Mais um passo atrás no Oriente Médio
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Mais um passo atrás no Oriente Médio
Os palestinos da facção laica, moderada, Fatah, e da facção radical islâmica Hamas assinaram esta semana em Doha, no Catar, um acordo com vistas à formação de um governo de unidade. Primeiro, um governo interino e, logo depois, realização de eleições, com a posse de um governo que resulte da vontade da maioria do povo palestino. É sempre bom destacar desde logo que o Fatah reconhece a existência do Estado de Israel e aceita negociar com o mesmo para a formação do Estado da Palestina e para uma convivência pacífica entre ambos. O Hamas não só não aceita a existência do Estado de Israel, como quer a destruição do mesmo. Sendo assim, a primeira indagação que se faz é sobre qual das posições irá prevalecer no novo governo. Especialmente, naquele que for eleito pelo povo palestino.
O acordo foi criticado pelo primeiro-ministro de Israel Benyamin Netanyahu, que o considerou um retrocesso no processo de paz na região. No entanto, é preciso ressaltar que o próprio Netanyahu e o seu governo são os principais responsáveis pelo que está acontecendo. E explico. O Fatah, da Autoridade Nacional Palestina, que domina a Cisjordânia, sempre quis negociar com Israel, tendo porém, condicionado essa negociação a uma interrupção por parte de Israel dos assentamentos judaicos que estão sendo implantados em territórios palestinos. O presidente da ANP, Mahmoud Abbas, reiteradas vezes fez esta colocação. Os próprios integrantes do chamado “quarteto negociador”, formado por Estados Unidos, União Européia, Rússia e ONU, por diversas vezes fizeram também pedidos nesse sentido, mas também nunca foram ouvidos. Israel seguiu e segue com sua política de assentamentos. Ainda em meados de janeiro último, deu-se um atrito entre Israel e o Reino Unido, quando o chanceler britânico Nick Clegg recebeu em Londres o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas e disse para ele que a ampliação dos assentamentos judaicos na Cisjordânia é “um ato deliberado de vandalismo contra a premissa básica sobre as quais as negociações ocorrem há anos”. O vice-chanceler israelense Danny Ayalon acusou Clegg de mal-informado e irresponsável por causa de críticas.
Vê-se, portanto, que não são apenas os países árabes, tradicionais aliados dos palestinos, que estão contra esta política de Israel. São os Estados Unidos e a Europa, para dizer o mínimo. Pois, na medida em que seguiu com sua política, Israel deixou de fazer um acordo com o Fatah, que poderia fortalecer a organização moderada. Um acordo que poderia estabelecer a exigência de o Fatah impor o controle sobre o Hamas, impedindo a facção radical de continuar com o lançamento de foguetes sobre cidades israelenses. Poderiam passar para a ANP a responsabilidade de controlar o Hamas. Nada disto foi feito porque o governo israelense, seguramente, está apostando muito mais na sua política de ocupação territorial. Uma política que, como se observa, despreza os palestinos que estão dispostos a negociar a paz. O que, em última análise, fortalece o radicalismo.
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O acordo foi criticado pelo primeiro-ministro de Israel Benyamin Netanyahu, que o considerou um retrocesso no processo de paz na região. No entanto, é preciso ressaltar que o próprio Netanyahu e o seu governo são os principais responsáveis pelo que está acontecendo. E explico. O Fatah, da Autoridade Nacional Palestina, que domina a Cisjordânia, sempre quis negociar com Israel, tendo porém, condicionado essa negociação a uma interrupção por parte de Israel dos assentamentos judaicos que estão sendo implantados em territórios palestinos. O presidente da ANP, Mahmoud Abbas, reiteradas vezes fez esta colocação. Os próprios integrantes do chamado “quarteto negociador”, formado por Estados Unidos, União Européia, Rússia e ONU, por diversas vezes fizeram também pedidos nesse sentido, mas também nunca foram ouvidos. Israel seguiu e segue com sua política de assentamentos. Ainda em meados de janeiro último, deu-se um atrito entre Israel e o Reino Unido, quando o chanceler britânico Nick Clegg recebeu em Londres o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas e disse para ele que a ampliação dos assentamentos judaicos na Cisjordânia é “um ato deliberado de vandalismo contra a premissa básica sobre as quais as negociações ocorrem há anos”. O vice-chanceler israelense Danny Ayalon acusou Clegg de mal-informado e irresponsável por causa de críticas.
Vê-se, portanto, que não são apenas os países árabes, tradicionais aliados dos palestinos, que estão contra esta política de Israel. São os Estados Unidos e a Europa, para dizer o mínimo. Pois, na medida em que seguiu com sua política, Israel deixou de fazer um acordo com o Fatah, que poderia fortalecer a organização moderada. Um acordo que poderia estabelecer a exigência de o Fatah impor o controle sobre o Hamas, impedindo a facção radical de continuar com o lançamento de foguetes sobre cidades israelenses. Poderiam passar para a ANP a responsabilidade de controlar o Hamas. Nada disto foi feito porque o governo israelense, seguramente, está apostando muito mais na sua política de ocupação territorial. Uma política que, como se observa, despreza os palestinos que estão dispostos a negociar a paz. O que, em última análise, fortalece o radicalismo.
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Re: Mais um passo atrás no Oriente Médio
Por que seria um passo atrás?
Se conversas e acordosmoderados não funcionam, qualquer mudança é uma evolução.
Se conversas e acordosmoderados não funcionam, qualquer mudança é uma evolução.
Goris- Farrista Cheguei até aqui. Problem?
- Mensagens : 4591
Data de inscrição : 15/06/2010
Idade : 48
Localização : Volta Redonda / RJ
Re: Mais um passo atrás no Oriente Médio
Goris escreveu:Por que seria um passo atrás?
Porque Israel não troca palavras com o Hamas.
Re: Mais um passo atrás no Oriente Médio
Parallax escreveu:
O Hamas não só não aceita a existência do Estado de Israel, como quer a destruição do mesmo.
Isso foi seco, sucinto e brutal.
Jamm- Farrista além das fronteiras da sanidade
- Mensagens : 18746
Data de inscrição : 18/06/2010
Re: Mais um passo atrás no Oriente Médio
Vai parecer algo bem cínico de minha parte ainda mais envolvendo milhões de inocentes de cada lado, mas se Israel não quer conversar com os moderados, levando os radicais ao poder, as coisas ou estão indo como Israel quer, ou vão levar a mais mortes idiotas e, a longo prazo, novos acordos de paz.
Goris- Farrista Cheguei até aqui. Problem?
- Mensagens : 4591
Data de inscrição : 15/06/2010
Idade : 48
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