Sylvester Stallone ironiza rivalidade com Schwarzenegger e lembra rejeição no cinema
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Sylvester Stallone ironiza rivalidade com Schwarzenegger e lembra rejeição no cinema
Ator americano é o responsável por encerrar a programação 2019 do Festival de Cannes onde serão exibidas cenas inéditas de seu novo filme, 'Rambo: Last Blood'. Sly falou ainda sobre fim de Rocky Balboa após 'Creed II'
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Aos 72 anos, preparando sua volta às telas com “Rambo: Last Blood”, que lança em setembro, o Rei Midas do cinema de ação, Sylvester Stallone, carrega a responsabilidade de encerrar a programação de 2019 do mais disputado festival de cinema do mundo: Cannes. Na noite desta sexta-feira, 24/5, ele vai exibir cenas exclusivas de seu novo filme e uma cópia inédita de “Rambo: Programado para matar” (1982), uma produção de US$ 15 milhões na qual Hollywood não levava nenhuma fé e que acabou faturando US$ 125 milhões, abrindo uma franquia de rentabilidade inesgotável.
“E olha que eu fui a 11ª pessoa em quem pensaram para esse papel. Chamaram todo mundo que era quente em Hollywood, até Dustin Hoffman. E como ninguém quis, foi para mim”, lembrou o astro, recebido com gritos de “Bravo!” na Croisette, onde astros pop associados a produções violentas raras vezes tem chance de aparecer. Mas lá ele é uma figura querida.
“Como ator, eu acabei sendo colocado numa espécie de piloto automático, pois as pessoas me identificam com um tipo de gênero específico. Dificilmente diretores mais autorais me chamam. Fui fazer um drama como ‘CopLand’, com o diretor James Mangold, para mudar isso, nos anos 1990, indo filmar com De Niro, Harvey Keitel. Lembro até hoje que o meu personagem era o sujeito mais frágil em cena. Todo mundo gritava com ele. Eu pensava: ‘Se isso aqui fosse um dos meus filmes convencionais, eu já tinha matado todo mundo”.
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Esbanjando bom humor, ele tirou sarro do colega Arnold Schwarzenegger, cujo cabelo hoje grisalho voltou a ser badalado na internet esta semana, com a divulgação do trailer do novo “Exterminador do Futuro”, chamado “Terminator: Dark Fate”. Juntos, Stallone e seu - hoje - amigo austríaco fizeram a saga “Os Mercenários" (2010-2014) e o thriller “Plano de Fuga” (2013).
“Eu tenho um problema de fala de nascença que me atrapalhou muito no começo da carreira, pois não entendiam o que eu dizia ao fazer comerciais. Uma vez, Arnold me falou: ‘Você fala com sotaque’. Olhei para ele com uma cara de espanto e falei: “Eu? Sou eu aqui quem tem sotaque? Ora...”, brincou Sly, como é chamado nos EUA.
“Foi bom ter Arnold como um rival. Um rival te ajuda a querer crescer. No início, não era fácil, mas... Aprendi a gostar do Schwarzenegger quando ele se deu conta de que eu sou o melhor”.
No novo “Rambo”, dirigido por Adrian Grunberg, ele vai combater traficantes de um cartel do México, levando uma vida reclusa no rancho de sua família.
“Embora tenha essa pequenina fazenda, ele vive em um esconderijo subterrâneo, parecido com os buracos em que precisou se esconder no Vietnã”, antecipou Stallone, garantindo que depois de “Creed II” não vai fazer um novo filme da série Rocky Balboa.
“Meus planos iniciais, nos anos 1970, quando filmamos ‘Rocky, Um Lutador’, em 29 dias, em 1976, era parar a série no terceiro filme. Mas havia mais coisa a ser contada. Quero parar agora. Tive até uma boa ideia, de fazer Rocky treinar um refugiado que quer ser pugilista. Mas não vai rolar”.
Entre os muitos momentos em que foi ovacionado por uma plateia de 1,4 mil pessoas no Palais des Festivals de Cannes, ao longo de um bate-papo sobre seus 50 anos de carreira, conduzido pelo crítico Didier Allouch, Stallone levou a mão à cabeça, num gesto de desespero, para expressar o que sentiu nos anos 1980 quando o então presidente americano Ronald Reagan (1911-2004) o procurou para falar de cinema.
“Eu não sou um animal político, sou um contador de histórias que faz filmes para divertir as pessoas, mas tive que ouvir o Reagan dizer: ‘Eu vi Rambo e ele é um republicano’. Ali eu notei que tinha arrumado um problema”, disse Stallone, citando a controvérsia que o personagem gerou por sua relação com o militarismo, invadindo o Vietnã para salvar soldados americanos presos.
“O livro em que ‘Rambo’ se baseia (‘First Blood’, de David Morrell) trazia uma visão um pouco diferente da que levamos às telas. Rambo era um bárbaro. Oprimido por um país que não recebia bem os combatentes que chegavam do Vietnã, ele enlouquecia e caminhava para a barbárie, matando todo mundo. Eu sugeri mudanças que o amenizassem. Não queria fazer um tratado político”.
Neste sábado, Cannes chega ao fim com a entrega da Palma de Ouro e demais prêmios, tendo dois filmes brasileiros no páreo: “Bacurau”, de Juliano Dornelles e Kleber Mendonça Filho, e “O Traidor”, de Marco Bellocchio. O favorito à vitória é o espanhol Pedro Almodóvar com “Dor e glória”, estrelado por Antonio Banderas.
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Aos 72 anos, preparando sua volta às telas com “Rambo: Last Blood”, que lança em setembro, o Rei Midas do cinema de ação, Sylvester Stallone, carrega a responsabilidade de encerrar a programação de 2019 do mais disputado festival de cinema do mundo: Cannes. Na noite desta sexta-feira, 24/5, ele vai exibir cenas exclusivas de seu novo filme e uma cópia inédita de “Rambo: Programado para matar” (1982), uma produção de US$ 15 milhões na qual Hollywood não levava nenhuma fé e que acabou faturando US$ 125 milhões, abrindo uma franquia de rentabilidade inesgotável.
“E olha que eu fui a 11ª pessoa em quem pensaram para esse papel. Chamaram todo mundo que era quente em Hollywood, até Dustin Hoffman. E como ninguém quis, foi para mim”, lembrou o astro, recebido com gritos de “Bravo!” na Croisette, onde astros pop associados a produções violentas raras vezes tem chance de aparecer. Mas lá ele é uma figura querida.
“Como ator, eu acabei sendo colocado numa espécie de piloto automático, pois as pessoas me identificam com um tipo de gênero específico. Dificilmente diretores mais autorais me chamam. Fui fazer um drama como ‘CopLand’, com o diretor James Mangold, para mudar isso, nos anos 1990, indo filmar com De Niro, Harvey Keitel. Lembro até hoje que o meu personagem era o sujeito mais frágil em cena. Todo mundo gritava com ele. Eu pensava: ‘Se isso aqui fosse um dos meus filmes convencionais, eu já tinha matado todo mundo”.
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Esbanjando bom humor, ele tirou sarro do colega Arnold Schwarzenegger, cujo cabelo hoje grisalho voltou a ser badalado na internet esta semana, com a divulgação do trailer do novo “Exterminador do Futuro”, chamado “Terminator: Dark Fate”. Juntos, Stallone e seu - hoje - amigo austríaco fizeram a saga “Os Mercenários" (2010-2014) e o thriller “Plano de Fuga” (2013).
“Eu tenho um problema de fala de nascença que me atrapalhou muito no começo da carreira, pois não entendiam o que eu dizia ao fazer comerciais. Uma vez, Arnold me falou: ‘Você fala com sotaque’. Olhei para ele com uma cara de espanto e falei: “Eu? Sou eu aqui quem tem sotaque? Ora...”, brincou Sly, como é chamado nos EUA.
“Foi bom ter Arnold como um rival. Um rival te ajuda a querer crescer. No início, não era fácil, mas... Aprendi a gostar do Schwarzenegger quando ele se deu conta de que eu sou o melhor”.
No novo “Rambo”, dirigido por Adrian Grunberg, ele vai combater traficantes de um cartel do México, levando uma vida reclusa no rancho de sua família.
“Embora tenha essa pequenina fazenda, ele vive em um esconderijo subterrâneo, parecido com os buracos em que precisou se esconder no Vietnã”, antecipou Stallone, garantindo que depois de “Creed II” não vai fazer um novo filme da série Rocky Balboa.
“Meus planos iniciais, nos anos 1970, quando filmamos ‘Rocky, Um Lutador’, em 29 dias, em 1976, era parar a série no terceiro filme. Mas havia mais coisa a ser contada. Quero parar agora. Tive até uma boa ideia, de fazer Rocky treinar um refugiado que quer ser pugilista. Mas não vai rolar”.
Entre os muitos momentos em que foi ovacionado por uma plateia de 1,4 mil pessoas no Palais des Festivals de Cannes, ao longo de um bate-papo sobre seus 50 anos de carreira, conduzido pelo crítico Didier Allouch, Stallone levou a mão à cabeça, num gesto de desespero, para expressar o que sentiu nos anos 1980 quando o então presidente americano Ronald Reagan (1911-2004) o procurou para falar de cinema.
“Eu não sou um animal político, sou um contador de histórias que faz filmes para divertir as pessoas, mas tive que ouvir o Reagan dizer: ‘Eu vi Rambo e ele é um republicano’. Ali eu notei que tinha arrumado um problema”, disse Stallone, citando a controvérsia que o personagem gerou por sua relação com o militarismo, invadindo o Vietnã para salvar soldados americanos presos.
“O livro em que ‘Rambo’ se baseia (‘First Blood’, de David Morrell) trazia uma visão um pouco diferente da que levamos às telas. Rambo era um bárbaro. Oprimido por um país que não recebia bem os combatentes que chegavam do Vietnã, ele enlouquecia e caminhava para a barbárie, matando todo mundo. Eu sugeri mudanças que o amenizassem. Não queria fazer um tratado político”.
Neste sábado, Cannes chega ao fim com a entrega da Palma de Ouro e demais prêmios, tendo dois filmes brasileiros no páreo: “Bacurau”, de Juliano Dornelles e Kleber Mendonça Filho, e “O Traidor”, de Marco Bellocchio. O favorito à vitória é o espanhol Pedro Almodóvar com “Dor e glória”, estrelado por Antonio Banderas.
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