Vodafone revela enorme Programa Global de espionagem
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Vodafone revela enorme Programa Global de espionagem
A Vodafone tornou-se a primeira operadora de telemóveis a divulgar procedimentos dos governos para ouvir comunicações móveis, revelando a existência de canais diretos de acesso à sua rede (e às de outras operadoras), que permitem às agências de informação dos países ouvir e gravar conversas sem que a operadora saiba quem é atingido nem porquê, e sem que o público possa ter uma noção da escala da vigilância.
“Governos terem acesso a telefonemas com um toque num interruptor é algo que não tem precedentes e é aterrorizador”, comentou ao diário britânico The Guardian o director da organização não governamental Liberty, Shami Chakrabarti.
“Estes são os cenários de pesadelo que estávamos a imaginar”, reagiu Gus Hosein, director executivo da Privacy International, que tem vários processos legais contra o Governo britânico pela vigilância em massa dos cidadãos.
O acesso directo não existe no Reino Unido, o primeiro mercado da Vodafone (hoje com 400 milhões de clientes) e a sua base, já que no país é necessário um mandado judicial para escutas, diz a empresa. Mas entre os 29 países em que a Vodafone opera (tão diferentes como do Congo ao Egipto, da Austrália à República Checa, do Lesoto a Espanha, da Nova Zelândia à Grécia ou a Portugal) há “cerca de seis países” em que a lei obriga, ou permite, a instalação deste canal directo. A empresa diz que não os nomeia por ter medo de que o seu pessoal seja preso em retaliação.
A Vodafone é a primeira operadora de telecomunicações a apresentar um estudo global das práticas legais, mas desconhecidas do público, dos governos, e prometeu relatórios anuais. Não disse porque escolheu fazer estas revelações agora, mas tem uma posição crítica. “O modelo de acesso directo existe”, repetiu o responsável pela privacidade da Vodafone, Stephen Deadman. “Pedimos o fim do acesso directo como meio de as agências governamentais obterem os dados de comunicação das pessoas. Sem um mandado oficial, não há visibilidade externa.”
A empresa quer que as autoridades sejam submetidas a um “escrutínio regular por uma autoridade independente” e defende ainda que os Estados publiquem anualmente o número de pedidos de informação que fazem. A Vodafone não pode divulgar os pedidos legais nem se é feita a recolha de quaisquer dados nalguns dos países em que opera, como o Egipto, Índia, Qatar, Roménia, África do Sul e Turquia. Noutros três (Albânia, Hungria e Malta), a lei permite apenas a divulgação de pedidos de acesso a metadados de comunicação (quem ligou a quem e a que horas, por exemplo), da própria empresa e não a conteúdo.
Malta é um dos países que mais pedidos fizeram em relação à população, aponta o Guardian, com 3773 em 420 mil habitantes. A Hungria, com pouco menos habitantes que Portugal, tem muito mais pedidos: 75.938 contra 28.145. Itália destaca-se em pedidos tanto de metadados como de escutas de conteúdo (605.601 e 140.577 pedidos, respectivamente).
Em termos de acesso a conteúdo de conversas, a Alemanha fez 23.687 pedidos enquanto a mais pequena Holanda fez 43.956. Muitos países não têm dados relativos ao conteúdo neste relatório (França, Bélgica, Portugal e Espanha, por exemplo).
A posição das empresas telefónicas tem sido diferente das de Internet – o Guardian lembra que precisam de licenças dos governos para operar. Até agora, a operadora alemã Deutsche Telekom e a Telstra na Austrália divulgaram dados dos seus países. Nos EUA, fizeram o mesmo a Verizon e a AT&T.
Após as revelações da extensão da espionagem por parte das agências de segurança feitas pelo antigo analista de segurança Edward Snowden, empresas como a Apple e Microsoft, e também Google, Yahoo ou Facebook, publicaram dados e iniciaram processos judiciais pelo direito de divulgar mais informação. Mais, algumas destas empresas já avisaram que vão começar a ignorar as ordens e a avisar os utilizadores de pedidos de dados feitos pelas autoridades, segundo noticiava recentemente o jornal norte-americano
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Da série democracia é bom, mas reprimir inocentes é melhor.
“Governos terem acesso a telefonemas com um toque num interruptor é algo que não tem precedentes e é aterrorizador”, comentou ao diário britânico The Guardian o director da organização não governamental Liberty, Shami Chakrabarti.
“Estes são os cenários de pesadelo que estávamos a imaginar”, reagiu Gus Hosein, director executivo da Privacy International, que tem vários processos legais contra o Governo britânico pela vigilância em massa dos cidadãos.
O acesso directo não existe no Reino Unido, o primeiro mercado da Vodafone (hoje com 400 milhões de clientes) e a sua base, já que no país é necessário um mandado judicial para escutas, diz a empresa. Mas entre os 29 países em que a Vodafone opera (tão diferentes como do Congo ao Egipto, da Austrália à República Checa, do Lesoto a Espanha, da Nova Zelândia à Grécia ou a Portugal) há “cerca de seis países” em que a lei obriga, ou permite, a instalação deste canal directo. A empresa diz que não os nomeia por ter medo de que o seu pessoal seja preso em retaliação.
A Vodafone é a primeira operadora de telecomunicações a apresentar um estudo global das práticas legais, mas desconhecidas do público, dos governos, e prometeu relatórios anuais. Não disse porque escolheu fazer estas revelações agora, mas tem uma posição crítica. “O modelo de acesso directo existe”, repetiu o responsável pela privacidade da Vodafone, Stephen Deadman. “Pedimos o fim do acesso directo como meio de as agências governamentais obterem os dados de comunicação das pessoas. Sem um mandado oficial, não há visibilidade externa.”
A empresa quer que as autoridades sejam submetidas a um “escrutínio regular por uma autoridade independente” e defende ainda que os Estados publiquem anualmente o número de pedidos de informação que fazem. A Vodafone não pode divulgar os pedidos legais nem se é feita a recolha de quaisquer dados nalguns dos países em que opera, como o Egipto, Índia, Qatar, Roménia, África do Sul e Turquia. Noutros três (Albânia, Hungria e Malta), a lei permite apenas a divulgação de pedidos de acesso a metadados de comunicação (quem ligou a quem e a que horas, por exemplo), da própria empresa e não a conteúdo.
Malta é um dos países que mais pedidos fizeram em relação à população, aponta o Guardian, com 3773 em 420 mil habitantes. A Hungria, com pouco menos habitantes que Portugal, tem muito mais pedidos: 75.938 contra 28.145. Itália destaca-se em pedidos tanto de metadados como de escutas de conteúdo (605.601 e 140.577 pedidos, respectivamente).
Em termos de acesso a conteúdo de conversas, a Alemanha fez 23.687 pedidos enquanto a mais pequena Holanda fez 43.956. Muitos países não têm dados relativos ao conteúdo neste relatório (França, Bélgica, Portugal e Espanha, por exemplo).
A posição das empresas telefónicas tem sido diferente das de Internet – o Guardian lembra que precisam de licenças dos governos para operar. Até agora, a operadora alemã Deutsche Telekom e a Telstra na Austrália divulgaram dados dos seus países. Nos EUA, fizeram o mesmo a Verizon e a AT&T.
Após as revelações da extensão da espionagem por parte das agências de segurança feitas pelo antigo analista de segurança Edward Snowden, empresas como a Apple e Microsoft, e também Google, Yahoo ou Facebook, publicaram dados e iniciaram processos judiciais pelo direito de divulgar mais informação. Mais, algumas destas empresas já avisaram que vão começar a ignorar as ordens e a avisar os utilizadores de pedidos de dados feitos pelas autoridades, segundo noticiava recentemente o jornal norte-americano
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Da série democracia é bom, mas reprimir inocentes é melhor.
marcelo l.- Farrista "We are the Champions"
- Mensagens : 6877
Data de inscrição : 15/06/2010
Re: Vodafone revela enorme Programa Global de espionagem
Mas quem não faz nada de errado não precisa dar bola pra essa notícia, né?
ediv_diVad- Farrista além das fronteiras da sanidade
- Mensagens : 20441
Data de inscrição : 10/06/2010
Re: Vodafone revela enorme Programa Global de espionagem
ediv_diVad escreveu:Mas quem não faz nada de errado não precisa dar bola pra essa notícia, né?
Lembrando o nosso país desde que não pegue ônibus né...
marcelo l.- Farrista "We are the Champions"
- Mensagens : 6877
Data de inscrição : 15/06/2010
Re: Vodafone revela enorme Programa Global de espionagem
Situações diferentes, David, situações diferentes.
Como eu comentei, minha cidade investiu 10 anos atrás num sistema de vigilância por câmeras que era o segundo ou terceiro em termos de qualidade em todo o Brasil.
Bastou ele funcionar um mês e milhares de ações de pessoas bem intencionadas sem nada para esconder foram recebidos pela prefeitura que diminiu o poder das câmeras e a qualidade das imagens, destruindo seu objetivo, que era segurança.
Olha, as câmeras não iam filmar dentro das casas de ninguém, iam filmar as ruas, algo público. Mas neguinho com o rabo preso ficou em pânico.
De qualquer forma, era algo sabido e quem queria fazer merda, simplesmente poderia ir pra um lugar sem segurança fazer merda.
Agora, deixar esse mesmo governo ouvindo conversas dos outros, sem a pessoa saber ou ter como se "defender" é um caso totalmente difernente, até por que mandato judicial existe justamente pra isso.
Se vc não faz merda em público, vc não deveria ter medo de ser filmado andando nas praças públicas.
Agora, vc ser espionado em sua intimidade, é um caso totalmente exdrúxulo e ilegal.
Como eu comentei, minha cidade investiu 10 anos atrás num sistema de vigilância por câmeras que era o segundo ou terceiro em termos de qualidade em todo o Brasil.
Bastou ele funcionar um mês e milhares de ações de pessoas bem intencionadas sem nada para esconder foram recebidos pela prefeitura que diminiu o poder das câmeras e a qualidade das imagens, destruindo seu objetivo, que era segurança.
Olha, as câmeras não iam filmar dentro das casas de ninguém, iam filmar as ruas, algo público. Mas neguinho com o rabo preso ficou em pânico.
De qualquer forma, era algo sabido e quem queria fazer merda, simplesmente poderia ir pra um lugar sem segurança fazer merda.
Agora, deixar esse mesmo governo ouvindo conversas dos outros, sem a pessoa saber ou ter como se "defender" é um caso totalmente difernente, até por que mandato judicial existe justamente pra isso.
Se vc não faz merda em público, vc não deveria ter medo de ser filmado andando nas praças públicas.
Agora, vc ser espionado em sua intimidade, é um caso totalmente exdrúxulo e ilegal.
Goris- Farrista Cheguei até aqui. Problem?
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Data de inscrição : 15/06/2010
Idade : 49
Localização : Volta Redonda / RJ
Re: Vodafone revela enorme Programa Global de espionagem
Entendo, você consegue ver assim, mas aposto que tem muita gente que não acha nada demais, porque "o cidadão de bem não deve temer a vigilância".
ediv_diVad- Farrista além das fronteiras da sanidade
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Data de inscrição : 10/06/2010
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