A Fifa hoje se parece com a Máfia, segundo o jornalista inglês Andrew Jennings
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A Fifa hoje se parece com a Máfia, segundo o jornalista inglês Andrew Jennings
Andrew Jennings não é um jornalista esportivo, e sim um repórter investigativo. Um dos melhores na Inglaterra, isso é testemunhado por décadas de colaboração com os principais jornais britânicos e a BBC. Mas principalmente é o pesadelo de Sepp Blatter e da Fifa, aos quais dedicou um livro, Foul! The Secret World of Fifa: Bribes. Vote-rigging and Ticket Scandals (em livre tradução, Falta! O Mundo Secreto da Fifa: Subornos, Compra de Votos e Escândalos com Ingressos), publicado em 2006.
Por Paolo Manzo em Carta Capital
às 11:47:04 - 30/06/2010
CartaCapital: Por que o senhor é o único jornalista do mundo com acesso proibido nas entrevistas à imprensa com Blatter?
Andrew Jennings: Porque há anos procuro em vão ter respostas do chefe da Fifa sobre corrupção e propinas, baseado em muitos documentos ?confidenciais?. Com muita probabilidade cansou-se de não responder e preferiu condenar-me ao ostracismo, o que de certa forma me deixa orgulhoso. Quer dizer que mister Blatter tem medo das minhas perguntas.
CC: Em quanto importa, segundo o seu parecer, a quantia das propinas pagas pela Fifa nos últimos 20 anos?
AJ: Segundo estimativa do tribunal de Zug, na Suíça, o valor, limitado apenas aos anos 90, é estimado em aproximadamente 100 milhões de dólares. Todo esse dinheiro acabou nos bolsos dos funcionários esportivos que estavam sob contrato, quase todos eles com a Fifa.
CC: Quando o senhor começou a recolher as primeiras provas da corrupção?
AJ: Trabalhei durante anos sobre o tema corrupção na Fifa, juntamente com um colega alemão. As nossas suspeitas eram fortíssimas, mas não tínhamos provas porque a ISL, a sociedade que geria antes o marketing e em seguida os direitos de tevê da Fifa, era uma companhia fechada. Impossível receber informações transparentes sobre suas operações de balanço. Todavia, quando faliu de forma fraudulenta, seus livros contábeis foram olocados à disposição dos curadores falimentares, bem como dos tribunais. E foi justamente nos tribunais que tivemos a confirmação, com provas, daquilo que suspeitávamos, mesmo se a realidade superava a nossa imaginação.
CC: A corrupção na Fifa como e quando começou?
AJ: Em 1976, o então presidente da entidade, o britânico Sir Stanley Rous, foi deposto. Ninguém podia corromper Stanley. Em seu lugar entrou o brasileiro João Havelange, que era muito corrupto. Foi ele quem inaugurou o ?sistema?, recebendo propinas via ISL.
CC: Sua afirmação é grave. Ela se baseia em quê?
AJ: Em testemunhos que recolhi de ex-integrantes da Fifa, altos dirigentes. E em documentos.
CC: Havelange chega e traz Ricardo Teixeira. Com qual resultado?
AJ: Um boom de corrupção. A imprensa suíça escreveu que Havelange e Teixeira embolsaram a maior parte das propinas. No decorrer da transmissão do programa Panorama, da BBC, perguntei em três ocasiões a Sepp Blatter o que ele sabia sobre as propinas embolsadas por Havelange e ele sempre ficou calado. Pedi também informações de uma específica propina, mas também neste caso Blatter fez cena muda.
CC: De qual propina se tratava?
AJ: De 1 milhão de francos suíços que deveriam acabar nos bolsos de Havelange. Por um erro foram depositados numa conta da Fifa, provocando o pânico entre os dirigentes honestos da organização. Posso garantir que havia três pessoas numa sala da Fifa quando chegou aquele pagamento: Sepp Blatter e outros dois altos dirigentes. Falei com estes, que me confirmaram que o destinatário da propina era Havelange. Um dos dois entregou uma declaração oficial e assinada aos advogados da BBC, na qual afirmava que, em caso de processo por parte da Fifa contra mim e a BBC, ele compareceria no tribunal para confirmar que o pagamento era para Havelange. O mesmo, porém, pediu para não ser citado na reportagem que foi divulgada pela BBC, e que qualquer um pode apreciar na internet.
CC: O pagamento teria sido feito por quem?
AJ: Pela ISL, no início de 1998.
CC: E o que há em relação a Teixeira?
AJ: Bastaria olhar os documentos da acusação criminal depositados à margem do processo de Zug. Em relação aos depósitos feitos pela ISL, há um para a Renford Investment Ltd, sociedade controlada por Havelange e Teixeira.
Extraído de:
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Por Paolo Manzo em Carta Capital
às 11:47:04 - 30/06/2010
CartaCapital: Por que o senhor é o único jornalista do mundo com acesso proibido nas entrevistas à imprensa com Blatter?
Andrew Jennings: Porque há anos procuro em vão ter respostas do chefe da Fifa sobre corrupção e propinas, baseado em muitos documentos ?confidenciais?. Com muita probabilidade cansou-se de não responder e preferiu condenar-me ao ostracismo, o que de certa forma me deixa orgulhoso. Quer dizer que mister Blatter tem medo das minhas perguntas.
CC: Em quanto importa, segundo o seu parecer, a quantia das propinas pagas pela Fifa nos últimos 20 anos?
AJ: Segundo estimativa do tribunal de Zug, na Suíça, o valor, limitado apenas aos anos 90, é estimado em aproximadamente 100 milhões de dólares. Todo esse dinheiro acabou nos bolsos dos funcionários esportivos que estavam sob contrato, quase todos eles com a Fifa.
CC: Quando o senhor começou a recolher as primeiras provas da corrupção?
AJ: Trabalhei durante anos sobre o tema corrupção na Fifa, juntamente com um colega alemão. As nossas suspeitas eram fortíssimas, mas não tínhamos provas porque a ISL, a sociedade que geria antes o marketing e em seguida os direitos de tevê da Fifa, era uma companhia fechada. Impossível receber informações transparentes sobre suas operações de balanço. Todavia, quando faliu de forma fraudulenta, seus livros contábeis foram olocados à disposição dos curadores falimentares, bem como dos tribunais. E foi justamente nos tribunais que tivemos a confirmação, com provas, daquilo que suspeitávamos, mesmo se a realidade superava a nossa imaginação.
CC: A corrupção na Fifa como e quando começou?
AJ: Em 1976, o então presidente da entidade, o britânico Sir Stanley Rous, foi deposto. Ninguém podia corromper Stanley. Em seu lugar entrou o brasileiro João Havelange, que era muito corrupto. Foi ele quem inaugurou o ?sistema?, recebendo propinas via ISL.
CC: Sua afirmação é grave. Ela se baseia em quê?
AJ: Em testemunhos que recolhi de ex-integrantes da Fifa, altos dirigentes. E em documentos.
CC: Havelange chega e traz Ricardo Teixeira. Com qual resultado?
AJ: Um boom de corrupção. A imprensa suíça escreveu que Havelange e Teixeira embolsaram a maior parte das propinas. No decorrer da transmissão do programa Panorama, da BBC, perguntei em três ocasiões a Sepp Blatter o que ele sabia sobre as propinas embolsadas por Havelange e ele sempre ficou calado. Pedi também informações de uma específica propina, mas também neste caso Blatter fez cena muda.
CC: De qual propina se tratava?
AJ: De 1 milhão de francos suíços que deveriam acabar nos bolsos de Havelange. Por um erro foram depositados numa conta da Fifa, provocando o pânico entre os dirigentes honestos da organização. Posso garantir que havia três pessoas numa sala da Fifa quando chegou aquele pagamento: Sepp Blatter e outros dois altos dirigentes. Falei com estes, que me confirmaram que o destinatário da propina era Havelange. Um dos dois entregou uma declaração oficial e assinada aos advogados da BBC, na qual afirmava que, em caso de processo por parte da Fifa contra mim e a BBC, ele compareceria no tribunal para confirmar que o pagamento era para Havelange. O mesmo, porém, pediu para não ser citado na reportagem que foi divulgada pela BBC, e que qualquer um pode apreciar na internet.
CC: O pagamento teria sido feito por quem?
AJ: Pela ISL, no início de 1998.
CC: E o que há em relação a Teixeira?
AJ: Bastaria olhar os documentos da acusação criminal depositados à margem do processo de Zug. Em relação aos depósitos feitos pela ISL, há um para a Renford Investment Ltd, sociedade controlada por Havelange e Teixeira.
Extraído de:
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ediv_diVad- Farrista além das fronteiras da sanidade
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Re: A Fifa hoje se parece com a Máfia, segundo o jornalista inglês Andrew Jennings
O pior é que esses senhores são inatingíveis!
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Re: A Fifa hoje se parece com a Máfia, segundo o jornalista inglês Andrew Jennings
E as teorias da conspiração vão se mostrando reais...
(?)
(?)
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Re: A Fifa hoje se parece com a Máfia, segundo o jornalista inglês Andrew Jennings
CC: A corrupção na Fifa como e quando começou?
AJ: Em 1976, o então presidente da entidade, o britânico Sir Stanley Rous, foi deposto. Ninguém podia corromper Stanley. Em seu lugar entrou o brasileiro João Havelange, que era muito corrupto. Foi ele quem inaugurou o ?sistema?, recebendo propinas via ISL.
E isso é muito comentado, ainda.
Eu estava lendo um livro, de um escritor europeu. Tratava sobre as influências dos grandes países no futebol e em outras organizações. Não só o problema com o Havelange, mas tem diversos nomes envolvidos. Vou tentar trazer.
AJ: Em 1976, o então presidente da entidade, o britânico Sir Stanley Rous, foi deposto. Ninguém podia corromper Stanley. Em seu lugar entrou o brasileiro João Havelange, que era muito corrupto. Foi ele quem inaugurou o ?sistema?, recebendo propinas via ISL.
E isso é muito comentado, ainda.
Eu estava lendo um livro, de um escritor europeu. Tratava sobre as influências dos grandes países no futebol e em outras organizações. Não só o problema com o Havelange, mas tem diversos nomes envolvidos. Vou tentar trazer.
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Re: A Fifa hoje se parece com a Máfia, segundo o jornalista inglês Andrew Jennings
luccasf escreveu:CC: A corrupção na Fifa como e quando começou?
AJ: Em 1976, o então presidente da entidade, o britânico Sir Stanley Rous, foi deposto. Ninguém podia corromper Stanley. Em seu lugar entrou o brasileiro João Havelange, que era muito corrupto. Foi ele quem inaugurou o ?sistema?, recebendo propinas via ISL.
E isso é muito comentado, ainda.
Eu estava lendo um livro, de um escritor europeu. Tratava sobre as influências dos grandes países no futebol e em outras organizações. Não só o problema com o Havelange, mas tem diversos nomes envolvidos. Vou tentar trazer.
Qual é isso é novidade para vocês? não parece estranho o ex presidente da cbf ser o atual da fifa e ter colocado o genro dele para ser na cbf e agora o genro dele ser o mais provavel candidato a presidente da fifa depois dele?
se isso não é mafia alguem precisa ver os sopranos auhauhuahau
_________________
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"Seu verdadeiro lar está dentro do seu coração e continua com você onde quer que você vá; mas um lugar legal e aconchegante é um motivo maravilhoso para voltar para casa!"
-J.R.R.Tolkien
Re: A Fifa hoje se parece com a Máfia, segundo o jornalista inglês Andrew Jennings
Questao escreveu:luccasf escreveu:CC: A corrupção na Fifa como e quando começou?
AJ: Em 1976, o então presidente da entidade, o britânico Sir Stanley Rous, foi deposto. Ninguém podia corromper Stanley. Em seu lugar entrou o brasileiro João Havelange, que era muito corrupto. Foi ele quem inaugurou o ?sistema?, recebendo propinas via ISL.
E isso é muito comentado, ainda.
Eu estava lendo um livro, de um escritor europeu. Tratava sobre as influências dos grandes países no futebol e em outras organizações. Não só o problema com o Havelange, mas tem diversos nomes envolvidos. Vou tentar trazer.
Qual é isso é novidade para vocês? não parece estranho o ex presidente da cbf ser o atual da fifa e ter colocado o genro dele para ser na cbf e agora o genro dele ser o mais provavel candidato a presidente da fifa depois dele?
se isso não é mafia alguem precisa ver os sopranos auhauhuahau
Vocês que fazem tempestade em copo d'água, rs.
Não vejo nada de estranho nisso, principalmente depois que eu li os fatos naquele livro, rs.
Convidad- Convidado
Re: A Fifa hoje se parece com a Máfia, segundo o jornalista inglês Andrew Jennings
tudo que gera/rola mto dinheiro tem alguma ilegalidade por trás, e o futebol parece ser tão perfeito p isso.
Mas é como o Eric falou, essas pessoas são inatingíveis.
Mas é como o Eric falou, essas pessoas são inatingíveis.
Convidado- Convidado
Re: A Fifa hoje se parece com a Máfia, segundo o jornalista inglês Andrew Jennings
De: [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]Jogada Ilegal: uma viagem aos bastidores da FIFA
A FIFA é não só dona do Copa, mas também do país anfitrião, durante o período da competição, graças às garantias governamentais que exige. No mundo do futebol há jogadas que se fazem sem bola. Jogadas ilegais onde os ingredientes principais são a intriga, subornos, compra de votos, venda ilegal de bilhetes, dirigentes e políticas internas racistas, discriminação, amizades com governantes violadores dos direitos humanos, suspeitas de tráfico de droga e armas. É deste mundo obscuro que trata o livro “Jogada Ilegal”, do jornalista e escritor Luís Aguilar que desvenda os bastidores da organização que representa o futebol, o desporto mais amado no mundo.
“Em março de 2009, a pouco menos de um ano da decisão de quem organizaria o Campeonato do Mundo de Futebol de 2018, o presidente da FIFA piscou o olho à Inglaterra ao garantir que era um candidato bastante sólido. Não é pois de estranhar as caras de desilusão dos ingleses, quando ouviram da boca do mesmo Sepp Blatter que o vencedor era a Rússia. Afinal quais são as qualidades para organizar um mundial? Estádios, bons hotéis, acessos, segurança, capacidade de organização… ou simplesmente dinheiro?”. É dessa forma que o escritor começa a sua viagem pelos bastidores da FIFA, mostrando como funcionam os negócios no mundo do futebol e apresentando aos leitores os grandes casos de corrupção que envolvem a FIFA e seus dirigentes.
Em 2012, por exemplo, o técnico português José Mourinho garantiu, sem grandes explicações, que não ia estar presente na gala da Bola de Ouro da FIFA 2012 em Zurique, onde era forte candidato a receber o título de melhor treinador do mundo. A explicação veio depois à RTP e como sempre envolta em polêmica: “Quando me ligaram mais de duas ou três pessoas a dizer “eu votei em ti e o voto foi para outro”, decidi não ir. Acuso a FIFA de irregularidades na eleição do melhor treinador do mundo. Houve falta de transparência”, afirmou.
O ex-jogador brasileiro e campeão do Mundo Romário, quando explodiram os protestos no Brasil contra os elevados gastos na organização do Mundial de Futebol de 2014, deixou um vídeo na Internet com uma mensagem clara que dizia tudo: “A FIFA chega, monta o circo, não gasta nada e leva tudo. A FIFA é não só dona do Mundial, mas também do país anfitrião, durante o período da competição, graças às garantias governamentais que exige”.
O jornalista Luís Aguilar parte das candidaturas à organização dos Mundiais de 2014 e 2018, que estranhamente recaíram na Rússia e no Qatar – Inglaterra era a grande favorita ao Mundial 2018 e não passou da primeira fase de votação, o Qatar era tido como um país impossível à prática de futebol no Verão, para traçar um mapa com muitas zonas negras do maior organismo internacional dedicado ao futebol, partindo da velha máxima do bom investigador: se queres saber de onde vem a sujidade, então segue o rasto do dinheiro.
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Investigando o mundo do futebol
Luís Aguilar estudou Antropologia mas foi no jornalismo, sobretudo na vertente desportiva, que veio a encontrar o seu filão temático, tendo editado já livros como “Jogo Sujo (biografia do ex-futebolista Fernando Mendes), “Sexo, Morte e Futebol (Romance) ou “El Português” – partes 1 e 2 – (a biografia de Paulo Futre).
Desde muito novo que se interessou pelos bastidores da FIFA, iniciando um cruzamento entre pesquisa e investigação que chega agora a livro, com o título “Jogada Ilegal” (A Esfera dos Livros, 2013). O livro pretende desmontar a FIFA em partes, mostrando quais as peças que fazem desta uma afinada e bem oleada máquina de fazer dinheiro: intriga, subornos, compra de votos, venda ilegal de bilhetes, dirigentes e políticas internas racistas, discriminação, amizades com governantes violadores dos direitos humanos e suspeitas de tráfico de droga e armas.
Para mais informações, acesse o site da Editora A Esfera dos Livros.
ediv_diVad- Farrista além das fronteiras da sanidade
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