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Prince of Throns (e a renovação do gênero épico)

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Prince of Throns (e a renovação do gênero épico) Empty Prince of Throns (e a renovação do gênero épico)

Mensagem por alancosme32 Dom Fev 02, 2014 2:30 pm

Prince of Throns (e a renovação do gênero épico) Capa-prince-of-thorns
Comprei o romance meio na doida, sem ter certeza se a história seria do meu agrado. Como a edição na livraria vinha lacrada, nem deu para dar aquela leitura por alto para ter certeza que o enredo seria do meu agrado. Me lembro inclusive que antes de efetuar a compra, eu olhei para o verso duas vezes para ter certeza que a edição estava em português. Até sei ler inglês, inclusive já li alguns romances inteiros no idioma. Porém ler tantas páginas sem ser em português cansa muito e eu não estou mais com paciência para isso. Só relaxei quando ao tirar o plástico pude notar que estava tudo em pt-br, com exceção do título não sei porquê. Já que a tradução é bem obvia e soaria tão bem quanto no original. Príncipe dos Espinhos é um bom nome, não? A história se passa em uma nova era medieval, aquele tipico enredo no qual após uma catástrofe a sociedade regride. A parte mais legal do romance é quando você descobre isso através da descrição de elementos tidos como fantásticos pela sociedade do livro, mas que na nossa são comuns. Se fosse pela história em si eu não diria esse detalhe, pois é quase um spoiler. Porém no verso do livro, na sinopse, essa surpresa já é estragada, então não faz mal eu “spoilar” isso aqui, certo?


O príncipe Jorg quando criança assistiu a morte da mãe e do seu irmão caçula. Durante o evento ele caiu em uma roseira cheia de espinhos, daí o nome da série. O personagem principal tem quatorze anos, mas durante a leitura você até esquece isso já que ele age como adulto. O que faz sentido para a época medieval. Inclusive na sociedade do romance alguém com trinta ou quarenta anos já é considerado velho. Em busca de vingança pelo assassinato de seus familiares, Jorg foge de casa e se torna líder de um bando de criminosos. Saques, roubos, assassinatos, estupros… O ponto mais legal do romance é essa dicotomia de Jorg. Apesar de ter atitudes bem cruéis, há passagens em que ele age quase como um herói tradicional fazendo com que o leitor tenha esperanças em ver algum momento de redenção. Após um tempinho ele volta a barbaridade criando uma dúvida. Ele irá se redimir ou se tornará mais cruel do que já é? A resposta para essa pergunta só comprando o resto da trilogia, pois o final aqui é em aberto.

Para ser sincero durante a primeira parte do romance cheguei a pensar que joguei cinquenta reais fora, pois a história demorou a me cativar. No entanto, quando os elementos fantásticos começam a aparecer eu passei a ler o livro com mais gana e meu pensamento negativo foi superado. No fim das contas gostei da história aqui contada, mas não sei se terei interesse em comprar as continuações.
Prince of Throns (e a renovação do gênero épico) Game-of-Thrones-cast
Prince of Thorns, Game of Thrones e A Trilogia do Matador do Rei (que acabei de comprar os dois primeiros romances no submarino, podem esperar pela resenha) fazem parte do que estou apelidando de Novo Gênero Épico. New Epic? Esse rótulo nunca vi em lugar nenhum, mas acho que faz sentido pôr nessas obras. O gênero épico tradicional criado por Tolkien traz uma fórmula bem básica: heróis românticos sem falha de caráter + um vilão perverso que é o mal personificado + uma jornada linear onde o herói e sua trupe enfrentam uma briga a cada ponto de parada. Esses romances acima citados fogem dessa premissa, tendo uma visão superficial você pode achar que só são considerados mais maduros por possuírem sexo e sangue. Mas eu discordo dessa visão simplista.

O mais brilhante nesse New Epic, na minha opinião, é que os heróis não são perfeitos e em sua maioria não possuem o objetivo de salvar o mundo. As vezes os heróis da trama padecem com problemas comuns até mesmo à pessoas do nosso cotidiano. O charme do New Epic é levar situações reais a um ambiente de fantasia. Prince of Thorns não tem muito disso, apesar de eu achar a personalidade ambígua de Jorg como sendo uma amostra de realidade no fantástico. Já Game of Thrones tem essa característica por demais. Só como exemplo, nessa série foi a primeira vez que vi sendo retratado personagens tendo caganeira e ficando com assadura após passar muito tempo montado a cavalo e o fato não ser descrito como algo engraçado, mas como algo seríssimo. O que se você pensar bem realmente é, já que na época medieval era bem comum levar a morte (diarreia até hoje mata bastante).

Como não há nada mais original do que a realidade, deve ser por isso que esses enredos conseguem sair do lugar comum, ganhando destaque e muitos fãs. No momento dessa postagem só li um pouco de O Nome do Vento e já estou na gula de terminar de ler a história toda (quando sai o terceiro livro?!). Além de ter muito de realidade no fantástico, esse romance possui uma mitologia bem própria. Quase vibrei na cadeira ao ler o nome de Oxalá em uma história baseada na era medieval europeia. Esse romance vai ser daqueles que irei rasgar elogios, mas deixo isso para quando fizer sua resenha.
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