Flying V, Do Fracasso Instantâneo ao Sucesso Estrondoso
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Flying V, Do Fracasso Instantâneo ao Sucesso Estrondoso
De tempos em tempos (estima-se que a cada 3 décadas), surgem pessoas unicamente brilhantes, capazes de deixar suas marcas e eternizar seus legados. Estes são os chamados artistas.
Seja nas artes, no esporte ou na ciência, uma característica comum entre todos estes “seres humanos de outro planeta” é que eles estão sempre à frente de seu tempo.
Em 1957, Lennon e McCartney ainda estavam se conhecendo e nem imaginavam que um dia viriam a regravar o maior sucesso daquele ano: “Rock and Roll Music”, do Chuck Berry, que dava os primeiros passos de sua carreira astronômica.
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Em 1957, os Beatles… ou melhor, o The Quarrymen, trazia George Harrison (à esquerda), de apenas 14 anos, John Lennon – o mais velho, de 16, e Paul McCartney, de 15.
Também em 57, um homem chamado Ted McCarty, o presidente da Gibson na época, desenhava os primeiros protótipos de uma linha de guitarras futuristas, de onde nasceu um ícone adotado pelos maiores músicos do mundo: a Flying V.
Porém, o sucesso não veio à tona.
Na tentativa de fazer a Gibson parecer mais moderna e atrair clientes mais jovens, as Flying Vs (ou “Vs”, para os mais íntimos) foram lançadas, em 1958. Menos de uma ano se passou e elas foram retiradas do mercado.
Apesar de ter sido adotada de imediato por nomes de peso do blues, como Albert King e Lonnie Mack, ela demorou pra cair no gosto da nova geração de guitarristas que começavam a enveredar pelas harmonias e riffs mais enérgicos do Rock no começo da década de 60 (e que voltavam suas atenções a Leo Fender e suas Stratocasters).
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Albert King e sua Flying V, um dos primeiros a ser seduzido pelo formato inovador e som poderoso da guitarra futurista.
Sim, ela foi um fracasso alarmante, pelo menos aos olhos de todos na época. “Feia, estranha e desengonçada”, era o que pensavam. Tadinha.
É como naquela cena do clássico De Volta Para o Futuro (1985) em que o Marty McFly (Michael J. Fox) toca “Johnny B. Goode” do Chuck Berry e deixa os formandos de 1950 apavorados com aquele som selvagem e agitado que viria a se tornar um dos maiores clássicos do Rock N’ Roll.
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“Acho que vocês ainda não estão preparados para isso. Mas seus filhos vão adorar!” (Back to the Future, 1985 – direção de Robert Zemeckis)
A Flying V (ou somente V para os íntimos) ficou quase 10 anos na geladeira, quietinha, sem previsão alguma de voltar a ser fabricada.
Isso só mudou quando ela foi redescoberta pelo britânico Dave Davies (The Kinks), doce e solitário gentleman que devolveu a auto-estima à V e contribuiu para um aumento repentino do interesse pela silhueta exótica e incomum de sua nova parceira, um novo padrão de beleza da época.
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O guitarrista do Kinks foi um dos primeiros entusiastas a adotar e ajudar a popularizar o modelo inovador da Flying V
A partir desse instante, V se sentiu desejada e gostou dos holofotes. Desfilou quente e assanhada pelos braços de alguns dos guitarristas mais influentes do Rock n Roll.
Começou chamando a atenção de ninguém menos que Jimi Hendrix, que apesar de pular a cerca ocasionalmente com V, nunca foi capaz de superar de vez sua paixão incandescente pela Stratocaster. Nem precisou. As poucas vezes que foram vistos juntos, foram suficientes para alçar V ao estrelato.
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Apesar da preferência pelas tradicionais Stratos, o affair de Hendrix com sua Flying V extravagante e psicodélica causou uma revolução.
Ela passou a ser assunto em todas as rodinhas e camarins no final dos anos 60. Um objeto de desejo a ser venerado por inúmeros outros guitar heroes. Se para Hendrix, V foi apenas um affair, para muitos outros, foi o casamento perfeito!
Randy Rhoads, jovem carismático e abusado, puxou V de canto e deu-lhe um banho de loja. Ensinou-a a versar sobre melodias e arpeggios rápidos como a luz e a vestiu da maneira que os anos 80 exigiam.
Juntos formaram uma dupla lendária e fundamental para o heavy metal.
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O brilhante Randy Rhoads voava junto a sua amada
Daí pra frente foi questão de tempo para passar a ser vista circulando com o pessoal barra pesada dos anos 80. A Flying V foi vista incontáveis vezes, descontrolada e frenética, ao lado de Kirk Hammet (Metallica) e Kerry King (Slayer), responsáveis por apresentá-la às profundezas mais raivosas e obscuras dos anos 80.
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Viagens deliciosamente perigosas, que de certa forma ajudaram a consagrá-la como uma das grandes musas do metal, louvada até hoje, do alto de seus quase 60 anos de idade. Justíssimo.
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Ver tantos músicos incrivelmente talentosos aderirem à criação de Ted McCarty certamente consagram-no junto à sua obra como um verdadeiro artista, brilhante e à frente de seu tempo.
No show do Ozzy (com Korn e Black Label Society como bandas de abertura) no antigo estádio Palestra Itália, um dos momentos mais viscerais da história da nossa querida V.
Ela deve ter dado alguma resposta atravessada para Zakk Wylde, que àquela altura já estava meio chumbado, e que não pensou duas vezes antes de sair na porrada com V. Protagonizaram uma batalha épica que terminou com ambos exaustos e banhados em sangue no encerramento do show.
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Faltaram ainda inúmeros gênios como K. K. Downing (Judas Priest), Tim Wheeler (Ash), Rudolf e Michael Schenker (Scorpions), Andy Powell (Wishbone Ash), Grace Potter (Grace Potter & The Nocturnals)
Seja nas artes, no esporte ou na ciência, uma característica comum entre todos estes “seres humanos de outro planeta” é que eles estão sempre à frente de seu tempo.
Em 1957, Lennon e McCartney ainda estavam se conhecendo e nem imaginavam que um dia viriam a regravar o maior sucesso daquele ano: “Rock and Roll Music”, do Chuck Berry, que dava os primeiros passos de sua carreira astronômica.
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Em 1957, os Beatles… ou melhor, o The Quarrymen, trazia George Harrison (à esquerda), de apenas 14 anos, John Lennon – o mais velho, de 16, e Paul McCartney, de 15.
Também em 57, um homem chamado Ted McCarty, o presidente da Gibson na época, desenhava os primeiros protótipos de uma linha de guitarras futuristas, de onde nasceu um ícone adotado pelos maiores músicos do mundo: a Flying V.
Porém, o sucesso não veio à tona.
Na tentativa de fazer a Gibson parecer mais moderna e atrair clientes mais jovens, as Flying Vs (ou “Vs”, para os mais íntimos) foram lançadas, em 1958. Menos de uma ano se passou e elas foram retiradas do mercado.
Apesar de ter sido adotada de imediato por nomes de peso do blues, como Albert King e Lonnie Mack, ela demorou pra cair no gosto da nova geração de guitarristas que começavam a enveredar pelas harmonias e riffs mais enérgicos do Rock no começo da década de 60 (e que voltavam suas atenções a Leo Fender e suas Stratocasters).
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Albert King e sua Flying V, um dos primeiros a ser seduzido pelo formato inovador e som poderoso da guitarra futurista.
Sim, ela foi um fracasso alarmante, pelo menos aos olhos de todos na época. “Feia, estranha e desengonçada”, era o que pensavam. Tadinha.
É como naquela cena do clássico De Volta Para o Futuro (1985) em que o Marty McFly (Michael J. Fox) toca “Johnny B. Goode” do Chuck Berry e deixa os formandos de 1950 apavorados com aquele som selvagem e agitado que viria a se tornar um dos maiores clássicos do Rock N’ Roll.
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“Acho que vocês ainda não estão preparados para isso. Mas seus filhos vão adorar!” (Back to the Future, 1985 – direção de Robert Zemeckis)
A Flying V (ou somente V para os íntimos) ficou quase 10 anos na geladeira, quietinha, sem previsão alguma de voltar a ser fabricada.
Isso só mudou quando ela foi redescoberta pelo britânico Dave Davies (The Kinks), doce e solitário gentleman que devolveu a auto-estima à V e contribuiu para um aumento repentino do interesse pela silhueta exótica e incomum de sua nova parceira, um novo padrão de beleza da época.
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O guitarrista do Kinks foi um dos primeiros entusiastas a adotar e ajudar a popularizar o modelo inovador da Flying V
A partir desse instante, V se sentiu desejada e gostou dos holofotes. Desfilou quente e assanhada pelos braços de alguns dos guitarristas mais influentes do Rock n Roll.
Começou chamando a atenção de ninguém menos que Jimi Hendrix, que apesar de pular a cerca ocasionalmente com V, nunca foi capaz de superar de vez sua paixão incandescente pela Stratocaster. Nem precisou. As poucas vezes que foram vistos juntos, foram suficientes para alçar V ao estrelato.
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Apesar da preferência pelas tradicionais Stratos, o affair de Hendrix com sua Flying V extravagante e psicodélica causou uma revolução.
Ela passou a ser assunto em todas as rodinhas e camarins no final dos anos 60. Um objeto de desejo a ser venerado por inúmeros outros guitar heroes. Se para Hendrix, V foi apenas um affair, para muitos outros, foi o casamento perfeito!
Randy Rhoads, jovem carismático e abusado, puxou V de canto e deu-lhe um banho de loja. Ensinou-a a versar sobre melodias e arpeggios rápidos como a luz e a vestiu da maneira que os anos 80 exigiam.
Juntos formaram uma dupla lendária e fundamental para o heavy metal.
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O brilhante Randy Rhoads voava junto a sua amada
Daí pra frente foi questão de tempo para passar a ser vista circulando com o pessoal barra pesada dos anos 80. A Flying V foi vista incontáveis vezes, descontrolada e frenética, ao lado de Kirk Hammet (Metallica) e Kerry King (Slayer), responsáveis por apresentá-la às profundezas mais raivosas e obscuras dos anos 80.
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Viagens deliciosamente perigosas, que de certa forma ajudaram a consagrá-la como uma das grandes musas do metal, louvada até hoje, do alto de seus quase 60 anos de idade. Justíssimo.
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Ver tantos músicos incrivelmente talentosos aderirem à criação de Ted McCarty certamente consagram-no junto à sua obra como um verdadeiro artista, brilhante e à frente de seu tempo.
No show do Ozzy (com Korn e Black Label Society como bandas de abertura) no antigo estádio Palestra Itália, um dos momentos mais viscerais da história da nossa querida V.
Ela deve ter dado alguma resposta atravessada para Zakk Wylde, que àquela altura já estava meio chumbado, e que não pensou duas vezes antes de sair na porrada com V. Protagonizaram uma batalha épica que terminou com ambos exaustos e banhados em sangue no encerramento do show.
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Faltaram ainda inúmeros gênios como K. K. Downing (Judas Priest), Tim Wheeler (Ash), Rudolf e Michael Schenker (Scorpions), Andy Powell (Wishbone Ash), Grace Potter (Grace Potter & The Nocturnals)
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