Cidade japonesa enfrenta escassez de ninjas

A crise demográfica pela qual passa o Japão já não é mais uma novidade. Porém, essa não é a única que a "terra do sol nascente" enfrenta. Atualmente o país também está quase sem ninjas, mesmo com os altos salários que são pagos a eles. Durante um episódio do podcast “NPR’s Planet Money”, a jornalista Sally Herships visitou Iga, uma pequena cidade rural que é considerada o berço desses artistas e pôde verificar isso de perto.

A cada ano, Iga, que fica a pouco menos de 300 quilômetros de Tóquio, recebe cerca de 30.000 turistas, que vão em busca, principalmente, do festival anual dos ninjas. Entretanto, Iga está vendo a sua população diminuir cada vez mais. “Há escassez de duas coisas que são primordiais para movimentar a economia: a atração turística, nesse caso os ninjas, e quem a consuma”, disse Stacey Vanek Smith, a outra apresentadora do programa. Além disso, a cidade também está perdendo população jovem, que não quer mais viver no campo.

Para movimentar a economia local, o prefeito de Iga, Sakae Okamoto, está promovendo a cidade ninja como um patrimônio cultural com o objetivo de atrair mais turistas. Uma de suas ações é a construção do segundo museu voltado aos ninjas. Ele está sendo erguido no antigo prédio da prefeitura. O governo japonês afirmou que vai financiar os artistas, porém essa é outra questão delicada. A taxa de desemprego no país é extremamente baixa, de apenas 2,5%. Assim, é difícil encontrar trabalhadores no Japão, ainda mais artistas ninjas, que são profissionais altamente especializados.

"Sem treinamento severo, ninguém pode se tornar um ninja. É por isso que eles desapareceram silenciosamente na história", disse Sugako Nakagawa, curador do museu ninja local, à Reuters, em 2008.

Porém, a função tem um grande atrativo: o salário. Hoje, um ninja pode ganhar entre U$ 23 mil e U$ 85 mil, o que é um montante sólido e muito maior do que aquele que os ninjas reais ganhavam no período medieval.