Dica de livro: Discworld - A Cor da Magia

Discworld é uma série de fantasia britânica muito famosa. A série até onde eu sei contém uns vinte livros, A Cor da Magia é o primeiro volume da saga. O estilo do autor, Terry Pratchett, é muito similar ao de Douglas Adams e o seu Guia do Mochileiro das Galáxias. A diferença é que Terry explora mais a magia e a fantasia, já Douglas explora mais a ficção científica. Apesar disso em Discworld há alguns elementos de Sci-fi (assim como nos livros de Douglas há elementos de fantasia). Nesse livro você encontrará várias sátiras a obras fantásticas, incluindo referências a Conan e Sonja. A característica mais interessante desse livro é que em várias partes a história é interrompida para o autor contar um detalhe do mundo sem muita relevância, mas que faz graça pelo seu absurdo. Além disso o mundo de discworld traz algumas criticas a nossa sociedade. Essas duas características você também encontra nos livros de Douglas, ou seja, acho bem difícil alguém gostar de um desses autores e não gostar do outro.

O absurdo do enredo já começa na descrição do mundo do disco onde a história se desenrola. Um mundo plano e circular situado em cima de quatro elefantes que, por sua vez, vivem em cima de uma tartaruga gigante. Devido a esse mundo seguir regras diferentes da nossa o livro cria neologismos que fazem sentido na obra como astropsicologia (que é o estudo da mente de seres que vivem no espaço, como a tartaruga que move o mundo disco) e hemiscírculo (a palavra hemisfério vem de esfera, como o mundo do disco tem formato de círculo nele essa palavra é diferente).

O Discworld é um mundo medieval tipico de histórias de high fantasy como O Senhor dos Anéis e Conan. O personagem principal é o mago Rincewind, um feiticeiro que só sabe um feitiço. Um feitiço tão poderoso que ele tem medo de usar e que é conhecido por ser uma das fundações desse universo. Na trama, Rincewind conhece Duasflor, um turista vindo de um mundo distante que é extremamente rico e inocente. Mais por interesse do que por boa vontade o mago passa a ajudar o forasteiro a voltar ao seu lar. O enredo simples segue bem a narrativa de aventuras fantásticas, onde os heróis passam por uma jornada que leva a vários lugares diferentes, sendo que em cada um desses lugares eles enfrentam um perigo. Junto do mago e do turista bobo há a Bagagem, um baú cheio de pernas que leva as riquezas de Duasflor. Uma simples mala que tem muita personalidade e tem um papel importante na trama.

Uma curiosidade interessante de Rincewind é que sempre quando ele passa por uma situação de extremo perigo o mago vê o Morte. Esse negócio do herói ser visitado pela personificação da morte me fez lembrar o filme As Aventuras do Barão de Munchausen. Se não conhece ou se nunca viu esse filme eu recomendo.

Com apenas 231 páginas esse livro é super fácil e gostoso de ler. Bom para leitores iniciantes e bom para quem procura uma leitura leve e bem humorada.