Líbia: Vala comum com restos mortais de 1,2 mil detentos é achada
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Líbia: Vala comum com restos mortais de 1,2 mil detentos é achada
O Conselho Nacional de Transição (CNT, órgão político dos rebeldes líbios) afirmaram neste domingo que uma vala comum foi descoberta em Trípoli com restos mortais de 1.270 detentos da prisão de Abu Salim, alvo de um massacre promovido pelo governo do líder deposto Muamar Kadafi em 1996.
Segundo o CNT, a vala comum foi encontrada próximo à prisão Abu Salim, onde uma rebelião em 26 de junho de 1996 foi reprimida com forte violência pelo governo de Kadafi. O presídio era usado por Kadafi para deter opositores.
O médico Ibrahim Abu Sahima, que integra o CNT, afirmou que a vala comum foi encontra há duas semanas e que ajuda internacional será pedida para identificar os restos mortais.
A descoberta da vala comum teria acontecido após uma informação dada por um partidário de Kadafi preso em Trípoli pelas forças do CNT.
Combates continuam acontecendo neste domingo em Sirte, um dos dois últimos redutos do regime deposto e cidade natal de Kadafi. Há relatos de que as forças do CNT suspenderam temporariamente a ofensiva na cidade para que a Otan possa fazer ataques aéreos.
Combatentes do CNT haviam feito importantes ganhos militares no ataque de sábado contra a cidade, quando entraram pelo leste e oeste, chegando a cerca de 1km do centro. Não há evidencias de que Kadafi está em sua cidade natal.
Um combatente do CNT disse à agência Reuters que atiradores de elite leais a Kadafi disparam do alto de prédios. Não há estimativa sobre o número de mortos.
No último fim de semana, o CNT tentou tomar a cidade mas encontrou resistência maior do que a esperada e foi repelido. A Otan vem auxiliando as forças do CNT com bombardeios aéreos.
Mais de 1.300 famílias deixaram a cidade na última semana, de acordo com o CNT. A outra cidade leal ao coronel é Bani Walid, ao sudeste de Trípoli.
Dinheiro
No sábado, o premiê interino líbio, Mahmoud Jibril, falou à Assembleia Geral da ONU, em Nova York, afirmando que uma nova e democrática Líbia estaria "nascendo" e se integrando à comunidade internacional. Jibril pediu para que os estados membros da ONU liberem o dinheiro do governo líbio congelado por conta de sanções, "para assegurar a reconstrução e reabilitação do país".
O CNT criticou um canal de TV sírio pró-Khadafi que divulgou na sexta-feira uma mensagem de áudio da filha do líder deposto, Aisha. O novo governo do país argumenta que Aisha, que recebeu asilo político na Argélia por razões humanitárias, não deveria poder fazer declarações políticas.
fonte: [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]
Segundo o CNT, a vala comum foi encontrada próximo à prisão Abu Salim, onde uma rebelião em 26 de junho de 1996 foi reprimida com forte violência pelo governo de Kadafi. O presídio era usado por Kadafi para deter opositores.
O médico Ibrahim Abu Sahima, que integra o CNT, afirmou que a vala comum foi encontra há duas semanas e que ajuda internacional será pedida para identificar os restos mortais.
A descoberta da vala comum teria acontecido após uma informação dada por um partidário de Kadafi preso em Trípoli pelas forças do CNT.
Combates continuam acontecendo neste domingo em Sirte, um dos dois últimos redutos do regime deposto e cidade natal de Kadafi. Há relatos de que as forças do CNT suspenderam temporariamente a ofensiva na cidade para que a Otan possa fazer ataques aéreos.
Combatentes do CNT haviam feito importantes ganhos militares no ataque de sábado contra a cidade, quando entraram pelo leste e oeste, chegando a cerca de 1km do centro. Não há evidencias de que Kadafi está em sua cidade natal.
Um combatente do CNT disse à agência Reuters que atiradores de elite leais a Kadafi disparam do alto de prédios. Não há estimativa sobre o número de mortos.
No último fim de semana, o CNT tentou tomar a cidade mas encontrou resistência maior do que a esperada e foi repelido. A Otan vem auxiliando as forças do CNT com bombardeios aéreos.
Mais de 1.300 famílias deixaram a cidade na última semana, de acordo com o CNT. A outra cidade leal ao coronel é Bani Walid, ao sudeste de Trípoli.
Dinheiro
No sábado, o premiê interino líbio, Mahmoud Jibril, falou à Assembleia Geral da ONU, em Nova York, afirmando que uma nova e democrática Líbia estaria "nascendo" e se integrando à comunidade internacional. Jibril pediu para que os estados membros da ONU liberem o dinheiro do governo líbio congelado por conta de sanções, "para assegurar a reconstrução e reabilitação do país".
O CNT criticou um canal de TV sírio pró-Khadafi que divulgou na sexta-feira uma mensagem de áudio da filha do líder deposto, Aisha. O novo governo do país argumenta que Aisha, que recebeu asilo político na Argélia por razões humanitárias, não deveria poder fazer declarações políticas.
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Convidado- Convidado
Sobreviventes de Abu Salim lembram massacre de 1.167 na prisão de Kadafi
Se Muamar Kadafi reconquistar o poder na Líbia como promete, isso vai significar uma segunda condenação para milhares de perseguidos do regime, como Issa el-Bira. Este engenheiro da Libyan Airlines amargou 17 anos na prisão e é sobrevivente do maior massacre registrado na Líbia nos 42 anos em que Kadafi está no poder: o da prisão de alta segurança de Abu Salim, em 29 de junho de 1996, em Trípoli, na capital, quando quase 1.200 pessoas, na sua maioria opositores de Kadafi, foram executadas em questão de horas.
Os corpos teriam sido jogados em valas comuns. Até hoje o regime não revelou o lugar. Numa entrevista em Benghazi, Issa, que tem participado ativamente dos protestos contra o regime, chorou ao imaginar a Líbia sem Kadafi.
- Eu conhecia tantas pessoas mortas naquela prisão. Só quero que Kadafi desapareça das nossas vidas. Eu terei sorte se puder ver esse momento junto com meus filhos - disse.
Durante anos o governo líbio negou a existência dos mortos. Segundo a organização Human Rights Watch, a primeira pessoa a calcular o número de mortos foi um ex-prisioneiro que trabalhava na cozinha, Hussein al-Shafal: ele comparou o número de refeições que preparava antes e depois das execuções. Issa lembra do cheiro da prisão nos dias que se sucederam ao massacre:
- Podia-se sentir o cheiro da morte. Mas ninguém dizia nada. So não morri por sorte - conta.
Tiros contínuos durante horas
A saga deste ex-prisioneiro de Abu Salim começou em 1984. Nascido em Benghazi, a segunda maior cidade da Líbia, hoje nas mãos dos rebeldes, Issa tinha 30 anos quando a polícia secreta de Kadafi bateu na casa de sua família à sua procura. Ele próprio atendeu a porta e disse: "Ele não está em casa." No mesmo dia tentou escapar da Líbia, valendo-se do seu emprego na Libyan Airlines, sem sucesso. Mas no dia seguinte a polícia voltou e prendeu seu irmão, Mohamed, no lugar dele. Para salvar o irmão, Issa se entregou e partiu para um interrogatório. Só voltou 17 anos depois.
Ele integrava o grupo clandestino de oposição a Kadafi, a Frente Nacional para Salvação da Líbia (FNSL). Baseada no Sudão, a FNSL, que teria apoio do governo americano e dos sauditas, fracassou numa tentativa de assassinato de Kadafi em 1984. O regime não perdoou: duas mil pessoas foram presas na Líbia, entre elas Issa, e oito foram enforcadas em praça pública. A chegada do engenheiro da Libyan Airlines à prisão de Abu Salim foi uma prova de fogo: torturado, ele passou quatro anos sem sair de uma cela de cinco metros por cinco, compartilhada por 13 pessoas.
- Líamos o Alcorão. E eu usava cada momento para aprender. Um dos prisioneiros me ensinou italiano. E eu ensinava inglês.
Em 1988, o regime libertou cerca de 400 prisioneiros políticos, mantendo cem. Issa era parte da exceção. Só então as famílias foram autorizadas a visitar os prisioneiros e a levar livros. Mas em 1996, insatisfeitos com as condições precárias da prisão, fizeram um motim. Um guarda foi preso. Abdala Sanussi, casado com a irmã de Sofia, a mulher de Kadafi, chegou à prisão para negociar com os presos. Os prisioneiros concordaram em parar o motim e liberar os reféns, desde que fossem evacuados mais de cem prisioneiros doentes. Issa lembra até hoje: 130 presos doentes foram retirados da prisão, supostamente para o hospital - mas desapareceram.
A partir daí, foi o massacre. Centenas de presos foram forçados a sair ao pátio, enquanto atiradores os matavam de cima dos telhados.
- Eu estava na cela e ouvi tiros continuados durante horas. Estava numa área da prisão que foi poupada. Sorte... Os guardas não diziam nada. Dias depois, estavam todos com máscaras, por causa do cheiro dos mortos - conta.
Issa escapou, mas não o filho de sua irmã, engenheiro da companhia de petróleo, Abdula Ensaoud, de 29 anos, numa das seções convocadas a sair para o pátio. A prisão de Abu Salim também acabou com a carreira de Abdusalam Hussein, jogador do principal time de Benghazi, o al-Ahli Benghazi. Ele passou três anos na prisão, e hoje tem a maior parte dos dentes postiços, por causa das torturas que sofreu.
- Inútil me perguntar por que fui preso. Todas as pessoas que criticam ou têm problemas com Kadafi são presas - resume.
Nenhuma palavra sobre corpos
Em 2004, o regime de Kadafi reconheceu pela primeira vez que pessoas morreram na prisão de Abu Salim em 1996, como parte de um esforço para tirar a Líbia do isolamento internacional. Em 2007, 30 famílias iniciaram um processo civil em Benghazi pedindo que o governo desse uma explicação para o desaparecimento dos presos.
Em agosto de 2009, a Fundação Kadafi, presidida por Saif, filho do ditador, reconheceu que 1.167 pessoas morreram naquele dia na prisão. Mas até hoje, nenhuma palavra sobre onde foram jogados os corpos.
Leia mais sobre esse assunto em [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]
Os corpos teriam sido jogados em valas comuns. Até hoje o regime não revelou o lugar. Numa entrevista em Benghazi, Issa, que tem participado ativamente dos protestos contra o regime, chorou ao imaginar a Líbia sem Kadafi.
- Eu conhecia tantas pessoas mortas naquela prisão. Só quero que Kadafi desapareça das nossas vidas. Eu terei sorte se puder ver esse momento junto com meus filhos - disse.
Durante anos o governo líbio negou a existência dos mortos. Segundo a organização Human Rights Watch, a primeira pessoa a calcular o número de mortos foi um ex-prisioneiro que trabalhava na cozinha, Hussein al-Shafal: ele comparou o número de refeições que preparava antes e depois das execuções. Issa lembra do cheiro da prisão nos dias que se sucederam ao massacre:
- Podia-se sentir o cheiro da morte. Mas ninguém dizia nada. So não morri por sorte - conta.
Tiros contínuos durante horas
A saga deste ex-prisioneiro de Abu Salim começou em 1984. Nascido em Benghazi, a segunda maior cidade da Líbia, hoje nas mãos dos rebeldes, Issa tinha 30 anos quando a polícia secreta de Kadafi bateu na casa de sua família à sua procura. Ele próprio atendeu a porta e disse: "Ele não está em casa." No mesmo dia tentou escapar da Líbia, valendo-se do seu emprego na Libyan Airlines, sem sucesso. Mas no dia seguinte a polícia voltou e prendeu seu irmão, Mohamed, no lugar dele. Para salvar o irmão, Issa se entregou e partiu para um interrogatório. Só voltou 17 anos depois.
Ele integrava o grupo clandestino de oposição a Kadafi, a Frente Nacional para Salvação da Líbia (FNSL). Baseada no Sudão, a FNSL, que teria apoio do governo americano e dos sauditas, fracassou numa tentativa de assassinato de Kadafi em 1984. O regime não perdoou: duas mil pessoas foram presas na Líbia, entre elas Issa, e oito foram enforcadas em praça pública. A chegada do engenheiro da Libyan Airlines à prisão de Abu Salim foi uma prova de fogo: torturado, ele passou quatro anos sem sair de uma cela de cinco metros por cinco, compartilhada por 13 pessoas.
- Líamos o Alcorão. E eu usava cada momento para aprender. Um dos prisioneiros me ensinou italiano. E eu ensinava inglês.
Em 1988, o regime libertou cerca de 400 prisioneiros políticos, mantendo cem. Issa era parte da exceção. Só então as famílias foram autorizadas a visitar os prisioneiros e a levar livros. Mas em 1996, insatisfeitos com as condições precárias da prisão, fizeram um motim. Um guarda foi preso. Abdala Sanussi, casado com a irmã de Sofia, a mulher de Kadafi, chegou à prisão para negociar com os presos. Os prisioneiros concordaram em parar o motim e liberar os reféns, desde que fossem evacuados mais de cem prisioneiros doentes. Issa lembra até hoje: 130 presos doentes foram retirados da prisão, supostamente para o hospital - mas desapareceram.
A partir daí, foi o massacre. Centenas de presos foram forçados a sair ao pátio, enquanto atiradores os matavam de cima dos telhados.
- Eu estava na cela e ouvi tiros continuados durante horas. Estava numa área da prisão que foi poupada. Sorte... Os guardas não diziam nada. Dias depois, estavam todos com máscaras, por causa do cheiro dos mortos - conta.
Issa escapou, mas não o filho de sua irmã, engenheiro da companhia de petróleo, Abdula Ensaoud, de 29 anos, numa das seções convocadas a sair para o pátio. A prisão de Abu Salim também acabou com a carreira de Abdusalam Hussein, jogador do principal time de Benghazi, o al-Ahli Benghazi. Ele passou três anos na prisão, e hoje tem a maior parte dos dentes postiços, por causa das torturas que sofreu.
- Inútil me perguntar por que fui preso. Todas as pessoas que criticam ou têm problemas com Kadafi são presas - resume.
Nenhuma palavra sobre corpos
Em 2004, o regime de Kadafi reconheceu pela primeira vez que pessoas morreram na prisão de Abu Salim em 1996, como parte de um esforço para tirar a Líbia do isolamento internacional. Em 2007, 30 famílias iniciaram um processo civil em Benghazi pedindo que o governo desse uma explicação para o desaparecimento dos presos.
Em agosto de 2009, a Fundação Kadafi, presidida por Saif, filho do ditador, reconheceu que 1.167 pessoas morreram naquele dia na prisão. Mas até hoje, nenhuma palavra sobre onde foram jogados os corpos.
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Convidado- Convidado
Re: Líbia: Vala comum com restos mortais de 1,2 mil detentos é achada
Os grupos de direitos humanos agiram rápido no caso da Libia vem levando dados a cada área liberada, apesar de deprimente espetáculo pelo menos quem sabe os responsáveis por estes crimes serão presos entre eles Gaddafi.
marcelo l.- Farrista "We are the Champions"
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Data de inscrição : 15/06/2010
Re: Líbia: Vala comum com restos mortais de 1,2 mil detentos é achada
O meu medo é que isso acabe sem que ninguém seja punido.
e ótimo video, mostrando que o ocidente tem grande culpa,eles deveriam tbm ser julgados.
e ótimo video, mostrando que o ocidente tem grande culpa,eles deveriam tbm ser julgados.
Convidado- Convidado
Re: Líbia: Vala comum com restos mortais de 1,2 mil detentos é achada
o mundo é um lugar sombrio,me lembra ruanda
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"Seu verdadeiro lar está dentro do seu coração e continua com você onde quer que você vá; mas um lugar legal e aconchegante é um motivo maravilhoso para voltar para casa!"
-J.R.R.Tolkien
Re: Líbia: Vala comum com restos mortais de 1,2 mil detentos é achada
É difícil muitas vezes nós acreditamos o que ocorre nesses lugares, mas tem coisas que agora aparecem como entrega de pessoas para serem torturadas, a filha (adotiva) do Gaddafi que estava viva (Hanna) e tinha ido até a Londres , treinamento do SAS, documentos que demostram que os ingleses preferiam esconder a verdade sobre Gaddafi ter financiado ataques do IRA em troca de acordos de petróleo.
As covas coletivas encontradas só dão um choque de realidade do que é um país governado por um insano, por isso todos são Ruanda, apesar do nome mudar, são lugares onde a vida vale menos que nada.
As covas coletivas encontradas só dão um choque de realidade do que é um país governado por um insano, por isso todos são Ruanda, apesar do nome mudar, são lugares onde a vida vale menos que nada.
marcelo l.- Farrista "We are the Champions"
- Mensagens : 6877
Data de inscrição : 15/06/2010
Re: Líbia: Vala comum com restos mortais de 1,2 mil detentos é achada
O que deve ter de historia nao oficial e cheia de intere$$es alheios no meio desse jogo, deve ser pior que qualquer filme ou seriado, pode crer.
ediv_diVad- Farrista além das fronteiras da sanidade
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Data de inscrição : 10/06/2010
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