Um Conto de Duas Cidades (Charles Dickens)

A História: "Um Conto de Duas Cidades" narra a estória dos Manette, uma família nobre francesa, que como muitas outras, se exilou na Inglaterra antes da Revolução Francesa. Os acontecimentos se desenrolam simultaneamente em Londres e Paris, contando a vida dessa família e as peripécias da Revolução e seus antecedentes, incluindo o sentimento de vingança que se apossou da população pobre da França.

O chefe da família, Doutor Manette, foi um prisioneiro da bastilha por 15 anos durante o reinado de Luís XVI, e isso trouxe sérias conseqüências à sua sanidade mental. Quando finalmente conseguem tirá-lo da prisão, levam-no para a Inglaterra, onde fica morando com a filha. Diante da situação da França durante a Revolução e da prisão de um leal funcionário, Charles, o marido da filha do Doutor Manette, se vê obrigado a ir a França para resgatar esse amigo, mas ele também é preso e fica aguardando processo por traição à pátria (por viver fora do país), o que o pode levar à guilhotina. Com isso toda a família Manette, junto com seus criados e amigos íntimos, é forçada a ir até França para salvar Charles e acaba se defrontando com os horrores da Revolução.

Sobre o Livro: Acabei de ler "Um Conto de Duas Cidades", minha primeira incursão pela obra de Charles Dickens... e não me decepcionei nem um pouco. A principio, a trama é meio confusa, demorando um pouco para identificar os personagens centrais. Dickens, usa tais personagens fictícios para explorar os motivos que levaram à primeira revolução francesa e suas devastadoras consequências, criando uma ponte entre as duas cidades do título (Londres e Paris). O autor, mostra-nos uma visão mais imparcial dos fatos, com um profundo senso histórico, criticando violentamente tanto a corrupta e maligna aristocracia francesa, quanto os primeiros revolucionários, que engendrando a revolta através de ideais distorcidos de vingança, ódio e desejo de sangue, derrubam o decadente sistema (começando pela queda da Bastilha), e criam um novo, tão violento, injusto e indiferente para com as necessidades do povo quanto o antigo (ou até mais), sob falsos parâmetros de "Liberdade, Igualdade e Fraternidade ou Morte" (sendo está última, a única verdadeira, a única que interessa).

O fraco do autor pelo melodrama e pela teatralidade de maneira alguma prejudicam a obra, pelo contrário: Dickens escreve com tamanha fúria sobre as perversidades cometidas pelos dois regimes (sendo que ele deixa claro que, as maldades do segundo, são naturalmente, frutos inevitáveis do primeiro) que é impossível não se envolver em um nível extremamente profundo com a história e seus personagens, e este últimos são, em sua maioria, muito bem desenvolvidos, passando por fantásticas mudanças ao decorrer da narrativa, lidando com sentimentos e temas universais e mesmo assim eternamente polêmicos como amor, ódio, vingança implacável e cega (daquela que envenena a alma a ponto de destruir completamente a distinção entre o bem e o mal), perdão, alienação e animalização e volubilidade popular, determinação, sacrifício e redenção, mostrando que mesmo no pior dos tempos, a vilania de toda uma comunidade (ressaltando novamente, totalmente ignorante de suas próprias atrocidades, o que não as isenta da responsabilidade), por pior que seja, pode destruir o corpo, mas não o coração e a alma das pessoas honestas, mesmo que estas últimas se constituam de um número infinitamente inferior às primeiras, pois o espírito humano, no fim das contas, responde a desígnios muito maiores.

muito bom

Valeu, cara. Tenho que praticar mais a nobre arte da escrita!

Muito bom, esse título é o nome de um episódio de LOST em mais uma de suas várias referências literárias (só um parênteses)

ediv_diVad escreveu:Muito bom, esse título é o nome de um episódio de LOST em mais uma de suas várias referências literárias (só um parênteses)

Putz, que memória, David, não lembrava dessa. Abrams e Lindelof são ultra-nerds de respeito!

chrisliter escreveu:

ediv_diVad escreveu:Muito bom, esse título é o nome de um episódio de LOST em mais uma de suas várias referências literárias (só um parênteses)

Putz, que memória, David, não lembrava dessa. Abrams e Lindelof são ultra-nerds de respeito!

Resquícios de memória analógica, hehehe, tem também aquela "The Shape of Things to Come" que é um livro do H. G. Wells.

Mas Chris, tu gostou da linguagem do Charles Dickens? Vai ler outro dele?

ediv_diVad escreveu:

chrisliter escreveu:

ediv_diVad escreveu:Muito bom, esse título é o nome de um episódio de LOST em mais uma de suas várias referências literárias (só um parênteses)

Putz, que memória, David, não lembrava dessa. Abrams e Lindelof são ultra-nerds de respeito!

Resquícios de memória analógica, hehehe, tem também aquela "The Shape of Things to Come" que é um livro do H. G. Wells.

Mas Chris, tu gostou da linguagem do Charles Dickens? Vai ler outro dele?

esse ai antes ja tinha no battlestar galactica auahuah

ediv_diVad escreveu:

chrisliter escreveu:

ediv_diVad escreveu:Muito bom, esse título é o nome de um episódio de LOST em mais uma de suas várias referências literárias (só um parênteses)

Putz, que memória, David, não lembrava dessa. Abrams e Lindelof são ultra-nerds de respeito!

Resquícios de memória analógica, hehehe, tem também aquela "The Shape of Things to Come" que é um livro do H. G. Wells.

Mas Chris, tu gostou da linguagem do Charles Dickens? Vai ler outro dele?

Fora as milhões de referências a Stephen King também, preferiria os dois cuidando de "A Torre Negra"!

Gostei da linguagem do Dickens, é até bem fácil, apesar de fragmentada no começo, e em diversos momentos a obra me lembrou bastante do clássico naturalista "O Cortiço", com o povo sendo relegado ao papel de "coisa" pela aristocracia. Uma coisa que talvez incomode nos dias atuais é a excessiva formalidade dos diálogos vindos da articulação perfeita dos personagens, mas acho que essa é uma característica inglesa que persiste até os dias de hoje, e tem seu charme, assim como o belíssimo e edificante final, que o Dickens, aparentemente, sabe trabalhar como ninguém. Pretendo continuar a ler esse escritor sim, acho que existem mais um cinco livros dele na biblioteca da minha cidade.

Questao escreveu:

ediv_diVad escreveu:

chrisliter escreveu:
Putz, que memória, David, não lembrava dessa. Abrams e Lindelof são ultra-nerds de respeito!

Resquícios de memória analógica, hehehe, tem também aquela "The Shape of Things to Come" que é um livro do H. G. Wells.

Mas Chris, tu gostou da linguagem do Charles Dickens? Vai ler outro dele?

esse ai antes ja tinha no battlestar galactica auahuah

O Questão e seus comentários já me fizeram começar três ou quatro séries, daqui a pouco estarei indo para a quinta!

chrisliter escreveu:

Questao escreveu:

ediv_diVad escreveu:
Resquícios de memória analógica, hehehe, tem também aquela "The Shape of Things to Come" que é um livro do H. G. Wells.

Mas Chris, tu gostou da linguagem do Charles Dickens? Vai ler outro dele?

esse ai antes ja tinha no battlestar galactica auahuah

O Questão e seus comentários já me fizeram começar três ou quatro séries, daqui a pouco estarei indo para a quinta!

ahuahua eu tento

Questao escreveu:

chrisliter escreveu:

Questao escreveu:

esse ai antes ja tinha no battlestar galactica auahuah

O Questão e seus comentários já me fizeram começar três ou quatro séries, daqui a pouco estarei indo para a quinta!

ahuahua eu tento

uaaaaaaaaauu, vcs são d+!!! n sabia dessas referências...
adoro Dickens..li Great expectations e conto de natal...que vi em praticamente tds as suas formas, séries,desenhos,filmes,muppets,especial da globo..e por aí vai...

O 6x10 do MAD MEN também teve esse nome: http://www.imdb.com/title/tt2939966/