H.P. Lovecraft. Quem gosta?

H.P. Lovecraft é um autor clássico que viveu entre 1890 e 1937. Suas obras mais famosas são contos de terror com elementos do sobrenatural ou da ficção científica. Suas histórias serviram de inspiração para várias outras criações da cultura pop. Como games, filmes e até mesmo letras de música, principalmente de Heavy Metal e música gótica. Lovecraft não é um nome muito conhecido, mas provavelmente você já ouviu falar do asilo Arkhan que aparece nas histórias do Batman, certo? Pois bem, esse asilo foi criado pelo autor e aparece em várias histórias dele. Outro elemento muito usado é o Necronomicon, um livro de demonologia ficticio criado pelo autor que aparece em muitos filmes, como O Legado dos Valdemar e Uma Noite Alucinante.

A maioria das histórias de Lovecraft tem como personagem principal um intelectual anti-social e mentalmente perturbado (meio que um retrato dele mesmo), seus contos quase não possuem personagens femininas e nenhum deles têm romance. Os finais são quase sempre pessimistas. O texto em prosa é feito quase sem diálogos e a maioria delas é em primeira pessoa. Outra característica das obras dele, algo que dá certo desconforto, é o racismo. Autores que viveram na época em que ele viveu geralmente possuiam em suas obras algumas passagens bem preconceituosas. Percebi isso lendo algumas obras de Agatha Christie e A Princesa de Marte. Afinal o pensamento ético-racial não existia na época. Sempre que aparece alguém negro, asiático ou indigena, além de serem bem quadjuvantes, são retratados como brutos e ignorantes. O criador do Necronomicon, por exemplo, o livro mais perverso do mundo segundo o autor, é um árabe. O "Árabe Louco" Abdul Alhazred.

A Tumba da editora L&PM reúne 13 contos do autor. Dentre eles destaco:

• Aprisionado com o Faraó: que tem como personagem principal o ilusionista, que existiu na realidade, Houdini. O mágico é aprisionado em uma tumba faraônica e acaba tendo que escapar de criaturas sobrenaturais terriveis.
  
• A estranha casa que pairava na névoa: fala de um homem que vai investigar uma casa que fica no alto de uma montanha, um lugar de difícil acesso em que todos se perguntam como o morador faz pra entrar e sair dela. Chegando lá o personagem principal da história acaba se envolvendo com uma criatura da mitologia grega.
  
• Entre as paredes de Eryx: única história de ficção científica. Fala sobre um explorador que ao visitar outro planeta em busca de cristais de energia acaba sendo preso em uma armadilha alienígena.

Eu gosto. Já li essa coletânea de contos A Tumba, da L&PM, que é composta por uns contos bem legais. Ele consegue fazer você se sentir na pele do personagem e se sentir perturbado pelos transtornos que os mesmos passam. A única coisa que eu não gosto muito na narrativa dele, é o fato de em muitos contos ele deixar a grande revelação para o último parágrafo e às vezes até, para a última linha do texto. A história terminar de forma tão abrupta não me agrada muito... Mas foi um grande autor e é uma referência para muitos.

eu li todos os livros e sou fã,normalmente é um intelectual ou detetive durão,tem um clima noir e de horror psicologico que até hoje funciona.ficando atemporal,quando fizerem um filme com metade do clima que ele coloca nos livros dele,vai ser o filme mais foda de todos os tempos

eu não acho que são racistas,os personagens simplesmente são sinceros como suas epocas,acho que os livros atuais politicamente corretos chatos,porque as pessoas não são perfeitas,alem do mais racismo é a ultima coisa no lance? cultos satanicos,serial killers desmembradores,estupradores rituais,demonios ancestrais,porra falar de racismo seria até coisa leve a respeito

os personagens em sua maioria são egoistas e tem um instinto de sobrevivencia foda,o que da um tom de realidade quando você está sendo caçados por cultos conspiratorios e monstros ancestrais

ghmartins escreveu:Eu gosto. Já li essa coletânea de contos A Tumba, da L&PM, que é composta por uns contos bem legais. Ele consegue fazer você se sentir na pele do personagem e se sentir perturbado pelos transtornos que os mesmos passam. A única coisa que eu não gosto muito na narrativa dele, é o fato de em muitos contos ele deixar a grande revelação para o último parágrafo e às vezes até, para a última linha do texto. A história terminar de forma tão abrupta não me agrada muito... Mas foi um grande autor e é uma referência para muitos.

Eu também curto. Embora tenha lido poucas histórias dele até o momento, todas me agradaram. Entendo sua frustração, cara, mas o fato de as histórias do Lovecraft terem finais abruptos são coerentes com a estrutura narrativa de um conto de horror, onde o autor não pode se estender tanto em explicações como em um romance.

As revelações aterrorizantes sendo reservadas para o final também são um recurso frequentemente usado pelos grandes autores (e diretores) do gênero (geralmente em narrativas curtas, mas também pode ser encontrado nas longas), afinal, o maior trunfo do gênero horror/suspense é justamente o mistério acerca do "monstro", pois o medo do desconhecido é o mais eficiente de todos. Usando livremente um exemplo de Stephen King:

você se encontra sozinho uma casa escura e decrépita à meia-noite, de repente escuta algo arranhando a porta do lado de fora, apesar de todos os seus instintos de auto-preservação gritarem na sua cabeça, uma curiosidade mórbida praticamente o empurra para o local, sua mente começa a imaginar todos os tipos de horrores escondidos atrás da porta, somente esperando você chegar perto o sufiente para... então você coloca a mão na maçaneta e gira, e na sua frente, ergue-se um inseto de três metros de altura e você pensa "- Caramba um inseto de três metros de altura é algo terrível, mas eu posso enfrentar, meu medo é que ele tivesse trinta metros"... na mesma situação a pessoa abre a porta e encontra um inseto de trinta metros e pensa "- putz, um inseto de trinta metros é pavoroso, mas eu também posso lidar com isso, meu verdadeiro medo é que ele tivesse trezentos metros".

Ou seja, o monstro (ou seja lá o que for) deve ficar nas sombras pelo máximo de tempo possível, pois quando ele surgir, o choque vai ser inevitável, mas de pouca duração, pois o elemento realmente assustador (o medo pessoal do desconhecido) se foi, e se o criador insistir muito, forçar demais a sequência da narrativa após a revelação, a história pode acabar descambando pro ridículo!

Sei que eu me estendi muito, mas é que eu sou assim quando meu gênero favorito entra no assunto, começo a falar ou escrever demais, e fico muito chato. Desculpem qualquer coisa!