Livro: "O Último Anel"
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Livro: "O Último Anel"
Fonte: http://www.failwars.blog.br/second-breakfast/voc-sabia-existe-um-livro-conta-saga-senhor-dos-anis-pelo-ponto-de-vista-sauron-conhea-ring/
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ediv_diVad- Farrista além das fronteiras da sanidade
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Re: Livro: "O Último Anel"
Parece ser um livro de verdade, alguém já ouviu falar ou já leu?
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ediv_diVad- Farrista além das fronteiras da sanidade
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Data de inscrição : 10/06/2010
Re: Livro: "O Último Anel"
Li uns comentários e parece que os fãs tem ódio mortal disso...
Mas tudo bem, ficaí só de registro.
Mas tudo bem, ficaí só de registro.
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ediv_diVad- Farrista além das fronteiras da sanidade
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Data de inscrição : 10/06/2010
Re: Livro: "O Último Anel"
Nuss, lendo os comentários e descobrindo que o livro é POLÊMICO pra rayo, se eu soubesse nem postava isso (MENTIRA), mas separei os melhores comments:
Eduardo Carvalho Almeida
Eduardo Carvalho Almeida
Anderson Peixotocara isso é uma afronta tão grande ao silmarillion, mas liberdade de expressão não é?
Sara Jorge E Silvaa ideia ñ é ruim, mas distorcer todo o trabalho do tolkien foi cagar no pau né
Andrei FernandesCom certeza, não acredito que ainda tem gente, que se acha fãs do sr dos aneis, que acredita que eh uma boa ideia
Excëntric Über AllesEu vejo comentários revoltosos, tratando a história como uma afontra ou uma heresia com o trabalho do grande autor. Por favor né gente? Vão chupar um prego, o trabalho do cara é foda mas não pode ser revisto pelos olhares de outros? O cara virou Deus agora? Maldita era em que os nerds não querem mais discutir e pensar e sim investir a adoração de ícones e modismos.
André JunqueiraPorra, achei sensacional!!! Em qualquer conflito cada um dos lados se acha o certo! Talvez o Sauron não se visse como um carrasco filho da puta dominador. Talvez ele realmente pensasse que estava certo! Queria ler!!!
a intenção do autor não foi descaracterização a obra de tolkien. por elessar! eu jogo LEGO senhor dos anéis diariamente com a minha namorada, e agora sou um "infiel"? sou um herege? kkk a cultura deste país está um lixo por causa de vcs, oh grandes intelectuais! não oferecer um outro contexto é uma prática comum no nazismo/fascismo/radicalismo. não compreender o ponto de vista do outro, por mais diferente que seja, justifica toda ação racista preconceituosa. vc não tem que aceitar ou concordar, apenas conhecer.
acho q poucos aqui entenderam essa iniciativa. enquanto não permitirmos espaço para uma autocrítica, continuaremos matando judeus, mulheres e negros... pois "NÓS" vitoriosos, kkk, somos muito superiores, não? se vc não percebeu o tom irônico de auto avaliação nesse spin-off/paródia, é pq não passa de mais um imbecil alienado, incapaz de assumir as proprias limitações. não existe nação ou indivíduo 100% bom ou mau. vai ler um g.r.r. martin! ou então fica aí parado, seu disney! kkk
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ediv_diVad- Farrista além das fronteiras da sanidade
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Data de inscrição : 10/06/2010
Re: Livro: "O Último Anel"
Para quem gosta de Senhor dos Anéis tem que saber que a principal história está nO Silmarillion. É lá onde está escrita a origem de toda a pilantragem dos serem "malignos", e inclusive nele percebemos que os elfos são um bando de pilantras. Sauron é mau, mas quem começou toda a merda foi Melkor...
Esse autor, ou escreveu esse livro de propósito para ser irônico, mostrando as histórias de Sauron como um "Socialista da depressão", ou o cara não leu o Silmarillion... Porque não tem lógica.
Tolkien foi tão foda em sua criação, que ele inventou pelo menos duas linguas, ambas faladas pelos elfos, o Quênia (falado pelos Altos-Elfos, nos primórdios da mitologia), e o Sindarin, falado nos tempos dos Anéis do Poder... Tolkien foi um gênio.
Esse autor, ou escreveu esse livro de propósito para ser irônico, mostrando as histórias de Sauron como um "Socialista da depressão", ou o cara não leu o Silmarillion... Porque não tem lógica.
Tolkien foi tão foda em sua criação, que ele inventou pelo menos duas linguas, ambas faladas pelos elfos, o Quênia (falado pelos Altos-Elfos, nos primórdios da mitologia), e o Sindarin, falado nos tempos dos Anéis do Poder... Tolkien foi um gênio.
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Porque um homem que foge do seu medo pode descobrir que, afinal, apenas enveredou por um atalho para ir ao seu encontro. (J. R. R. Tolkien, em Os filhos de Húrin)
Mogur- Não tenho mais vida fora daqui
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Data de inscrição : 09/06/2010
Idade : 45
Re: Livro: "O Último Anel"
Mas O Silmarillion é contado a partir da perspectiva de quem?
Eu vi esse livro como um exercício de Sociologia mesmo, pra pensarmos que a versão dos fatos depende de quem está contando a história. Nada mais do que isso.
Eu vi esse livro como um exercício de Sociologia mesmo, pra pensarmos que a versão dos fatos depende de quem está contando a história. Nada mais do que isso.
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ediv_diVad- Farrista além das fronteiras da sanidade
- Mensagens : 20441
Data de inscrição : 10/06/2010
Re: Livro: "O Último Anel"
Silmarillion seria ao meu ver o livro do Tolkien que ele tenta criar as histórias e o faz como se fosse uma versão "escrita" da cultura popular da terra-média, são as várias histórias de cada era que passavam de pai para filho de forma oral e agora tornam-se consolidadas em uma obra literaria, exemplificando como Grimm fizeram ao catar todos mitologia e transcrever para contos de fadas, ou mesmo que muitos acreditam ser a Odisséia e Iliada de Homero, uma história oral que passou para "livro" tendo a sua versão definitiva.ediv_diVad escreveu:Mas O Silmarillion é contado a partir da perspectiva de quem?
Portanto ao meu ver Silmarillion é da perspectiva do povo da terra média, aquelas histórias legendárias que se contavam nas fogueiras, mesas de bar etc.
marcelo l.- Farrista "We are the Champions"
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Data de inscrição : 15/06/2010
Re: Livro: "O Último Anel"
Massa, vlw.
O Silmarillion é aquele livro da categoria "vou ler um dia" que já se arrastou por muitos anos...
O Silmarillion é aquele livro da categoria "vou ler um dia" que já se arrastou por muitos anos...
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ediv_diVad- Farrista além das fronteiras da sanidade
- Mensagens : 20441
Data de inscrição : 10/06/2010
Re: Livro: "O Último Anel"
ediv_diVad escreveu:Massa, vlw.
O Silmarillion é aquele livro da categoria "vou ler um dia" que já se arrastou por muitos anos...
Acho que todos fugimos para mim ficou 1 ano para ler, uma das razões quem juntou tudo foi o filho, portanto o plano ficou estranho, Tolkien tinha um conhecimento de teoria literária fora do comum, mas me lembro que li antes de Silmarillion um livro do Bakhtin (Cultura Popular na Idade Média: o contexto de François Rabelais), e não lembro quase nada do livro do Bakhtin .
marcelo l.- Farrista "We are the Champions"
- Mensagens : 6877
Data de inscrição : 15/06/2010
Re: Livro: "O Último Anel"
Vou colocar aqui o trecho inicial do Silmarillion para você próprio entender a perspectiva da história. É apenas a parte inicial do livro...
"AINULINDALË
Ainulindalë
A Música dos Ainur
Havia Eru, o Único, que em Arda é chamado de Ilúvatar. Ele criou primeiro os Ainur, os
Sagrados, gerados por seu pensamento, e eles lhe faziam companhia antes que tudo o mais
fosse criado. E ele lhes falou, propondo-lhes temas musicais; e eles cantaram em sua presença,
e ele se alegrou. Entretanto, durante muito tempo, eles cantaram cada um sozinho ou apenas
alguns juntos, enquanto os outros escutavam, pois cada um compreendia apenas aquela parte da
mente de Ilúvatar da qual havia brotado e evoluía devagar na compreensão de seus irmãos. Não
obstante, de tanto escutar, chegaram a uma compreensão mais profunda, tornando-se mais
consonantes e harmoniosos.
E aconteceu de Ilúvatar reunir todos os Ainur e lhes indicar um tema poderoso, desdobrando
diante de seus olhos imagens ainda mais grandiosas e esplêndidas do que havia revelado até
então; e a glória de seu início e o esplendor de seu final tanto abismaram os Ainur, que eles se
curvaram diante de Ilúvatar e emudeceram.
Disse-lhes então Ilúvatar: - A partir do tema que lhes indiquei, desejo agora que criem juntos,
em harmonia, uma Música Magnífica. E, como eu os inspirei com a Chama Imperecível, vocês
vão demonstrar seus poderes ornamentando esse tema, cada um com seus próprios
pensamentos e recursos, se assim o desejar. Eu porém me sentarei para escutar; e me alegrarei,
pois, através de vocês, uma grande beleza terá sido despertada em forma de melodia.
E então as vozes dos Ainur, semelhantes a harpas e alaúdes, a flautas e trombetas, a violas e
órgãos, e a inúmeros coros cantando com palavras, começaram a dar forma ao tema de Ilúvatar,
criando uma sinfonia magnífica; e surgiu um som de melodias em eterna mutação, entretecidas
em harmonia, as quais, superando a audição, alcançaram as profundezas e as alturas; e as
moradas de Ilúvatar encheram-se até transbordar; e a música e o eco da música saíram para o
Vazio, e este não estava mais vazio. Nunca, desde então, os Ainur fizeram uma música como
aquela, embora tenha sido dito que outra ainda mais majestosa será criada diante de Ilúvatar
pelos coros dos Ainur e dos Filhos de Ilúvatar, após o final dos tempos Então, os temas de
Ilúvatar serão desenvolvidos com perfeição e irão adquirir Existência no momento em que
ganharem voz, pois todos compreenderão plenamente o intento de Ilúvatar para cada um, e
cada um terá a compreensão do outro; e Ilúvatar, sentindo-se satisfeito, concederá a seus
pensamentos o fogo secreto.
Agora, porém, Ilúvatar escutava, sentado, e por muito tempo aquilo lhe pareceu bom, pois na
música não havia falha. Enquanto o tema se desenvolvia, no entanto, surgiu no coração de
Melkor o impulso de entremear motivos da sua própria imaginação que não estavam em
harmonia com o tema de Ilúvatar; com isso procurava aumentar o poder e a glória do papel a
ele designado. A Melkor, entre os Ainur, haviam sido concedidos os maiores dons de poder e
conhecimento, e ele ainda tinha um quinhão de todos os dons de seus irmãos. Muitas vezes,
Melkor penetrara sozinho nos espaços vazios em busca da Chama Imperecível, pois ardia nele
o desejo de dar Existência a coisas por si mesmo; e a seus olhos Ilúvatar não dava atenção ao
Vazio, ao passo que Melkor se impacientava com o vazio. E, no entanto ele não encontrou o
Fogo, pois este está com Ilúvatar. Estando sozinho, porém, começara a conceber pensamentos
próprios, diferentes daqueles de seus irmãos."
"AINULINDALË
Ainulindalë
A Música dos Ainur
Havia Eru, o Único, que em Arda é chamado de Ilúvatar. Ele criou primeiro os Ainur, os
Sagrados, gerados por seu pensamento, e eles lhe faziam companhia antes que tudo o mais
fosse criado. E ele lhes falou, propondo-lhes temas musicais; e eles cantaram em sua presença,
e ele se alegrou. Entretanto, durante muito tempo, eles cantaram cada um sozinho ou apenas
alguns juntos, enquanto os outros escutavam, pois cada um compreendia apenas aquela parte da
mente de Ilúvatar da qual havia brotado e evoluía devagar na compreensão de seus irmãos. Não
obstante, de tanto escutar, chegaram a uma compreensão mais profunda, tornando-se mais
consonantes e harmoniosos.
E aconteceu de Ilúvatar reunir todos os Ainur e lhes indicar um tema poderoso, desdobrando
diante de seus olhos imagens ainda mais grandiosas e esplêndidas do que havia revelado até
então; e a glória de seu início e o esplendor de seu final tanto abismaram os Ainur, que eles se
curvaram diante de Ilúvatar e emudeceram.
Disse-lhes então Ilúvatar: - A partir do tema que lhes indiquei, desejo agora que criem juntos,
em harmonia, uma Música Magnífica. E, como eu os inspirei com a Chama Imperecível, vocês
vão demonstrar seus poderes ornamentando esse tema, cada um com seus próprios
pensamentos e recursos, se assim o desejar. Eu porém me sentarei para escutar; e me alegrarei,
pois, através de vocês, uma grande beleza terá sido despertada em forma de melodia.
E então as vozes dos Ainur, semelhantes a harpas e alaúdes, a flautas e trombetas, a violas e
órgãos, e a inúmeros coros cantando com palavras, começaram a dar forma ao tema de Ilúvatar,
criando uma sinfonia magnífica; e surgiu um som de melodias em eterna mutação, entretecidas
em harmonia, as quais, superando a audição, alcançaram as profundezas e as alturas; e as
moradas de Ilúvatar encheram-se até transbordar; e a música e o eco da música saíram para o
Vazio, e este não estava mais vazio. Nunca, desde então, os Ainur fizeram uma música como
aquela, embora tenha sido dito que outra ainda mais majestosa será criada diante de Ilúvatar
pelos coros dos Ainur e dos Filhos de Ilúvatar, após o final dos tempos Então, os temas de
Ilúvatar serão desenvolvidos com perfeição e irão adquirir Existência no momento em que
ganharem voz, pois todos compreenderão plenamente o intento de Ilúvatar para cada um, e
cada um terá a compreensão do outro; e Ilúvatar, sentindo-se satisfeito, concederá a seus
pensamentos o fogo secreto.
Agora, porém, Ilúvatar escutava, sentado, e por muito tempo aquilo lhe pareceu bom, pois na
música não havia falha. Enquanto o tema se desenvolvia, no entanto, surgiu no coração de
Melkor o impulso de entremear motivos da sua própria imaginação que não estavam em
harmonia com o tema de Ilúvatar; com isso procurava aumentar o poder e a glória do papel a
ele designado. A Melkor, entre os Ainur, haviam sido concedidos os maiores dons de poder e
conhecimento, e ele ainda tinha um quinhão de todos os dons de seus irmãos. Muitas vezes,
Melkor penetrara sozinho nos espaços vazios em busca da Chama Imperecível, pois ardia nele
o desejo de dar Existência a coisas por si mesmo; e a seus olhos Ilúvatar não dava atenção ao
Vazio, ao passo que Melkor se impacientava com o vazio. E, no entanto ele não encontrou o
Fogo, pois este está com Ilúvatar. Estando sozinho, porém, começara a conceber pensamentos
próprios, diferentes daqueles de seus irmãos."
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Porque um homem que foge do seu medo pode descobrir que, afinal, apenas enveredou por um atalho para ir ao seu encontro. (J. R. R. Tolkien, em Os filhos de Húrin)
Mogur- Não tenho mais vida fora daqui
- Mensagens : 8799
Data de inscrição : 09/06/2010
Idade : 45
Re: Livro: "O Último Anel"
"Alguns desses pensamentos ele agora entrelaçava em sua música, e logo a dissonância surgiu
ao seu redor. Muitos dos que cantavam próximo perderam o ânimo, seu pensamento foi
perturbado e sua música hesitou; mas alguns começaram a afinar sua música a de Melkor, em
vez de manter a fidelidade ao pensamento que haviam tido no início. Espalhou-se então cada
vez mais a dissonância de Melkor, e as melodias que haviam sido ouvidas antes soçobraram num mar de sons turbulentos. Ilúvatar, entretanto, escutava sentado até lhe parecer que em
volta de seu trono bramia uma tempestade violenta, como a de águas escuras que guerreiam
entre si numa fúria incessante que não queria ser aplacada.
Ergueu-se então Ilúvatar, e os Ainur perceberam que ele sorria E ele levantou a mão esquerda,
e um novo tema surgiu em meio à tormenta, semelhante ao tema anterior e ao mesmo tempo
diferente; e ganhava força e apresentava uma nova beleza. Mas a dissonância de Melkor
cresceu em tumulto e o enfrentou. Mais uma vez houve uma guerra sonora, mais violenta do
que antes, até que muitos dos Ainur ficaram consternados e não cantaram mais, e Melkor pôde
dominar. Ergueu-se então novamente Ilúvatar, e os Ainur perceberam que sua expressão era
severa. Ele levantou a mão direita, e vejam! Um terceiro tema cresceu em meio à confusão,
diferente dos outros. Pois, de início parecia terno e doce, um singelo murmúrio de sons suaves
em melodias delicadas; mas ele não podia ser subjugado e acumulava poder e profundidade. E
afinal pareceu haver duas músicas evoluindo ao mesmo tempo diante do trono de Ilúvatar, e
elas eram totalmente díspares. Uma era profunda, vasta e bela, mas lenta e mesclada a uma
tristeza incomensurável, na qual sua beleza tivera principalmente origem. A outra havia agora
alcançado uma unidade própria; mas era alta, fútil e infindavelmente repetitiva; tinha pouca
harmonia, antes um som uníssono e clamoroso como o de muitas trombetas soando apenas
algumas notas. E procurava abafar a outra música pela violência de sua voz, mas suas notas
mais triunfais pareciam ser adotadas pela outra e entremeadas em seu próprio arranjo solene.
No meio dessa contenda, na qual as mansões de Ilúvatar sacudiram, e um tremor se espalhou,
atingindo os silêncios até então impassíveis, Ilúvatar ergueu-se mais uma vez, e sua expressão
era terrível de ver. Ele então levantou as duas mãos, e num acorde, mais profundo que o
Abismo, mais alto que o Firmamento, penetrante como a luz do olho de Ilúvatar, a Música
cessou.
Então, falou Ilúvatar e disse: - Poderosos são os Ainur, e o mais poderoso dentre eles é Melkor;
mas, para que ele saiba, e saibam todos os Ainur, que eu sou Ilúvatar, essas melodias que vocês
entoaram, irei mostrá-las para que vejam o que fizeram E tu, Melkor, verás que nenhum tema
pode ser tocado sem ter em mim sua fonte mais remota, nem ninguém pode alterar a música
contra a minha vontade. E aquele que tentar, provará não ser senão meu instrumento na
invenção de coisas ainda mais fantásticas, que ele próprio nunca imaginou.
E então os Ainur sentiram medo e ainda não compreenderam as palavras que lhes eram
dirigidas; e Melkor foi dominado pela vergonha, da qual brotou uma raiva secreta. Ilúvatar,
porém, ergueu-se em esplendor e afastou-se das belas regiões que havia criado para os Ainur; e
os Ainur o seguiram.
Entretanto, quando eles entraram no Vazio, Ilúvatar lhes disse: - Contemplem sua Música! - E
lhes mostrou uma visão, dando-lhes uma imagem onde antes havia somente o som E eles viram
um novo Mundo tomar-se visível aos seus olhos; e ele formava um globo no meio do Vazio, e
se mantinha ali, mas não pertencia ao Vazio, e enquanto contemplavam perplexos, esse Mundo
começou a desenrolar sua história, e a eles parecia que o Mundo tinha vida e crescia. E, depois
que os Ainur haviam olhado por algum tempo, calados, Ilúvatar voltou a dizer: - Contemplem
sua Música! Este é seu repertório. Cada um de vocês encontrará aí, em meio à imagem que lhes
apresento, tudo aquilo que pode parecer que ele próprio inventou ou acrescentou. E tu, Melkor,
descobrirás todos os pensamentos secretos de tua mente e perceberás que eles são apenas uma
parte do todo e subordinados à sua glória."
ao seu redor. Muitos dos que cantavam próximo perderam o ânimo, seu pensamento foi
perturbado e sua música hesitou; mas alguns começaram a afinar sua música a de Melkor, em
vez de manter a fidelidade ao pensamento que haviam tido no início. Espalhou-se então cada
vez mais a dissonância de Melkor, e as melodias que haviam sido ouvidas antes soçobraram num mar de sons turbulentos. Ilúvatar, entretanto, escutava sentado até lhe parecer que em
volta de seu trono bramia uma tempestade violenta, como a de águas escuras que guerreiam
entre si numa fúria incessante que não queria ser aplacada.
Ergueu-se então Ilúvatar, e os Ainur perceberam que ele sorria E ele levantou a mão esquerda,
e um novo tema surgiu em meio à tormenta, semelhante ao tema anterior e ao mesmo tempo
diferente; e ganhava força e apresentava uma nova beleza. Mas a dissonância de Melkor
cresceu em tumulto e o enfrentou. Mais uma vez houve uma guerra sonora, mais violenta do
que antes, até que muitos dos Ainur ficaram consternados e não cantaram mais, e Melkor pôde
dominar. Ergueu-se então novamente Ilúvatar, e os Ainur perceberam que sua expressão era
severa. Ele levantou a mão direita, e vejam! Um terceiro tema cresceu em meio à confusão,
diferente dos outros. Pois, de início parecia terno e doce, um singelo murmúrio de sons suaves
em melodias delicadas; mas ele não podia ser subjugado e acumulava poder e profundidade. E
afinal pareceu haver duas músicas evoluindo ao mesmo tempo diante do trono de Ilúvatar, e
elas eram totalmente díspares. Uma era profunda, vasta e bela, mas lenta e mesclada a uma
tristeza incomensurável, na qual sua beleza tivera principalmente origem. A outra havia agora
alcançado uma unidade própria; mas era alta, fútil e infindavelmente repetitiva; tinha pouca
harmonia, antes um som uníssono e clamoroso como o de muitas trombetas soando apenas
algumas notas. E procurava abafar a outra música pela violência de sua voz, mas suas notas
mais triunfais pareciam ser adotadas pela outra e entremeadas em seu próprio arranjo solene.
No meio dessa contenda, na qual as mansões de Ilúvatar sacudiram, e um tremor se espalhou,
atingindo os silêncios até então impassíveis, Ilúvatar ergueu-se mais uma vez, e sua expressão
era terrível de ver. Ele então levantou as duas mãos, e num acorde, mais profundo que o
Abismo, mais alto que o Firmamento, penetrante como a luz do olho de Ilúvatar, a Música
cessou.
Então, falou Ilúvatar e disse: - Poderosos são os Ainur, e o mais poderoso dentre eles é Melkor;
mas, para que ele saiba, e saibam todos os Ainur, que eu sou Ilúvatar, essas melodias que vocês
entoaram, irei mostrá-las para que vejam o que fizeram E tu, Melkor, verás que nenhum tema
pode ser tocado sem ter em mim sua fonte mais remota, nem ninguém pode alterar a música
contra a minha vontade. E aquele que tentar, provará não ser senão meu instrumento na
invenção de coisas ainda mais fantásticas, que ele próprio nunca imaginou.
E então os Ainur sentiram medo e ainda não compreenderam as palavras que lhes eram
dirigidas; e Melkor foi dominado pela vergonha, da qual brotou uma raiva secreta. Ilúvatar,
porém, ergueu-se em esplendor e afastou-se das belas regiões que havia criado para os Ainur; e
os Ainur o seguiram.
Entretanto, quando eles entraram no Vazio, Ilúvatar lhes disse: - Contemplem sua Música! - E
lhes mostrou uma visão, dando-lhes uma imagem onde antes havia somente o som E eles viram
um novo Mundo tomar-se visível aos seus olhos; e ele formava um globo no meio do Vazio, e
se mantinha ali, mas não pertencia ao Vazio, e enquanto contemplavam perplexos, esse Mundo
começou a desenrolar sua história, e a eles parecia que o Mundo tinha vida e crescia. E, depois
que os Ainur haviam olhado por algum tempo, calados, Ilúvatar voltou a dizer: - Contemplem
sua Música! Este é seu repertório. Cada um de vocês encontrará aí, em meio à imagem que lhes
apresento, tudo aquilo que pode parecer que ele próprio inventou ou acrescentou. E tu, Melkor,
descobrirás todos os pensamentos secretos de tua mente e perceberás que eles são apenas uma
parte do todo e subordinados à sua glória."
Última edição por Mogur em Dom Jul 14, 2013 10:55 pm, editado 1 vez(es)
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Porque um homem que foge do seu medo pode descobrir que, afinal, apenas enveredou por um atalho para ir ao seu encontro. (J. R. R. Tolkien, em Os filhos de Húrin)
Mogur- Não tenho mais vida fora daqui
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Data de inscrição : 09/06/2010
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Re: Livro: "O Último Anel"
"E muitas outras palavras disse Ilúvatar aos Ainur naquele momento; e, em virtude da
lembrança de suas palavras e do conhecimento que cada um tinha da música que ele próprio
criara, os Ainur sabem muito do que foi, do que é e do que será,e deixam de ver poucas coisas.
Mas algumas coisas há que eles não conseguem ver, nem sozinhos nem reunidos em conselho;
pois a ninguém a não ser a si mesmo Ilúvatar revelou tudo o que tem guardado; e em cada Era
surgem novidades que não haviam sido previstas, pois não derivam do passado. E assim foi
que, enquanto essa visão do Mundo lhes era apresentada, os Ainur viram que ela continha
coisas que eles não haviam imaginado. E, com admiração, viram a chegada dos Filhos deIlúvatar, e também a habitação que era preparada para eles. E perceberam que eles próprios, na
elaboração de sua música, estavam ocupados na construção dessa morada, sem saber, no
entanto, que ela tinha outro objetivo além da própria beleza. Pois os Filhos de Ilúvatar foram
concebidos somente por ele; e surgiram com o terceiro tema; eles não estavam no tema que
Ilúvatar propusera no início, e nenhum dos Ainur participou de sua criação. Portanto, quando
os Ainur os contemplaram, mais ainda os amaram, por serem os Filhos de Ilúvatar diferentes
deles mesmos, estranhos e livres; por neles verem a mente de Ilúvatar refletida mais uma vez e
aprenderem um pouco mais de sua sabedoria, a qual, não fosse por eles, teria permanecido
oculta até mesmo para os Ainur.
Ora, os Filhos de Ilúvatar são elfos e os homens, os Primogênitos e os Sucessores. E em meio a
todos os esplendores do Mundo, seus vastos palácios e espaços e seus círculos de fogo, Ilúvatar
escolheu um local para habitarem nas Profundezas do Tempo e no meio das estrelas
incontáveis. E essa morada poderia parecer insignificante para quem leve em conta apenas a
majestade dos Ainur, e não sua terrível perspicácia; e considere toda a área de Arda como o
alicerce de uma coluna e a erga até que o cone do seu topo seja mais aguçado que uma agulha;
ou contemple somente a vastidão incomensurável do Mundo, que os Ainur ainda estão
moldando, não a precisão detalhada com que moldam todas as coisas que ali existem. Mas,
quando os Ainur contemplaram essa morada numa visão e viram os Filhos de Ilúvatar surgirem
dentro dela, muitos dos mais poderosos dentre eles concentraram todo o seu pensamento e seu
desejo nesse lugar. E, desses, Melkor era o chefe, exatamente como no início ele fora o mais
poderoso dos Ainur que haviam participado da Música. E ele fingia, a princípio até para si, que
desejava ir até lá e ordenar tudo pelo bem dos Filhos de Ilúvatar, controlando o turbilhão de
calor e frio que o atravessava. No fundo, porém, desejava submeter à sua vontade tanto elfos
quanto homens, por invejar-lhes os dons que Ilúvatar prometera conceder-lhes; e Melkor
desejava ter seus próprios súditos e criados, ser chamado de Senhor e ter comando sobre a
vontade de outros."
lembrança de suas palavras e do conhecimento que cada um tinha da música que ele próprio
criara, os Ainur sabem muito do que foi, do que é e do que será,e deixam de ver poucas coisas.
Mas algumas coisas há que eles não conseguem ver, nem sozinhos nem reunidos em conselho;
pois a ninguém a não ser a si mesmo Ilúvatar revelou tudo o que tem guardado; e em cada Era
surgem novidades que não haviam sido previstas, pois não derivam do passado. E assim foi
que, enquanto essa visão do Mundo lhes era apresentada, os Ainur viram que ela continha
coisas que eles não haviam imaginado. E, com admiração, viram a chegada dos Filhos deIlúvatar, e também a habitação que era preparada para eles. E perceberam que eles próprios, na
elaboração de sua música, estavam ocupados na construção dessa morada, sem saber, no
entanto, que ela tinha outro objetivo além da própria beleza. Pois os Filhos de Ilúvatar foram
concebidos somente por ele; e surgiram com o terceiro tema; eles não estavam no tema que
Ilúvatar propusera no início, e nenhum dos Ainur participou de sua criação. Portanto, quando
os Ainur os contemplaram, mais ainda os amaram, por serem os Filhos de Ilúvatar diferentes
deles mesmos, estranhos e livres; por neles verem a mente de Ilúvatar refletida mais uma vez e
aprenderem um pouco mais de sua sabedoria, a qual, não fosse por eles, teria permanecido
oculta até mesmo para os Ainur.
Ora, os Filhos de Ilúvatar são elfos e os homens, os Primogênitos e os Sucessores. E em meio a
todos os esplendores do Mundo, seus vastos palácios e espaços e seus círculos de fogo, Ilúvatar
escolheu um local para habitarem nas Profundezas do Tempo e no meio das estrelas
incontáveis. E essa morada poderia parecer insignificante para quem leve em conta apenas a
majestade dos Ainur, e não sua terrível perspicácia; e considere toda a área de Arda como o
alicerce de uma coluna e a erga até que o cone do seu topo seja mais aguçado que uma agulha;
ou contemple somente a vastidão incomensurável do Mundo, que os Ainur ainda estão
moldando, não a precisão detalhada com que moldam todas as coisas que ali existem. Mas,
quando os Ainur contemplaram essa morada numa visão e viram os Filhos de Ilúvatar surgirem
dentro dela, muitos dos mais poderosos dentre eles concentraram todo o seu pensamento e seu
desejo nesse lugar. E, desses, Melkor era o chefe, exatamente como no início ele fora o mais
poderoso dos Ainur que haviam participado da Música. E ele fingia, a princípio até para si, que
desejava ir até lá e ordenar tudo pelo bem dos Filhos de Ilúvatar, controlando o turbilhão de
calor e frio que o atravessava. No fundo, porém, desejava submeter à sua vontade tanto elfos
quanto homens, por invejar-lhes os dons que Ilúvatar prometera conceder-lhes; e Melkor
desejava ter seus próprios súditos e criados, ser chamado de Senhor e ter comando sobre a
vontade de outros."
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Porque um homem que foge do seu medo pode descobrir que, afinal, apenas enveredou por um atalho para ir ao seu encontro. (J. R. R. Tolkien, em Os filhos de Húrin)
Mogur- Não tenho mais vida fora daqui
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Idade : 45
Re: Livro: "O Último Anel"
Por aí já dá para ter uma ideia das coisas que vieram a acontecer no decorrer da história...
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Porque um homem que foge do seu medo pode descobrir que, afinal, apenas enveredou por um atalho para ir ao seu encontro. (J. R. R. Tolkien, em Os filhos de Húrin)
Mogur- Não tenho mais vida fora daqui
- Mensagens : 8799
Data de inscrição : 09/06/2010
Idade : 45
Re: Livro: "O Último Anel"
Algem sabe onde baixar esse 'infame' livro
Onde estaõ os verdadeiros nerds qe tinham mentes abertas p discutir e naum taxa isso ou akilo como verdades absolutas!?
RSRSRSRSRS
Onde estaõ os verdadeiros nerds qe tinham mentes abertas p discutir e naum taxa isso ou akilo como verdades absolutas!?
RSRSRSRSRS
Nika Hagen- Farrista das mil e uma noites
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Re: Livro: "O Último Anel"
Vou conferir, valeu!Mogur escreveu:Por aí já dá para ter uma ideia das coisas que vieram a acontecer no decorrer da história...
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ediv_diVad- Farrista além das fronteiras da sanidade
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Re: Livro: "O Último Anel"
Não achei nenhuma versão digital ainda...Nika Hagen escreveu:Algem sabe onde baixar esse 'infame' livro
Onde estaõ os verdadeiros nerds qe tinham mentes abertas p discutir e naum taxa isso ou akilo como verdades absolutas!?
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ediv_diVad- Farrista além das fronteiras da sanidade
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