longe de seguir padrões e regras
São estilos diferentes, Kubrick e Mann, mas cada um ao seu modo, tem um talento extraordinário, e nunca disse q um é melhor do q o outro, até porque não estou interessado nisso, gosto dos dois, igualmente.
Quanto ao filme propriamente dito, é puramente uma questão de gosto, adoro ele, e em relação ao roteiro de Trumbo, mais uma vez não fiz comparações com outros trabalhos, apenas valorizei este, q acho extraordinário, pela ousadia ( para a época, pelo q ele estava passando pessoalmente).Só isso.
Valeu...
Convidad- Convidado
Re: Laranja Mecânica - 1971
fonfagu escreveu:luccasf escreveu:fonfagu escreveu:
Lucas, acima de tudo eu realcei a qualidade do filme, do qual gosto muito, independente de quem possa ter mais crédito pela direção, q passou pelas mãos deste, q é outro grande cineasta : Anthonny Mann.
Mas é claro q se percebe, tb, o dedo de Kubrick em muitos momentos, basta assistir aos épicos de Mann (maravilhosos, diga-se de passagem) para fazer a comparação.
Mas a grande importância, para mim, em relação a Spartacus é o seu roteiro, escrito por Dalton Trumbo, q estava envolvido naquela polêmica toda de delações, listas negras, neste período negro da histótia q foi o “maccarthismo”.
Seu roteiro é um grito de revolta, pessoal, para toda esta situação, feita de forma implícita através dos maravilhosos diálogos ditos no decorrer do filme.
Pode não se identificar Spartacus, num todo, como uma obra de Kubrick ( o q é verdade mesmo ), mas ele está plenamente "identificado" com o cinema, "num todo"!
E com esses nomes todos envolvidos no filme, meu caro Lucas, venhamos e convenhamos, não tinha como sair algo ruim, não é verdade?
Abraço, valeu!
Ah, mas nem tem comparação com seus outros filmes. Dá pra notar, claro, mas o filme é muito instável.
Ele oscila muito principalmente pelas peculiaridades distintas do Mann e do Kubrick. Enquanto um prezava uma filmagem extremamente baseada naquela consagrada "regra dos terços", o outro, encarava a câmera com outra finalidade, na maioria das vezes, dissecando o personagem e o ambiente no qual ele está inserido, mas mantendo a originalidade em cada take, sempre.
Sobre o roteiro, achei que passou longe dos seus melhores trabalhos, como: "Arenas Sangrentas" de 1956, dirigido pelo Irving Rapper que soube ajustar o roteiro da melhor forma possível, principalmente por ambos dominarem a temática em questão, e por fim, "A Princesa e o Plebeu" de 1953, dirigido pelo William Wyler com uma belíssima fotografia do Henri Alekan e do Planer.
Para quem domina tanto a temática, não achei tão interessante como suas outras obras.
Ao meu ver foi muito superficial, mesmo conseguindo agradar muitos fãs. Esperava algo mais rebuscado e não uma interpretação mais disfarçada.
Acho q discordamos nesse assunto Lucas.
Mas olha só, em nenhum momento comparei Spartacus com qualquer outro filme de Kubrick, até porque não cabe a comparação, ele não teve dominio pleno da produção.
Agora me diz uma coisa, essa citação q vc faz sobre um dos diretores:Enquanto um prezava uma filmagem extremamente baseada naquela consagrada "regra dos terços", vc está se referindo ao Mann?
Se for, me permite discordar, Man sempre foi um outsider, um diretor de filmes malditos, sua fase negra, a do Cinema Noir é extraordinária, tanto na técnica, quanto na sua condição artística, seu autorismo ( pois é o q sempre foi, um autor) e até mesmo seus Western, por vezes segue esssa trilha, veja o caso de "O Preço De Um Homem", por ex.,tem elementos claramente típicos do gênero, personagens envolvidos num passado nebuloso, a valorização da palavra q fere tanto quanto um tiro, e olha só, tem até mesmo uma Femme Fatale, para catalizar tudo isso. Um noir com a aridez do cenário como pano de fundo. Sem falar, claro, q esta fase, rendeu oito maravilhas em parceria com James Stewart. Um diretor q realiza filmes assim, pessoais, até mesmo dentro de grandes estúdios, está longe de seguir padrões e regras
São estilos diferentes, Kubrick e Mann, mas cada um ao seu modo, tem um talento extraordinário, e nunca disse q um é melhor do q o outro, até porque não estou interessado nisso, gosto dos dois, igualmente.
Quanto ao filme propriamente dito, é puramente uma questão de gosto, adoro ele, e em relação ao roteiro de Trumbo, mais uma vez não fiz comparações com outros trabalhos, apenas valorizei este, q acho extraordinário, pela ousadia ( para a época, pelo q ele estava passando pessoalmente), aliás nem passou pela minha cabeça isso, comparar.
Valeu...
Mas é válido comparar, afinal, isso mostra como o diretor não consegue trabalhar com algo que não é seu. Por mais que ele tenha pego o trabalho com uma parte já produzida, ele não conseguiu seguir algo em torno do que já estava feito, resultando nessa oscilação que o filme tem, principalmente para aprimorar o roteiro. Pode não ter produzido com domínio pleno, mas também não soube continuar no mesmo ritmo.
Quanto à sua colocação sobre a "regra dos terços", ela não está muito certa em partes. Porque um diretor pode ser "outsider" (e como eu havia dito anteriormente, rs), como você disse e usar a "regra dos terços", como ele fez em 19 dos seus filmes e ser peculiar, ainda por cima. Digo isso garantindo certeza, pois já fiz dois seminários do diretor e como sempre, fiquei com a parte da filmagem e fotografia. Um diretor consegue manter as duas coisas, afinal, caso você não saiba, a "regra dos terços" é para algo mais subjetivo, ou seja, não é usado como câmera objetiva. Em momento algum questionei o que você disse, principalmente por eu saber muito bem dele e da sua influência nas outras gerações, principalmente nas belíssimas edições de cena. Outra coisa, também não disse que um é melhor que o outro e sobre ambos serem ímpares, eu tinha dito isso bem acima, rs.
Eu não costumo deixar sem analisar, muito pelo contrário. Eu diria que nesse filme, a época é o que tem menos influência, pode ter certeza. Kubrick sempre dominou muito a temática, mas dificilmente trabalhava junto ao roteirista. Mais uma grande prova dessa oscilação do filme, que tem pequenas quebras de ritmo devido à direção, é o fato do mesmo não ter sido indicado o Oscar. Muitos dizem que é por causa do problema que teve com os dois diretores, mas isso é apenas para disfarçar esse problema técnico, tanto que por muito menos, em "Filhos e Amantes", dirigido pelo Jack Cardiff, o mesmo recebeu a indicação para a categoria de seu cargo.
Convidad- Convidado
Re: Laranja Mecânica - 1971
luccasf escreveu:fonfagu escreveu:luccasf escreveu:
Ah, mas nem tem comparação com seus outros filmes. Dá pra notar, claro, mas o filme é muito instável.
Ele oscila muito principalmente pelas peculiaridades distintas do Mann e do Kubrick. Enquanto um prezava uma filmagem extremamente baseada naquela consagrada "regra dos terços", o outro, encarava a câmera com outra finalidade, na maioria das vezes, dissecando o personagem e o ambiente no qual ele está inserido, mas mantendo a originalidade em cada take, sempre.
Sobre o roteiro, achei que passou longe dos seus melhores trabalhos, como: "Arenas Sangrentas" de 1956, dirigido pelo Irving Rapper que soube ajustar o roteiro da melhor forma possível, principalmente por ambos dominarem a temática em questão, e por fim, "A Princesa e o Plebeu" de 1953, dirigido pelo William Wyler com uma belíssima fotografia do Henri Alekan e do Planer.
Para quem domina tanto a temática, não achei tão interessante como suas outras obras.
Ao meu ver foi muito superficial, mesmo conseguindo agradar muitos fãs. Esperava algo mais rebuscado e não uma interpretação mais disfarçada.
Acho q discordamos nesse assunto Lucas.
Mas olha só, em nenhum momento comparei Spartacus com qualquer outro filme de Kubrick, até porque não cabe a comparação, ele não teve dominio pleno da produção.
Agora me diz uma coisa, essa citação q vc faz sobre um dos diretores:Enquanto um prezava uma filmagem extremamente baseada naquela consagrada "regra dos terços", vc está se referindo ao Mann?
Se for, me permite discordar, Man sempre foi um outsider, um diretor de filmes malditos, sua fase negra, a do Cinema Noir é extraordinária, tanto na técnica, quanto na sua condição artística, seu autorismo ( pois é o q sempre foi, um autor) e até mesmo seus Western, por vezes segue esssa trilha, veja o caso de "O Preço De Um Homem", por ex.,tem elementos claramente típicos do gênero, personagens envolvidos num passado nebuloso, a valorização da palavra q fere tanto quanto um tiro, e olha só, tem até mesmo uma Femme Fatale, para catalizar tudo isso. Um noir com a aridez do cenário como pano de fundo. Sem falar, claro, q esta fase, rendeu oito maravilhas em parceria com James Stewart. Um diretor q realiza filmes assim, pessoais, até mesmo dentro de grandes estúdios, está longe de seguir padrões e regras
São estilos diferentes, Kubrick e Mann, mas cada um ao seu modo, tem um talento extraordinário, e nunca disse q um é melhor do q o outro, até porque não estou interessado nisso, gosto dos dois, igualmente.
Quanto ao filme propriamente dito, é puramente uma questão de gosto, adoro ele, e em relação ao roteiro de Trumbo, mais uma vez não fiz comparações com outros trabalhos, apenas valorizei este, q acho extraordinário, pela ousadia ( para a época, pelo q ele estava passando pessoalmente), aliás nem passou pela minha cabeça isso, comparar.
Valeu...
Mas é válido comparar, afinal, isso mostra como o diretor não consegue trabalhar com algo que não é seu. Por mais que ele tenha pego o trabalho com uma parte já produzida, ele não conseguiu seguir algo em torno do que já estava feito, resultando nessa oscilação que o filme tem, principalmente para aprimorar o roteiro. Pode não ter produzido com domínio pleno, mas também não soube continuar no mesmo ritmo.
Quanto à sua colocação sobre a "regra dos terços", ela não está muito certa em partes. Porque um diretor pode ser "outsider" (e como eu havia dito anteriormente, rs), como você disse e usar a "regra dos terços", como ele fez em 19 dos seus filmes e ser peculiar, ainda por cima. Digo isso garantindo certeza, pois já fiz dois seminários do diretor e como sempre, fiquei com a parte da filmagem e fotografia. Um diretor consegue manter as duas coisas, afinal, caso você não saiba, a "regra dos terços" é para algo mais subjetivo, ou seja, não é usado como câmera objetiva. Em momento algum questionei o que você disse, principalmente por eu saber muito bem dele e da sua influência nas outras gerações, principalmente nas belíssimas edições de cena. Outra coisa, também não disse que um é melhor que o outro e sobre ambos serem ímpares, eu tinha dito isso bem acima, rs.
Eu não costumo deixar sem analisar, muito pelo contrário. Eu diria que nesse filme, a época é o que tem menos influência, pode ter certeza. Kubrick sempre dominou muito a temática, mas dificilmente trabalhava junto ao roteirista. Mais uma grande prova dessa oscilação do filme, que tem pequenas quebras de ritmo devido à direção, é o fato do mesmo não ter sido indicado o Oscar. Muitos dizem que é por causa do problema que teve com os dois diretores, mas isso é apenas para disfarçar esse problema técnico, tanto que por muito menos, em "Filhos e Amantes", dirigido pelo Jack Cardiff, o mesmo recebeu a indicação para a categoria de seu cargo.
Lucas, veja bem, eu não disse, em momento algum q vc insinuou q um é melhor do q o outro, disse apenas por mim, em relação a minha visão.
Quanto a tudo q vc disse, é difícil para mim argumentar, já q não vejo o cinema sob este prisma, teórico,educacional, entende?
Não estou criticando vc, mas a minha visão do cinema, é a do cinéfilo, e não digo q é a correta, mas é a que eu tenho e a que eu argumento.
Dito isso, mantenho a minha visão (respeito a sua), mas continuo discordando em certos aspectos, como por ex. " a importância da época em q o roteiro foi escrito, e principalmente, por quem ele foi escrito", ora bolas, o homem estava na lista negra, é negligenciado durante anos, só voltando a ativa alguns anos depois deste periodo e escreve um roteiro de forte cunho político, e isto não é importante?, veja bem, esta opinião minha em relação ao roteiro é para o trabalho do Trumbo e não do Kubrick, sobre ele dar ou não uma boa continuidade a um texto q não era dele, a meu ver, é questão de ponto de vista, eu particularmente gosto, do andamento do filme, não quer dizer q tenha razão, aliás quem teria, não?
Para mim cinema não precisa de regras, nem de cartilhas.
Você me perguntou se eu conhecia a "Regra dos Terços". Não, eu não conheço, quer dizer, eu sei q essas coisas todas fazem parte do "aprendizado cinematográfico", mas para mim não é parametro algum, de eficácia. É termo de ensinamento para a formação de novos aprendizes e consequentemente a contiunuidade da teoria, filosofei!
Você cita o Oscar na parte final do seu comentário, Lucas, justificando uma possível oscilação do filme, uma quebra de ritmo na direção, enfim, problemas q o deixaram de fora. Está aí mais um posicionamento seu q distancia ainda mais essa divergente opinião nossa. Se algum dia eu levar em consideração a opinião da "Academia" para a valorização, ou não, do trabalho de um diretor, de um roteirista, ou seja lá o q for, sinceramente, eu paro de ver filmes. Renuncio totalmente.
Não me leve a mal Lucas, mas não sou teórico, sou palpiteiro...Graças a Deus!
Convidad- Convidado
Re: Laranja Mecânica - 1971
E Lucas, toda essa conversa, divergências e tal, pode parecer q eu não gosto de ti, mas não, muito pelo contrário, gosto e muito, e adoro tudo isso. essas conversas.
O mundo seria melhor, com mais Luccasf por aí. Seria mesmo. A inteligência proliferaria. Com divergências, ou não!
O mundo seria melhor, com mais Luccasf por aí. Seria mesmo. A inteligência proliferaria. Com divergências, ou não!
Convidad- Convidado
Re: Laranja Mecânica - 1971
fonfagu escreveu:luccasf escreveu:fonfagu escreveu:
Acho q discordamos nesse assunto Lucas.
Mas olha só, em nenhum momento comparei Spartacus com qualquer outro filme de Kubrick, até porque não cabe a comparação, ele não teve dominio pleno da produção.
Agora me diz uma coisa, essa citação q vc faz sobre um dos diretores:Enquanto um prezava uma filmagem extremamente baseada naquela consagrada "regra dos terços", vc está se referindo ao Mann?
Se for, me permite discordar, Man sempre foi um outsider, um diretor de filmes malditos, sua fase negra, a do Cinema Noir é extraordinária, tanto na técnica, quanto na sua condição artística, seu autorismo ( pois é o q sempre foi, um autor) e até mesmo seus Western, por vezes segue esssa trilha, veja o caso de "O Preço De Um Homem", por ex.,tem elementos claramente típicos do gênero, personagens envolvidos num passado nebuloso, a valorização da palavra q fere tanto quanto um tiro, e olha só, tem até mesmo uma Femme Fatale, para catalizar tudo isso. Um noir com a aridez do cenário como pano de fundo. Sem falar, claro, q esta fase, rendeu oito maravilhas em parceria com James Stewart. Um diretor q realiza filmes assim, pessoais, até mesmo dentro de grandes estúdios, está longe de seguir padrões e regras
São estilos diferentes, Kubrick e Mann, mas cada um ao seu modo, tem um talento extraordinário, e nunca disse q um é melhor do q o outro, até porque não estou interessado nisso, gosto dos dois, igualmente.
Quanto ao filme propriamente dito, é puramente uma questão de gosto, adoro ele, e em relação ao roteiro de Trumbo, mais uma vez não fiz comparações com outros trabalhos, apenas valorizei este, q acho extraordinário, pela ousadia ( para a época, pelo q ele estava passando pessoalmente), aliás nem passou pela minha cabeça isso, comparar.
Valeu...
Mas é válido comparar, afinal, isso mostra como o diretor não consegue trabalhar com algo que não é seu. Por mais que ele tenha pego o trabalho com uma parte já produzida, ele não conseguiu seguir algo em torno do que já estava feito, resultando nessa oscilação que o filme tem, principalmente para aprimorar o roteiro. Pode não ter produzido com domínio pleno, mas também não soube continuar no mesmo ritmo.
Quanto à sua colocação sobre a "regra dos terços", ela não está muito certa em partes. Porque um diretor pode ser "outsider" (e como eu havia dito anteriormente, rs), como você disse e usar a "regra dos terços", como ele fez em 19 dos seus filmes e ser peculiar, ainda por cima. Digo isso garantindo certeza, pois já fiz dois seminários do diretor e como sempre, fiquei com a parte da filmagem e fotografia. Um diretor consegue manter as duas coisas, afinal, caso você não saiba, a "regra dos terços" é para algo mais subjetivo, ou seja, não é usado como câmera objetiva. Em momento algum questionei o que você disse, principalmente por eu saber muito bem dele e da sua influência nas outras gerações, principalmente nas belíssimas edições de cena. Outra coisa, também não disse que um é melhor que o outro e sobre ambos serem ímpares, eu tinha dito isso bem acima, rs.
Eu não costumo deixar sem analisar, muito pelo contrário. Eu diria que nesse filme, a época é o que tem menos influência, pode ter certeza. Kubrick sempre dominou muito a temática, mas dificilmente trabalhava junto ao roteirista. Mais uma grande prova dessa oscilação do filme, que tem pequenas quebras de ritmo devido à direção, é o fato do mesmo não ter sido indicado o Oscar. Muitos dizem que é por causa do problema que teve com os dois diretores, mas isso é apenas para disfarçar esse problema técnico, tanto que por muito menos, em "Filhos e Amantes", dirigido pelo Jack Cardiff, o mesmo recebeu a indicação para a categoria de seu cargo.
Lucas, veja bem, eu não disse, em momento algum q vc insinuou q um é melhor do q o outro, disse apenas por mim, em relação a minha visão.
Quanto a tudo q vc disse, é difícil para mim argumentar, já q não vejo o cinema sob este prisma, teórico,educacional, entende?
Não estou criticando vc, mas a minha visão do cinema, é a do cinéfilo, e não digo q é a correta, mas é a que eu tenho e a que eu argumento.
Dito isso, mantenho a minha visão (respeito a sua), mas continuo discordando em certos aspectos, como por ex. " a importância da época em q o roteiro foi escrito, e principalmente, por quem ele foi escrito", ora bolas, o homem estava na lista negra, é negligenciado durante anos, só voltando a ativa alguns anos depois deste periodo e escreve um roteiro de forte cunho político, e isto não é importante?, veja bem, esta opinião minha em relação ao roteiro é para o trabalho do Trumbo e não do Kubrick, sobre ele dar ou não uma boa continuidade a um texto q não era dele, a meu ver, é questão de ponto de vista, eu particularmente gosto, do andamento do filme, não quer dizer q tenha razão, aliás quem teria, não?
Para mim cinema não precisa de regras, nem de cartilhas.
Você me perguntou se eu conhecia a "Regra dos Terços". Não, eu não conheço, quer dizer, eu sei q essas coisas todas fazem parte do "aprendizado cinematográfico", mas para mim não é parametro algum, de eficácia. É termo de ensinamento para a formação de novos aprendizes e consequentemente a contiunuidade da teoria, filosofei!
Você cita o Oscar na parte final do seu comentário, Lucas, justificando uma possível oscilação do filme, uma quebra de ritmo na direção, enfim, problemas q o deixaram de fora. Está aí mais um posicionamento seu q distancia ainda mais essa divergente opinião nossa. Se algum dia eu levar em consideração a opinião da "Academia" para a valorização, ou não, do trabalho de um diretor, de um roteirista, ou seja lá o q for, sinceramente, eu paro de ver filmes. Renuncio totalmente.
Não me leve a mal Lucas, mas não sou teórico, sou palpiteiro...Graças a Deus!
Entendi errado a parte do roteiro, me desculpa. Vendo por esse lado, entendo o que você quis dizer sobre a época. Agora sim. Mas essa "Regra dos Terços" não é nada disso, cara. É apenas uma técnica de filmagem que certos diretores usam como principal, entende? Por isso que eu estava dizendo que ele conseguia ser versátil e peculiar, ao mesmo tempo que usava essa técnica que poucos profissionais souberam usar com total perfeição, como ele fez, entende? Eu tenho essa opinião crítica, mas ela não passa de uma vertente da minha opinião. Não é porque eu faço críticas, que eu assisto filmes sem analisar por amor, muito pelo contrário, sou cinéfilo, mas gosto de acrescentar mais ainda. Tenho olhar crítico porque eu costumo aprimorar no meu curso, mas a diversão sempre está caminhando junto.
Eu concordo com você sobre a Academia. Mas eu citei porque tem um sentido diferente dessa vez. Se essa direção foi tão boa assim, porque não foi indicado, sendo que o Jack Cardiff teve sérios problemas com a Academia e mesmo assim estava presente na categoria. Não estou dizendo que isso justifica totalmente, mas essa questão que coloca em dúvida a decisão da Academia, era bem menos presente naquela época, do que agora, onde é totalmente político e variante. Não estou usando como justificativa, mas sim como questionamento. Cara, não sei o sentido da palavra "teórico" pra você, mas pela intenção, imagino que você acha que quem faz crítica, não aprecia o cinema e essa é a maior bobagem que costumam dizer. Definitivamente, a maior. Abraço, tranquilo, também digo o mesmo pra você.
Convidad- Convidado
Re: Laranja Mecânica - 1971
A música clássica nunca mais foi a mesma pra mim depois desse filme.............
Convidad- Convidado
Re: Laranja Mecânica - 1971
luccasf escreveu:fonfagu escreveu:luccasf escreveu:
Mas é válido comparar, afinal, isso mostra como o diretor não consegue trabalhar com algo que não é seu. Por mais que ele tenha pego o trabalho com uma parte já produzida, ele não conseguiu seguir algo em torno do que já estava feito, resultando nessa oscilação que o filme tem, principalmente para aprimorar o roteiro. Pode não ter produzido com domínio pleno, mas também não soube continuar no mesmo ritmo.
Quanto à sua colocação sobre a "regra dos terços", ela não está muito certa em partes. Porque um diretor pode ser "outsider" (e como eu havia dito anteriormente, rs), como você disse e usar a "regra dos terços", como ele fez em 19 dos seus filmes e ser peculiar, ainda por cima. Digo isso garantindo certeza, pois já fiz dois seminários do diretor e como sempre, fiquei com a parte da filmagem e fotografia. Um diretor consegue manter as duas coisas, afinal, caso você não saiba, a "regra dos terços" é para algo mais subjetivo, ou seja, não é usado como câmera objetiva. Em momento algum questionei o que você disse, principalmente por eu saber muito bem dele e da sua influência nas outras gerações, principalmente nas belíssimas edições de cena. Outra coisa, também não disse que um é melhor que o outro e sobre ambos serem ímpares, eu tinha dito isso bem acima, rs.
Eu não costumo deixar sem analisar, muito pelo contrário. Eu diria que nesse filme, a época é o que tem menos influência, pode ter certeza. Kubrick sempre dominou muito a temática, mas dificilmente trabalhava junto ao roteirista. Mais uma grande prova dessa oscilação do filme, que tem pequenas quebras de ritmo devido à direção, é o fato do mesmo não ter sido indicado o Oscar. Muitos dizem que é por causa do problema que teve com os dois diretores, mas isso é apenas para disfarçar esse problema técnico, tanto que por muito menos, em "Filhos e Amantes", dirigido pelo Jack Cardiff, o mesmo recebeu a indicação para a categoria de seu cargo.
Lucas, veja bem, eu não disse, em momento algum q vc insinuou q um é melhor do q o outro, disse apenas por mim, em relação a minha visão.
Quanto a tudo q vc disse, é difícil para mim argumentar, já q não vejo o cinema sob este prisma, teórico,educacional, entende?
Não estou criticando vc, mas a minha visão do cinema, é a do cinéfilo, e não digo q é a correta, mas é a que eu tenho e a que eu argumento.
Dito isso, mantenho a minha visão (respeito a sua), mas continuo discordando em certos aspectos, como por ex. " a importância da época em q o roteiro foi escrito, e principalmente, por quem ele foi escrito", ora bolas, o homem estava na lista negra, é negligenciado durante anos, só voltando a ativa alguns anos depois deste periodo e escreve um roteiro de forte cunho político, e isto não é importante?, veja bem, esta opinião minha em relação ao roteiro é para o trabalho do Trumbo e não do Kubrick, sobre ele dar ou não uma boa continuidade a um texto q não era dele, a meu ver, é questão de ponto de vista, eu particularmente gosto, do andamento do filme, não quer dizer q tenha razão, aliás quem teria, não?
Para mim cinema não precisa de regras, nem de cartilhas.
Você me perguntou se eu conhecia a "Regra dos Terços". Não, eu não conheço, quer dizer, eu sei q essas coisas todas fazem parte do "aprendizado cinematográfico", mas para mim não é parametro algum, de eficácia. É termo de ensinamento para a formação de novos aprendizes e consequentemente a contiunuidade da teoria, filosofei!
Você cita o Oscar na parte final do seu comentário, Lucas, justificando uma possível oscilação do filme, uma quebra de ritmo na direção, enfim, problemas q o deixaram de fora. Está aí mais um posicionamento seu q distancia ainda mais essa divergente opinião nossa. Se algum dia eu levar em consideração a opinião da "Academia" para a valorização, ou não, do trabalho de um diretor, de um roteirista, ou seja lá o q for, sinceramente, eu paro de ver filmes. Renuncio totalmente.
Não me leve a mal Lucas, mas não sou teórico, sou palpiteiro...Graças a Deus!
Entendi errado a parte do roteiro, me desculpa. Vendo por esse lado, entendo o que você quis dizer sobre a época. Agora sim. Mas essa "Regra dos Terços" não é nada disso, cara. É apenas uma técnica de filmagem que certos diretores usam como principal, entende? Por isso que eu estava dizendo que ele conseguia ser versátil e peculiar, ao mesmo tempo que usava essa técnica que poucos profissionais souberam usar com total perfeição, como ele fez, entende? Eu tenho essa opinião crítica, mas ela não passa de uma vertente da minha opinião. Não é porque eu faço críticas, que eu assisto filmes sem analisar por amor, muito pelo contrário, sou cinéfilo, mas gosto de acrescentar mais ainda. Tenho olhar crítico porque eu costumo aprimorar no meu curso, mas a diversão sempre está caminhando junto.
Eu concordo com você sobre a Academia. Mas eu citei porque tem um sentido diferente dessa vez. Se essa direção foi tão boa assim, porque não foi indicado, sendo que o Jack Cardiff teve sérios problemas com a Academia e mesmo assim estava presente na categoria. Não estou dizendo que isso justifica totalmente, mas essa questão que coloca em dúvida a decisão da Academia, era bem menos presente naquela época, do que agora, onde é totalmente político e variante. Não estou usando como justificativa, mas sim como questionamento. Cara, não sei o sentido da palavra "teórico" pra você, mas pela intenção, imagino que você acha que quem faz crítica, não aprecia o cinema e essa é a maior bobagem que costumam dizer. Definitivamente, a maior. Abraço, tranquilo, também digo o mesmo pra você.
Ok Lucas, eu compreendi seu ponto de vista.
Quando eu digo "teórico", digo no sentido "estudioso" da palavra ok? E em hipótese alguma quis insinuar, ou desvalorizar o trabalho de um crítico, Jesus, jamais!!
Apenas quis dizer, amigo Lucas, q quando vejo um filme, o vejo de uma outra forma.
Com relação à "Regra dos Terços" ( aliás, técnica usual na fotografia né?), vc foi claro na sua explicação e eu a compreendi muito bem tb. É uma técnica, evidente.
É q quando vejo um filme, me perco nele, com um olhar de cinéfilo não de crítico, de me maravilhar com determinadas sequências, de fazer aproximações artísticas, reminiscências mesmo, com trabalhos anteriores de um artista, de procurar uma linha tênue entre eles, técnicamente, estilosamente, mas não exatamente ou tão somente, com um olhar crítico, compreende. É o prazer de se ver um filme como um cinéfilo, primordialmente, e não, em primeiro plano, como um estudioso ( e veja bem Lucas, isso não é uma crítica q faço à quem se detém a ver filmes com um olhar mais crítico, de forma alguma, inclusive adoro ler críticas e escrever também), mas é q , primeiramente, sempre vejo os filmes como um apreciador mesmo, como fã. Se for me prender a ver filmes de uma forma acima de tudo, crítica, acho q vou deixar de gostar de muitos títulos q adoro, e não quero isso, hehe...
Mas Lucas, sabe qual q é a conclusão de toda essa conversa q rolou aqui ( q adorei, diga-se de passagem) sobre Spartacus?
Acho q é tudo muito simples, um gosta um pouco mais do filme do q o outro, hehe, mesmo com certas divergências de opiniões. E gosto é uma coisa complicada, demais!
E peço desculpas à querida Acullen, de utilizar o tópico para discorrer sobre um outro filme, hehe..
Um abraço Lucas, te admiro bastante, e sempre estou lendo os seus comentários, é q as vezes a gente acaba por discordar um pouquinho, mas é normal. Já pensou se todo mundo tivesse o mesmo ponto de vista, sobre as coisas? Que chato seria?
Abração, valeu...
Convidad- Convidado
Re: Laranja Mecânica - 1971
fonfagu escreveu:luccasf escreveu:fonfagu escreveu:
Lucas, veja bem, eu não disse, em momento algum q vc insinuou q um é melhor do q o outro, disse apenas por mim, em relação a minha visão.
Quanto a tudo q vc disse, é difícil para mim argumentar, já q não vejo o cinema sob este prisma, teórico,educacional, entende?
Não estou criticando vc, mas a minha visão do cinema, é a do cinéfilo, e não digo q é a correta, mas é a que eu tenho e a que eu argumento.
Dito isso, mantenho a minha visão (respeito a sua), mas continuo discordando em certos aspectos, como por ex. " a importância da época em q o roteiro foi escrito, e principalmente, por quem ele foi escrito", ora bolas, o homem estava na lista negra, é negligenciado durante anos, só voltando a ativa alguns anos depois deste periodo e escreve um roteiro de forte cunho político, e isto não é importante?, veja bem, esta opinião minha em relação ao roteiro é para o trabalho do Trumbo e não do Kubrick, sobre ele dar ou não uma boa continuidade a um texto q não era dele, a meu ver, é questão de ponto de vista, eu particularmente gosto, do andamento do filme, não quer dizer q tenha razão, aliás quem teria, não?
Para mim cinema não precisa de regras, nem de cartilhas.
Você me perguntou se eu conhecia a "Regra dos Terços". Não, eu não conheço, quer dizer, eu sei q essas coisas todas fazem parte do "aprendizado cinematográfico", mas para mim não é parametro algum, de eficácia. É termo de ensinamento para a formação de novos aprendizes e consequentemente a contiunuidade da teoria, filosofei!
Você cita o Oscar na parte final do seu comentário, Lucas, justificando uma possível oscilação do filme, uma quebra de ritmo na direção, enfim, problemas q o deixaram de fora. Está aí mais um posicionamento seu q distancia ainda mais essa divergente opinião nossa. Se algum dia eu levar em consideração a opinião da "Academia" para a valorização, ou não, do trabalho de um diretor, de um roteirista, ou seja lá o q for, sinceramente, eu paro de ver filmes. Renuncio totalmente.
Não me leve a mal Lucas, mas não sou teórico, sou palpiteiro...Graças a Deus!
Entendi errado a parte do roteiro, me desculpa. Vendo por esse lado, entendo o que você quis dizer sobre a época. Agora sim. Mas essa "Regra dos Terços" não é nada disso, cara. É apenas uma técnica de filmagem que certos diretores usam como principal, entende? Por isso que eu estava dizendo que ele conseguia ser versátil e peculiar, ao mesmo tempo que usava essa técnica que poucos profissionais souberam usar com total perfeição, como ele fez, entende? Eu tenho essa opinião crítica, mas ela não passa de uma vertente da minha opinião. Não é porque eu faço críticas, que eu assisto filmes sem analisar por amor, muito pelo contrário, sou cinéfilo, mas gosto de acrescentar mais ainda. Tenho olhar crítico porque eu costumo aprimorar no meu curso, mas a diversão sempre está caminhando junto.
Eu concordo com você sobre a Academia. Mas eu citei porque tem um sentido diferente dessa vez. Se essa direção foi tão boa assim, porque não foi indicado, sendo que o Jack Cardiff teve sérios problemas com a Academia e mesmo assim estava presente na categoria. Não estou dizendo que isso justifica totalmente, mas essa questão que coloca em dúvida a decisão da Academia, era bem menos presente naquela época, do que agora, onde é totalmente político e variante. Não estou usando como justificativa, mas sim como questionamento. Cara, não sei o sentido da palavra "teórico" pra você, mas pela intenção, imagino que você acha que quem faz crítica, não aprecia o cinema e essa é a maior bobagem que costumam dizer. Definitivamente, a maior. Abraço, tranquilo, também digo o mesmo pra você.
Ok Lucas, eu compreendi seu ponto de vista.
Quando eu digo "teórico", digo no sentido "estudioso" da palavra ok? E em hipótese alguma quis insinuar, ou desvalorizar o trabalho de um crítico, Jesus, jamais!!
Apenas quis dizer, amigo Lucas, q quando vejo um filme, o vejo de uma outra forma.
Com relação à "Regra dos Terços" ( aliás, técnica usual na fotografia né?), vc foi claro na sua explicação e eu a compreendi muito bem tb. É uma técnica, evidente.
É q quando vejo um filme, me perco nele, com um olhar de cinéfilo não de crítico, de me maravilhar com determinadas sequências, de fazer aproximações artísticas, reminiscências mesmo, com trabalhos anteriores de um artista, de procurar uma linha tênue entre eles, técnicamente, estilosamente, mas não exatamente ou tão somente, com um olhar crítico, compreende. É o prazer de se ver um filme como um cinéfilo, primordialmente, e não, em primeiro plano, como um estudioso ( e veja bem Lucas, isso não é uma crítica q faço à quem se detém a ver filmes com um olhar mais crítico, de forma alguma, inclusive adoro ler críticas e escrever também), mas é q , primeiramente, sempre vejo os filmes como um apreciador mesmo, como fã. Se for me prender a ver filmes de uma forma acima de tudo, crítica, acho q vou deixar de gostar de muitos títulos q adoro, e não quero isso, hehe...
Mas Lucas, sabe qual q é a conclusão de toda essa conversa q rolou aqui ( q adorei, diga-se de passagem) sobre Spartacus?
Acho q é tudo muito simples, um gosta um pouco mais do filme do q o outro, hehe, mesmo com certas divergências de opiniões. E gosto é uma coisa complicada, demais!
E peço desculpas à querida Acullen, de utilizar o tópico para discorrer sobre um outro filme, hehe..
Um abraço Lucas, te admiro bastante, e sempre estou lendo os seus comentários, é q as vezes a gente acaba por discordar um pouquinho, mas é normal. Já pensou se todo mundo tivesse o mesmo ponto de vista, sobre as coisas? Que chato seria?
Abração, valeu...
Beleza.
Mas do mesmo modo que você aprecia o filme dessa maneira, eu tambem o faço. A diferença, é que além de apreciar como um cinéfilo, eu tento encontrar alguns pontos que contribuam para minha escrita, mais futuramente. Não sou dono da verdade, de modo algum, afinal, uma crítica, na maiorias das vezes, é algo estritamente pessoal. O que eu mais faço é correlações com outros filmes do mesmo diretor/produtor/roteirista, afinal, é muito bom ver a mudança do profissional, seja positiva, ou negativa.
Fica tranquilo, entendi o seu ponto de vista sempre e sei que você não teve intenção de menosprezar. Abração.
Convidad- Convidado
Re: Laranja Mecânica - 1971
A Clockwork Orange ainda me surpreende a cada vez que eu assisto. É a maior prova de que se trata de uma obra prima que resiste ao passar do tempo (o que pra mim é o mesmo que algo atemporal). É apocalíptico, caótico e apoteótico.
Mas é uma obra que me perturba e choca, e olha que eu não sou alguém que se impressione assim com obras desse tipo. Até hoje ainda tenho receio em ler o livro, por conta do impacto que o filme me causou.
Mas é uma obra que me perturba e choca, e olha que eu não sou alguém que se impressione assim com obras desse tipo. Até hoje ainda tenho receio em ler o livro, por conta do impacto que o filme me causou.
Convidad- Convidado
Re: Laranja Mecânica - 1971
fonfagu escreveu:luccasf escreveu:fonfagu escreveu:
Acho q discordamos nesse assunto Lucas.
Mas olha só, em nenhum momento comparei Spartacus com qualquer outro filme de Kubrick, até porque não cabe a comparação, ele não teve dominio pleno da produção.
Agora me diz uma coisa, essa citação q vc faz sobre um dos diretores:Enquanto um prezava uma filmagem extremamente baseada naquela consagrada "regra dos terços", vc está se referindo ao Mann?
Se for, me permite discordar, Man sempre foi um outsider, um diretor de filmes malditos, sua fase negra, a do Cinema Noir é extraordinária, tanto na técnica, quanto na sua condição artística, seu autorismo ( pois é o q sempre foi, um autor) e até mesmo seus Western, por vezes segue esssa trilha, veja o caso de "O Preço De Um Homem", por ex.,tem elementos claramente típicos do gênero, personagens envolvidos num passado nebuloso, a valorização da palavra q fere tanto quanto um tiro, e olha só, tem até mesmo uma Femme Fatale, para catalizar tudo isso. Um noir com a aridez do cenário como pano de fundo. Sem falar, claro, q esta fase, rendeu oito maravilhas em parceria com James Stewart. Um diretor q realiza filmes assim, pessoais, até mesmo dentro de grandes estúdios, está longe de seguir padrões e regras
São estilos diferentes, Kubrick e Mann, mas cada um ao seu modo, tem um talento extraordinário, e nunca disse q um é melhor do q o outro, até porque não estou interessado nisso, gosto dos dois, igualmente.
Quanto ao filme propriamente dito, é puramente uma questão de gosto, adoro ele, e em relação ao roteiro de Trumbo, mais uma vez não fiz comparações com outros trabalhos, apenas valorizei este, q acho extraordinário, pela ousadia ( para a época, pelo q ele estava passando pessoalmente), aliás nem passou pela minha cabeça isso, comparar.
Valeu...
Mas é válido comparar, afinal, isso mostra como o diretor não consegue trabalhar com algo que não é seu. Por mais que ele tenha pego o trabalho com uma parte já produzida, ele não conseguiu seguir algo em torno do que já estava feito, resultando nessa oscilação que o filme tem, principalmente para aprimorar o roteiro. Pode não ter produzido com domínio pleno, mas também não soube continuar no mesmo ritmo.
Quanto à sua colocação sobre a "regra dos terços", ela não está muito certa em partes. Porque um diretor pode ser "outsider" (e como eu havia dito anteriormente, rs), como você disse e usar a "regra dos terços", como ele fez em 19 dos seus filmes e ser peculiar, ainda por cima. Digo isso garantindo certeza, pois já fiz dois seminários do diretor e como sempre, fiquei com a parte da filmagem e fotografia. Um diretor consegue manter as duas coisas, afinal, caso você não saiba, a "regra dos terços" é para algo mais subjetivo, ou seja, não é usado como câmera objetiva. Em momento algum questionei o que você disse, principalmente por eu saber muito bem dele e da sua influência nas outras gerações, principalmente nas belíssimas edições de cena. Outra coisa, também não disse que um é melhor que o outro e sobre ambos serem ímpares, eu tinha dito isso bem acima, rs.
Eu não costumo deixar sem analisar, muito pelo contrário. Eu diria que nesse filme, a época é o que tem menos influência, pode ter certeza. Kubrick sempre dominou muito a temática, mas dificilmente trabalhava junto ao roteirista. Mais uma grande prova dessa oscilação do filme, que tem pequenas quebras de ritmo devido à direção, é o fato do mesmo não ter sido indicado o Oscar. Muitos dizem que é por causa do problema que teve com os dois diretores, mas isso é apenas para disfarçar esse problema técnico, tanto que por muito menos, em "Filhos e Amantes", dirigido pelo Jack Cardiff, o mesmo recebeu a indicação para a categoria de seu cargo.
Lucas, veja bem, eu não disse, em momento algum q vc insinuou q um é melhor do q o outro, disse apenas por mim, em relação a minha visão.
Quanto a tudo q vc disse, é difícil para mim argumentar, já q não vejo o cinema sob este prisma, teórico,educacional, entende?
Não estou criticando vc, mas a minha visão do cinema, é a do cinéfilo, e não digo q é a correta, mas é a que eu tenho e a que eu argumento.
Dito isso, mantenho a minha visão (respeito a sua), mas continuo discordando em certos aspectos, como por ex. " a importância da época em q o roteiro foi escrito, e principalmente, por quem ele foi escrito", ora bolas, o homem estava na lista negra, é negligenciado durante anos, só voltando a ativa alguns anos depois deste periodo e escreve um roteiro de forte cunho político, e isto não é importante?, veja bem, esta opinião minha em relação ao roteiro é para o trabalho do Trumbo e não do Kubrick, sobre ele dar ou não uma boa continuidade a um texto q não era dele, a meu ver, é questão de ponto de vista, eu particularmente gosto, do andamento do filme, não quer dizer q tenha razão, aliás quem teria, não?
Para mim cinema não precisa de regras, nem de cartilhas.
Você me perguntou se eu conhecia a "Regra dos Terços". Não, eu não conheço, quer dizer, eu sei q essas coisas todas fazem parte do "aprendizado cinematográfico", mas para mim não é parametro algum, de eficácia. É termo de ensinamento para a formação de novos aprendizes e consequentemente a contiunuidade da teoria, filosofei!
Você cita o Oscar na parte final do seu comentário, Lucas, justificando uma possível oscilação do filme, uma quebra de ritmo na direção, enfim, problemas q o deixaram de fora. Está aí mais um posicionamento seu q distancia ainda mais essa divergente opinião nossa. Se algum dia eu levar em consideração a opinião da "Academia" para a valorização, ou não, do trabalho de um diretor, de um roteirista, ou seja lá o q for, sinceramente, eu paro de ver filmes. Renuncio totalmente.
Não me leve a mal Lucas, mas não sou teórico, sou palpiteiro...Graças a Deus!
MIMIMI... MEMEME...
Um critica a posição do outro mas não mantém suas convicções à respeito do Mestre K!
Então vamos entender Spartacus... e para adiantar, eu tenho TODOS OS FILMES do Mestre K! TODOS!
ORIGINAIS, diga-se de passagem!
Quando se fala de Spartacus, costuma-se tentar envolver o Mestre Kubrick, em algum esquema dele ser amigo do Kirk Douglas, e por esse motivo ter sido dado à ele, a chance de finalizar o filme, e isso é uma mentira grossa!
Kubrick finalizou as filmagens... e não a montagem do filme! Todos os filmes do Kubrick, foram editados por ele! Ele dirigiu Spartacus, mas não participou da edição!
Inclusive, ele não gostava de ser creditado por Spartacus!
Convidad- Convidado
Re: Laranja Mecânica - 1971
Predador_Design escreveu:fonfagu escreveu:luccasf escreveu:
Mas é válido comparar, afinal, isso mostra como o diretor não consegue trabalhar com algo que não é seu. Por mais que ele tenha pego o trabalho com uma parte já produzida, ele não conseguiu seguir algo em torno do que já estava feito, resultando nessa oscilação que o filme tem, principalmente para aprimorar o roteiro. Pode não ter produzido com domínio pleno, mas também não soube continuar no mesmo ritmo.
Quanto à sua colocação sobre a "regra dos terços", ela não está muito certa em partes. Porque um diretor pode ser "outsider" (e como eu havia dito anteriormente, rs), como você disse e usar a "regra dos terços", como ele fez em 19 dos seus filmes e ser peculiar, ainda por cima. Digo isso garantindo certeza, pois já fiz dois seminários do diretor e como sempre, fiquei com a parte da filmagem e fotografia. Um diretor consegue manter as duas coisas, afinal, caso você não saiba, a "regra dos terços" é para algo mais subjetivo, ou seja, não é usado como câmera objetiva. Em momento algum questionei o que você disse, principalmente por eu saber muito bem dele e da sua influência nas outras gerações, principalmente nas belíssimas edições de cena. Outra coisa, também não disse que um é melhor que o outro e sobre ambos serem ímpares, eu tinha dito isso bem acima, rs.
Eu não costumo deixar sem analisar, muito pelo contrário. Eu diria que nesse filme, a época é o que tem menos influência, pode ter certeza. Kubrick sempre dominou muito a temática, mas dificilmente trabalhava junto ao roteirista. Mais uma grande prova dessa oscilação do filme, que tem pequenas quebras de ritmo devido à direção, é o fato do mesmo não ter sido indicado o Oscar. Muitos dizem que é por causa do problema que teve com os dois diretores, mas isso é apenas para disfarçar esse problema técnico, tanto que por muito menos, em "Filhos e Amantes", dirigido pelo Jack Cardiff, o mesmo recebeu a indicação para a categoria de seu cargo.
Lucas, veja bem, eu não disse, em momento algum q vc insinuou q um é melhor do q o outro, disse apenas por mim, em relação a minha visão.
Quanto a tudo q vc disse, é difícil para mim argumentar, já q não vejo o cinema sob este prisma, teórico,educacional, entende?
Não estou criticando vc, mas a minha visão do cinema, é a do cinéfilo, e não digo q é a correta, mas é a que eu tenho e a que eu argumento.
Dito isso, mantenho a minha visão (respeito a sua), mas continuo discordando em certos aspectos, como por ex. " a importância da época em q o roteiro foi escrito, e principalmente, por quem ele foi escrito", ora bolas, o homem estava na lista negra, é negligenciado durante anos, só voltando a ativa alguns anos depois deste periodo e escreve um roteiro de forte cunho político, e isto não é importante?, veja bem, esta opinião minha em relação ao roteiro é para o trabalho do Trumbo e não do Kubrick, sobre ele dar ou não uma boa continuidade a um texto q não era dele, a meu ver, é questão de ponto de vista, eu particularmente gosto, do andamento do filme, não quer dizer q tenha razão, aliás quem teria, não?
Para mim cinema não precisa de regras, nem de cartilhas.
Você me perguntou se eu conhecia a "Regra dos Terços". Não, eu não conheço, quer dizer, eu sei q essas coisas todas fazem parte do "aprendizado cinematográfico", mas para mim não é parametro algum, de eficácia. É termo de ensinamento para a formação de novos aprendizes e consequentemente a contiunuidade da teoria, filosofei!
Você cita o Oscar na parte final do seu comentário, Lucas, justificando uma possível oscilação do filme, uma quebra de ritmo na direção, enfim, problemas q o deixaram de fora. Está aí mais um posicionamento seu q distancia ainda mais essa divergente opinião nossa. Se algum dia eu levar em consideração a opinião da "Academia" para a valorização, ou não, do trabalho de um diretor, de um roteirista, ou seja lá o q for, sinceramente, eu paro de ver filmes. Renuncio totalmente.
Não me leve a mal Lucas, mas não sou teórico, sou palpiteiro...Graças a Deus!
MIMIMI... MEMEME...
Um critica a posição do outro mas não mantém suas convicções à respeito do Mestre K!
Então vamos entender Spartacus... e para adiantar, eu tenho TODOS OS FILMES do Mestre K! TODOS!
ORIGINAIS, diga-se de passagem!
Quando se fala de Spartacus, costuma-se tentar envolver o Mestre Kubrick, em algum esquema dele ser amigo do Kirk Douglas, e por esse motivo ter sido dado à ele, a chance de finalizar o filme, e isso é uma mentira grossa!
Kubrick finalizou as filmagens... e não a montagem do filme! Todos os filmes do Kubrick, foram editados por ele! Ele dirigiu Spartacus, mas não participou da edição!
Inclusive, ele não gostava de ser creditado por Spartacus!
Não entendi sua colocação sobre ter todos os filmes. Do que isso adianta? Não seria mais fácil dizer que você viu todos? Também assisti todos e você que não nos entendeu. Você não leu direito então, porque ao passo que estavamos criticando, em momento algum tiramos o mérito que o diretor tem, muito pelo contrário.
E quanto ao que aconteceu com Spartacus, foi exatamente isso o que colocamos no debate, se você entendeu errado, é bom dar uma lida novamente. Se entendeu errado, claro.
Convidad- Convidado
Re: Laranja Mecânica - 1971
"Não sou um defensor da violência mas acredito na liberdade de poder escolher - se eu não tiver liberdade para escolher o mal, tampouco terei a liberdade de escolher o bem. É melhor ter as ruas infestadas de jovens delinqüentes assassinos do que negar a cada um deles a liberdade de optar."
Anthony Burgess, "1985"
Anthony Burgess, "1985"
Convidado- Convidado
Re: Laranja Mecânica - 1971
ódio escreveu:"Não sou um defensor da violência mas acredito na liberdade de poder escolher - se eu não tiver liberdade para escolher o mal, tampouco terei a liberdade de escolher o bem. É melhor ter as ruas infestadas de jovens delinqüentes assassinos do que negar a cada um deles a liberdade de optar."
Anthony Burgess, "1985"
Cara, comprei uma lata importada desse filme, que tem uma parte desse diálogo, todo cromado.
Um dos meus grandes xodós. Paguei cerca de R$ 80 com frete. Ainda vende, mas é difícil de encontrar, porque é um steelbook duplo e costuma vender muito rápido.
Convidad- Convidado
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