[Política] Sindicalistas vão propor regulamentação de jogos de azar para cobrir rombo na Previdência

Segundo Paulinho da Força Sindical, jogos poderiam gerar até R$ 30 bilhões ao ano

Representantes de centrais sindicais vão propor a regulamentação de jogos de azar, como bingos, para cobrir o rombo da Previdência e, com isso, evitar uma possível redução da idade mínima para aposentadoria, como cogita o governo interino de Michel Temer.

A proposta foi confirmada pelo presidente da Força Sindical, deputado Paulinho da Força (SDD-SP), pelo presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), Antônio Neto e pelo presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah.

Paulinho da Força afirmou que a regulamentação dos jogos de azar pode ser feita rapidamente, pois há projeto em tramitação no Congresso. Segundo ele, a proposta geraria de R$ 25 milhões a R$ 30 milhões aos cofres públicos.

Ele se refere ao projeto de lei do Senado de número 186, de 2014 que faz parte da Agenda Brasil, conjunto de medidas defendida pelo presidente da Casa Renan Calheiros. Ele regulamenta além de cassinos, bingos e jogos eletrônicos, o jogo do bicho. O projeto foi aprovado pela Comissão Especial do Desenvolvimento Nacional do Senado em uma versão modificada apresentada pelo atual ministro da Agricultura, o senador Blairo Maggi. O projeto agora deverá ser analisado na Câmara dos Deputados.

Já o presidente da UGT, disse que, apesar de ser pessoalmente contra a regulamentação dos jogos, por sua mãe ser viciada em bingo, defende a legalização como fonte de renda para a Previdência.

— Estruturado de forma adequada, gerando empregos e fiscalizado pela Caixa Econômica Federal, os jogos podem ser uma importante fonte de renda para a Previdência e vamos propor isso.

Reunião com Temer e ministros

Os sindicalistas participaram, na tarde desta segunda-feira (16), de reunião com Temer, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, da Casa Civil, Eliseu Padilha, e do Trabalho, Ronaldo Nogueira.

No encontro, segundo Paulinho, ficou decidido que o governo criará uma comissão para estudar a reforma da Previdência.

Ela deverá se reunir já às 9h da próxima quarta-feira (18) e terá 30 dias para apresentar uma proposta de reforma.

A comissão será presidida pelo ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, e terá participação também do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e do ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira.

De acordo com Paulinho, todas as centrais sindicais serão convidadas a participar do órgão e cada uma terá o direito a duas cadeiras.

Divisão da Previdência

Paulinho afirmou que também pretende defender o fim das desonerações fiscais para aumentar o caixa da Previdência e a divisão do órgão em Rural, Privada e Pública.

O sindicalista se disse contrário à elevação da idade mínima da aposentadoria para quem já entrou no mercado de trabalho como propõe o ministro da Fazenda Henrique Meirelles, mas diz que aceita discutir mudanças nas regras para quem ainda não começou a trabalhar.

Neto também afirmou ser contra o aumento da idade mínima, mas deixou no ar uma possibilidade de negociação. “Vamos ver se eles [governo] conseguem nos convencer”.

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