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'Matei 255 pessoas e não me arrependo', diz ex-atirador americano no Iraque

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Mensagem por Juca_Son Sex Jan 06, 2012 11:49 am

"A lenda", "o exterminador" e "o diabo de Ramadi" são apenas algumas alcunhas pelas quais o atirador de elite reformado Chris Kyle ficou conhecido entre os colegas.

Entre 1999 e 2009, o então oficial do pelotão Charlie, terceiro grupo da força Seal da Marinha americana, construiu para si uma temida reputação como o atirador mais letal da história da corporação.

Oficialmente, o Pentágono registra 150 mortes no seu nome – o que em si já representa um recorde em relação ao anterior, de 109, até então mantido por um atirador durante a Guerra do Vietnã.

Entretanto, Kyle afirma que sua contagem é maior. Só na segunda batalha de Fallujah, no fim de 2004, diz, tirou a vida de 40 inimigos.

Em um livro da editora HarperCollins que chega às livrarias americanas, American Sniper - "Atirador de elite americano", em uma tradução livre e literal – ele relata com detalhes o seu trabalho em quatro viagens de combate ao Iraque.

"Adorei o que fiz. Ainda adoro. Se as circunstâncias fossem diferentes – se minha família não precisasse de mim – eu voltaria em um piscar de olhos", escreve o atirador.

"Não estou mentindo nem exagerando quando digo que foi divertido."

A narrativa é clara – "crua", até, como definiu um crítico literário americano – e deixa entrever a complexa e tensa psicologia da guerra.

Kyle relata como ao longo da carreira deixou de hesitar ao mirar nas suas vítimas e passou a desempenhar melhor suas funções sob fogo cruzado.

Sua companhia Charlie foi uma das primeiras a desembarcar na Península de al-Faw no início da chamada Operação Liberdade, iniciada em 20 de março de 2003 pelo então presidente dos EUA, George W. Bush.

No fim daquele mês, na área de Nasiyria, os oficiais Seal aguardavam em um povoado iraquiano a chegada dos marines, fuzileiros navais americanos, que se aproximavam.

No topo de um edifício, Kyle conta que ele e outros oficiais de seu pelotão tinham como objetivo oferecer cobertura para os fuzileiros.

Quase todos os moradores se trancaram em suas casas, de onde assistiam a tudo por detrás das cortinas. Apenas uma mulher e uma ou outra criança se movimentavam na rua.

Quando os marines se encontravam a certa distância, a mulher tirou um objeto amarelado de sua bolsa e caminhou em direção aos militares.

"É uma granada! Uma granada chinesa", disse o chefe de Kyle. "Atire."

Ao vê-lo hesitar, o chefe repetiu: "Atire!"

Kyle puxou o gatilho duas vezes, a "primeira e única vez" em que matou uma pessoa no Iraque que não fosse homem e combatente.

"Era meu dever. Não me arrependo", escreve. "Meus tiros salvaram vários americanos cujas vidas claramente valiam mais que o daquela mulher de alma distorcida."

"Posso me colocar diante de Deus com uma consciência limpa em relação ao meu trabalho."

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Kyle faz mira durante a segunda Batalha de Fallujah, onde matou 40

O americano do Texas, que aprendeu com o pai a atirar ainda na juventude e virou um boiadeiro de destaque, se converteu em mestre em uma das funções mais controversas em conflitos armados.

Na 2ª Guerra Mundial, atiradores de elite eram considerados assassinos em série. O recordista mundial de mortes é um atirador finlandês que naquele conflito tirou 475 vidas russas durante a invasão da Finlândia pela então União Soviética.

Na guerra contemporânea, onde a precisão é valiosa, esses especialistas ganharam status especial. Kyle se orgulha de ter matado um homem a uma distância de 2.100 metros no subúrbio xiita de Sadr City, nos arredores de Bagdá, em 2008. "Deus soprou aquela bala que o atingiu", escreve.

O recorde mundial nesse quesito é mantido por um atirador britânico que alvejou um inimigo a quase 2,5 quilômetros no Afeganistão em 2009.

Assassinatos a tiro cometidos por sociopatas e psicopatas – como o de Washington, em 2002, ou da ilha de Utoeya, na Noruega, no ano passado – reforçam uma imagem de frieza desses profissionais.

Entretanto o que as páginas de Washington Sniper revelam com candura é um ódio profundo que Kyle nutriu pelo Iraque ("o lugar fedia como um esgoto – o fedor do Iraque é algo a que nunca me acostumei") e por seus inimigos.

"Verdadeiramente, profundamente odeio o mal que aquela mulher (sua primeira vítima) possuía. Odeio até hoje", escreve o militar.

"Mal selvagem, desprezível. É isso que estávamos combatendo no Iraque. É por isso que muitas pessoas, incluindo eu, chamavam os inimigos de 'selvagens'."

As quatro participações de Kyle em combates lhe renderam prestígio e fama. Os insurgentes iraquianos o batizaram de al-Shaitan ("o diabo") e colocaram, em um sentido inclusive literal, a sua cabeça a prêmio.

O militar diz que sua fama de matador mais eficiente da história das Forças não é de grande importância.

"O número não é importante para mim. Apenas queria ter matado mais gente. Não para poder me gabar, mas porque acho que o mundo é um lugar melhor sem selvagens à solta tirando vidas americanas."

Reformado de sua função em 2009, ele hoje vive no Texas, onde é diretor de uma empresa que presta serviços para as Forças Armadas americanas, treinando atiradores de elite.

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Kyle disse que deixou o Iraque 'para salvar o casamento', mas tem saudades

O livro:
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Fonte: [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]
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Mensagem por Goris Sex Jan 06, 2012 12:21 pm

Uau, aquela mulher do mal...

Eu riria se não fosse tão triste.
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Mensagem por Quero Café Sex Jan 06, 2012 3:20 pm

Vi o anuncio desse livro no terra e li a apresentação dele e o primeiro capítulo em inglês no amazon.
Estou babando de vontade de ler esse livro.
Alguém tem em pdf ou em scan?
Aposto um dedo que vai ser o próximo filme do Clint Eastwood, mas obviamente com distorção da mensagem do filme.
Ou melhor... não aposto nada.
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Mensagem por Mogur Sex Jan 06, 2012 5:26 pm

Acho que o cara é um misto de heroi e filho da puta!

Heroi porque cumpriu sua missão na guerra, mandando ver nos inimigos (guerra é guerra, então matar pessoas é um destino), mas filho da puta por achar que os iraquianos são "selvagens", e os "americanos" são os bonzinhos...

Esse trecho reflete a lavagem cerebral que ele sofreu em seu treinamento: "acho que o mundo é um lugar melhor sem selvagens à solta tirando vidas americanas"... como se as vidas americanas fossem mais importantes que as vidas das pessoas das outras nações... extremamente ridículo.

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Porque um homem que foge do seu medo pode descobrir que, afinal, apenas enveredou por um atalho para ir ao seu encontro. (J. R. R. Tolkien, em Os filhos de Húrin)
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Mensagem por Convidad Sex Jan 06, 2012 8:23 pm

O recorde da "morte branca" jamais será batido. 475 tiros certeiros Suspect


Acredito na pericia e nos números desse atirador, mas a fama dele faz parte da propaganda de guerra do Tio Sam. Videos de snipers dos rebeldes matando fuzileiros americanos foram tirados rapidamente do youtube.

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Mensagem por n-rod Sex Jan 06, 2012 10:32 pm

Chris Kyle escreveu:
"Adorei o que fiz. Ainda adoro. Se as circunstâncias fossem diferentes – se minha família não precisasse de mim – eu voltaria em um piscar de olhos", escreve o atirador.

"Não estou mentindo nem exagerando quando digo que foi divertido."

"Era meu dever. Não me arrependo", escreve. "Meus tiros salvaram vários americanos cujas vidas claramente valiam mais que o daquela mulher de alma distorcida."

"Posso me colocar diante de Deus com uma consciência limpa em relação ao meu trabalho."

"Verdadeiramente, profundamente odeio o mal que aquela mulher (sua primeira vítima) possuía. Odeio até hoje", escreve o militar.

"Mal selvagem, desprezível. É isso que estávamos combatendo no Iraque. É por isso que muitas pessoas, incluindo eu, chamavam os inimigos de 'selvagens'."

03 coisas que chamam minha atenção:

1. interessante como militares apreciam tanto o seu ofício.
até mesmo aqui no rj, na operação de ocupação do morro do alemão, o brilho nos olhos de satisfação e orgulho de quem subia o morro e a frustração dos não convocados.

2. particularmente, não acredito em soldados ou policiais heróis.
estão mais para "cavaleiros das trevas", não fazendo o que é justo ou certo, mas o que deve ser feito.

3. junte um 11 de setembro, um povo intolerante e uma campanha do governo para ter pessoas como este cidadão, não tão diferente de outros americanos, sejam civis ou militares, que realmente acreditam que povo muçulmano é um mal a ser detido e eliminado.

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