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No Silêncio da Noite(1950)

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Mensagem por Convidado Qui Mar 21, 2013 8:42 pm

No Silêncio da Noite(1950) LP1

SINOPSE: Dixon é um roteirista insatisfeito com as engrenagens da indústria e que, após alguns filmes de sucesso, entra num hiato criativo. Uma jovem aspirante a escritora o acompanha até sua casa, aonde fica algumas horas e depois vai embora. Na manhã seguinte ela é encontrada morta, e Dixon é o maior suspeito, porém, sua vizinha pode lhe dar um álibi, que viu a jovem sair de casa só. Eles começam a namorar logo após, mas o detetive não está convencido, e continua a investigar. Os sucessivos ataques de raiva e frustração de Dixon pelo seu roteiro não acabado e sua maquiada agressividade começam a fazer com que a mulher também passe a ter dúvidas dele.

CRÍTICA(RECOMENDADA PELO CINEPLAYERS)

A NOITE DOS SENTIMENTOS

Junto com Crepúsculo dos Deuses(Sunset Boulevard,1950), No Silêncio da Noite(In a Lonely Place,1950) também é conotado como um dos melhores filmes metalinguísticos, uma das obras-primas sobre Hollywood, mas mais do que isso, No Silêncio da Noite(In a Lonely Place,1950) se trata de uma película na qual assim como outras, como também A Malvada(All About Eve,1950), consideradas obras-primas possui um agradável ritmo, uma paixão e principalmente uma convicção ao falar deste mundo tão rico que é o cinema elaborando críticas à esse universo paralelo de forma perfeita e muito inteligente. Mas muito além disto, No Silêncio da Noite(In a Lonely Place,1950) se trata muito mais do que isso, é a junção da paixão do Noir fundida com o amor pela Hollywood, o universo metalinguístico, o amor, um filme que apesar de todos os seus clichês e caricaturas típicas necessita, mais do que todos esse, um elemento muito especial, o sentimento. E inevitavelmente discute mais do que ele mas também o cinema tanto no seu auge quanto na sua decadência. Pois Dixon é o cinema de todo o modo, assim como Nicholas Ray, são figuras únicas e que se argumentam sozinhas, não são apenas seres apaixonados pela beleza auto-explicativa do noir, mas também são o retrato de um todo

Sem esse elemento, provavelmente o espectador irá se irritar ou chatear com a película, deixando de lado uma das grandes e maiores obras que o cinema já pode presenciar. Deixado de lado todo essa rigorosidade, basta sentir, observar e apreciar. Um noir curto e com uma mensagem única com um objetivo único, envolver o espectador pelas mãos de Nicholas Ray com o seu belo ritmo, paisagens e a imensidão eterna e comprida do belo branco-e-preto envolvendo todos os personagens nas belas atuações de Humprey Bogart e Gloria Grahame, envolvendo o espectador e principalmente envolvendo a terra dos sonhos sobre esse magnífico véu escuro em um clímax perfeito de sua trama desconcertante e envolvedora.

No Silêncio da Noite(In a Lonely Place,1950) filosofa às contradições do amor, interfere no diálogo noir, e profana sobre a personalidade de Ray sob Bogart, e entra em colapso com quem realmente está por trás da câmera e mostra a alma nua e crua desse homem. Um homem que vive no passado, um homem que representa a filmografia de Nicholas Ray, e transfere a cadeia de personagens fictícios em um plano mais que real. Trata-se de uma equação que transpõe todo o poder do homem na sua personalidade, no cinema e na vida. Relembra e recorda o que é o amor e põem ele como resultado final de toda uma ideologia, do noir, do branco-e-preto em ópera, da filosofia da vida. E por fim retoma a força de toda aquele personagem obscuro que indiretamente ou diretamente sempre foi presente nos filmes de Ray e que é e sempre vai ser presente na vida do ser humano, é a busca do ser humano pelo que ele representa e da forma mais visceral e arcaica de um homem tão contemporâneo e moderno como nosso protagonista, como nós.

Dixon Steele(Humprey Bogart) é a peça chave que move todo esse entorno e serve de crítica para Hollywood e os seus esquecimentos, bem como os roteiros e a falta de consideração que a mesma tem com a década de 20(visto que o amigo de Dixon é menosprezado). Além disso, Dixon Steele é uma personalidade famosa além de ser um personagem-crítica também é um retrato cômico necessário sobre tudo isso, uma criatura que não poderia ser melhor movida se não por Humprey Bogart, que o próprio estilo e pessoa esboçam e transbordam isso. A partir disto, Ray, se apropria para criar a sua trama, bem como Dixon Steele não poderia ser menos do que agressivo e se encaixar em uma trama não menos que genial e sendo prova viva de que até um roteiro não muito complexo ainda assim pode ser lindo. Mas tudo isso, só se da graças à Nicholas Ray e a química de Bogart com Gloria, é tudo bem simples mas dessa simplicidade é que se arranca um verdadeiro sentimento.

Dixon é suspeito do assassinato de uma mulher que saíra de sua casa e foi morta logo depois de pegar um carro. Todo o clima, se da devido à Ray e a ironia e o jeito cômico à Bogart. Mas tudo isso é provado não só pelas lentes ópticas de Laurel Gray(Gloria Grahame) mas sim também nas lentes da câmera de Ray que fazem o papel de substituir a lente que o espectador está tendo na sua visão bem ampla de observador. Com o passar do tempo Laurel e o espectador vai sentido uma certa dúvida devido a essa agressividade.

É o olhar da angustia aos moldes do noir, é a característica, o ritmo, o amor a paixão, o amor em tempos sombrios, talvez o melhor representante do que podemos dizer de uma certa metamorfose de gêneros e planos onde somos embalados toda hora pelo escuro e negro véu noir, a onda branco-e-preto que cobre os personagens por diversos motivos, nos cobre também por apenas um e somente um, motivo, amor. Dentro dele, Ray brinca com o espectador sentimos e sentimos, a essência, fragrância do cinema em seu auge do noir, do romance norte-americano, do mais belo desfrute de paixão, explode em tela tudo isso num dos melhores climas que o cinema já pode sentir e viver.

Mas, tudo isso não para por aqui. Nicholas Ray ainda continua com o seu constante exercício metalinguístico e apesar da personagem de Bogart soar caricata e toda feita aos moldes do famoso estereótipo criado pelo cinema, é quase que tirado de cena por que a personagem de Bogart é tão fortemente introduzida não só por Ray, mas também pela belíssima atuação do mesmo que transmiti nos poros a genialidade e diversão pura durante esse amor diabólico que a tela reproduz de forma gratificante junto com cenas repentinas da agressividade de Bogart e a sua transmissão perfeita que o espectador sente bem de perto, que é a transmissão da beleza do ato de escrever. Nada precisa ser explicado e sim sentido, ainda mais nessa, que talvez seja a experiência mais sentida que o cinema já provou. E com isso o nosso diretor, que se encaixa na função de cientista, testa e prova dentro do amargo tempo, da melancólica, sonolenta e explosiva solidão dentro de tudo, muito mais do que uma obra de arte que precisa ficar se encaixando em meio à matéria, mas que se encaixa única e exclusivamente para explicar o cinema e o amor apenas no olhar. Sim, o cinema é a melodia do olhar.

“Nasci quando ela me beijou...Morri quando me abandonou...Vivi umas semanas enquanto me amou”

Escrito por, Ricardo do Nascimento Bello e Silva

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Mensagem por Convidado Qui Mar 21, 2013 8:43 pm

obs: meu favorito do nick ray Very Happy

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Mensagem por marcelo l. Qui Mar 21, 2013 10:03 pm

Grande filme que preciso assistir de novo já que faz um tempão que os vi, ele e Juventude Transviada.
marcelo l.
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