Ruas de Mariana serão ocupadas por ato a favor de mineradora
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Jamm
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Ruas de Mariana serão ocupadas por ato a favor de mineradora
Ruas de Mariana serão ocupadas por ato a favor de mineradora
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Poliane Aparecida de Freitas, comerciante e coordenadora da manifestação
Uma passeata em defesa da permanência da Samarco em Mariana, na região Central, está prevista para o início da noite desta terça-feira (17). O ato foi marcado pela comunidade criada no Facebook "FicaSamarco" e convidou cerca de 1.300 pessoas.
O convite foi estendido a moradores, funcionários da mineradora e comerciantes. Com o lema "Justiça sim, desemprego não" os organizadores temem o impacto econômico na cidade, caso a Samarco encerre as atividades.
Preocupação
Um vídeo compartilhado na página da comunidade mostra o presidente do Sindicato Metabase de Mariana, Ronaldo Bento, também manifestando o receio de desemprego na região.
"Em nosso município e adjacências, somos dependentes desse produto (minério) e da mineração", ressalta Bento no vídeo. O presidente ainda destacou que a categoria quer a responsabilização da empresa, mas não a saída dela. "Ela é meio de sustento de nossas famílias, mas que continue de forma respeitosa", completa.
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Poliane Aparecida de Freitas, comerciante e coordenadora da manifestação
Uma passeata em defesa da permanência da Samarco em Mariana, na região Central, está prevista para o início da noite desta terça-feira (17). O ato foi marcado pela comunidade criada no Facebook "FicaSamarco" e convidou cerca de 1.300 pessoas.
O convite foi estendido a moradores, funcionários da mineradora e comerciantes. Com o lema "Justiça sim, desemprego não" os organizadores temem o impacto econômico na cidade, caso a Samarco encerre as atividades.
Preocupação
Um vídeo compartilhado na página da comunidade mostra o presidente do Sindicato Metabase de Mariana, Ronaldo Bento, também manifestando o receio de desemprego na região.
"Em nosso município e adjacências, somos dependentes desse produto (minério) e da mineração", ressalta Bento no vídeo. O presidente ainda destacou que a categoria quer a responsabilização da empresa, mas não a saída dela. "Ela é meio de sustento de nossas famílias, mas que continue de forma respeitosa", completa.
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Jamm- Farrista além das fronteiras da sanidade
- Mensagens : 18746
Data de inscrição : 18/06/2010
Re: Ruas de Mariana serão ocupadas por ato a favor de mineradora
Bora lá galera, essa empresa precisa de ajuda!!!
Jamm- Farrista além das fronteiras da sanidade
- Mensagens : 18746
Data de inscrição : 18/06/2010
Re: Ruas de Mariana serão ocupadas por ato a favor de mineradora
Dizer o que?
Não devem haver muitas opção na região.
É aquela história: ruim com ela, pior sem.
O lance é fazer as coisas bem feitas.
Não devem haver muitas opção na região.
É aquela história: ruim com ela, pior sem.
O lance é fazer as coisas bem feitas.
Quero Café- Farrista "We are the Champions"
- Mensagens : 7858
Data de inscrição : 12/06/2010
Localização : Às vezes em Marte, às vezes no espaço sideral
Re: Ruas de Mariana serão ocupadas por ato a favor de mineradora
Xavier de Maistre escreveu:
Dizer o que?
Não devem haver muitas opção na região.
É aquela história: ruim com ela, pior sem.
O lance é fazer as coisas bem feitas.
Se a empresa tivesse a oportunidade de te ouvir, talvez não teria acontecido tudo isso.
Jamm- Farrista além das fronteiras da sanidade
- Mensagens : 18746
Data de inscrição : 18/06/2010
Re: Ruas de Mariana serão ocupadas por ato a favor de mineradora
Pois é, não é?
Dizem que os filósofos dizem coisas óbvias que poucos percebem antes que eles digam.
Dizem que os filósofos dizem coisas óbvias que poucos percebem antes que eles digam.
Quero Café- Farrista "We are the Champions"
- Mensagens : 7858
Data de inscrição : 12/06/2010
Localização : Às vezes em Marte, às vezes no espaço sideral
Re: Ruas de Mariana serão ocupadas por ato a favor de mineradora
é tipo a petrobras quando fez aquele vazamento de petroleo e desmatou uma reserva ambiental do interior e nem construiu nada ou a divisão de lançamentos de foguete Brasileiro que todo lançamento explode o foguete
vamos parar de fazer isso? Não, o negocio é que precisa de mais fiscalização e também que o responsável seja punido no caso o engenheiro chefe lá
agora vai parar de arrumar emprego para a cidade? acredito que não, se parar quase todos os moradores vão ficar desempregados
vamos parar de fazer isso? Não, o negocio é que precisa de mais fiscalização e também que o responsável seja punido no caso o engenheiro chefe lá
agora vai parar de arrumar emprego para a cidade? acredito que não, se parar quase todos os moradores vão ficar desempregados
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"Seu verdadeiro lar está dentro do seu coração e continua com você onde quer que você vá; mas um lugar legal e aconchegante é um motivo maravilhoso para voltar para casa!"
-J.R.R.Tolkien
ediv_diVad- Farrista além das fronteiras da sanidade
- Mensagens : 20441
Data de inscrição : 10/06/2010
Re: Ruas de Mariana serão ocupadas por ato a favor de mineradora
Como se a Samarco fosse a única mineradora do planeta, se ela quebrar entra outra. Se eu sacrificasse um animal preso na lama, agora estaria preso...teve pelo menos uma dezena de pessoas mortas e ecosistemas inteiros destruídos e nem processo penal abre.
marcelo l.- Farrista "We are the Champions"
- Mensagens : 6877
Data de inscrição : 15/06/2010
Re: Ruas de Mariana serão ocupadas por ato a favor de mineradora
ediv_diVad escreveu:
#SomosTodosSamarco
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Pô, demorou!!!
Jamm- Farrista além das fronteiras da sanidade
- Mensagens : 18746
Data de inscrição : 18/06/2010
Re: Ruas de Mariana serão ocupadas por ato a favor de mineradora
marcelo.l escreveu:
Como se a Samarco fosse a única mineradora do planeta, se ela quebrar entra outra. Se eu sacrificasse um animal preso na lama, agora estaria preso...teve pelo menos uma dezena de pessoas mortas e ecosistemas inteiros destruídos e nem processo penal abre.
Não se preocupe, quanto a isso não há punição em se constatando que o animal está sem chance de sobreviver.
Jamm- Farrista além das fronteiras da sanidade
- Mensagens : 18746
Data de inscrição : 18/06/2010
Re: Ruas de Mariana serão ocupadas por ato a favor de mineradora
Engraçado é que o emprego dos pescadores e agricultores familiares (e toda a cadeia de comerciantes, consumidores de alimentos, etc) que viviam do Rio Doce não é considerado... só engenheiro de mineração é que tem emprego válido agora????
Jamm- Farrista além das fronteiras da sanidade
- Mensagens : 18746
Data de inscrição : 18/06/2010
Re: Ruas de Mariana serão ocupadas por ato a favor de mineradora
Jamm escreveu:Engraçado é que o emprego dos pescadores e agricultores familiares (e toda a cadeia de comerciantes, consumidores de alimentos, etc) que viviam do Rio Doce não é considerado... só engenheiro de mineração é que tem emprego válido agora????
as famílias vão ser indenizadas bem como a empresa vai ter que fazer ações de revitalização do local ou dar grana para o governo fazer, mas isso depende como o governo federal vai agir agora
mas não são só engenheiros que trabalham na vale, tem vários tipos de empregos diretos e indiretos, como serviços gerais, cozinheiros, segurança e um monte de tipos de pessoas, normalmente a empresa e o que fornece a maior parte dos empregos para a cidade
não estou dizendo que a vale não deve ser punida, mas sim que entendo as pessoas da cidade que são contra o fechamento da mesma
_________________
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"Seu verdadeiro lar está dentro do seu coração e continua com você onde quer que você vá; mas um lugar legal e aconchegante é um motivo maravilhoso para voltar para casa!"
-J.R.R.Tolkien
Re: Ruas de Mariana serão ocupadas por ato a favor de mineradora
Questão escreveu:
as famílias vão ser indenizadas bem como a empresa vai ter que fazer ações de revitalização do local ou dar grana para o governo fazer, mas isso depende como o governo federal vai agir agora
mas não são só engenheiros que trabalham na vale, tem vários tipos de empregos diretos e indiretos, como serviços gerais, cozinheiros, segurança e um monte de tipos de pessoas, normalmente a empresa e o que fornece a maior parte dos empregos para a cidade
não estou dizendo que a vale não deve ser punida, mas sim que entendo as pessoas da cidade que são contra o fechamento da mesma
A indenização essa que ainda vai ser contabilizada.
Um salário mínimo e uma cesta básica pra cada família como apoio temporário que eles tão dando é lindo.
O bom que o MP, promotoria, coletivos, e outros estão de olho. Por que se for depender da globo, da samarco, ancap´s e dos filhotes da privatização, desdobro rola.
Jamm- Farrista além das fronteiras da sanidade
- Mensagens : 18746
Data de inscrição : 18/06/2010
Re: Ruas de Mariana serão ocupadas por ato a favor de mineradora
Apesar de não estar na pauta aqui o decreto da presidente que modificou as regras para liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para liberar para os afetados pelo desastre, eu achei correto, só mal redigido, por que o acidente não é causa natural como quer transparecer ou é uma pegadinha.
marcelo l.- Farrista "We are the Champions"
- Mensagens : 6877
Data de inscrição : 15/06/2010
Re: Ruas de Mariana serão ocupadas por ato a favor de mineradora
Ótimo artigo!
Comercial da Samarco é aula sobre as técnicas indiretas e a canastrice da propaganda
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Comercial da Samarco é aula sobre as técnicas indiretas e a canastrice da propaganda
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ediv_diVad- Farrista além das fronteiras da sanidade
- Mensagens : 20441
Data de inscrição : 10/06/2010
Re: Ruas de Mariana serão ocupadas por ato a favor de mineradora
Outros dois artigos bem bacanas:
Em vídeo com trabalhadores, Samarco faz o que não deve ser feito: escárnio
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Vídeo cândido da Samarco sobre Mariana ganha paródia realista
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Em vídeo com trabalhadores, Samarco faz o que não deve ser feito: escárnio
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Vídeo cândido da Samarco sobre Mariana ganha paródia realista
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ediv_diVad- Farrista além das fronteiras da sanidade
- Mensagens : 20441
Data de inscrição : 10/06/2010
Re: Ruas de Mariana serão ocupadas por ato a favor de mineradora
Filme da Samarco sob investigação no CONAR
Campanha usa funcionários para tentar mudar imagem da companhia
Na última quinta-feira, 18/02, o Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) abriu processo acatando denúncias à respeito da campanha "Fazer o que Deve ser Feito", da Tom Comunicação, com sede em Minas Gerais, para a Samarco. Foram mais de 50 reclamações, a maioria questionando a veracidade das informações do filme que está sendo veiculado na TV.
Marketing
Para tentar reduzir os danos negativos que sua responsabilidade no desastre ambiental de Mariana, em Minas Gerais, causou à imagem da companhia, a empresa voltou à mídia três meses após o desastre ambiental. Esta é a segunda ação publicitária da Samarco depois da tragédia – a primeira foi feita em dezembro em sites e portais da internet.
Mídia
O investimento da Samarco é grande neste momento com anúncios veiculados em rede nacional em revistas e jornais de grande circulação e também em TV aberta.
Conar
A entidade informa que está em análise somente o filme de TV e que não há um pedido de medida liminar para tirar a campanha do ar. No entanto, isso pode acontecer nos próximos dias, caso o relator do processo julgue necessário.
Tanto anunciante como agência serão notificados nos próximos dias, já que a informação é enviada por meio de carta registrada. Após o recebimento, eles têm cinco dias úteis para apresentar a defesa.
De: [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]
Campanha usa funcionários para tentar mudar imagem da companhia
Na última quinta-feira, 18/02, o Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) abriu processo acatando denúncias à respeito da campanha "Fazer o que Deve ser Feito", da Tom Comunicação, com sede em Minas Gerais, para a Samarco. Foram mais de 50 reclamações, a maioria questionando a veracidade das informações do filme que está sendo veiculado na TV.
Marketing
Para tentar reduzir os danos negativos que sua responsabilidade no desastre ambiental de Mariana, em Minas Gerais, causou à imagem da companhia, a empresa voltou à mídia três meses após o desastre ambiental. Esta é a segunda ação publicitária da Samarco depois da tragédia – a primeira foi feita em dezembro em sites e portais da internet.
Mídia
O investimento da Samarco é grande neste momento com anúncios veiculados em rede nacional em revistas e jornais de grande circulação e também em TV aberta.
Conar
A entidade informa que está em análise somente o filme de TV e que não há um pedido de medida liminar para tirar a campanha do ar. No entanto, isso pode acontecer nos próximos dias, caso o relator do processo julgue necessário.
Tanto anunciante como agência serão notificados nos próximos dias, já que a informação é enviada por meio de carta registrada. Após o recebimento, eles têm cinco dias úteis para apresentar a defesa.
De: [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]
ediv_diVad- Farrista além das fronteiras da sanidade
- Mensagens : 20441
Data de inscrição : 10/06/2010
Sobreviventes de desastre de Mariana sofrem preconceito, e moradores pedem volta da Samarco
Sobreviventes de desastre de Mariana sofrem preconceito, e moradores pedem volta da Samarco
Camilla Veras Mota
Enviada especial da BBC Brasil a Mariana (MG)
Há 9 horas
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Pela cidade, cartazes pedem que Samarco volte às atividades
Em novembro de 2015, a cidade de Mariana ganhou pouco mais de mil novos habitantes. Em sua maioria, moradores dos distritos rurais de Paracatu e Bento Rodrigues, ambos engolidos pela lama de rejeito de minério de ferro que jorrou da barragem de Fundão, operada pela Samarco, no dia 5 daquele mês.
Dois anos depois, as famílias reassentadas estão espalhadas em imóveis alugados pela empresa enquanto esperam pela reconstrução de suas comunidades, prometidas para 2019, em terrenos recentemente adquiridos pela Fundação Renova, que hoje responde pelas ações de reparação da mineradora e de suas controladoras, Vale e BHP Billiton.
As dificuldades de adaptação à rotina provisória - que, ao todo, deve durar pelo menos três ou quatro anos - começaram pelo choque com a vida urbana.
Produtor rural de Paracatu, Marino D'Ângelo tomou um susto com o preço do tomate-cereja na primeira vez que teve de comprá-lo no mercado.
"Nossa Senhora, eu dava esse trem pros outros de balde", diz ele, que conseguiu ser realocado em Águas Claras, a 50 minutos de Mariana, e voltou a cultivar sua horta com a esposa, Maria do Carmo, e a criar porcos e cabras.
Para os que permaneceram na sede - a grande maioria -, as mudanças profundas no cotidiano incluem a relação às vezes conflituosa com os 45 mil marianenses.
O pano de fundo é o aumento do desemprego no município, que saltou de 5% para 23% desde que as atividades da Samarco foram suspensas, segundo dados do Sistema Nacional de Emprego (Sine) local.
Para efeitos comparativos, na capital, Belo Horizonte, o salto foi de 9% em 2015 para 13,9% no primeiro semestre deste ano, conforme o IBGE.
"Uma minoria fora da realidade enxerga que eles são responsáveis pelo que aconteceu (a interrupção das operações da mineradora)", disse à BBC Brasil o prefeito Duarte Júnior (PPS).
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A grande maioria da população, ele acrescenta, "reconhece o sofrimento" das famílias dos distritos rurais reassentadas na sede.
O rompimento da barragem de Fundão matou 19 pessoas. Os 34 milhões de metros cúbicos de rejeito de minério desceram 55 km pelo rio Gualaxo do Norte até o Rio do Carmo e outros 22 até o Rio Doce.
O vazamento soterrou os distritos rurais de Bento Rodrigues, Paracatu e Gesteira e invadiu a cidade de Barra Longa, a 60 km de Mariana.
A avalanche de lama percorreu 663 km de cursos d'água e atingiu 39 municípios em Minas Gerais e no Espírito Santo - o maior desastre ambiental do país.
'Somos todos atingidos'
De um ano para cá começaram a aparecer de forma esparsa no comércio de Mariana cartazes de apoio à retomada das atividades da empresa, que atuava há 44 anos na região e respondia por 89% da arrecadação do município, entre tributos pagos diretamente e recolhidos de forma indireta.
Um faixa pendurada em um sobrado na avenida próxima à rodoviária, na saída da cidade, diz "Somos todos atingidos", em referência ao termo que tem sido usado para identificar os que foram afetados diretamente pelo rompimento da barragem.
As manifestações dos marianenses aparecem na seção de cartas do jornal local - na qual alguns leitores acusam os sobreviventes de extorquirem a mineradora -, nos bancos de praça e nas feiras de rua.
Um caso mais grave relatado por moradores e confirmado pela Prefeitura aconteceu em frente ao fórum de Mariana, onde um grupo de atingidos foi hostilizado quando esperava pelo início de uma audiência com a Renova.
"Passaram gritando: 'Vão trabalhar, seus desocupados!'", afirma a educadora Eliene Santos. "A visão geral é que nós somos um bando de aproveitadores, mas o que a gente está recebendo é direito."
"Eu gostava muito mais da minha casa no Bento do que do apartamento em que eu moro hoje, mas vou fazer o que? Não tenho alternativa".
"Eles acham que a gente está com muito dinheiro, que está muito bem", diz Mônica Quintão, do sofá que ocupa boa parte da sala do pequeno apartamento em que vive no centro de Mariana.
Ela sente a perda do convívio diário com os vizinhos e lembra com carinho da cachoeira que ficava a uma caminhada de sua casa e da mangueira que fazia sombra para ela e para a mãe depois do almoço. "Aqui a gente não tem vida social, é do trabalho pra casa."
Os moradores dos distritos que desapareceram embaixo da lama estão habituados a dar entrevistas, especialmente nas semanas que antecedem o "aniversário" da tragédia.
Ainda assim, dois anos depois, muitos se emocionam ao falar sobre perder e sobre esperar.
O presidente da Renova, Roberto Waack, diz ver "com tristeza" as dificuldades de adaptação e afirma que a fundação tem buscado melhorar as condições de vida dos atingidos, com a criação de um centro de convivência em Mariana e a manutenção de suas festividades e manifestações culturais.
A geração de empatia, contudo, é algo sobre o qual "a gente não tem controle", ele acrescenta.
As vítimas recebem, através do auxílio emergencial, um salário mínimo por mês, mais 20% por dependente e o valor de uma cesta básica.
Das indenizações, que ainda estão sendo negociadas, foram antecipados pagamentos de R$ 10 mil às famílias que tinham residência de uso eventual nos distritos atingidos, R$ 20 mil às que perderam a casa em que moravam e R$ 100 mil aos parentes de desaparecidos ou mortos.
'No início acolher, depois conviver'
Eliene Santos viu a Escola Municipal Bento Rodrigues ruir diante do paredão de lama como se suas colunas fossem feitas "de farinha".
No dia 5 de novembro de 2015, ela assistiu ao soterramento do lugar em que nasceu do alto de um morro, para onde levou às pressas 58 alunos que estavam em sala quando ela, diretora, foi avisada sobre o rompimento da barragem.
Na semana seguinte, os cerca de 100 alunos foram alocados na escola Dom Luciano, em Mariana, e recebidos com faixas e manifestações de apoio.
A relação, entretanto, foi se deteriorando ao longo do tempo e os alunos da escola, depois de alguns meses, chamavam as crianças de fora pejorativamente de "pés de lama".
"Os meninos do Bento tinham uma estrutura toda montada a favor deles, recebiam ajuda, atenção, presentes. Isso pode der causado ciúmes, é normal", contemporiza a diretora.
Em maio deste ano, a Escola Municipal Bento Rodrigues ganhou sede própria. A despedida na Dom Luciano, ao contrário do último ano, foi leve, com festa e homenagens. "No início é acolher, depois, conviver. Não é fácil."
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Interrupção de atividades da Samarco derrubou a arrecadação de impostos do município
Do ciclo do ouro para o ciclo do minério
"Nós queremos o retorno da mineração", diz o prefeito de Mariana, após ressalvar que a cidade deseja que os culpados pelo desastre sejam punidos.
A Samarco era a maior pagadora de impostos do município. Sem as atividades da empresa, ele afirma, a arrecadação despencou de uma média mensal de R$ 27 milhões em 2015 para R$ 16 milhões neste ano.
Em crise financeira, a Prefeitura tem dificuldade para prestar serviços básicos e vem tomando medidas sucessivas de redução de despesas.
Em fevereiro, foram cortados 300 cargos comissionados, cerca de 10% do total de funcionários da administração municipal, diz Duarte Júnior, que assumiu poucos meses antes da tragédia, em junho de 2015, quando era vice de Celso Cota (PSDB), que teve o mandato cassado.
"Nós passamos do ciclo do ouro para o ciclo do minério. Nunca nos preparamos para viver sem a mineração".
Desde o ano passado a empresa vem tentando obter as licenças ambientais para voltar a operar. Em junho de 2016, protocolou na Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad) pedido para usar a cava Alegria do Sul - um buraco formado pela retirada de minério do complexo da empresa em Mariana - como depósito temporário de rejeitos.
No último mês de setembro, entrou com pedido de liberação de licença de operação corretiva. Mais geral, ela permitiria a retomada de uma série de atividades no complexo de Germano - lavra e tratamento de minério, extração de areia e cascalho para utilização na construção e realização de obras de infraestrutura como estradas e barragens.
À época, a Semad informou que não há prazo para a conclusão das análises dos estudos apresentados pela empresa e que o prazo legal é de um ano, descontados os eventuais pedidos de novos estudos.
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Camilla Veras Mota
Enviada especial da BBC Brasil a Mariana (MG)
Há 9 horas
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Pela cidade, cartazes pedem que Samarco volte às atividades
Em novembro de 2015, a cidade de Mariana ganhou pouco mais de mil novos habitantes. Em sua maioria, moradores dos distritos rurais de Paracatu e Bento Rodrigues, ambos engolidos pela lama de rejeito de minério de ferro que jorrou da barragem de Fundão, operada pela Samarco, no dia 5 daquele mês.
Dois anos depois, as famílias reassentadas estão espalhadas em imóveis alugados pela empresa enquanto esperam pela reconstrução de suas comunidades, prometidas para 2019, em terrenos recentemente adquiridos pela Fundação Renova, que hoje responde pelas ações de reparação da mineradora e de suas controladoras, Vale e BHP Billiton.
As dificuldades de adaptação à rotina provisória - que, ao todo, deve durar pelo menos três ou quatro anos - começaram pelo choque com a vida urbana.
Produtor rural de Paracatu, Marino D'Ângelo tomou um susto com o preço do tomate-cereja na primeira vez que teve de comprá-lo no mercado.
"Nossa Senhora, eu dava esse trem pros outros de balde", diz ele, que conseguiu ser realocado em Águas Claras, a 50 minutos de Mariana, e voltou a cultivar sua horta com a esposa, Maria do Carmo, e a criar porcos e cabras.
Para os que permaneceram na sede - a grande maioria -, as mudanças profundas no cotidiano incluem a relação às vezes conflituosa com os 45 mil marianenses.
O pano de fundo é o aumento do desemprego no município, que saltou de 5% para 23% desde que as atividades da Samarco foram suspensas, segundo dados do Sistema Nacional de Emprego (Sine) local.
Para efeitos comparativos, na capital, Belo Horizonte, o salto foi de 9% em 2015 para 13,9% no primeiro semestre deste ano, conforme o IBGE.
"Uma minoria fora da realidade enxerga que eles são responsáveis pelo que aconteceu (a interrupção das operações da mineradora)", disse à BBC Brasil o prefeito Duarte Júnior (PPS).
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A grande maioria da população, ele acrescenta, "reconhece o sofrimento" das famílias dos distritos rurais reassentadas na sede.
O rompimento da barragem de Fundão matou 19 pessoas. Os 34 milhões de metros cúbicos de rejeito de minério desceram 55 km pelo rio Gualaxo do Norte até o Rio do Carmo e outros 22 até o Rio Doce.
O vazamento soterrou os distritos rurais de Bento Rodrigues, Paracatu e Gesteira e invadiu a cidade de Barra Longa, a 60 km de Mariana.
A avalanche de lama percorreu 663 km de cursos d'água e atingiu 39 municípios em Minas Gerais e no Espírito Santo - o maior desastre ambiental do país.
'Somos todos atingidos'
De um ano para cá começaram a aparecer de forma esparsa no comércio de Mariana cartazes de apoio à retomada das atividades da empresa, que atuava há 44 anos na região e respondia por 89% da arrecadação do município, entre tributos pagos diretamente e recolhidos de forma indireta.
Um faixa pendurada em um sobrado na avenida próxima à rodoviária, na saída da cidade, diz "Somos todos atingidos", em referência ao termo que tem sido usado para identificar os que foram afetados diretamente pelo rompimento da barragem.
As manifestações dos marianenses aparecem na seção de cartas do jornal local - na qual alguns leitores acusam os sobreviventes de extorquirem a mineradora -, nos bancos de praça e nas feiras de rua.
Um caso mais grave relatado por moradores e confirmado pela Prefeitura aconteceu em frente ao fórum de Mariana, onde um grupo de atingidos foi hostilizado quando esperava pelo início de uma audiência com a Renova.
"Passaram gritando: 'Vão trabalhar, seus desocupados!'", afirma a educadora Eliene Santos. "A visão geral é que nós somos um bando de aproveitadores, mas o que a gente está recebendo é direito."
"Eu gostava muito mais da minha casa no Bento do que do apartamento em que eu moro hoje, mas vou fazer o que? Não tenho alternativa".
"Eles acham que a gente está com muito dinheiro, que está muito bem", diz Mônica Quintão, do sofá que ocupa boa parte da sala do pequeno apartamento em que vive no centro de Mariana.
Ela sente a perda do convívio diário com os vizinhos e lembra com carinho da cachoeira que ficava a uma caminhada de sua casa e da mangueira que fazia sombra para ela e para a mãe depois do almoço. "Aqui a gente não tem vida social, é do trabalho pra casa."
Os moradores dos distritos que desapareceram embaixo da lama estão habituados a dar entrevistas, especialmente nas semanas que antecedem o "aniversário" da tragédia.
Ainda assim, dois anos depois, muitos se emocionam ao falar sobre perder e sobre esperar.
O presidente da Renova, Roberto Waack, diz ver "com tristeza" as dificuldades de adaptação e afirma que a fundação tem buscado melhorar as condições de vida dos atingidos, com a criação de um centro de convivência em Mariana e a manutenção de suas festividades e manifestações culturais.
A geração de empatia, contudo, é algo sobre o qual "a gente não tem controle", ele acrescenta.
As vítimas recebem, através do auxílio emergencial, um salário mínimo por mês, mais 20% por dependente e o valor de uma cesta básica.
Das indenizações, que ainda estão sendo negociadas, foram antecipados pagamentos de R$ 10 mil às famílias que tinham residência de uso eventual nos distritos atingidos, R$ 20 mil às que perderam a casa em que moravam e R$ 100 mil aos parentes de desaparecidos ou mortos.
'No início acolher, depois conviver'
Eliene Santos viu a Escola Municipal Bento Rodrigues ruir diante do paredão de lama como se suas colunas fossem feitas "de farinha".
No dia 5 de novembro de 2015, ela assistiu ao soterramento do lugar em que nasceu do alto de um morro, para onde levou às pressas 58 alunos que estavam em sala quando ela, diretora, foi avisada sobre o rompimento da barragem.
Na semana seguinte, os cerca de 100 alunos foram alocados na escola Dom Luciano, em Mariana, e recebidos com faixas e manifestações de apoio.
A relação, entretanto, foi se deteriorando ao longo do tempo e os alunos da escola, depois de alguns meses, chamavam as crianças de fora pejorativamente de "pés de lama".
"Os meninos do Bento tinham uma estrutura toda montada a favor deles, recebiam ajuda, atenção, presentes. Isso pode der causado ciúmes, é normal", contemporiza a diretora.
Em maio deste ano, a Escola Municipal Bento Rodrigues ganhou sede própria. A despedida na Dom Luciano, ao contrário do último ano, foi leve, com festa e homenagens. "No início é acolher, depois, conviver. Não é fácil."
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]
Interrupção de atividades da Samarco derrubou a arrecadação de impostos do município
Do ciclo do ouro para o ciclo do minério
"Nós queremos o retorno da mineração", diz o prefeito de Mariana, após ressalvar que a cidade deseja que os culpados pelo desastre sejam punidos.
A Samarco era a maior pagadora de impostos do município. Sem as atividades da empresa, ele afirma, a arrecadação despencou de uma média mensal de R$ 27 milhões em 2015 para R$ 16 milhões neste ano.
Em crise financeira, a Prefeitura tem dificuldade para prestar serviços básicos e vem tomando medidas sucessivas de redução de despesas.
Em fevereiro, foram cortados 300 cargos comissionados, cerca de 10% do total de funcionários da administração municipal, diz Duarte Júnior, que assumiu poucos meses antes da tragédia, em junho de 2015, quando era vice de Celso Cota (PSDB), que teve o mandato cassado.
"Nós passamos do ciclo do ouro para o ciclo do minério. Nunca nos preparamos para viver sem a mineração".
Desde o ano passado a empresa vem tentando obter as licenças ambientais para voltar a operar. Em junho de 2016, protocolou na Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad) pedido para usar a cava Alegria do Sul - um buraco formado pela retirada de minério do complexo da empresa em Mariana - como depósito temporário de rejeitos.
No último mês de setembro, entrou com pedido de liberação de licença de operação corretiva. Mais geral, ela permitiria a retomada de uma série de atividades no complexo de Germano - lavra e tratamento de minério, extração de areia e cascalho para utilização na construção e realização de obras de infraestrutura como estradas e barragens.
À época, a Semad informou que não há prazo para a conclusão das análises dos estudos apresentados pela empresa e que o prazo legal é de um ano, descontados os eventuais pedidos de novos estudos.
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Re: Ruas de Mariana serão ocupadas por ato a favor de mineradora
A empresa construiu uma barragem nas coxas e de forma totalmente irregular, matou pessoas, destruiu famílias, vidas terão que ser reconstruídas do zero.
Pra mim quem defende a Samarco, por tabela, também defende o crime organizado. Afinal, e daí que eles cometem crimes? O importante é que geram empregos!
Pra mim quem defende a Samarco, por tabela, também defende o crime organizado. Afinal, e daí que eles cometem crimes? O importante é que geram empregos!
volpi- Farrista o que está acontecendo comigo?
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Re: Ruas de Mariana serão ocupadas por ato a favor de mineradora
#somostodossamarco.
Jamm- Farrista além das fronteiras da sanidade
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