Animais de raça estão na mira de criminosos

mercado de venda de animais de raça tem interferido nas estatísticas da criminalidade em Belo Horizonte. Cães, pássaros, gatos e cavalos são alvos de ladrões. Em 2011, ocuparam o quarto lugar no ranking de roubos na capital, quando 2.232 animais foram levados de seus donos mediante violência, e a quinta posição nos furtos. Nessa modalidade, sem agressão ou ameaça, foram furtados 4.038 bichos. As ocorrências movimentam o comércio clandestino destinado à procriação dos animais de raça, geralmente vendidos a preços altos. Mas também são usados por usuários de drogas como moeda de troca para custear o vício, segundo a polícia.


Para o especialista em segurança pública e professor da PUC Minas Robson Sávio, a participação dos animais no mundo do crime está relacionada ao crescimento do mercado de pet shop e, principalmente, ao valor comercial dos animais. "Eles são cada vez mais caros e bem tratados. Por poderem ser usados para procriação são vistos como uma oportunidade de renda para criminosos." Ele explica que, no caso dos cães, por exemplo, o pequeno porte do animal e o alto valor agregado fazem dele um alvo fácil e atrativo para os bandidos. Sobre outros bichos, como pássaros, o especialista lembra a riqueza da fauna brasileira, vista como rara internacionalmente. "O que pode ocorrer é que animais raros recolhidos em outros locais possam ter sido apreendidos em Belo Horizonte", disse.

Criador de cães da raça pug, o médico-veterinário Daniel Peixoto de Queiroz, de 31 anos, não só ouve relatos de clientes que tiveram seus animais furtados ou roubados como também foi vítima do crime. Em janeiro de 2010, ele percebeu ao acordar que dois de seus animais haviam sido levados de casa durante a noite. Além do prejuízo de R$ 10 mil, ficou o sentimento de perda. Os animais, segundo ele, são dóceis e cativantes, latem pouco e são ótimos para serem criados como bichos de estimação. "Na época, espalhei faixas pela cidade e, depois de 20 dias, consegui recuperar um deles na Pedreira Prado Lopes pagando recompensa de R$ 1 mil. A pessoa disse que tinha encontrado na rua, mas acredito que possa ter adquirido como resultado do tráfico", contou. Depois do furto, o médico-veterinário mudou os hábitos dos bichanos. "Não os deixo mais dormir no quintal. São animais caros que têm grande procura no mercado. Não movimenta um comércio com o de roubo de carros, por exemplo, mas existe uma demanda grande por usuários de drogas que usam como dinheiro fácil ou por alguém que rouba para reproduzir", contou. Segundo Queiroz, o objetivo da ação criminosa que envolve animais é sempre financeiro. "Não se rouba animal de raça por carinho ou por amor ao bicho", disse.

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tenso,agora ja vi de tudo novamente