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O Manifesto Futurista

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Mensagem por ediv_diVad Dom Jul 31, 2011 7:32 pm

O Manifeso Futurista foi um movimento italiano publicado em 1909, que juntamente com outros movimentos do modernismo inspirou e mirou rumos para o século à sua frente. O movimentos modernistas inspiraram cientistas, artistas, filosofos, pensadores e rumos do século XX.

Conheci esse estranho texto há uns 10 anos atrás, achei interessante, mas, como traduzido por qualquer um na idade, "uma velharia".

Hoje sei que os movimentos do começo do século transformaram a cara da nossa cultura e sociedade em geral, "as velharias" a que estudamos foram peças da nossa historia cultural e que continuam formando o quebra-cabeça antropologico do presente.

Entao eu descobri e me impressionei com o quanto este texto em especifico está ATUAL.

Vou posta-lo aqui, e por enquanto me isento de qualquer opinião pessoal... mas sempre querendo ler a vossa...

Ei-lo, leiam e atentem-se em todo e qualquer detalhe:


Manifesto do Futurismo

1. Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito da energia e da temeridade.

2. A coragem, a audácia, a rebelião serão elementos essenciais de nossa poesia.

3. A literatura exaltou até hoje a imobilidade pensativa, o extase, o sono. Nós queremos exaltar o movimento agressivo, a insônia febril, o passo de corrida, o salto mortal, o bofetão e o soco.

4. Nós afirmamos que a magnificência do mundo enriqueceu-se de uma beleza nova: a beleza da velocidade. Um automóvel de corrida com seu cofre enfeitado com tubos grossos, semelhantes a serpentes de hálito explosivo... um automóvel rugidor, que correr sobre a metralha, é mais bonito que a Vitória de Samotrácia.

5. Nós queremos entoar hinos ao homem que segura o volante, cuja haste ideal atravessa a Terra, lançada também numa corrida sobre o circuito da sua órbita.

6. É preciso que o poeta prodigalize com ardor, fausto e munificiência, para aumentar o entusiástico fervor dos elementos primordiais.

7. Não há mais beleza, a não ser na luta. Nenhuma obra que não tenha um caráter agressivo pode ser uma obra-prima. A poesia deve ser concebida como um violento assalto contra as forças desconhecidas, para obrigá-las a prostar-se diante do homem.

8. Nós estamos no promontório extremo dos séculos!... Por que haveríamos de olhar para trás, se queremos arrombar as misteriosas portas do Impossível? O Tempo e o Espaço morreram ontem. Nós já estamos vivendo no absoluto, pois já criamos a eterna velocidade onipresente.

9. Nós queremos glorificar a guerra - única higiene do mundo - o militarismo, o patriotismo, o gesto destruidor dos libertários, as belas idéias pelas quais se morre e o desprezo pela mulher.

10. Nós queremos destruir os museus, as bibliotecas, as academia de toda natureza, e combater o moralismo, o feminismo e toda vileza oportunista e utilitária.

11. Nós cantaremos as grandes multidões agitadas pelo trabalho, pelo prazer ou pela sublevação; cantaremos as marés multicores e polifônicas das revoluções nas capitais modernas; cantaremos o vibrante fervor noturno dos arsenais e dos estaleiros incendiados por violentas luas elétricas; as estações esganadas, devoradoras de serpentes que fumam; as oficinas penduradas às nuvens pelos fios contorcidos de suas fumaças; as pontes, semelhantes a ginastas gigantes que cavalgam os rios, faiscantes ao sol com um luzir de facas; os piróscafos aventurosos que farejam o horizonte, as locomotivas de largo peito, que pateiam sobre os trilhos, como enormes cavalos de aço enleados de carros; e o voo rasante dos aviões, cuja hélice freme ao vento, como uma bandeira, e parece aplaudir como uma multidão entusiasta.

12. É da Itália, que nós lançamos pelo mundo este nosso manifesto de violência arrebatadora e incendiária, com o qual fundamos hoje o "Futurismo", porque queremos libertar este país de sua fétida gangrena de professores, de arqueólogos, de cicerones e de antiquários.

13. Já é tempo de a Itália deixar de ser um mercado de belchiores. Nós queremos libertá-la dos inúmeros museus que a cobrem toda de inúmeros cemitérios.

14. Museus: cemitérios!... Idênticos, na verdade, pela sinistra promiscuidade de tantos corpos que não se conhecem. Museus: dormitórios públicos em que se descansa para sempre junto a seres odiados ou desconhecidos! Museus: absurdos matadouros de pintores e escultores, que se vão trucidando ferozmente a golpes de cores e linhas, ao longo das paredes disputadas!

15. Que se vá lá em peregrinação, uma vez por ano, como se vai ao Cemitério no dia de finados... Passe. Que uma vez por ano se deponha uma homenagem de flores diante da Gioconda, concedo...

16. Mas não admito que se levem passear, diariamente pelos museus, nossas tristezas, nossa frágil coragem, nossa inquietude doentia, mórbida. Para que se envenenar? Para que apodrecer?

17. E o que mais se pode ver, num velho quadro, senão a fatigante contorção do artista que se esforçou para infrigir as insuperáveis barreiras opostas ao desejo de exprimir inteiramente seu sonho?... Admirar um quadro antigo equivale a despejar nossa sensibilidade numa urna funerária, no lugar de projetá-la longe, em violentos jatos de criação e de ação.

18. Vocês querem, pois, desperdiçar todas as suas melhores forças nesta eterna e inútil admiração do passado, da qual vocês só podem sair fatalmente exaustos, diminuídos e pisados?

19. Em verdade eu lhes declaro que a frequência diária aos museus, às bibliotecas e às academias (cemitérios de esforços vãos, calvários de sonhos crucificados, registro de arremessos truncados!...) é para os artistas tão prejudicial, quanto a tutela prolongada dos pais para certos jovens ébrios de engenho e de vontade ambiciosa. Para os moribundos, para os enfermos, para os prisioneiros, vá lá:- o admirável passado é, quiçá, um bálsamo para seus males, visto que para eles o porvir está trancado... Mas nós não queremos nada com o passado, nós, jovens e fortes futuristas!

20. E venham, pois, os alegres incendiários de dedos carbonizados! Ei-los! Ei-los!... Vamos! Ateiem fogo às estantes das bibliotecas!... Desviem o curso dos canais, para inundar os museus!... Oh! a alegria de ver boiar à deriva, laceradas e desbotadas sobre aquelas águas, as velhas telas gloriosas!... Empunhem as picaretas, os machados, os martelos e destruam sem piedade as cidades veneradas!
Texto completo:
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Tambem:
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Última edição por ediv_diVad em Ter Jun 04, 2013 11:54 am, editado 4 vez(es) (Motivo da edição : Citação, numeração dos tópicos, edição geral. Problem?)

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Mensagem por Questao Dom Jul 31, 2011 9:59 pm

niilistas amadores apenas uahaua

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Mensagem por Convidad Seg Ago 01, 2011 3:36 pm

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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Mensagem por ediv_diVad Ter Jun 04, 2013 2:55 pm

Algumas pinturas inspiradas no manifesto, sempre com foco no movimento e na velocidade:

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Esse quadro eu acho muito lindo:
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Mensagem por ediv_diVad Ter Jun 04, 2013 3:10 pm

Decomposição de formas... muito frequente nos movimentos modernistas do início do século XX e que continuam sendo utilizados ou melhor, reciclados um século depois! O que dizer então dos movimentos ideológicos que precediam os movimentos artísticos? Renovar os conceitos e paradigmas é preciso...

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Uma ilustração:

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Uma escultura:

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Unique Forms of Continuity in Space is a bronze Futurist sculpture by Umberto Boccioni. It is seen as an expression of movement and fluidity. The sculpture is depicted on the obverse of the Italian-issue 20 cent euro coin.

The Futurist movement was striving to portray speed and forceful dynamism in their art. Boccioni, though trained as a painter, began sculpting in 1912. He exclaimed that “these days I am obsessed by sculpture! I believe I have glimpsed a complete renovation of that mummified art.” The next year, Boccioni completed the sculpture. His goal for the work was to depict a “synthetic continuity” of motion instead of an “analytical discontinuity” that he saw artists like František Kupka and Marcel Duchamp portraying. In 1912-1913 Boccioni created several sculptures. Also see image of “Development of a Bottle in Space” of 1913.

Unique Forms of Continuity in Space depicts a human-like figure apparently in motion. The sculpture has an aerodynamic and fluid form. As a pedestal, two blocks at the feet connect the figure to the ground. The figure is also armless and without a discernibly real face.

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