Análise: Assassin's Creed IV: Black Flag
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Análise: Assassin's Creed IV: Black Flag
Análise: Assassin's Creed IV: Black Flag
Claudio Prandoni
Do UOL, em São Paulo
"Assassin's Creed IV: Black Flag" redime as falhas de "AC III" e ainda entrega uma experiência incrivelmente variada, polida e divertida.
Parte do jogo entrega mais uma vez a experiência tradicional da série, composta principalmente pela trinca furtividade-combates-exploração, mas "Black Flag" brilha nos segmentos navais, que felizmente compõem uma grande parte da brincadeira.
Explorar os mares virtuais do Caribe é uma experiência agradável e diversa, que evoca alguns dos momentos mais envolventes de "Legend of Zelda: Wind Waker". Por outro lado, os furiosos embates oferecem momentos vibrantes, emocionantes e estratégicos - de fato, alguns dos mais legais de todo o game.
Por fim, a história menos pretensiosa possibilita explorar um pouco mais da mitologia da série e também semear potenciais cenários para as inevitáveis continuações.
Quem gostou de "Assassin's Creed III" vai gostar ainda mais de "AC IV" e mesmo quem se decepcionou com a jornada de Connor pode voltar tranquilo: "Black Flag" resgata com orgulho a qualidade da franquia.
INTRODUÇÃO
Enquanto "Assassin's Creed III" veio precedido de uma forte campanha de marketing que prometeu mais do que o jogo cumpriu, "Black Flag" apareceu de surpresa, chegando ao mercado menos de noves meses depois do anúncio.
O protagonista da vez é Edward Kenway, pirata que é também avô de Connor, o herói de "AC III". Na cronologia moderna, porém, "Black Flag" dá continuidade aos eventos estrelados por Desmond e sua trupe.
Com um bucaneiro no comando os controles focam muito mais em segmentos navais, que estrearam e agradaram bastante em "AC III". Edward explora os mares do Caribe no século XVIII, acumulando riquezas, interagindo com outros piratas famosos e travando duelos.
PONTOS POSITIVOS
Parte naval
Batalhas navais apareceram de forma tímida em "Assassin's Creed III", mas em "Black Flag" ganham um merecido lugar de destaque. Praticamente metade do jogo se passa a bordo do Gralha, o navio de Edward Kenway, utilizado para explorar diversas ilhas, navios naufragados e enfrentar fragatas, brigues e outras embarcações dos espanhóis e ingleses.
Controlar o navio é uma delícia, recobrando a mesma sensação de explorar os mares de Hyrule em "Legend of Zelda: Wind Waker" naqueles que jogaram o game da Nintendo. Aprimorar a embarcação é uma verdadeira satisfação e orgulho, já que é possível sentir na prática os efeitos ao engatar duelo contra outros navios.
Pequenos detalhes fazem esse aspecto do jogo brilhar ainda mais. O Gralha balança conforme as ondas se formam e quebram, ventos mais fortes empurram a embarcação, o pôr-do-sol faz com que lamparinas se acendam pelo navio e seus marujos entoam divertidas canções enquanto exploram o desconhecido.
Incrível variedade
"Black Flag" honra a tradição da série e apresenta um cardápio absurdamente grande de opções. Há missões para assassinar alvos específicos, cacarecos mil para coletar (de garrafas com mensagens a canções para seus marujos), pontos altos de sincronização, ilhas para descobrir e explorar, tesouros submersos para procurar, uma base para aprimorar, armamentos para adquirir...
Acredite, a lista é grande e olha que falei só do modo single player, que exige pelo menos umas 15 horas só para terminar a história principal. O modo multiplayer volta com ajustes sutis, oferecendo poucos tipos de partida, mas todos bem diferentes entre si.
A novidade fica por conta de uma variação do Alcatéia (Wolf Pack, no original em inglês), com cutscenes e histórias para as missões. Nada revolucionário, mas instigante mesmo assim.
Algo a se elogiar também é a competência da Ubisoft em entregar um jogo muito polido e bem acabado - ainda mais depois do desastre de "Assassin's Creed III". Bugs são raríssimos em "Black Flag" e, quando ocorrem, são na maioria inofensivos, variando geralmente de bugs de colisão a construções ou personagens que 'pipocam' de repente no horizonte. Enfim, nada que estrague a diversão como ocorria de monte em "AC III".
Muitos podem acabar reclamando que "Black Flag" não se preocupa em inovar e só traz mais do mesmo, mas essa é exatamente a proposta deste jogo. O game se preocupa em oferecer experiências já vistas anteriormente, expandindo desta vez no aspecto naval da jogabilidade, e faz isso com muita qualidade.
História
Livre da pressão de encerrar um arco de histórias com altíssimas expectativas, como aconteceu com "Assassin's Creed III", "Black Flag" consegue entregar uma história mais divertida.
No cenário histórico, trata-se de uma história sem frescuras sobre piratas, bem cinematográfica: tesouros são a principal motivação de Edward Kenway, que cai de paraquedas na batalha entre Templários e Assassinos, mas não dá muita bola para nenhum dos lados. O resultado é uma aventura mais leve e fácil de se envolver.
Enquanto isso, no mundo contemporâneo, fãs antigos da série vão ficar felizes de ver desdobramentos para a jornada de Desmond e seus colegas, assim como uma série de curiosidades e detalhes sobre os antigos protagonistas Altaïr, Ezio, Connor e até mesmo a mitologia por trás da máquina Animus.
Por fim, o enredo semeia também o futuro da série, alçando vários períodos históricos promissores para novos episódios.
Neste ponto vale comentar também o ótimo trabalho de localização, com legendas impecáveis que ajudam a entender bem todos os muitos diálogos e documentos do game. O trabalho de dublagem ainda não é o ideal, mas mostra evolução: enquanto as vozes originais buscam conferir um ar mais sério às conversas, as vozes brasileiras têm um estilo forçado e canastrão, um espírito meio 'sessão da tarde que, aliás, assola outras produções também. De qualquer maneira, está lá no disco e não é ruim - mas pode melhorar bastante no futuro.
Gráficos
Mesmo na atual geração, "Assassin's Creed IV" é um dos jogos mais bonitos do anos, graças a um belo trabalho de direção de arte e uma escolha acertada de período histórico.
Mais uma vez, o destaque fica por conta das paisagens marítimas, quando o Gralha corta as ondas explorando novas ilhas e enfrentando inimigos. No fundo do mar, a beleza fica por conta dos bonitos efeitos de luz. Em terra firme, a vivacidade das selvas contrasta com a riqueza de elementos nas cidades.
Claro, isso tudo não chega livre de problemas: há um insistente efeito de saturação que mascara o efeito de texturas em baixa resolução à distância, diversos elementos simplesmente brotam na tela em alguns momentos (o bom e velho pop-up), volta e meia o sistema de colisão falha gerando cenas engraçadas e por aí vai, mas nada que comprometa demais.
Dá para sentir que o motor gráfico AnvilNext já está rodando no talo nos veteranos PS3 e X360, mas o resultado em "Black Flag" é muito superior ao visto em "ACIII".
Claudio Prandoni
Do UOL, em São Paulo
"Assassin's Creed IV: Black Flag" redime as falhas de "AC III" e ainda entrega uma experiência incrivelmente variada, polida e divertida.
Parte do jogo entrega mais uma vez a experiência tradicional da série, composta principalmente pela trinca furtividade-combates-exploração, mas "Black Flag" brilha nos segmentos navais, que felizmente compõem uma grande parte da brincadeira.
Explorar os mares virtuais do Caribe é uma experiência agradável e diversa, que evoca alguns dos momentos mais envolventes de "Legend of Zelda: Wind Waker". Por outro lado, os furiosos embates oferecem momentos vibrantes, emocionantes e estratégicos - de fato, alguns dos mais legais de todo o game.
Por fim, a história menos pretensiosa possibilita explorar um pouco mais da mitologia da série e também semear potenciais cenários para as inevitáveis continuações.
Quem gostou de "Assassin's Creed III" vai gostar ainda mais de "AC IV" e mesmo quem se decepcionou com a jornada de Connor pode voltar tranquilo: "Black Flag" resgata com orgulho a qualidade da franquia.
INTRODUÇÃO
Enquanto "Assassin's Creed III" veio precedido de uma forte campanha de marketing que prometeu mais do que o jogo cumpriu, "Black Flag" apareceu de surpresa, chegando ao mercado menos de noves meses depois do anúncio.
O protagonista da vez é Edward Kenway, pirata que é também avô de Connor, o herói de "AC III". Na cronologia moderna, porém, "Black Flag" dá continuidade aos eventos estrelados por Desmond e sua trupe.
Com um bucaneiro no comando os controles focam muito mais em segmentos navais, que estrearam e agradaram bastante em "AC III". Edward explora os mares do Caribe no século XVIII, acumulando riquezas, interagindo com outros piratas famosos e travando duelos.
PONTOS POSITIVOS
Parte naval
Batalhas navais apareceram de forma tímida em "Assassin's Creed III", mas em "Black Flag" ganham um merecido lugar de destaque. Praticamente metade do jogo se passa a bordo do Gralha, o navio de Edward Kenway, utilizado para explorar diversas ilhas, navios naufragados e enfrentar fragatas, brigues e outras embarcações dos espanhóis e ingleses.
Controlar o navio é uma delícia, recobrando a mesma sensação de explorar os mares de Hyrule em "Legend of Zelda: Wind Waker" naqueles que jogaram o game da Nintendo. Aprimorar a embarcação é uma verdadeira satisfação e orgulho, já que é possível sentir na prática os efeitos ao engatar duelo contra outros navios.
Pequenos detalhes fazem esse aspecto do jogo brilhar ainda mais. O Gralha balança conforme as ondas se formam e quebram, ventos mais fortes empurram a embarcação, o pôr-do-sol faz com que lamparinas se acendam pelo navio e seus marujos entoam divertidas canções enquanto exploram o desconhecido.
Incrível variedade
"Black Flag" honra a tradição da série e apresenta um cardápio absurdamente grande de opções. Há missões para assassinar alvos específicos, cacarecos mil para coletar (de garrafas com mensagens a canções para seus marujos), pontos altos de sincronização, ilhas para descobrir e explorar, tesouros submersos para procurar, uma base para aprimorar, armamentos para adquirir...
Acredite, a lista é grande e olha que falei só do modo single player, que exige pelo menos umas 15 horas só para terminar a história principal. O modo multiplayer volta com ajustes sutis, oferecendo poucos tipos de partida, mas todos bem diferentes entre si.
A novidade fica por conta de uma variação do Alcatéia (Wolf Pack, no original em inglês), com cutscenes e histórias para as missões. Nada revolucionário, mas instigante mesmo assim.
Algo a se elogiar também é a competência da Ubisoft em entregar um jogo muito polido e bem acabado - ainda mais depois do desastre de "Assassin's Creed III". Bugs são raríssimos em "Black Flag" e, quando ocorrem, são na maioria inofensivos, variando geralmente de bugs de colisão a construções ou personagens que 'pipocam' de repente no horizonte. Enfim, nada que estrague a diversão como ocorria de monte em "AC III".
Muitos podem acabar reclamando que "Black Flag" não se preocupa em inovar e só traz mais do mesmo, mas essa é exatamente a proposta deste jogo. O game se preocupa em oferecer experiências já vistas anteriormente, expandindo desta vez no aspecto naval da jogabilidade, e faz isso com muita qualidade.
História
Livre da pressão de encerrar um arco de histórias com altíssimas expectativas, como aconteceu com "Assassin's Creed III", "Black Flag" consegue entregar uma história mais divertida.
No cenário histórico, trata-se de uma história sem frescuras sobre piratas, bem cinematográfica: tesouros são a principal motivação de Edward Kenway, que cai de paraquedas na batalha entre Templários e Assassinos, mas não dá muita bola para nenhum dos lados. O resultado é uma aventura mais leve e fácil de se envolver.
Enquanto isso, no mundo contemporâneo, fãs antigos da série vão ficar felizes de ver desdobramentos para a jornada de Desmond e seus colegas, assim como uma série de curiosidades e detalhes sobre os antigos protagonistas Altaïr, Ezio, Connor e até mesmo a mitologia por trás da máquina Animus.
Por fim, o enredo semeia também o futuro da série, alçando vários períodos históricos promissores para novos episódios.
Neste ponto vale comentar também o ótimo trabalho de localização, com legendas impecáveis que ajudam a entender bem todos os muitos diálogos e documentos do game. O trabalho de dublagem ainda não é o ideal, mas mostra evolução: enquanto as vozes originais buscam conferir um ar mais sério às conversas, as vozes brasileiras têm um estilo forçado e canastrão, um espírito meio 'sessão da tarde que, aliás, assola outras produções também. De qualquer maneira, está lá no disco e não é ruim - mas pode melhorar bastante no futuro.
Gráficos
Mesmo na atual geração, "Assassin's Creed IV" é um dos jogos mais bonitos do anos, graças a um belo trabalho de direção de arte e uma escolha acertada de período histórico.
Mais uma vez, o destaque fica por conta das paisagens marítimas, quando o Gralha corta as ondas explorando novas ilhas e enfrentando inimigos. No fundo do mar, a beleza fica por conta dos bonitos efeitos de luz. Em terra firme, a vivacidade das selvas contrasta com a riqueza de elementos nas cidades.
Claro, isso tudo não chega livre de problemas: há um insistente efeito de saturação que mascara o efeito de texturas em baixa resolução à distância, diversos elementos simplesmente brotam na tela em alguns momentos (o bom e velho pop-up), volta e meia o sistema de colisão falha gerando cenas engraçadas e por aí vai, mas nada que comprometa demais.
Dá para sentir que o motor gráfico AnvilNext já está rodando no talo nos veteranos PS3 e X360, mas o resultado em "Black Flag" é muito superior ao visto em "ACIII".
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