Para militares, estupro em quartel de Santa Maria foi brincadeira entre colegas
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Para militares, estupro em quartel de Santa Maria foi brincadeira entre colegas
O relatório apresentado nesta quarta-feira (13) pelo deputado estadual Jeferson Fernandes (PT), sobre o estupro de um jovem soldado em um quartel do Exército em Santa Maria, indica que o inquérito militar trata o caso como uma “luta corporal de brincadeira entre os rapazes”. O inquérito foi prorrogado por mais 30 dias, segue em sigilo e os advogados de defesa do jovem afirmam que não recebem informações oficiais.
Em nome da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, o deputado petista visitou a cidade da região central do Rio Grande do Sul no último dia 7, encontrando-se tanto com o Comando do Exército quanto com o próprio soldado vítima da agressão sexual. Fernandes apresentou um relatório sobre a visita em reunião nesta quarta na comissão.
Segundo o relatório, a tendência do inquérito é de não concluir pela violência sexual, tratando o caso como sexo consentido. O exame de corpo de delito feito no hospital militar, segundo os oficiais, teria constatado apenas uma leve lesão no ânus do soldado, insuficiente para comprovar a violência. Os militares também teriam estranhado a suposta demora da vítima em reclamar do fato – segundo eles, só houve comunicação na tarde do dia seguinte.
O soldado de 19 anos teria sido abusado sexualmente por outros quatro colegas na noite do dia 17 de maio, enquanto cumpria pena administrativa no Parque Regional de Manutenção de Santa Maria. O jovem ficou internado durante os oito dias seguintes no Hospital de Guarnição do município – em segredo e incomunicável, segundo familiares e advogados da vítima. De acordo com o general Sérgio Westphalen Etchegoyen, um dos responsáveis pelo inquérito militar, o soldado foi mantido isolado e sob guarda para preservar sua própria segurança, já que havia o temor de que tentasse suicídio.
O general Etchegoyen admitiu, no entanto, que o principal motivo para a prorrogação da investigação é receber o resultado do exame de lesões corporais feito pelo Instituto Médico Legal (IML) a pedido da família e dos advogados do jovem. Caso o exame comprove a violência sexual, a conclusão deve ser modificada – os quatro acusados seriam, então, punidos de acordo com a previsão das Forças Armadas.
Soldado violentado sofreu ameaças: “vai se ferrar”
O relato do jovem soldado, identificado no relatório com as iniciais D.P.K, difere da conclusão do inquérito militar. O jovem garante ter sido atacado pelos colegas de caserna logo após fazer uma faxina no banheiro do alojamento, parte de sua punição de 10 dias por não comparecer a uma vigília. Jogado em uma cama, foi violentado por três dos quatro soldados que o renderam, sem que nenhum colega de alojamento viesse em seu auxílio. A vítima garantiu ao parlamentar não ter desavença anterior com os agressores, sendo apenas vítima de insinuações e xingamentos relacionados à sua sexualidade.
Além de não ter recebido atendimento psicológico durante o período em que permaneceu internado, o soldado garantiu ter sofrido uma série de intimidações. Um dos soldados que fez guarda em seu quarto teria dito que o jovem ia “se ferrar” por causa da repercussão do ocorrido.
Pressionado e envergonhado, o soldado não revelou imediatamente aos pais os reais motivos de sua internação. Os pais da vítima só descobriram a agressão por meio de um amigo da família, que teria ouvido comentários sobre uma vítima de estupro internado no hospital militar de Santa Maria. Só no quinto dia de internação o pai do soldado conseguiu confirmar, em conversa com o filho, o que tinha acontecido. A mãe denunciou ao deputado Jeferson Fernandes ter sido ameaçada de prisão dentro do hospital, sob a alegação de “insubordinação contra autoridades militares dentro do quartel”.
Há risco de suicídio, diz relatório
“Há inúmeras incertezas ao analisarmos as afirmações da vítima e seus pais em contraste com o que dizem os Generais do Exército Brasileiro”, diz o deputado na conclusão do relatório. Uma das principais críticas do relatório refere-se ao modo como foram colhidas as provas materiais pela autoridade militar – o que reforça uma das críticas dos advogados do jovem, que insinuam a intenção do Exército de encobrir evidências do crime.
Um dos pedidos é para que o soldado não seja reconduzido à caserna, já que o estado emocional da vítima é de “abatimento e depressão, com assumida tendência para o suicídio”. Agora, além do acompanhamento da Assembleia gaúcha, o caso será enviado para a Comissão de Direitos Humanos da Câmara e do Senado Federal. A ideia é monitorar de perto a investigação da Justiça Militar.
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Em nome da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, o deputado petista visitou a cidade da região central do Rio Grande do Sul no último dia 7, encontrando-se tanto com o Comando do Exército quanto com o próprio soldado vítima da agressão sexual. Fernandes apresentou um relatório sobre a visita em reunião nesta quarta na comissão.
Segundo o relatório, a tendência do inquérito é de não concluir pela violência sexual, tratando o caso como sexo consentido. O exame de corpo de delito feito no hospital militar, segundo os oficiais, teria constatado apenas uma leve lesão no ânus do soldado, insuficiente para comprovar a violência. Os militares também teriam estranhado a suposta demora da vítima em reclamar do fato – segundo eles, só houve comunicação na tarde do dia seguinte.
O soldado de 19 anos teria sido abusado sexualmente por outros quatro colegas na noite do dia 17 de maio, enquanto cumpria pena administrativa no Parque Regional de Manutenção de Santa Maria. O jovem ficou internado durante os oito dias seguintes no Hospital de Guarnição do município – em segredo e incomunicável, segundo familiares e advogados da vítima. De acordo com o general Sérgio Westphalen Etchegoyen, um dos responsáveis pelo inquérito militar, o soldado foi mantido isolado e sob guarda para preservar sua própria segurança, já que havia o temor de que tentasse suicídio.
O general Etchegoyen admitiu, no entanto, que o principal motivo para a prorrogação da investigação é receber o resultado do exame de lesões corporais feito pelo Instituto Médico Legal (IML) a pedido da família e dos advogados do jovem. Caso o exame comprove a violência sexual, a conclusão deve ser modificada – os quatro acusados seriam, então, punidos de acordo com a previsão das Forças Armadas.
Soldado violentado sofreu ameaças: “vai se ferrar”
O relato do jovem soldado, identificado no relatório com as iniciais D.P.K, difere da conclusão do inquérito militar. O jovem garante ter sido atacado pelos colegas de caserna logo após fazer uma faxina no banheiro do alojamento, parte de sua punição de 10 dias por não comparecer a uma vigília. Jogado em uma cama, foi violentado por três dos quatro soldados que o renderam, sem que nenhum colega de alojamento viesse em seu auxílio. A vítima garantiu ao parlamentar não ter desavença anterior com os agressores, sendo apenas vítima de insinuações e xingamentos relacionados à sua sexualidade.
Além de não ter recebido atendimento psicológico durante o período em que permaneceu internado, o soldado garantiu ter sofrido uma série de intimidações. Um dos soldados que fez guarda em seu quarto teria dito que o jovem ia “se ferrar” por causa da repercussão do ocorrido.
Pressionado e envergonhado, o soldado não revelou imediatamente aos pais os reais motivos de sua internação. Os pais da vítima só descobriram a agressão por meio de um amigo da família, que teria ouvido comentários sobre uma vítima de estupro internado no hospital militar de Santa Maria. Só no quinto dia de internação o pai do soldado conseguiu confirmar, em conversa com o filho, o que tinha acontecido. A mãe denunciou ao deputado Jeferson Fernandes ter sido ameaçada de prisão dentro do hospital, sob a alegação de “insubordinação contra autoridades militares dentro do quartel”.
Há risco de suicídio, diz relatório
“Há inúmeras incertezas ao analisarmos as afirmações da vítima e seus pais em contraste com o que dizem os Generais do Exército Brasileiro”, diz o deputado na conclusão do relatório. Uma das principais críticas do relatório refere-se ao modo como foram colhidas as provas materiais pela autoridade militar – o que reforça uma das críticas dos advogados do jovem, que insinuam a intenção do Exército de encobrir evidências do crime.
Um dos pedidos é para que o soldado não seja reconduzido à caserna, já que o estado emocional da vítima é de “abatimento e depressão, com assumida tendência para o suicídio”. Agora, além do acompanhamento da Assembleia gaúcha, o caso será enviado para a Comissão de Direitos Humanos da Câmara e do Senado Federal. A ideia é monitorar de perto a investigação da Justiça Militar.
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Convidado- Convidado
Re: Para militares, estupro em quartel de Santa Maria foi brincadeira entre colegas
Estupro é algo horrível e inaceitável, se o sexo tivesse sido consentido ele não estava nesse estado emocional!!!!
Hiena- Farrista das mil e uma noites
- Mensagens : 1431
Data de inscrição : 11/06/2010
Localização : Aracaju - SE
Re: Para militares, estupro em quartel de Santa Maria foi brincadeira entre colegas
primeiro é toda a merda de obrigatoriedade dos homens ter de se alistar. Depois a humilhação (os relatos dos meus amigos nos dias de alistamento não são dos melhores), e tem isso, o pior que esse relato NÃO é o primeiro e nem vai ser o último.
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Convidado- Convidado
Re: Para militares, estupro em quartel de Santa Maria foi brincadeira entre colegas
essas coisas são sempre camufladas porque os militares ainda tem muito poder interno,suas proprias leis e penas,em um país que tudo é anistia essas coisas acontecem e nem adianta conversar com militar,ainda bem que existem pessoas dentro dos militarers que tentam mudar essas coisas se não nem essa noticia ia sair,iam abafar completamente tudo e se vacilar sumir com o cara
mas se isso foi feito sem o consentimento dos superiores ( que algumas vezes obrigam essas violencias fdp) esses caras vão se ferrar bonito,mas para mim não é suficiente tem que ter lei que pegue os militares tambem afinal não estão acima do bem e do mal
mas se isso foi feito sem o consentimento dos superiores ( que algumas vezes obrigam essas violencias fdp) esses caras vão se ferrar bonito,mas para mim não é suficiente tem que ter lei que pegue os militares tambem afinal não estão acima do bem e do mal
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"Seu verdadeiro lar está dentro do seu coração e continua com você onde quer que você vá; mas um lugar legal e aconchegante é um motivo maravilhoso para voltar para casa!"
-J.R.R.Tolkien
Re: Para militares, estupro em quartel de Santa Maria foi brincadeira entre colegas
Essa sociedade militar ainda é retrógrada, fechada, machista, intocável...
Mononoke Hime- Farrista "We are the Champions"
- Mensagens : 7009
Data de inscrição : 09/06/2010
Idade : 46
Localização : Floresta do Shishi-Gami
Re: Para militares, estupro em quartel de Santa Maria foi brincadeira entre colegas
Essa questão da obrigatoriedade é uma merda, usei minha deficiência auditiva parcial como desculpa para ser liberado sem pagar o mico de ficar de cuequinha e levantar peso durante o exame kkkkkkkkkkkk
Meu pai é desertor, fugiu do quartel para não ter de cortar o cabelo... kkkkkkkk parece cômico mas foi isso que ele me contou kkkkkkkkk
O engraçado é que eles não admitem homossexuais no exercito, mas o alistamento é obrigatório... incoerente não? Mais incoerente ainda é ele acobertarem comportamentos como esse.
Meu pai é desertor, fugiu do quartel para não ter de cortar o cabelo... kkkkkkkk parece cômico mas foi isso que ele me contou kkkkkkkkk
O engraçado é que eles não admitem homossexuais no exercito, mas o alistamento é obrigatório... incoerente não? Mais incoerente ainda é ele acobertarem comportamentos como esse.
Hiena- Farrista das mil e uma noites
- Mensagens : 1431
Data de inscrição : 11/06/2010
Localização : Aracaju - SE
Re: Para militares, estupro em quartel de Santa Maria foi brincadeira entre colegas
Hiena escreveu:Essa questão da obrigatoriedade é uma merda, usei minha deficiência auditiva parcial como desculpa para ser liberado sem pagar o mico de ficar de cuequinha e levantar peso durante o exame kkkkkkkkkkkk
Meu pai é desertor, fugiu do quartel para não ter de cortar o cabelo... kkkkkkkk parece cômico mas foi isso que ele me contou kkkkkkkkk
O engraçado é que eles não admitem homossexuais no exercito, mas o alistamento é obrigatório... incoerente não? Mais incoerente ainda é ele acobertarem comportamentos como esse.
como se isso não fosse um tipo de pratica oz dentro do quartel né? melhor nem continuar tenho um amigo militar mas eu admito que tenho uma aversão aos militares
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"Seu verdadeiro lar está dentro do seu coração e continua com você onde quer que você vá; mas um lugar legal e aconchegante é um motivo maravilhoso para voltar para casa!"
-J.R.R.Tolkien
Re: Para militares, estupro em quartel de Santa Maria foi brincadeira entre colegas
Mononoke Hime escreveu:Essa sociedade militar ainda é retrógrada, fechada, machista, intocável...
resumiu bem.
Convidado- Convidado
Re: Para militares, estupro em quartel de Santa Maria foi brincadeira entre colegas
Pra mim, dizer que violência sexual tá liberada porque foi "consentida" é o mesmo que dizer que matou porque a vítima pediu. Mesmo que a vítima tenha parcela de culpa, isso não exime o sujeito que cometeu o ato.
Agora, achar estranho que o cara demorou pra denunciar o ato é idiotice, queria ver o tal general ter culhões pra ir numa delegacia dizer que foi estuprado.
Agora, achar estranho que o cara demorou pra denunciar o ato é idiotice, queria ver o tal general ter culhões pra ir numa delegacia dizer que foi estuprado.
volpi- Farrista o que está acontecendo comigo?
- Mensagens : 1516
Data de inscrição : 10/06/2010
Idade : 41
Localização : Santa Maria/RS
Re: Para militares, estupro em quartel de Santa Maria foi brincadeira entre colegas
O que acontece é que as relações de poder levam muitas vezes a excessos, e os superiores pouco ligam. Quando são obrigados a se envolverem, a tendência é penderem para o lado de quem é mais antigo, hierarquicamente superior. Pra quem não sabe, a hierarquia não se resume a posto (cabo > soldado, sargento > cabo, etc.), também existe uma relação de poder entre soldados mais antigos e mais modernos, chamada de "antigüidade", mais antigo = hierarquicamente superior (soldado que ingressou em 2009 > soldado que ingressou em 2010). E existem muitas, muitas mesmo, injustiças e abusos de poder entre soldados mais antigos (hierarquicamente superiores) e mais novos. Pelo que observei, abusos de soldado contra soldado é até mais comum do que abuso por parte de superior. É mais uma das sutilezas do mundo militar que a sociedade em geral a princípio não vê e não compreende, mas que esclarece muita coisa. Soldados antigos infernizam muito mais a vida dos recrutas e soldados mais novos do que qualquer sargento ou tenente. Existe uma mistura de inveja com vontade de demonstrar poder, principalmente pelo fato de que os soldados mais antigos têm mais responsabilidades e obrigações e sofrem mais cobranças, e se sentem humilhados quando algum superior os trata de forma igual aos soldados recém-chegados. Uma das frases mais famosas de Abraham Lincoln é: “Se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder.” Nas forças armadas isso pode ser visto o tempo todo e em diversos níveis diferentes.
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