Avós da Praça de Maio acham mais uma neta roubada pela ditadura argentina
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Avós da Praça de Maio acham mais uma neta roubada pela ditadura argentina
A entidade calcula que 500 bebês foram roubados de suas mães
31/08/2015 - 15h06min
O grupo Avós da Praça de Maio anunciou nesta segunda-feira a restituição da identidade da neta 117, em sua campanha de recuperação dos filhos dos desaparecidos pela repressão na última ditadura argentina (1976-83).
Uma mulher de 37 anos, cujo nome não foi divulgado para proteger sua intimidade, resultou ser a filha roubada do casal Walter Domínguez e Gladys Castro, presos por militares em dezembro de 1977 e desaparecidos desde então, informou em uma coletiva de imprensa a presidente da entidade, Estela de Carlotto.
A maioria dos 117 netos recuperados nasceu quando sua mãe estava em cativeiro em um dos mais de 500 centros clandestinos de tortura e extermínio instalados em todo o território. A entidade humanitária Avós calcula que 500 bebês foram roubados de suas mães.
Domínguez tinha 22 anos e Castro 24 quando foram sequestrados em sua casa na cidade de Mendoza (oeste do país). Castro estava no sexto mês de gestação. O homem era motorista de ônibus e a mulher trabalhava em uma padaria.
A filha passou por um exame de DNA em julho deste ano e soube que seus pais eram Domínguez e Castro. Na coletiva de imprensa estavam presentes duas de suas avós e um tio paterno.
Carlotto disse que em 1994 "o Movimento Ecumênico dos Direitos humanos (MEDH) enviou ao grupo Avós uma denúncia anônima sobre uma menina que apareceu em 1978 no lar de um casal mais velho de um dia para o outro e inscrita como filha deles".
— A dificuldade para reconstruir as marcas que o terrorismo de Estado apagou impiedosamente fizeram com que a descoberta da filha de Gladys e Walter demorasse mais de 21 anos — disse a dirigente.
Um forte impacto político e emocional foi registrado em agosto do ano passado, quando a presidente do Avós encontrou seu neto, Ignacio Guido Montoya Carlotto.
Durante a ditadura cívico-militar, dezenas de milhares de ativistas políticos, sindicalistas, profissionais, estudantes e até empresários foram sequestrados, torturados, desaparecidos ou ameaçados de morte e forçados ao exílio.
Maternidades clandestinas funcionaram em institutos militares e quartéis. A maioria dos filhos de desaparecidos sequestrados era entregue a famílias vinculadas ao regime.
*AFP
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31/08/2015 - 15h06min
O grupo Avós da Praça de Maio anunciou nesta segunda-feira a restituição da identidade da neta 117, em sua campanha de recuperação dos filhos dos desaparecidos pela repressão na última ditadura argentina (1976-83).
Uma mulher de 37 anos, cujo nome não foi divulgado para proteger sua intimidade, resultou ser a filha roubada do casal Walter Domínguez e Gladys Castro, presos por militares em dezembro de 1977 e desaparecidos desde então, informou em uma coletiva de imprensa a presidente da entidade, Estela de Carlotto.
A maioria dos 117 netos recuperados nasceu quando sua mãe estava em cativeiro em um dos mais de 500 centros clandestinos de tortura e extermínio instalados em todo o território. A entidade humanitária Avós calcula que 500 bebês foram roubados de suas mães.
Domínguez tinha 22 anos e Castro 24 quando foram sequestrados em sua casa na cidade de Mendoza (oeste do país). Castro estava no sexto mês de gestação. O homem era motorista de ônibus e a mulher trabalhava em uma padaria.
A filha passou por um exame de DNA em julho deste ano e soube que seus pais eram Domínguez e Castro. Na coletiva de imprensa estavam presentes duas de suas avós e um tio paterno.
Carlotto disse que em 1994 "o Movimento Ecumênico dos Direitos humanos (MEDH) enviou ao grupo Avós uma denúncia anônima sobre uma menina que apareceu em 1978 no lar de um casal mais velho de um dia para o outro e inscrita como filha deles".
— A dificuldade para reconstruir as marcas que o terrorismo de Estado apagou impiedosamente fizeram com que a descoberta da filha de Gladys e Walter demorasse mais de 21 anos — disse a dirigente.
Um forte impacto político e emocional foi registrado em agosto do ano passado, quando a presidente do Avós encontrou seu neto, Ignacio Guido Montoya Carlotto.
Durante a ditadura cívico-militar, dezenas de milhares de ativistas políticos, sindicalistas, profissionais, estudantes e até empresários foram sequestrados, torturados, desaparecidos ou ameaçados de morte e forçados ao exílio.
Maternidades clandestinas funcionaram em institutos militares e quartéis. A maioria dos filhos de desaparecidos sequestrados era entregue a famílias vinculadas ao regime.
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