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[comunicação] Três Mitos da Mídia

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Mensagem por ediv_diVad Qua Mar 21, 2012 9:19 pm

TRÊS MITOS DA MÍDIA
A Máscara contra gás, o "Furtivo" (F-117 Stealth) e o Patriot


"O mito é um modo de significação, é uma palavra, uma forma."
ROLAND BARTHES


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Durante seis meses, de agosto de 1990 a fevereiro de 1991, a atenção do mundo concentrou-se em tomo da crise do Golfo. Governos, mídia e cidadãos do planeta seguiram, dia após dia, as dramáticas evoluções de um dos casos de política internacional mais importantes desde o fim da Segunda Guerra Mundial, e que devia, aliás, desde 17 de janeiro de 1991, desembocar num conflito de curta duração, mas de uma envergadura considerável.



ARTICULAÇÃO ENTRE DUAS ERAS

A vida cotidiana sofreu grandes mutações em muitos países, quer pelo medo de eventuais atentados, quer pelo desejo de acompanhar moralmente as forças engajadas no local. A economia, os transportes e o lazer foram fortemente sacudidos, a tal ponto que os observadores da vida política qualificam hoje esta crise de "articulação entre duas eras".

De fato, ela marca não apenas o verdadeiro fim da guerra fria (1947-1989), mas sem dúvida também o limiar de uma nova era política da qual se pode dizer - embora seus contornos ainda não estejam perfeitamente definidos - que ela se caracteriza por três dados fortes.

Ela se baseia em primeiro lugar no fim do mundo bipolar, isto é, o fim de um mundo militarmente dominado pela rivalidade entre os Estados Unidos e a ex-União Soviética (a Rússia, que a sucedeu, admite agora que a dimensão de seus problemas internos a obriga a concentrar-se sobre eles e a abandonar as múltiplas frentes militares do planeta).

Em segundo lugar, ela é marcada pela hegemonia de urna teoria econômica que se tornou um sistema de pensamento, o ultraliberalismo que, levantando-se das ruínas do universo ideológico precedente (e apoiado por instituições internacionais como o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico e a Organização Mundial do Comércio), tem vocação para estender-se a todo o planeta e a ocupar, em particular no Leste mas também no Sul, o espaço abandonado pelos socialismos.

O terceiro elemento característico e a competição econômica de um novo tipo que vê confrontar-se entre si os três pólos mais ricos da Terra: a América do Norte (Estados Unidos, Canadá e México), os quinze países da União Européia e a zona Japão-Ásia-Pacífico (apesar da crise financeira que sacudiu esta região a partir do verão de 1997).

O conjunto dessas mutações aconteceu, no contexto do fim dos anos 80, marcado pela globalização da economia, de um lado, e pelo surgimento de novas tecnologias da informação e da comunicação, de outro.

Inervando todas as redes, estas últimas tecnologias puderam modificar até os domínios do poder, da economia da produção e da cultura. Por si sós, induziram a uma mudança de época e tornaram caducos, comparativamente, os outros modelos. Elas relegaram para mais longe ainda a periferia do mundo rico e desenvolvido, principalmente os países pobres do Sul.


MUDANÇA DE PARADIGMAS

Por mais fundamental que seja esta "revolução" - e talvez precisamente por esta razão - nem por isso ela está sendo verdadeiramente pensada. Nenhum filósofo ou politólogo chegou, por ora, a fazer uma descrição precisa ou a esboçar os contornos e perceber as múltiplas conseqüências dessa revolução. Em primeiro lugar, porque a mudança está prosseguindo no exato momento em que a evocamos.Tanto que uma mudança importante de paradigmas confunde ainda mais nossas referências. Os paradigmas do progresso e da coesão social são discretamente abandonados e substituídos respectivamente pela comunicação e pelo mercado. A impressão geral é que o mundo parece submerso no caos.

Estamos imersos nesta grande transformação sem saber para onde ela pode levar-nos. Qual será a paisagem política, econômica, social, cultural e ecológica do planeta quando este formidável tremor do século chegar ao fim? Ninguém, atualmente, parece estar em condições de descrevê-lo.

Por isso, em circunstâncias como estas, uma das questões importantes diz respeito à capacidade dos grandes meios de comunicação de massa de enriquecer nosso imaginário, de criar mitos de hoje: Como explicam eles este universo em mutação? Que relato propõem do mundo que nos cerca? Que objetos nos apresentam como emblemas da confusão moderna?

"O mito - escreve Roland Barthes - não se define pelo objeto de sua mensagem, mas pelo modo como o profere. (...) Então, tudo pode ser mito? Sim, creio eu, pois o universo é infinitamente sugestivo. Cada objeto do mundo pode passar de uma existência fechada, muda, a um estado oral, aberto à apropriação da sociedade, pois nenhuma lei, natural ou não, proíbe falar das coisas. (...)

Evidentemente, nem tudo é dito ao mesmo tempo: alguns objetos se tornam presa da palavra mítica durante um momento, desaparecem e outras tomam seu lugar, acedem ao mito.(...) Longínqua ou não, a mitologia só pode ter um fundamento histórico, pois o mito é uma palavra escolhida pela história; não poderia surgir da natureza das coisas.

Assim, apoiando-se na história contemporânea, uma "história do direto", por ocasião da guerra do Golfo, a mídia nos apresentou três objetos como mitos do fim de um tempo...


SUPEREXCITAR O TELESPECTADOR

Entretanto, aqui não se trata de refazer a análise das mentiras da mídia na guerra do Golfo. Muitos trabalhos foram publicados, trabalhos que descreveram e denunciaram as derrapagens daquela ocasião. Como já dissemos e constatamos a cada nova tempestade midiática, a televisão é uma mídia da simplicidade; por conseguinte, toda superinformação acarreta quase que automaticamente uma desinformação. A avalanche de notícias - muitas vezes fúteis, vazias - retransmitidas "em tempo real" superexcita o telespectador (ou o ouvinte) dando-lhe a ilusão de informar-se. Mas o recuo no tempo mostra praticamente cada vez mais que aquilo é um engodo.

Pois descrever "diretamente e em tempo real" um evento não permite absolutamente ao jornalista tomar distância, dar-se o tempo da reflexão e da verificação, nem compreender simplesmente o que se passa sob seus olhos... Ele hesita, interpreta, enfeita e, nolens volens, acaba finalmente enganando os telespectadores. Impor à informação a velocidade da luz é confundir informação com atualidade, jornalismo com testemunho. Isto levou a graves equívocos. "A guerra do Golfo - afirma Paul Vinho - marca o começo de uma pergunta decisiva sobre o reino da informação imediata: pode-se democratizar a ubiqüidade, a instantaneidade, a imediatidade que sãojustamente os apanágios do divino, em outras palavras, da autocracía?"

Desde o começo da guerra do Golfo os telespectadores experimentaram uma viva insatisfação vendo as imagens do conflito apresentado pelo conjunto das emissoras de TV. Mas faltou um elemento central: a própria guerra. Tornada estranhamente invisível, ela foi substituída por toda uma série de imagens de síntese, de substitutos decepcionantes, de sucedâneos medíocres: documentos de arquivos, maquetes, mapas, relatos de peritos militares, debates, testemunhos telefônicos. Resumindo, tudo menos a guerra, ponto cego de um gigantesco mecanismo que está lá para filmá−la em todas as dimensões.


A MÁSCARA CONTRA GÁS


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Mas os telespectadores atentos certamente se lembram que, ao longo de toda esta tragédia, três objetos, de formas nitidamente identificadas, impuseram-se simbolicamente, tomando rapidamente valor mítico.

O primeiro foi a máscara contra gás. Como se surgisse dos confins que metem medo, ela dá àquele que a usa um aspecto de himenóptero, de inseto inquietante de enormes olhos globulosos ede boca-filtro. Lembra, principalmente, a arcaica mania de uma morte invisível e inodora, como uma bruma mortífera que sepultava com sua mortalha peçonhenta os homens e as armas, para dissolvê-los numa massa de aspecto idêntico e terrificante.

Sob este ponto de vista, a máscara contra gás sacudiu, e com razão, telespectadores conscientes, a ponto de perceberem que uma outra das grandes particularidades de nosso tempo é a crise das ideologias de massas e a busca, por parte de cada um, indivíduos e comunidades, de traços identificatórios fortemente distintivos.

A máscara contra gás suscitou um singular pavor, simbolizando a ameaça da abolição do indivíduo moderno, para remetê-lo ao lado indistinto das multidões, das massas sem rosto, sem vontade, que obedecem às ordens de uma hierarquia longínqua e onisciente. Que o uso da máscara se tenha tornado obrigatório por causa da ameaça de um regime autocrático e monopartidarista (o de Saddam Hussem) confirmou a idéia de que era exatamente um objeto vindo do passado, anterior à democracia. Mas, ao mesmo tempo, a máscara não deixou de exercer um fascínio. Cada um podia ver nela o que ameaça em democracia que se tornaram orwellianas, que a hipertrofia da mídia faz implodir: o rosto anônimo e múltiplo do cidadão sondado, vigiado, espreitado, massificado, aquele ser abstrato, manipulado pelos novos donos do mundo que controlam sua mente e lhe ditam, discretamente, seu comportamento.


O "FURTIVO"


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Um outro objeto-mito, fortemente midiatizado na ocasião da guerra do Golfo, foi o bombardeiro americano F117 Stealth, chamado o "Furtivo". Utilizado pela primeira vez durante a invasão do Panamá, em dezembro de 1989, este avião secreto saia enfim do espesso nevoeiro de mistério que, há anos, o envolvia. De fato, até então, não tinha sido visto, no sentido próprio do termo. Mas no Golfo pôde-se constatar que ele não se parecia com nenhum outro objeto voador. Aliás, o que fez dele um objeto cativante para o telespectador foi sua forma original e inédita (parecia sair de um desenho animado de Batman...), muito mais do que suas performances técnicas e suas proezas de guerra.

Como se sabe, a forma dele é angulosa e triangular. Contrária, em suma, a todos os outros objetos voadores ou rolantes que, submetidos a muitos testes aerodinâmicos, tomaram formas que oferecem a mais fraca resistência ao ar, especialmente formas de animais (peixes e pássaros) cujas pesquisas etológicas mostraram que eles sabiam amoldar seus corpos para penetrar idealmente um fluido.

O Stealth escapa portanto a esta lei do design dinâmico, pois ele não busca tanto a velocidade quanto a invisibilidade. E não importa qual: não é ao olho humano que ele quer ocultar-se - apesar de só voar á noite e ser rigorosamente pintado de preto - mas antes aos instrumentos eletrônicos de rastreamento, aos radares. É por causa disto que foi desenhada sua linha estranha, bicorne, de ângulos bem talhados. Evidentemente, numerosos materiais novos - em particular cerâmicas e plásticos de altíssima resistência - entram em sua fabricação, sempre com a mesma finalidade de torná-lo indetectável (os radares detectam mais facilmente os metais).

Na verdade, o mais impressionante é que ele transgride completamente um princípio fundamental do design imposto pelo Bauhaus no curso deste século, segundo o qual um objeto deve ter, estritamente, a forma de sua função, o resto não passando de floreio, de acessório. O bombardeiro Stealth não tem a forma de sua função. Sua forma é a forma necessária para que seu eco-radar seja nulo...

Por esta razão, ele é, para os instrumentos de rastreamento, tão fascinante como uma pintura em trompe l'oeil é para o olho humano. Impõe aos criadores de formas problemas tão apaixonantes como as representações anamorfoseadas impõem aos admiradores de alguns pintores. Sabe-se, por exemplo, que, em seu quadro Os embaixadores (1533), Hans Holbem, O Jovem, representou uma forma alongada, pálida e estranha que não é legível a não ser com auxílio de um espelho cilíndrico colocado sobre a tela; e descobre-se então que se trata de um esqueleto de crânio.

Hoje alguns objetos - principalmente armas - são fabricados com materiais e formas que lhes permitem passar, sem alarme, pelos aparelhos detectores de metais nos aeroportos e outros lugares sob vigilância. A invisibilidade diante das máquinas de fiscalizar ou de detectar condiciona formas e matérias do objeto. E não mais sua função, a não ser que se considere que a função "positiva" - para que serve o objeto? - seja de mínima importância em relação à função "negativa" - como não ser destruído? Neste caso, a forma é condição de vida para o objeto e sua função se torna secundária.

Enquanto se multiplicam por toda parte as máquinas de vigilância - videovigilância, sensores e sistemas sofisticados de alarme, escutas de todo tipo, radares vulgarizados, satélites-espiões, pistas informáticas, etc. - será que é possível imaginar o próximo aparecimento de objetos "furtivos" virtualmente capazes de escapar deste cerco e fazendo desta performance sua qualidade principal? Sem preocupar-se com uma estética harmoniosa para o olho humano?

O "Furtivo" encarna aqui um mito tão antigo como Ulisses: aquela esperança inconsciente do cidadão, mais vigiado do que nunca nas sociedades livres mas superinformatizadas, a esperança de tomar-se por sua vez furtivo, não deixar qualquer traço, ser invisível como um fantasma, uma alma do outro mundo, um espírito, e material como um ser vivo.


O PATRIOT


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Enfim, o terceiro objeto-mito que atraiu a atenção dos telespectadores da guerra do Golfo foi sem dúvida o míssil antimissil Patriot. Aqui, o que surpreende à primeira vista é a forma não heróica do engenho. Uma bateria de tubos, dispostos vulgarmente à maneira dos arcaicos "órgãos de Stalin" da Segunda Guerra Mundial. Nada que se assemelhe à panóplia futurista dos filmes de George Lucas, do tipo Guerra nas estrelas. Uma forma minimalista, grosseira, mal acabada, como se desta vez, ao contrário do F117, a eficácia da função prevalecesse sobre qualquer outra coisa.

Objeto fascinante por seu próprio funcionamento e sua rapidez (embora se saiba hoje que a grande maioria dos Patriot errou seu alvo) pois está diretamente ligado a um satélite-espião que detecta o lugar de onde vai ser lançado um míssil (o pré-aquecimento do míssil antes de ser lançado, a altíssimas temperaturas, trai sua posição), marca sua partida, sua velocidade, sua trajetória e avisa o Patriot.

Este, com as instruções recebidas, estabelece sua própria velocidade e sua própria trajetória para interceptar o míssil num ponto preciso e destruí-lo. Objeto literalmente futurista uma vez que é o resultado das pesquisas feitas no quadro do programa chamado "guerra nas estrelas", supondo-se por muito tempo que não passava de fruto do delírio da imaginação de um sábio louco.

Mas a forma arte povera, não narrativa, mais "hightech" e desencarnada que qualquer outra, do Patriot, torna insuspeitáveis todas essas qualidades. Ao vê-lo, o que se pensa sobretudo é num objeto inacabado, em fase de experimentação. Ou então numa estética "sem design, "à soviética", como alguns engenhos espaciais da base de Baikonur. O Patriot, por esta razão, descende da família das "formas cruas" - em oposição ás "formas cozidas ou bem acabadas" - das quais fazem parte, confusamente, os estacionamentos subterrâneos de pilares rústicos sem emboço, os cambistas de subúrbio, os buggies biscateiros, a panóplia de Mad Max...

Como mito, o Patriot nos remete ao universo de Blade Runner onde a modernidade se conjuga com a penúria, a violência com a miséria. E onde o essencial é existir, sobreviver...

Portanto, nesta guerra do Golfo, três midiamitos - a máscara contra gás, o bombardeiro "Furtivo" e o Patriot - têm um ponto em comum: o de tratar da sobrevivência. A sobrevivência do próprio engenho (Stealth) ou, nos dois outros casos, a sobrevivência daqueles que se servem deles. Como se, neste fim de século, a sobrevivência da humanidade se tivesse tomado de alguma forma um objetivo mítico. Como se mitos novos se tornassem indispensáveis para tomar aceitável este fim de século. "Pregando mitos - escreve Pietro Citati - o homem, ser inacabado, salva a humanidade de seu aspecto fragmentário".


MAGIAS DO VIRTUAL

Será que esses três mitos, impostos pela mídia em toda a sua força emblemática durante a guerra do Golfo, traduzem uma visão pessimista do mundo?

Há razões para se pensar que sim. E, particularmente, porque eles pertencem, todos os três, a um universo híbrido e inédito, onde os mecanismos de visualização e de interação multissensoriais se desenvolvem e nos constrangem a olhar nosso meio ambiente com novos olhos. Graças ao progresso das imagens digitais, já podem ser criados "meios ambientes virtuais". Imagens de síntese levam os Patriot ou os Stealth, mas também aquelas bombas guiadas a laser que a televisão mostrou tantas vezes, a confirmar a idéia (em última análise falsa) da "intervenção cirúrgica".

Multiplicam-se as máquinas cerebralizadas - graças à inclusão de circuitos integrados - e agora também dotadas de visão. Sua proliferação, transtornado a percepção do real, levanta novos problemas. Os contornos que definem o mundo real são empurrados para limites que causam vertigem. Mergulhando-nos - pela visão e pelas sensações - num ambiente virtual criado graças a imagens de síntese, as novas técnicas modificam nossa percepção do mundo e abalam nossas referências mais sólidas.

Se o Patriot, por exemplo, se chama assim, será simplesmente por acaso? Não seria para dizer-nos que no meio de tanta confusão convém agarrar-se a um "valor seguro": o patriotísmo?

Todos esses signos, esses sintomas da grande mutação atual devem alertar os cidadãos, para que a razão não vacile, impelindo alguns a agarrar-se de novo àquilo que os etnólogos chamam de "pensamento mágico".

Será ainda por acaso que, na nossa época tão tecnicizada, horóscopos e jogos de azar floresçam por toda parte, que a astrologia e outras quiromancias se dêem tão bem? Diante do avanço insólito do progresso científico, o cidadão assustado é tentado pelo irracional, pelo pensamento regressivo. O retorno aos "valores seguros" e arcaicos: patriotismo (e principalmente seus derivados extremos, o nacionalismo e o chauvinismo), fundamentalismos religiosos, fanatismo neoliberal...

Foi também isto, essas paixões exasperadas, que a guerra do Golfo fez explodir. Elas provam a profundidade da confusão contemporânea.


Tirado do livro: "A Tirania da Comunicação" de Ignácio Ramonet (1999)



Última edição por ediv_diVad em Qui Mar 22, 2012 10:23 am, editado 4 vez(es)

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Mensagem por ediv_diVad Qua Mar 21, 2012 9:21 pm

Esse livro aí é muito bom pra todo mundo ler, encontra-se uma versão PDF bem facil no 4shared, vale a pena conferir, seja qual for a área que você atua.

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Mensagem por ediv_diVad Qua Mar 21, 2012 9:39 pm

O livro é de 1999, o fim de uma era, de lá pra cá muita coisa aconteceu, os eventos tornaram-se mais mundiais do que nunca, veio a revolução digital e a internet estourou (thanks, Lord), mas ler ele nos dá uma boa ideia do que tornou-se hoje as megacorporações de jornalismo e propaganda nesse contexto.

As primeiras palavras do livro...

O que há de mais terrível na comunicação é o inconsciente da comunicação.
PIERRE BOURDIEU


Já pouco confiável, o sistema de informação está atualmente sujeito a uma revolução radical com o advento do digital e da multimídia, cujo alcance é comparado por alguns como da invenção da imprensa em 1440, por Gutemberg.

A articulação do telefone, do televisor e do computador dá origem a uma nova máquina de comunicação, interativa, fundada nas proezas do tratamento digital. Reunindo as performances e os diversos talentos de cada meio de comunicação separado, a multimídia e a Internet criam uma
ruptura que poderia acabar revolucionando todo o campo da comunicação e talvez até o campo da economia: é o que o presidente americano, Bill Clinton, espera, ao lançar, desde 1994, o ambicioso projeto das auto−estradas eletrônicas para fortalecer os Estados Unidos em seu papel de primeiro no ranking das indústrias do futuro.

Conglomerados entre os mastodontes da telefonia, do cinema, da televisão, da publicidade, do vídeo, da TV a cabo e da informática estão em curso. Vendas, fusões e conglomerações se sucedem, colocando em jogo dezenas de milhões de dólares... Alguns sonham com um mercado perfeito da informação e da comunicação, totalmente integrado graças às redes eletrônicas e por satélites, sem fronteiras, funcionando em tempo real e continuamente; eles o imaginam construído sobre o modelo do mercado de capitais e de fluxos financeiros contínuos...

O principal modelo do futuro das comunicações é o êxito − real − da Internet, essa rede mundial de computadores que, ligados entre si por modens doravante sistematicamente integrados, podem dialogar e trocar informação. Criada nos Estados Unidos em 1969, sob a iniciativa do Pentágono, e imediatamente adotada pelos meios da contracultura americana, como também pela comunidade científica e universitária internacional, a Internet constitui um modelo de convivialidade telemática cada vez mais ameaçada pelos apetites econômicos dos grandes grupos industriais e midiáticos que estão de olho nos quase 140 milhões de usuários conectados, pessoas fascinadas com um ciberespaço imaterial.

A própria imprensa escrita não pode mais estar a salvo deste furacão de ambições desencadeado pela nova utopia tecnológica. A maioria dos grandes jornais já pertence a megagrupos de comunicação e os raros títulos ainda livres na Europa, cada vez mais dependentes da receita publicitária, estão doravante expostos a cobiça dos novos donos do mundo.

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Mensagem por Convidado Qua Mar 21, 2012 11:03 pm

Muito interessante. Vou baixar logo, antes que o mundo ou o 4shared acabem! Very Happy

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Mensagem por Questao Qua Mar 21, 2012 11:30 pm

pura verdade hauuha

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