Investigação conclui que morto em Tottenham não disparou contra a polícia
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Investigação conclui que morto em Tottenham não disparou contra a polícia
A Comissão Independente de Inquérito da Polícia de Londres (IPCC, na sigla em inglês) afirmou nesta terça-feira que não há provas de que o homem cuja morte foi o estopim da revolta no bairro de Tottenham tenha disparado contra policiais.
Mark Duggan, de 29 anos, foi morto na última quinta-feira durante uma batida policial no norte de Londres. Ele morreu em decorrência de um ferimento de bala no peito.
Duggan estava dentro de um táxi, e foi morto no que a polícia havia descrito como uma troca de tiros com policiais que participavam da Operação Tridente - unidade que lida com crimes com armas de fogo em comunidades afro-caribenhas da capital britânica.
Segundo a versão inicial, um policial teria sido atingido por uma bala disparada por Duggan. O oficial, disse a polícia, não ficou ferido porque a bala se alojou em um rádio que ele levava no bolso do colete.
O IPCC, que monitora as atividades da polícia londrina, disse entretanto que não havia qualquer "prova de que a arma encontrada no local tenha sido disparada".
fonte:http://www.bbc.co.uk/portuguese/ultimas_noticias/2011/08/110809_balistica_ji.shtml
aos que não sabem a policia de londres a Scotland Yard tem porte de armas restrito, sendo que os policiais de rua não a utilizam. Armas no país foram banidas e as que aparecem são de tráfico.
O caso é mais um que parece com a realidade brasileira, mas lá gerou essa onda assustadora de ataques.
Mark Duggan, de 29 anos, foi morto na última quinta-feira durante uma batida policial no norte de Londres. Ele morreu em decorrência de um ferimento de bala no peito.
Duggan estava dentro de um táxi, e foi morto no que a polícia havia descrito como uma troca de tiros com policiais que participavam da Operação Tridente - unidade que lida com crimes com armas de fogo em comunidades afro-caribenhas da capital britânica.
Segundo a versão inicial, um policial teria sido atingido por uma bala disparada por Duggan. O oficial, disse a polícia, não ficou ferido porque a bala se alojou em um rádio que ele levava no bolso do colete.
O IPCC, que monitora as atividades da polícia londrina, disse entretanto que não havia qualquer "prova de que a arma encontrada no local tenha sido disparada".
fonte:http://www.bbc.co.uk/portuguese/ultimas_noticias/2011/08/110809_balistica_ji.shtml
aos que não sabem a policia de londres a Scotland Yard tem porte de armas restrito, sendo que os policiais de rua não a utilizam. Armas no país foram banidas e as que aparecem são de tráfico.
O caso é mais um que parece com a realidade brasileira, mas lá gerou essa onda assustadora de ataques.
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Londres reforça policiamento para conter violência
O policiamento das ruas de Londres na noite desta terça-feira será feito por 16 mil policiais, cerca de 10 mil a mais do que no dia anterior, na tentativa de conter os distúrbios na cidade.
Lojas e negócios fecharam as portas mais cedo para evitar violência e saques pela quarta noite consecutiva.
A polícia de Londres liberou as primeiras imagens feitas por câmeras de segurança de suspeitos de atos de violência na cidade nos últimos dias, gravadas em locais que sofreram saques, nas regiões de Croydon e Norwood, ambas ao sul de Londres, na última madrugada.
A polícia disse que este é o primeiro lote de muitas imagens que devem ser liberadas em relação com as investigações para determinar os culpados.
Nesta terça-feira, 32 suspeitos compareceram a tribunais, acusados de participação nos distúrbios ocorridos nos últimos dias.
Entre os suspeitos estão um designer gráfico, estudantes e um alistado no Exército britânico. Alguns deles afirmaram morar fora de Londres. Pelo menos 18 deles devem permanecer presos.
Todos os suspeitos eram homens, a grande maioria com cerca de 20 anos, embora alguns fossem menores de idade. A maioria das acusações foi de furto e desordem. Muitos se declararam culpados.
Até a tarde de terça-feira, 563 pessoas haviam sido presas e 105, indiciadas por atos de violência na cidade.
O porta-voz policial Stephen Kavanagh disse que o uso de balas de borracha não está descartado. Nas últimas três noites, 11 policiais e cinco cães da polícia foram feridos nos tumultos.
Cameron
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, condenou os distúrbios, dizendo que os responsáveis pelos ataques "vão sentir a força da lei".
"Se vocês têm idade suficiente para cometer esses crimes, têm idade suficiente para enfrentar as punições", disse o premiê, que encurtou suas férias na Itália para voltar a Londres e participar, nesta terça, de uma reunião do comitê de planejamento de emergência do governo.
Cameron anunciou a reconvocação do Parlamento, que está em recesso, e prometeu fazer o que for necessário para restabelecer a ordem nas ruas do país.
Depois de sofrer críticas por sua ausência, o prefeito de Londres, Boris Johnson, também resolveu suspender suas férias e voltar ao país devido aos confrontos.
Na manhã desta terça-feira, a federação inglesa de futebol, Football Association (FA), decidiu cancelar um amistoso entre Inglaterra e Holanda, que seria realizado na quarta-feira no estádio de Wembley, no noroeste de Londres, com expectativa de atrair 70 mil torcedores.
As forças de segurança da capital britânica e de outras partes do país estão em massa nas ruas para tentar conter novos episódios de quebra-quebra, que já atingiram partes do norte, sul, leste e oeste de Londres, além de outras cidades britânicas como Birmingham e Liverpool.
Grupos de jovens mascarados destruíram lojas e restaurantes e atearam fogo a carros, prédios, pontos de ônibus e até delegacias.
Terceira noite
Os tumultos de segunda-feira começaram no fim da tarde no bairro de Hackney, no norte de Londres, depois que um homem foi parado e revistado pela polícia, que não encontrou nada.
Grupos de pessoas começaram então a lançar pedras e latas contra os policiais e a atacar carros da polícia com pedaços de madeira e barras de ferro. Lojas foram saqueadas e destruídas.
"O sentimento comum em Hackney Central é que nossa comunidade foi ferida e prejudicada por uma violência inexplicável. Nós falamos com saqueadores e a única explicação que eles deram para seu comportamento é que eles não tinham nenhum dinheiro", disse à BBC a moradora do bairro Catherine Holmes.
"É triste pensar que essas pessoas só pensam no momento seguinte, e o momento que eles criaram é um pesadelo. Enquanto vemos eles se movimentarem em pequenos grupos, esperamos que nossa comunidade se una nesta manhã para reagir contra esses tumultos."
No início da noite de segunda, os distúrbios se concentravam em Hackney, no norte da cidade, e em Peckham, Lewisham e Croydon, no sul. Durante a madrugada, no entanto, a violência chegou a outras áreas, como Notting Hill, Clapham, Ealing, Bethnal Green, Newham, Camden e Hampstead.
Em Croydon, um homem de 26 anos de idade encontrado pela polícia à noite, dentro de um carro, com ferimentos causados por arma de fogo, morreu após ser hospitalizado. Ele pode ter sido a primeira vítima fatal da violência dos últimos dias.
fonte: bbc
Lojas e negócios fecharam as portas mais cedo para evitar violência e saques pela quarta noite consecutiva.
A polícia de Londres liberou as primeiras imagens feitas por câmeras de segurança de suspeitos de atos de violência na cidade nos últimos dias, gravadas em locais que sofreram saques, nas regiões de Croydon e Norwood, ambas ao sul de Londres, na última madrugada.
A polícia disse que este é o primeiro lote de muitas imagens que devem ser liberadas em relação com as investigações para determinar os culpados.
Nesta terça-feira, 32 suspeitos compareceram a tribunais, acusados de participação nos distúrbios ocorridos nos últimos dias.
Entre os suspeitos estão um designer gráfico, estudantes e um alistado no Exército britânico. Alguns deles afirmaram morar fora de Londres. Pelo menos 18 deles devem permanecer presos.
Todos os suspeitos eram homens, a grande maioria com cerca de 20 anos, embora alguns fossem menores de idade. A maioria das acusações foi de furto e desordem. Muitos se declararam culpados.
Até a tarde de terça-feira, 563 pessoas haviam sido presas e 105, indiciadas por atos de violência na cidade.
O porta-voz policial Stephen Kavanagh disse que o uso de balas de borracha não está descartado. Nas últimas três noites, 11 policiais e cinco cães da polícia foram feridos nos tumultos.
Cameron
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, condenou os distúrbios, dizendo que os responsáveis pelos ataques "vão sentir a força da lei".
"Se vocês têm idade suficiente para cometer esses crimes, têm idade suficiente para enfrentar as punições", disse o premiê, que encurtou suas férias na Itália para voltar a Londres e participar, nesta terça, de uma reunião do comitê de planejamento de emergência do governo.
Cameron anunciou a reconvocação do Parlamento, que está em recesso, e prometeu fazer o que for necessário para restabelecer a ordem nas ruas do país.
Depois de sofrer críticas por sua ausência, o prefeito de Londres, Boris Johnson, também resolveu suspender suas férias e voltar ao país devido aos confrontos.
Na manhã desta terça-feira, a federação inglesa de futebol, Football Association (FA), decidiu cancelar um amistoso entre Inglaterra e Holanda, que seria realizado na quarta-feira no estádio de Wembley, no noroeste de Londres, com expectativa de atrair 70 mil torcedores.
As forças de segurança da capital britânica e de outras partes do país estão em massa nas ruas para tentar conter novos episódios de quebra-quebra, que já atingiram partes do norte, sul, leste e oeste de Londres, além de outras cidades britânicas como Birmingham e Liverpool.
Grupos de jovens mascarados destruíram lojas e restaurantes e atearam fogo a carros, prédios, pontos de ônibus e até delegacias.
Terceira noite
Os tumultos de segunda-feira começaram no fim da tarde no bairro de Hackney, no norte de Londres, depois que um homem foi parado e revistado pela polícia, que não encontrou nada.
Grupos de pessoas começaram então a lançar pedras e latas contra os policiais e a atacar carros da polícia com pedaços de madeira e barras de ferro. Lojas foram saqueadas e destruídas.
"O sentimento comum em Hackney Central é que nossa comunidade foi ferida e prejudicada por uma violência inexplicável. Nós falamos com saqueadores e a única explicação que eles deram para seu comportamento é que eles não tinham nenhum dinheiro", disse à BBC a moradora do bairro Catherine Holmes.
"É triste pensar que essas pessoas só pensam no momento seguinte, e o momento que eles criaram é um pesadelo. Enquanto vemos eles se movimentarem em pequenos grupos, esperamos que nossa comunidade se una nesta manhã para reagir contra esses tumultos."
No início da noite de segunda, os distúrbios se concentravam em Hackney, no norte da cidade, e em Peckham, Lewisham e Croydon, no sul. Durante a madrugada, no entanto, a violência chegou a outras áreas, como Notting Hill, Clapham, Ealing, Bethnal Green, Newham, Camden e Hampstead.
Em Croydon, um homem de 26 anos de idade encontrado pela polícia à noite, dentro de um carro, com ferimentos causados por arma de fogo, morreu após ser hospitalizado. Ele pode ter sido a primeira vítima fatal da violência dos últimos dias.
fonte: bbc
Última edição por fabiola_a9 em Ter Ago 09, 2011 5:17 pm, editado 1 vez(es)
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Re: Investigação conclui que morto em Tottenham não disparou contra a polícia
o sherlock holmes que descobriu,mas tipo eles odeiam estrangeiros hein? outro lugar que não vou é a inglaterra,o jean charles é um grande exemplo da eficiencia da policia londrina,de eficiente é so o MI6
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"Seu verdadeiro lar está dentro do seu coração e continua com você onde quer que você vá; mas um lugar legal e aconchegante é um motivo maravilhoso para voltar para casa!"
-J.R.R.Tolkien
Re: Investigação conclui que morto em Tottenham não disparou contra a polícia
Questao escreveu:o sherlock holmes que descobriu,mas tipo eles odeiam estrangeiros hein? outro lugar que não vou é a inglaterra,o jean charles é um grande exemplo da eficiencia da policia londrina,de eficiente é so o MI6
Questão o cara morto era Inglês, só que era de um bairro considerado "perigoso" e era negro. Não tem nada a ver com ser estrangeiro. É violência policial mesmo.
Aliás em um dos videos um dos mascarados que estavam atacando a polícia estava usando uma bandeira brasileira.
esses tumultos, estão dizendo que agora já é mais por puro vandalismo e não tem a ver com o cara que foi morto, e parece que é verdade, pois estão roubando todos, e tudo, tacando fogo. E a polícia que está nas ruas ainda nem está usando armas de fogo ou de borracha.
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Londres: “Queríamos respostas”
Rebelião, quebra-quebra e saques nos arredores de Londres certamente não tem nada de organizados, mas são alguns dos primeiros sintomas a emergir da austeridade, da crise e do desemprego que assola a Grã-Bretanha. Uma semana antes dos eventos que entram para a história de Londres como as piores rebeliões em quase três décadas, um jovem negro da comunidade de Tottenham alertava, em um vídeo produzido pelo The Guardian, para a grande panela de pressão que tinham se tornado, principalmente, as ruas dos subúrbios londrinos. A reportagem é de Wilson Sobrinho, direto de Londres.
____________
Se alguém pudesse argumentar motivações de justiça social por trás do protesto que deu origem à rebelião em Tottenham, no norte de Londres, no início da noite de sábado, menos de 24 horas depois essas razões já tinham sido vaporizadas quando os bairros de Enfield, Walthamstow, Islington e Brixton vivenciaram saques, quebra-quebra e violência gratuita (1). Porém, mesmo que qualquer política estivesse longe dos objetivos dos jovens que passaram a chuvosa noite de domingo em Londres quebrando vitrines de lojas de calçados esportivos e artigos eletrônicos, os resultados das decisões políticas ainda eram visíveis para qualquer um que olhasse com mais atenção para a trilha de destruição.
Uma semana antes dos eventos que entram para a história de Londres como as piores rebeliões em quase três décadas, um jovem negro da comunidade de Tottenham alertava, em um vídeo produzido pelo The Guardian, para a grande panela de pressão que haviam se tornado as ruas da capital Britânica em seus bairros mais desfavorecidos economicamente. “As ruas de Londres são duras, existem muitas gangues e crimes. E quando os clubes juvenis se foram eles acabaram cortando as raízes e as conexões dos jovens. Eles ficaram sem ter para onde ir… E é por isso que tem mais crime nas ruas: não há nada para se fazer.” Ele termina em tom de alerta: “Vai ter rebelião”. (2)
Os clubes juvenis a que ele se refere são centros comunitários onde jovens ingleses podem aprender profissões, praticar esportes, compor e gravar música e, acima de tudo, ficar longe das ruas e da influência das gangues, um problema particular em áreas mais carentes e afastadas do centro da mais rica capital europeia.
“Se você cortar as atividades de Verão dos jovens, tão certo como a noite segue o dia, você vai ver aumento na criminalidade”, disse o professor John Pitts (3) ao The Guardian, no dia 26 de julho, dias depois do começo das férias escolares de verão.
“ Meu nervosismo é que esses membros de gangues que estavam na escola irão para as ruas. Junte isso a cortes nos serviços que eles usam e menos assistentes sociais que podem mediar a situação, e essas ruas estarão muito mais perigosas e eu imagino que o nível de crime e violência irá aumentar”, disse em tom quase premonitório.
De acordo com o jornal, ainda que as médias dos cortes orçamentários apresentados no plano de austeridade do governo conservador tenha ficado em 28%, algumas das autoridades locais estão cortando de 70 a 80% do orçamento de programas sociais destinados a jovens. Um bom exemplo disso é a sub-prefeitura de Haringey, onde fica o bairro de Tottenham, cujo orçamento desses serviços foi dizimado por um corte de 75% e oito de um total de treze desses centros foram fechados nos últimos meses.
“Em um nível mais simples”, diz Pitts, “isso significa um aumento no vandalismo e no comportamento antisocial. Em longo prazo, se você retirar a proteção do estado então haverá um aumento da influência dos grupos para cobrir esse vácuo”.
E foi exatamente o que se viu nas ruas londrinas – principalmente na noite de domingo. Gangues juvenis aproveitando o clima de caos, e a certeza de que a polícia não poderia conter tantos ataques simultâneos, para praticar crimes. Não há nada de político ou organizado nisso – tão somente caos e anarquia patrocinados por adolescentes sem perspectivas de futuro.
O início do processo porém difere em gênero. Uma centena de pessoas se reuniu em frente à delegacia de Tottenham para exigir da polícia respostas pela ação que culminou na morte de Mark Duggan, na quinta-feira anterior. Duggan, de 29 anos, foi baleado e morto pela polícia em circunstâncias não-esclarecidas em um táxi próximo à estação de trem de Tottenham. Uma comissão policial investiga o caso.
“Eu disse ao inspetor chefe que queríamos sair antes da noite cair. Se ele nos deixasse esperando depois do pôr do sol, seria sua responsabilidade. Nós não poderíamos garantir que não sairia de controle”, descreveu um membro da comunidade que estava na manifestação inicial (4).
“Se um membro da polícia tivesse vindo falar com a gente, nós teríamos ido embora. Nós chegamos às 17h e tínhamos planejado uma hora de protesto silencioso. Ficamos lá até as 21h. A polícia foi culpada. Se eles tivessem dado uma resposta quando chegamos à delegacia, pedindo que um oficial chefe viesse falar com a família [da vítima] teríamos ido embora antes da rebelião se iniciar”.
A família de Duggan condenou a violência que se seguiu ao pôr do sol em Tottenham. “Queríamos respostas. Eu nem disse aos meus filhos que ele está morto pois eu não posso dar respostas a eles”, disse a noiva de Duggan. “Não estou feliz com o que aconteceu. Não queríamos esses problemas. Queríamos respostas”, afirmou ela ao The Guardian.
fonte:http://mariafro.com.br/wordpress/2011/08/08/londres-queriamos-respostas/
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Se alguém pudesse argumentar motivações de justiça social por trás do protesto que deu origem à rebelião em Tottenham, no norte de Londres, no início da noite de sábado, menos de 24 horas depois essas razões já tinham sido vaporizadas quando os bairros de Enfield, Walthamstow, Islington e Brixton vivenciaram saques, quebra-quebra e violência gratuita (1). Porém, mesmo que qualquer política estivesse longe dos objetivos dos jovens que passaram a chuvosa noite de domingo em Londres quebrando vitrines de lojas de calçados esportivos e artigos eletrônicos, os resultados das decisões políticas ainda eram visíveis para qualquer um que olhasse com mais atenção para a trilha de destruição.
Uma semana antes dos eventos que entram para a história de Londres como as piores rebeliões em quase três décadas, um jovem negro da comunidade de Tottenham alertava, em um vídeo produzido pelo The Guardian, para a grande panela de pressão que haviam se tornado as ruas da capital Britânica em seus bairros mais desfavorecidos economicamente. “As ruas de Londres são duras, existem muitas gangues e crimes. E quando os clubes juvenis se foram eles acabaram cortando as raízes e as conexões dos jovens. Eles ficaram sem ter para onde ir… E é por isso que tem mais crime nas ruas: não há nada para se fazer.” Ele termina em tom de alerta: “Vai ter rebelião”. (2)
Os clubes juvenis a que ele se refere são centros comunitários onde jovens ingleses podem aprender profissões, praticar esportes, compor e gravar música e, acima de tudo, ficar longe das ruas e da influência das gangues, um problema particular em áreas mais carentes e afastadas do centro da mais rica capital europeia.
“Se você cortar as atividades de Verão dos jovens, tão certo como a noite segue o dia, você vai ver aumento na criminalidade”, disse o professor John Pitts (3) ao The Guardian, no dia 26 de julho, dias depois do começo das férias escolares de verão.
“ Meu nervosismo é que esses membros de gangues que estavam na escola irão para as ruas. Junte isso a cortes nos serviços que eles usam e menos assistentes sociais que podem mediar a situação, e essas ruas estarão muito mais perigosas e eu imagino que o nível de crime e violência irá aumentar”, disse em tom quase premonitório.
De acordo com o jornal, ainda que as médias dos cortes orçamentários apresentados no plano de austeridade do governo conservador tenha ficado em 28%, algumas das autoridades locais estão cortando de 70 a 80% do orçamento de programas sociais destinados a jovens. Um bom exemplo disso é a sub-prefeitura de Haringey, onde fica o bairro de Tottenham, cujo orçamento desses serviços foi dizimado por um corte de 75% e oito de um total de treze desses centros foram fechados nos últimos meses.
“Em um nível mais simples”, diz Pitts, “isso significa um aumento no vandalismo e no comportamento antisocial. Em longo prazo, se você retirar a proteção do estado então haverá um aumento da influência dos grupos para cobrir esse vácuo”.
E foi exatamente o que se viu nas ruas londrinas – principalmente na noite de domingo. Gangues juvenis aproveitando o clima de caos, e a certeza de que a polícia não poderia conter tantos ataques simultâneos, para praticar crimes. Não há nada de político ou organizado nisso – tão somente caos e anarquia patrocinados por adolescentes sem perspectivas de futuro.
O início do processo porém difere em gênero. Uma centena de pessoas se reuniu em frente à delegacia de Tottenham para exigir da polícia respostas pela ação que culminou na morte de Mark Duggan, na quinta-feira anterior. Duggan, de 29 anos, foi baleado e morto pela polícia em circunstâncias não-esclarecidas em um táxi próximo à estação de trem de Tottenham. Uma comissão policial investiga o caso.
“Eu disse ao inspetor chefe que queríamos sair antes da noite cair. Se ele nos deixasse esperando depois do pôr do sol, seria sua responsabilidade. Nós não poderíamos garantir que não sairia de controle”, descreveu um membro da comunidade que estava na manifestação inicial (4).
“Se um membro da polícia tivesse vindo falar com a gente, nós teríamos ido embora. Nós chegamos às 17h e tínhamos planejado uma hora de protesto silencioso. Ficamos lá até as 21h. A polícia foi culpada. Se eles tivessem dado uma resposta quando chegamos à delegacia, pedindo que um oficial chefe viesse falar com a família [da vítima] teríamos ido embora antes da rebelião se iniciar”.
A família de Duggan condenou a violência que se seguiu ao pôr do sol em Tottenham. “Queríamos respostas. Eu nem disse aos meus filhos que ele está morto pois eu não posso dar respostas a eles”, disse a noiva de Duggan. “Não estou feliz com o que aconteceu. Não queríamos esses problemas. Queríamos respostas”, afirmou ela ao The Guardian.
fonte:http://mariafro.com.br/wordpress/2011/08/08/londres-queriamos-respostas/
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Re: Investigação conclui que morto em Tottenham não disparou contra a polícia
tenso londres ja esta ficando igual ao rio e ainda é o local com mais cameras publicas de vigilancia do mundo
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