Metade dos médicos receita o que a fábrica indica
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ediv_diVad
Koppe
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Metade dos médicos receita o que a fábrica indica
Dados são de pesquisa inédita do Conselho Regional de Medicina de SP
Quatro em cada cinco médicos recebem visita de fabricantes; desses, 48% indicam remédios sugeridos pela indústria
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Visitantes com brindes na feira Hospitalar; pesquisa revela que 93% dos médicos receberam benefícios de empresas
CLÁUDIA COLLUCCI
DE SÃO PAULO
Quase metade (48%) dos médicos paulistas que recebem visitas de propagandistas de laboratórios prescreve medicamentos sugeridos pelos fabricantes. Na área de equipamentos médico-hospitalares, a eficácia da visita é ainda maior: 71% dos profissionais da saúde acatam a recomendação da indústria.
Os dados, obtidos com exclusividade pela Folha, vêm de uma pesquisa inédita do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de SP), que avaliou o comportamento médico perante as indústrias de remédios, órteses, próteses e equipamentos médico-hospitalares.
Feito pelo Datafolha, o levantamento envolveu 600 médicos de várias especialidades, que representam o universo de 100 mil profissionais que atuam no Estado.
Do total, 80% deles recebem visitas dos propagandistas de medicamentos - em média, oito por mês.
A pesquisa revela que 93% dos médicos afirmam ter recebido, nos últimos 12 meses, produtos, benefícios ou pagamento da indústria em valores até R$ 500. Outros 37% declaram que ganharam presentes de maior valor, desde cursos a viagens para congressos internacionais.
RELAÇÃO CONTAMINADA
Para o Cremesp, um terço dos médicos mantém uma "relação contaminada com a indústria farmacêutica e de equipamentos, que ultrapassa os limites éticos".
"Para boa parte [dos médicos], a única forma de atualização é a propaganda de laboratório. E com ela vem os presentes, os brindes. Isso tomou uma dimensão maior, mais promíscua, quando as receitas passaram a ser monitoradas", diz Luiz Alberto Bacheschi, presidente do Cremesp.
Em 2005, a Folha revelou que, em troca de brindes ou dinheiro, farmácias e drogarias brasileiras auxiliavam a indústria de remédios a vigiar as receitas prescritas por médicos. Com acesso a cópias do receituário, representantes dos laboratórios pressionavam os profissionais a indicar seus produtos e os recompensavam por isso.
A prática não é ilegal, mas é considerada antiética. Afinal, quem pode pagar essa conta é o paciente. "Na troca de favores, o médico pode receitar um medicamento que tenha a mesma eficácia clínica do que o concorrente, mas que custa mais caro", explica o cardiologista Bráulio Luna Filho, coordenador da pesquisa do Cremesp.
APOIO
A maioria dos médicos (62%) avalia de forma positiva a relação com a indústria.
Para 73% deles, os congressos científicos não se viabilizariam sem apoio da indústria de medicamentos e de equipamentos.
Luna Filho pondera que, com a internet, o acesso a informações médicas está universalizado. "Essa conversa de que médico tem que ir para congresso no exterior para se atualizar é balela. Ele vai é para fazer turismo."
Existem várias normas - inclusive um artigo no novo Código de Ética Médica, uma resolução da Anvisa e um "código de condutas" da associação das indústrias - que tentam evitar o conflito de interesses na relação entre médicos e laboratórios.
"O problema é que não existe um controle rigoroso de nenhuma das partes", diz Volnei Garrafa, professor de bioética da UnB.
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Quatro em cada cinco médicos recebem visita de fabricantes; desses, 48% indicam remédios sugeridos pela indústria
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Visitantes com brindes na feira Hospitalar; pesquisa revela que 93% dos médicos receberam benefícios de empresas
CLÁUDIA COLLUCCI
DE SÃO PAULO
Quase metade (48%) dos médicos paulistas que recebem visitas de propagandistas de laboratórios prescreve medicamentos sugeridos pelos fabricantes. Na área de equipamentos médico-hospitalares, a eficácia da visita é ainda maior: 71% dos profissionais da saúde acatam a recomendação da indústria.
Os dados, obtidos com exclusividade pela Folha, vêm de uma pesquisa inédita do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de SP), que avaliou o comportamento médico perante as indústrias de remédios, órteses, próteses e equipamentos médico-hospitalares.
Feito pelo Datafolha, o levantamento envolveu 600 médicos de várias especialidades, que representam o universo de 100 mil profissionais que atuam no Estado.
Do total, 80% deles recebem visitas dos propagandistas de medicamentos - em média, oito por mês.
A pesquisa revela que 93% dos médicos afirmam ter recebido, nos últimos 12 meses, produtos, benefícios ou pagamento da indústria em valores até R$ 500. Outros 37% declaram que ganharam presentes de maior valor, desde cursos a viagens para congressos internacionais.
RELAÇÃO CONTAMINADA
Para o Cremesp, um terço dos médicos mantém uma "relação contaminada com a indústria farmacêutica e de equipamentos, que ultrapassa os limites éticos".
"Para boa parte [dos médicos], a única forma de atualização é a propaganda de laboratório. E com ela vem os presentes, os brindes. Isso tomou uma dimensão maior, mais promíscua, quando as receitas passaram a ser monitoradas", diz Luiz Alberto Bacheschi, presidente do Cremesp.
Em 2005, a Folha revelou que, em troca de brindes ou dinheiro, farmácias e drogarias brasileiras auxiliavam a indústria de remédios a vigiar as receitas prescritas por médicos. Com acesso a cópias do receituário, representantes dos laboratórios pressionavam os profissionais a indicar seus produtos e os recompensavam por isso.
A prática não é ilegal, mas é considerada antiética. Afinal, quem pode pagar essa conta é o paciente. "Na troca de favores, o médico pode receitar um medicamento que tenha a mesma eficácia clínica do que o concorrente, mas que custa mais caro", explica o cardiologista Bráulio Luna Filho, coordenador da pesquisa do Cremesp.
APOIO
A maioria dos médicos (62%) avalia de forma positiva a relação com a indústria.
Para 73% deles, os congressos científicos não se viabilizariam sem apoio da indústria de medicamentos e de equipamentos.
Luna Filho pondera que, com a internet, o acesso a informações médicas está universalizado. "Essa conversa de que médico tem que ir para congresso no exterior para se atualizar é balela. Ele vai é para fazer turismo."
Existem várias normas - inclusive um artigo no novo Código de Ética Médica, uma resolução da Anvisa e um "código de condutas" da associação das indústrias - que tentam evitar o conflito de interesses na relação entre médicos e laboratórios.
"O problema é que não existe um controle rigoroso de nenhuma das partes", diz Volnei Garrafa, professor de bioética da UnB.
Fonte: [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]
Re: Metade dos médicos receita o que a fábrica indica
Pensei que eram quase todos, menos mal.
ediv_diVad- Farrista além das fronteiras da sanidade
- Mensagens : 20441
Data de inscrição : 10/06/2010
Re: Metade dos médicos receita o que a fábrica indica
são dois.ediv_diVad escreveu:Pensei que eram quase todos, menos mal.
marcelo l.- Farrista "We are the Champions"
- Mensagens : 6877
Data de inscrição : 15/06/2010
Re: Metade dos médicos receita o que a fábrica indica
Li uma vez sobre um caso que eu achei muito cabuloso.
Um sujeito que vendia remédios para psoríase fez um conluio com um médico de uma cidade distante para dar diagnósticos falsos além dos verdadeiros da doença para lucrar bastante com a venda dos remédios para a secretaria de saúde de um lugar.
A polícia descobriu e esquema e montou uma operação chamada de Garra Rufa para prender aos autores do crime.
...
Mas nem tudo é maldade nesse meio.
Eu, por exemplo, a mais ou menos duas semanas atrás fiquei doente. Estava terrível dividir minha garganta com meu corpo. Eu mal conseguia dormir porque passava a noite lutando contra a tosse e expelindo a famosa vitamina de abacate.
O médio me receitou um anti-biótico.
No primeiro comprimido, eu já melhorei muito.
Um sujeito que vendia remédios para psoríase fez um conluio com um médico de uma cidade distante para dar diagnósticos falsos além dos verdadeiros da doença para lucrar bastante com a venda dos remédios para a secretaria de saúde de um lugar.
A polícia descobriu e esquema e montou uma operação chamada de Garra Rufa para prender aos autores do crime.
...
Mas nem tudo é maldade nesse meio.
Eu, por exemplo, a mais ou menos duas semanas atrás fiquei doente. Estava terrível dividir minha garganta com meu corpo. Eu mal conseguia dormir porque passava a noite lutando contra a tosse e expelindo a famosa vitamina de abacate.
O médio me receitou um anti-biótico.
No primeiro comprimido, eu já melhorei muito.
Quero Café- Farrista "We are the Champions"
- Mensagens : 7858
Data de inscrição : 12/06/2010
Localização : Às vezes em Marte, às vezes no espaço sideral
Re: Metade dos médicos receita o que a fábrica indica
Já passei por muitas "consultas médicas" vexaminosas (pro doutor).
Antibiótico e anti-inflamatório são quase sempre a solução.
Tão tá né...
Antibiótico e anti-inflamatório são quase sempre a solução.
Tão tá né...
ediv_diVad- Farrista além das fronteiras da sanidade
- Mensagens : 20441
Data de inscrição : 10/06/2010
Re: Metade dos médicos receita o que a fábrica indica
Aí está a pegadinha da pesquisa, na verdade ela deveria dizer que "mais da metade dos médicos ASSUME receitar o que a indústria indica".ediv_diVad escreveu:Pensei que eram quase todos, menos mal.
volpi- Farrista o que está acontecendo comigo?
- Mensagens : 1516
Data de inscrição : 10/06/2010
Idade : 41
Localização : Santa Maria/RS
Re: Metade dos médicos receita o que a fábrica indica
Hehehe, a pesquisa então só pegou os que ASSUMEM, bem observado.volpi escreveu:Aí está a pegadinha da pesquisa, na verdade ela deveria dizer que "mais da metade dos médicos ASSUME receitar o que a indústria indica".ediv_diVad escreveu:Pensei que eram quase todos, menos mal.
Títulos de matérias, quase nada tendenciosos...
ediv_diVad- Farrista além das fronteiras da sanidade
- Mensagens : 20441
Data de inscrição : 10/06/2010
Re: Metade dos médicos receita o que a fábrica indica
Sem contar aqueles que colam o adesivo na receita, da farmácia de manipulação que ele quer que você vá....
Jamm- Farrista além das fronteiras da sanidade
- Mensagens : 18746
Data de inscrição : 18/06/2010
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