O Código Élfico = Tolkien + Lovecraft + Silent Hill

Juntando o nome “élfico” na capa do romance mais o fato da personagem principal ser uma mulher, meu preconceito julgou que esse livro trazia uma história de fantasia teen tipo um Crepúsculo da vida. Não podia estar mais errado. O Código Élfico traz uma aventura com toques de terror e fantasia em uma cidade do interior fictícia chamada Santo Ossário. O tom macabro no decorrer da trama me fez enxergar a cidade como uma Silent Hill brasileira. Inclusive usando todos os cenários típicos de histórias de mistério que se passam em cidades do interior como manicômios, porões cheios de segredos, açougues macabros, casarões antigos e cultistas. O maior diferencial é que aqui há elfos, duendes e grifos no lugar de fantasmas e demônios. Mas não se engane. Mesmo apresentando criaturas mais relacionadas a contos de fadas há passagens bem assustadoras. O livro conseguiu me deixar apreensivo em certas partes mesmo falando sobre elfos. Algo que nunca havia me acontecido antes.

Nicolle é uma mulher de vinte e poucos anos que teve uma infância problemática, quase foi morta por seu pai, um maníaco líder de um culto. Passado essa fase sua vida não melhorou, ela passou a ser vítima de várias tragédias e por causa disso ficou com uma fama involuntária de “rainha das lendas urbanas”. Para completar várias vezes ela foi vítima de abduções. No início da trama Nicolle fazia mestrado na Europa, mas uma cadeia estranha de coincidências a força a voltar a Santo Ossário, o último lugar na Terra que ela queria rever.

De volta a Santo Ossário Nicolle vai desvendando seu passado assim como a verdadeira história do culto do seu pai (diga se isso não é bem Silent Hill). Ao mesmo tempo, em outra dimensão, Arcadia, o elfo Astarte treina para ser o príncipe elfo. O destino de Nicolle e Astarte acabam se entrelaçando e eles se unem ao soldado experiente Felix. Juntos o trio parte em uma jornada para defender o mundo do culto que venera a rainha elfa, mãe de Astarte.

Teorias da conspiração, lendas urbanas, dimensão paralela, contos de fada misturados a ficção científica, sociedade secreta, uma cidade cheia de mistérios… O romance reúne vários tropes (conceitos) que eu gosto muito. Além de algumas referências nerds que não se limitam a cultura pop, mas também a história contemporânea (como o programador que presumi ser inspirado no criador do Facebook). Isso sem falar com um pouco de critica social (nesse quesito destaco a parte em que o romance fala sobre um concurso de beleza infantil). Reunindo todos esses elementos com a escrita meio sarcástica do autor esse romance se tornou um dos meus favoritos no quesito fantasia nacional. Ficando lado a lado com Raphael Dracoon e seu Fios de Prata.

Para fechar com chave de ouro, o idioma falado pelos elfos da trama é o quenya. O idioma élfico usado por Tolkien em O Senhor dos Anéis. Pelo que eu entendi, na mitologia do romance as histórias escritas pelo autor britânico são factuais. Outro detalhe interessante é que quem gosta de H.P. Lovecraft vai perceber na trama várias influências do autor de terror. O mash-up Lovecraft-Tolkien ficou sensacional!

Agora é esperar por mais histórias da “Silent Hill brasileira”, o que segundo o autor há uma boa possibilidade. Alguns consideram o livro como um New Weird brasileiro. Uma trama de fantasia urbana que mescla um pouco de terror a fantasia e a ficção científica. Se for esse o caso o resultado ficou mais interessante que os New Weirds internacionais que li.

ainda bem que tu falou o que achou,fui comprar um livro dessa galerinha chamado a batalha do apocalypse e achei bem ruim,agora verei este livro com menos preconceito pela sua resenha

Questao escreveu:ainda bem que tu falou o que achou,fui comprar um livro dessa galerinha chamado a batalha do apocalypse e achei bem ruim,agora verei este livro com menos preconceito pela sua resenha

O problema de Spohr é que ele é muito professor de história. Seus romances tem um didatismo que enche o saco. André Vianco é arriscado, alguns livros dele são ótimos, outros uma merda. Já Raphael Draccon e Leonel Caldela (autor do código élfico) gostei muito de suas escritas.
Já comprei muitos livros da editora Leya, seja de autores nacionais ou internacionais. Até o momento nunca me decepcionei. Pelo contrário.
Game of Thrones, Fios de Prata de Raphael Dracoon, Enigmas de Londres, O Orfanato para crianças peculiares, Os Últimos dias de Krypton, Wild Cards. No meu blog criei até um lema: se é da leya é bom.  
Pelo o que eu percebi, você curte muito esse negócio de teorias da conspiração. O livro explora muito isso, acho que você vai gostar.

alancosme32 escreveu:

Questao escreveu:ainda bem que tu falou o que achou,fui comprar um livro dessa galerinha chamado a batalha do apocalypse e achei bem ruim,agora verei este livro com menos preconceito pela sua resenha

O problema de Spohr é que ele é muito professor de história. Seus romances tem um didatismo que enche o saco. André Vianco é arriscado, alguns livros dele são ótimos, outros uma merda. Já Raphael Draccon e Leonel Caldela (autor do código élfico) gostei muito de suas escritas.
Já comprei muitos livros da editora Leya, seja de autores nacionais ou internacionais. Até o momento nunca me decepcionei. Pelo contrário.
Game of Thrones, Fios de Prata de Raphael Dracoon, Enigmas de Londres, O Orfanato para crianças peculiares, Os Últimos dias de Krypton, Wild Cards. No meu blog criei até um lema: se é da leya é bom.  
Pelo o que eu percebi, você curte muito esse negócio de teorias da conspiração. O livro explora muito isso, acho que você vai gostar.

beleza