Acossado - 1960
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Acossado - 1960
Acossado (À bout de souffle)
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Informações do Filme
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Nome do Filme: Acossado (À bout de souffle)
País: França
Ano de Produção: 1960
Direção: Jean-Luc Godard
Roteiro: Jean-Luc Godard, François Truffaut
Gênero: Romance/Thriller
Produção: Georges de Beauregard
Fotografia: Raoul Coutard
Sinopse: Após roubar um carro em Marselha, Michel Poiccard (Jean-Paul Belmondo) ruma para Paris. No caminho mata um policial, que tentou prendê-lo por excesso de velocidade, e em Paris persuade a relutante Patricia Franchisi (Jean Seberg), uma estudante americana com quem se envolveu, para escondê-lo até receber o dinheiro que lhe devem. Michel promete a Patricia que irão juntos para a Itália, no entanto o crime de Michel está nos jornais e agora não há opção. Ele fica escondido no apartamento de Patricia, onde conversam, namoram, ele fala sobre a morte e ela diz que quer ficar grávida dele. Ele perde a consciência da situação na qual se encontra e anda pela cidade cometendo pequenos delitos, mas quando é visto por um informante começa o final da sua trágica perseguição.
Elenco:
Jean-Paul Belmondo .. Michael Poiccard
Jean Seberg .. Patricia Franchisi
Daniel Boulanger .. Inspetor De Polícia
Jean-Pierre Melville .. Parvulesco
Trailer:
Convidad- Convidado
Re: Acossado - 1960
Acossado (À bout de souffle)
Primeiro filme do consagrado Jean-Luc Godard, e consequentemente, um prelúdio de uma nova geração do cinema francês. Num período de decadência cultural francesa, pós Segunda Guerra Mundial, eis que surgem novos profissionais, jovens, criativos, transgressores do cinema comercial. Em outras palavras, eis que surge a nouvelle vague. Godard, juntamente com outros contestantes, cria uma nova face para o cinema francês. Em seu primeiro filme, "Acossado" de 1960, o diretor já demonstra o nível do seu trabalho, aguçando a nova geração que surgia naquele momento.
Baseado na obra do seu grande amigo, François Truffaut, Godard cria um filme extremamente atípico da época, abraangendo um perfeccionismo, dentro dos padrões, para cada quesíto cinematográfico da sua obra. No mesmo ano de "Acossado", grandes diretores exibiam suas notórias obras para o mundo. Dentre esses, podemos ressaltar "Psicose" do mestre Hitchcock, grande influente do cinema do Godard, "Spartacus" do Kubrick e claro, por último, porém não menos relevante, "La dolce vita" do Fellini. O que é mais impressionante é que em seu primeiro filme na direção, o francês conseguiu se colocar ao lado destes grandes diretores, com um thriller que revolucionou, até então, o sóbrio cinema francês.
O enredo é basicamente centrado nos personagens de Jean-Paul Belmondo e Jean Seberg, brilhantemente interpretados. O filme representa a busca de um amor para um coração bruto, sem vida, do salafrário Michel Poiccard (Jean-Paul). Sua personalidade oscila mediante ao encanto da belíssima Patricia Franchini (Jean Seberg), que testa o seu amor, mesmo tendo conhecimento do passado que condena este infeliz e ríspido, ladrão francês. Ao decorrer do seu primeiro longa, Godard lapida o coração do protagonista, nos apresentando um novo Michel Poiccard que fará de tudo pela mulher que está apaixonado.
Seu longa-metragem é marcado por uma filmagem extremamente excêntrica e por vezes instável, marcada pelos movimentos consentidos do corpo. Muitos não aderem à técnica, mas não tem jeito, é brilhante, principalmente por sempre acompanhar, de forma peculiar, os personagens. As atuações se mostram gloriosas, Jean-Paul Belmondo e Jean Seberg contrastam entre a personalidade rude e a delicada de ambos os personagens, respectivamente. Quando os atores olham diretamente para a câmera e por vezes, falam com o espectador, nos tornamos meros interlocutores meio à presença de Godard na direção.
Um roteiro nada precavido é o que se torna outro ponto interessante de sua obra, afinal, enquanto Godard escrevia as cenas de manhã, a tarde tudo era gravado. Dizia o francês que era, principalmente, pra gerar maior espontaneidade na atuação. Com singelas intenções ou não, Godard fez um belo trabalho. O francês consegue trabalhar em um único ambiente, como por exemplo o quarto da Seberg, de forma supreendente, explorando cada ângulo para ilustrar o diálogo entre os personagens. Definitivamente, um ótimo trabalho, invejável.
Desde seu primeiro filme, Godard já demonstrava o que estava por vir desta nova geração. A nouvelle vague teve muitos nomes, mas não podemos deixar de enaltecer um destes, Jean-Luc Godard. É gratificante para nós espectadores, ainda podermos apreciar os filmes do francês. Por mais que essa tendência de transgredir o cinema comercial venha de muito tempo atrás, dificilmente vemos diretores seguindo esse idealismo. Felizmente, Godard ainda dirige seus filmes de forma espetacular e já fomos presenteados com "Socialism" este ano, filme que muitos aguardam ansiosamente. Um movimento cinematográfico formado por jovens talentos conseguiu mudar o rumo de uma cultura inteira e mais adiante, do cinema mundial. Por isso, somos gratos aos responsáveis da "nova onda". Jovens talentos, grandes profissionais.
Nota: 9
Primeiro filme do consagrado Jean-Luc Godard, e consequentemente, um prelúdio de uma nova geração do cinema francês. Num período de decadência cultural francesa, pós Segunda Guerra Mundial, eis que surgem novos profissionais, jovens, criativos, transgressores do cinema comercial. Em outras palavras, eis que surge a nouvelle vague. Godard, juntamente com outros contestantes, cria uma nova face para o cinema francês. Em seu primeiro filme, "Acossado" de 1960, o diretor já demonstra o nível do seu trabalho, aguçando a nova geração que surgia naquele momento.
Baseado na obra do seu grande amigo, François Truffaut, Godard cria um filme extremamente atípico da época, abraangendo um perfeccionismo, dentro dos padrões, para cada quesíto cinematográfico da sua obra. No mesmo ano de "Acossado", grandes diretores exibiam suas notórias obras para o mundo. Dentre esses, podemos ressaltar "Psicose" do mestre Hitchcock, grande influente do cinema do Godard, "Spartacus" do Kubrick e claro, por último, porém não menos relevante, "La dolce vita" do Fellini. O que é mais impressionante é que em seu primeiro filme na direção, o francês conseguiu se colocar ao lado destes grandes diretores, com um thriller que revolucionou, até então, o sóbrio cinema francês.
O enredo é basicamente centrado nos personagens de Jean-Paul Belmondo e Jean Seberg, brilhantemente interpretados. O filme representa a busca de um amor para um coração bruto, sem vida, do salafrário Michel Poiccard (Jean-Paul). Sua personalidade oscila mediante ao encanto da belíssima Patricia Franchini (Jean Seberg), que testa o seu amor, mesmo tendo conhecimento do passado que condena este infeliz e ríspido, ladrão francês. Ao decorrer do seu primeiro longa, Godard lapida o coração do protagonista, nos apresentando um novo Michel Poiccard que fará de tudo pela mulher que está apaixonado.
Seu longa-metragem é marcado por uma filmagem extremamente excêntrica e por vezes instável, marcada pelos movimentos consentidos do corpo. Muitos não aderem à técnica, mas não tem jeito, é brilhante, principalmente por sempre acompanhar, de forma peculiar, os personagens. As atuações se mostram gloriosas, Jean-Paul Belmondo e Jean Seberg contrastam entre a personalidade rude e a delicada de ambos os personagens, respectivamente. Quando os atores olham diretamente para a câmera e por vezes, falam com o espectador, nos tornamos meros interlocutores meio à presença de Godard na direção.
Um roteiro nada precavido é o que se torna outro ponto interessante de sua obra, afinal, enquanto Godard escrevia as cenas de manhã, a tarde tudo era gravado. Dizia o francês que era, principalmente, pra gerar maior espontaneidade na atuação. Com singelas intenções ou não, Godard fez um belo trabalho. O francês consegue trabalhar em um único ambiente, como por exemplo o quarto da Seberg, de forma supreendente, explorando cada ângulo para ilustrar o diálogo entre os personagens. Definitivamente, um ótimo trabalho, invejável.
Desde seu primeiro filme, Godard já demonstrava o que estava por vir desta nova geração. A nouvelle vague teve muitos nomes, mas não podemos deixar de enaltecer um destes, Jean-Luc Godard. É gratificante para nós espectadores, ainda podermos apreciar os filmes do francês. Por mais que essa tendência de transgredir o cinema comercial venha de muito tempo atrás, dificilmente vemos diretores seguindo esse idealismo. Felizmente, Godard ainda dirige seus filmes de forma espetacular e já fomos presenteados com "Socialism" este ano, filme que muitos aguardam ansiosamente. Um movimento cinematográfico formado por jovens talentos conseguiu mudar o rumo de uma cultura inteira e mais adiante, do cinema mundial. Por isso, somos gratos aos responsáveis da "nova onda". Jovens talentos, grandes profissionais.
Nota: 9
Convidad- Convidado
Re: Acossado - 1960
O cinema francês sempre foi de vanguarda. Há um tempo passou no Cine Conhecimeto do Futura uma série de filmes franceses. Nenhum me decepcionou.
Convidado- Convidado
Re: Acossado - 1960
Apenas um comentário: Em 1983 foi lançado o filme A força de um amor (breathless) com Richard Gere e Valerie Kapriski no remake americanizado do filme de Godard/Truffaut. Dirigido por Jim McBride e sem as atuações não tão memoráveis da dupla original, mas apresenta uma boa dose de ação e um final inesperado na época. Vale ressaltar a beleza de Kapriski e o fato do personagem de Gere ser fã do Surfista Prateado e fazer algumas referências a este personagem durante o filme.
Convidad- Convidado
Re: Acossado - 1960
luizarn escreveu:Apenas um comentário: Em 1983 foi lançado o filme A força de um amor (breathless) com Richard Gere e Valerie Kapriski no remake americanizado do filme de Godard/Truffaut. Dirigido por Jim McBride e sem as atuações não tão memoráveis da dupla original, mas apresenta uma boa dose de ação e um final inesperado na época. Vale ressaltar a beleza de Kapriski e o fato do personagem de Gere ser fã do Surfista Prateado e fazer algumas referências a este personagem durante o filme.
Não gostei dessa versão. Claro que devemos levar em conta os períodos diferentes, os diretores diferentes e por fim, a intenção de cada um. "Acossado" do Godard foi espetacular por causa do período, início da nouvelle vague, pós-Segunda Guerra Mundial e por conseguinte, decadência do realismo francês.
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