Venezuela inicia exercícios com anfíbios chineses e mísseis russos
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Venezuela inicia exercícios com anfíbios chineses e mísseis russos
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Cerca de 100 mil homens, com blindados anfíbios chineses e jatos e mísseis russos, participam a partir deste sábado (14) de dez dias de manobras militares convocadas pelo presidente Nicolás Maduro, em um momento de alta tensão bilateral com os Estados Unidos.
Desembarque de homens da Infantaria de Marinha em refinarias, prática de tiro de Brigadas blindadas no oeste do país, na direção da fronteira com a Colômbia (principal aliado dos EUA na sub-região) e exercícios com sofisticados sistemas antiaéreos compõem as manobras - informou o ministro venezuelano da Defesa, general Vladimir Padrino López.
Além disso, grupos de operários da indústria de base (siderúrgicas, refinarias e centrais elétricas) organizados em "unidades combatentes" fizeram hoje simulações de defesa de seus locais de trabalho e de enfrentamento de "sabotadores infiltrados".
Segundo o general Padrino López, 80 mil militares e 20 mil civis participam das manobras.
"Felicito a FANB (Força Armada Nacional Bolivariana) e o povo pelos exercícios conjuntos", postou o presidente Maduro em sua conta no Twitter.
"União cívico-militar para continuar tendo Pátria e que nossa terra sagrada nunca seja tocada pela bota imperial. Que Viva a Venezuela 'Carajo'!!", completou.
Neste sábado, "um exercício emblemático (...) em Puerto Cabello com a Infantaria de Marinha e sua nova dotação de veículos anfíbios", anunciou o ministro da Defesa, que acumula o cargo de chefe do Comando Estratégico Operacional, unificando o controle político e operacional das Forças Armadas.
Nessa zona de refinarias, serão realizadas simulações de desembarque de 3.200 homens da Primeira Brigada de Infantaria da Marinha, com os blindados anfíbios chineses recebidos em janeiro, no âmbito de uma operação calculada em US$ 500 milhões.
Padrino López relatou ainda que a "Força Aérea, junto com a defesa aeroespacial, fazem exercícios para verificar a operacionalidade de novos sistemas antiaéreos".
Nos últimos anos, a Venezuela recebeu sistemas de mísseis terra-ar, especialmente os de fabricação russa BM-21 Grad e o sofisticado BM-30 Smerch, com calibre de 300 milímetros e alcance de até 90 quilômetros, que se somaram aos antigos sistemas de curto alcance Pechora 2M, também russos.
Durante todo o dia, a televisão pública transmitiu, de diferentes pontos do país, imagens de combates simulados entre blindados; de fragatas de combate Lupo, de origem italiana, preparando-se para zarpar de emergência; e dos operários das refinarias interceptando, ou controlando, suspeitos de sabotagem.
Os exercícios também incluem a Guarda Nacional, que treinará "aumentando o adestramento para o controle interno e para o restabelecimento da ordem pública", explicou o ministro.
Unasul apoia Venezuela
Na última segunda-feira, a Venezuela subiu o tom em relação aos Estados Unidos, depois da ordem executiva anunciada pelo presidente americano, Barack Obama. No texto, Obama classifica a situação venezuelana de "ameaça incomum e extraordinária" à segurança e declarou emergência nacional para enfrentá-la.
Em poucas horas, Maduro pediu ao Legislativo poderes extraordinários para governar por decreto nas áreas de Defesa e Segurança. A expectativa é que sejam aprovados neste domingo em segunda e definitiva leitura.
Para evitar uma escalada regional, a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) pediu ao governo dos Estados Unidos, neste sábado, que anule as sanções impostas a funcionários venezuelanos - de acordo com a declaração firmada pelos chanceleres desse órgão.
A ordem executiva firmada por Obama foi considerada uma "ameaça intervencionista".
A Unasul "solicita a derrogação da referida Ordem Executiva" expedida pelo presidente Barack Obama na última segunda-feira, diz o texto assinado pelos ministros das Relações Exteriores dos países-membros do órgão regional, ao fim de uma reunião extraordinária em Quito.
A medida "constitui uma ameaça intervencionista à soberania e ao princípio de não ingerência nos assuntos internos de outros Estados", alegam os chanceleres.
A Unasul reiterou seu apelo a que os governos "se abstenham da aplicação de medidas coercitivas unilaterais que contrariem o Direito Internacional" e pediu a Washington que "avalie e ponha em prática alternativas de diálogo" com Caracas.
A nota insistiu em que a situação na Venezuela "deve ser resolvida pelos mecanismos democráticos" previstos em sua Constituição e manifestou seu apoio para a realização das eleições legislativas previstas para setembro no país.
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