Retrospectiva FARRA 2011 HQ´parte 1

Os acontecimentos que permearam o mundo dos Quadrinhos em 2011, revisados.

Hoje apresenta: Dwayne McDuffie

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20 de fevereiro de 1962 - 21 de fevereiro de 2011



À frente da Liga da Justiça a fase dele somou um total de 19 edições mensais além do especial de casamento da Canário Negro e do Arqueiro Verde.

Dentre os artistas que trabalharam com ele estiveram, principalmente, o brasileiro Ed Benes, Joe Benitez, Rags Morales e Shane Davis.

É de opinião quase unânime dos fãs do mundo todo, inclusive da crítica, que a fase de McDuffie foi uma das piores da Liga da Justiça da América em muitos anos, mas não é todo mundo que sabe as rédeas nas quais ele foi obrigado a trabalhar, acabando totalmente com suas ideias e fazendo-lhe escrever quase todos os arcos com muita amargura e negação.

Dwayne McDuffie era foda,uma grande perda de verdade,curtia os roteiros dele no desenho da liga

Porque a LJA de Dwayne McDuffie PRECISA ser lida

SEM LIMITES

Desde o começo o autor teve problemas sérios para encaixar os personagens mandados pela editora em seus planejamentos. O primeiro arco, Sem Limites, mostra a Liga da Injustiça recém reformulada por Lex Luthor, Coringa e Mulher-Leopardo, considerados por alguns como os principais vilões da Trindade da DC Comics. Eles escolhem vilões para compartilharem de seus ataques aos heróis assim como Batman, Superman e Mulher-Maravilha escolheram companheiros para a LJA no início da fase de Brad Meltzer.



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Durante todo o desenvolvimento da história, apesar de bons diálogos e de caracterizações certeiras do novo Nuclear (criado pelo próprio escritor), do Batman e alguns outros heróis como o Tornado Vermelho, todo o plano e o desenrolar dos conflitos são muito bobos, fazendo valer apenas as relações conturbadas de Arqueiro Vermelho e Moça-Gavião. O arco acaba rapidamente em quatro partes com um gancho para um subplot de Lex Luthor que nunca foi revelado. Como a primeira impressão é a que fica, os fãs logo começaram a chiar pelo novo caminho da revista e Dwayne tratou de explicar o que aconteceu em seu fórum.


"Originalmente eu queria que a história tivesse oito edições, mas tive que cortar pela metade por causa de Salvation Run (Planeta dos Condenados, no Brasil, um tie-in da Contagem Regressiva que levou todos os vilões a um planeta isolado para se matarem), então inventei um plot secreto pra Lex Luthor, mas Geoff Johns também tinha planos pra ele, sendo que tive que inventar mais um gancho para um vilão e nem sei quando vou ter chance de retornar a ele. Prometo que tentarei explicar isso melhor nas próximas histórias."



Infelizmente o autor não teve chance de explicar isso, sendo que a DC Comics travou o uso dos grandes vilões na revista devido aos planos maiores para a época: Crise Final e os arcos de outros heróis maiores que levariam à Noite Mais Densa logo em seguida. Era o primeiro corte de recursos com o autor. Em seguida eles travaram o uso de Hal Jordan pelo que Johns havia planejado, então John Stewart foi colocado à força no lugar. Segundo corte de recursos.

UNIVERSO TANGENTE

Uma das maiores reclamações de Dwayne, o que realmente foi um problema sério nesta época, foi ter que adaptar suas histórias e personagens a eventos que aconteciam como um efeito dominó no Universo DC. Com a minissérie Superman’s Reign do Universo Tangente sendo publicada mais uma vez ele foi obrigado a adatar o que planejava sendo obrigado a fazer um one-shot de poucas páginas que amarrava a Liga com personagens do Tangente que vieram para nosso universo. E mesmo assim McDuffie não teve chances de desenvolver melhor o contexto todo, pois apesar disso o Multiverso não poderia ser tocado por ele devido à Crise Final e outros planos maiores. Terceiro corte de recursos, e desta vez bem grande.

"Eu queria usar versões diferentes de alguns heróis, queria até usar o Sindicato do Crime da América, mas não me permitiram. Não podia usar terras alternativas. (…) Ainda acho que o multiverso está fora de cogitação pra mim, assim como viagem no tempo e outras áreas. Se algo mudar, podem ter certeza que vou fazer uma viagem pelas 52 Terras."


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FLASH E MULHER-MARAVILHA

Em uma edição fechada com arte de Ethan Van Sciver o escritor tem chance de trazer um pouco do clima do desenho animado da Liga (que ele produziu e roteirizou por vários episódios) lidando com ameaças mais reais com Flash (Wally West) e Mulher-Maravilha. A história é interessante por mostrar bem a relação dos dois relembrando os tempos do desenho animado, mas novamente vemos os bloqueios editoriais com Flash anunciando que não pode participar muito da Liga por seus problemas familiares.

CRISE FINAL

Quando a saga de Grant Morrison foi anunciada o editor Dan DiDio logo quis deixar bem claro que seria uma história auto-contida, com poucos tie-ins e que estes sairiam em formato de one-shots ou minisséries à parte, sendo que nenhuma mensal seria jogada aí para não fazer os fãs gastarem demais com uma história. Entretanto, para complicação de McDuffie e também de alguns leitores, a Liga da Justiça foi obrigada a ter um tie-in em Justice League of America #21.


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O autor foi forçado a mostrar Libra e Flama Humana, que seriam aproveitados na saga principal, num contexto próprio e que não fugisse de seus planos. Incrivelmente o escritor conseguiu fazer uma boa edição mesmo com tantas travas impostas e deu cabo de amarrar tudo em seu planejamento inicial. Foi um dos poucos momentos que ele conseguiu fazer o que queria mesmo com imposições editoriais. Mesmo assim, ele não deixou de ser sincero:

"A Crise Final e outros eventos me deixaram sem acesso a qualquer dos personagens que eu realmente queria para a equipe. Não podia fazer todo mundo simplesmente desaparecer no meio do arco, então o fiz na frente das câmeras. Perder os grandões foi um problema pra mim, então decidi fazer disso um problema para a Canário Negro também."

RESSURREIÇÃO (TORNADO VERMELHO)

Um dos personagens que McDuffie queria que saísse de sua Liga da Justiça era o Tornado Vermelho, mas não de supetão. A ideia era que uma saída fosse desenvolvida aos poucos após ele ter resoluções mais acertadas para seu destino, o que não aconteceu. O autor teve que ajeitar uma saída rápida porque a editora planejava uma minissérie fechada do herói robótico e pra isso ele teria que ser arrancado da LJA. Com o arco Ressurreição o escritor lidou novamente com Amazo como contraparte do herói, arrumou um corpo novo pra ele e o fez pedir sua namorada em casamento para então dar cabo do Professor Ivo e sair de cena rapidamente.

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Apesar de ter um desenvolvimento melhor que histórias anteriores, talvez porque Dwayne já tinha imaginado coisas para o Tornado que sairiam mais tarde, fica claro que as resolução são corridas e o excesso de batalhas e diálogos desnecessários durante as cenas de ação incomodam um pouco. Mais uma vez o escritor compartilhou um pouco do que acontecia por trás das câmeras nessa época.

"Na verdade minha intenção era manter o Tornado Vermelho como o computador da Liga por um bom tempo, tanto para deixá-lo fora do palco um pouco como também para poder explorar melhor os caminhos dele aos poucos, mas a DC o precisava com um corpo imediatamente para uma minissérie. O que eu tinha imaginado como um subplot de Amazo acabou virando história principal, infelizmente. (…)"


Continua...

na boa crise final foi bem desenhada mas os roteiros foram um lixo,mas a saga do tornado vermelho até que foi legalzinha