'Fugi porque estava jurado de morte pelo governo', diz refugiado sírio
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'Fugi porque estava jurado de morte pelo governo', diz refugiado sírio
Para entender um pouco por que os sírios estão virando refugiados por todo o mundo é preciso conhecer um pouco da história recente do Oriente Médio. Há quase 50 anos, a Síria é governada pelo mesmo partido, o BAATH. Hafez Al-Assad governou o país por três décadas. Desde julho de 2000, a Síria é liderada pelo filho Bashar Al-Assad.
O levante contra o regime de Bashar começou em março de 2011. A chamada Primavera Árabe foi a revolta dos países árabes contra os governos totalitários. Tudo começou em paz na Síria, mas meses depois os manifestantes foram reprimidos e o confronto entre rebeldes e as tropas de Bashar tomou o país.
Os rebeldes ainda enfrentam desde 2014 os jihadistas do Estado Islâmico. Ahmd Midalac chegou ao Brasil em maio. Sozinho, sem família. Saiu às pressas da Síria com medo de ser morto. Tudo por um motivo: Ahmd era militar de Bashar e estava jurado de morte.
"Antes da guerra, trabalhava como militar para Bashar. Nunca tive problema e ganhava bem. Depois da Primavera Árabe, trabalhei três anos na guerra contra os rebeldes", conta. "Nunca precisei matar ninguém, mas no começo do ano me obrigaram a matar uma família. Não tive coragem e fugi."
Ele está hospedado na Missão da Paz, famosa por acolher centenas de haitianos em São Paulo. Vive de doações. Não consegue emprego por causa da língua e sonha com o dia que Bashar deixará o poder. "Não tenho medo de voltar para a Síria. É o país que nasci, cresci e que amo. Mas se voltar agora, eu morro. Vou refazer minha vida no Brasil, tentar trabalhar aqui e quando Bashar sair do governo, eu volto para minha família. Volto para Halab."
Em Damasco, Hala vivia feliz com o marido e os três filhos. Tinha uma loja de tecidos que fazia sucesso no centro da capital síria. Ela apoiava a saída do presidente do poder. "Minha vida era horrível. Não descia mais para minha loja. Fechei toda a minha casa e todo dia quando acordava pensava: eu vou morrer, eu vou morrer", afirma.
Em 2012, uma bomba destruiu seu apartamento e seu comércio. "Eu considerava Bashar um bom presidente antes da guerra. Mas depois, minha vida virou um inferno. Perdi minha casa, perdi minha família e me sentia perseguida pelo governo", explica.
Hala deixou o marido e as filhas na Síria por falta de dinheiro. Se mudou para São Paulo com o filho mais velho e já se conformou em não voltar mais pra casa. "Não tem jeito.. Eu vou ficar no Brasil. Para Síria só volto de visita. Para reconstruir minha casa e minha loja demoraria mais de 50 anos. Até lá já vou estar morta".
Ahmd e Hala preferiram trocar de identidade. Mesmo longe da Síria, os dois ainda têm medo da morte.
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O levante contra o regime de Bashar começou em março de 2011. A chamada Primavera Árabe foi a revolta dos países árabes contra os governos totalitários. Tudo começou em paz na Síria, mas meses depois os manifestantes foram reprimidos e o confronto entre rebeldes e as tropas de Bashar tomou o país.
Os rebeldes ainda enfrentam desde 2014 os jihadistas do Estado Islâmico. Ahmd Midalac chegou ao Brasil em maio. Sozinho, sem família. Saiu às pressas da Síria com medo de ser morto. Tudo por um motivo: Ahmd era militar de Bashar e estava jurado de morte.
"Antes da guerra, trabalhava como militar para Bashar. Nunca tive problema e ganhava bem. Depois da Primavera Árabe, trabalhei três anos na guerra contra os rebeldes", conta. "Nunca precisei matar ninguém, mas no começo do ano me obrigaram a matar uma família. Não tive coragem e fugi."
Ele está hospedado na Missão da Paz, famosa por acolher centenas de haitianos em São Paulo. Vive de doações. Não consegue emprego por causa da língua e sonha com o dia que Bashar deixará o poder. "Não tenho medo de voltar para a Síria. É o país que nasci, cresci e que amo. Mas se voltar agora, eu morro. Vou refazer minha vida no Brasil, tentar trabalhar aqui e quando Bashar sair do governo, eu volto para minha família. Volto para Halab."
Em Damasco, Hala vivia feliz com o marido e os três filhos. Tinha uma loja de tecidos que fazia sucesso no centro da capital síria. Ela apoiava a saída do presidente do poder. "Minha vida era horrível. Não descia mais para minha loja. Fechei toda a minha casa e todo dia quando acordava pensava: eu vou morrer, eu vou morrer", afirma.
Em 2012, uma bomba destruiu seu apartamento e seu comércio. "Eu considerava Bashar um bom presidente antes da guerra. Mas depois, minha vida virou um inferno. Perdi minha casa, perdi minha família e me sentia perseguida pelo governo", explica.
Hala deixou o marido e as filhas na Síria por falta de dinheiro. Se mudou para São Paulo com o filho mais velho e já se conformou em não voltar mais pra casa. "Não tem jeito.. Eu vou ficar no Brasil. Para Síria só volto de visita. Para reconstruir minha casa e minha loja demoraria mais de 50 anos. Até lá já vou estar morta".
Ahmd e Hala preferiram trocar de identidade. Mesmo longe da Síria, os dois ainda têm medo da morte.
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marcelo l.- Farrista "We are the Champions"
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