Polícia Federal quer instalar app espião para grampear celulares
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Polícia Federal quer instalar app espião para grampear celulares
Por Felipe Payão
27 abr 2015 - 18h 09
A teletela, do livro 1984, era um televisor que observava as casas das pessoas: todos os passos e ações eram vigiadas 24 horas por semana. Agora, um aplicativo que a Polícia Federal quer instalar como vírus em celulares de investigados consegue até ligar a câmera frontal do aparelho e gravar o que acontece na sua frente - isso sem alertar o usuário.
De acordo com a Folha, a ação da Polícia Federal busca ampliar o acesso às informações armazenadas em dispositivos grampeados com autorização judicial. Atualmente, as operadoras já compartilham mensagens SMS e ligações de voz. Contudo, o novo "app vírus" tem problemas para ser aceito pelas empresas de telefonia. Elas comentam que não têm acesso a mensagens e dados criados por outros aplicativos que usam a internet, como o WhatsApp.
Um exemplo da cooperação entre Polícia e empresas de telefonia é o início da Operação Lava Jato. Com uma parceria com a BlackBerry, foi possível conseguir acesso às conversas realizadas por meio do BBM.
Como funciona o app
O aplicativo seria instalado como um app oculto e, então, repassaria para uma central todas as informações de dentro do celular. A porta de entrada desse "vírus" seria um SMS, um email ou qualquer alerta de atualização - seria possível transmitir o app oculto até se o usuário atender uma chamada.
Os apps ocultos de vigilância são desenvolvidos por empresas americanas, israelenses e indianas. Eles podem captar listas de contato da agenda, mensagens de texto (até do WhatsApp e outros mensageiros), ligações feitas e recebidas, descobrir senhas, emails, comentários em redes sociais, vídeos e fotografias. Ou seja, tudo.
A dificuldade
Porém, querer não é poder. A Polícia Federal encontra barreiras na implementação desse novo sistema de grampos. Ela quer que as empresas de telefonia e operadoras façam essa ponte e dêem o acesso aos dados. Por sua vez, as companhias temem complicações jurídicas por causa disso - e ainda teriam que gastar um bom dinheiro com o sistema. Outro problema é que o app vírus estaria conectado com a internet, então também consumiria o pacote de dados contratado pelo investigado.
Mesmo que a idéia esteja restrita a investigados, ações como essa mostram que, sim, estamos cada vez mais afundados em um círculo vicioso de falta de privacidade.
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27 abr 2015 - 18h 09
A teletela, do livro 1984, era um televisor que observava as casas das pessoas: todos os passos e ações eram vigiadas 24 horas por semana. Agora, um aplicativo que a Polícia Federal quer instalar como vírus em celulares de investigados consegue até ligar a câmera frontal do aparelho e gravar o que acontece na sua frente - isso sem alertar o usuário.
De acordo com a Folha, a ação da Polícia Federal busca ampliar o acesso às informações armazenadas em dispositivos grampeados com autorização judicial. Atualmente, as operadoras já compartilham mensagens SMS e ligações de voz. Contudo, o novo "app vírus" tem problemas para ser aceito pelas empresas de telefonia. Elas comentam que não têm acesso a mensagens e dados criados por outros aplicativos que usam a internet, como o WhatsApp.
Um exemplo da cooperação entre Polícia e empresas de telefonia é o início da Operação Lava Jato. Com uma parceria com a BlackBerry, foi possível conseguir acesso às conversas realizadas por meio do BBM.
Como funciona o app
O aplicativo seria instalado como um app oculto e, então, repassaria para uma central todas as informações de dentro do celular. A porta de entrada desse "vírus" seria um SMS, um email ou qualquer alerta de atualização - seria possível transmitir o app oculto até se o usuário atender uma chamada.
Os apps ocultos de vigilância são desenvolvidos por empresas americanas, israelenses e indianas. Eles podem captar listas de contato da agenda, mensagens de texto (até do WhatsApp e outros mensageiros), ligações feitas e recebidas, descobrir senhas, emails, comentários em redes sociais, vídeos e fotografias. Ou seja, tudo.
A dificuldade
Porém, querer não é poder. A Polícia Federal encontra barreiras na implementação desse novo sistema de grampos. Ela quer que as empresas de telefonia e operadoras façam essa ponte e dêem o acesso aos dados. Por sua vez, as companhias temem complicações jurídicas por causa disso - e ainda teriam que gastar um bom dinheiro com o sistema. Outro problema é que o app vírus estaria conectado com a internet, então também consumiria o pacote de dados contratado pelo investigado.
Mesmo que a idéia esteja restrita a investigados, ações como essa mostram que, sim, estamos cada vez mais afundados em um círculo vicioso de falta de privacidade.
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