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[documentário] A conspiração contra o Brasil

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Mensagem por ediv_diVad Ter maio 15, 2012 4:35 pm

Só o trailer agora...



Título original - O Dia que durou 21 anos

Extraordinário Documentário que revela minuciosamente a participação do governo dos Estados Unidos no golpe militar de 1964 que durou até 1985 e instaurou a ditadura no Brasil. Pela primeira vez, documentos do arquivo norte-americano, classificados durante 46 anos como "Top Secret" são expostos ao público.

Textos de telegramas, áudio de conversas telefônicas, depoimentos contundentes e imagens inéditas fazem parte desse documentário, narrado pelo jornalista Flávio Tavares.

O Dia que durou 21 anos é uma coprodução da TV Brasil com a Pequi Filmes, com direção de Camilo Tavares. Roteiro e entrevistas de Flávio e Camilo Tavares.


Última edição por ediv_diVad em Qua Abr 10, 2013 4:17 pm, editado 3 vez(es)
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Mensagem por Questao Ter maio 15, 2012 4:50 pm

hauhau cara eu nem vejo novidade nisso a União sovietica e os estados unidos brincaram de war com o mundo,só a inglaterra e a china eram meio imparciais nisso tudo, o resto eram apenas peões,coisas da guerra fria e do grande muro
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Mensagem por ediv_diVad Seg Nov 12, 2012 11:31 am

O dia que durou 21 anos – documentário que todo brasileiro merece assistir

Embora muitos já tenham assistido, a esmagadora maioria dos brasileiros infelizmente não viu, o que explica a ignorância e a perenidade de tantas mentiras sobre aquele período histórico, que, meio século depois, a grande mídia brasileira mantém vivas

O que este país mais precisa, neste momento histórico, é de doses cavalares de… Memória. Só revendo o passado é que poderemos avaliar o presente e projetar o futuro. Para tanto, porém, teremos que retroceder no tempo. Voltaremos, neste texto, a cerca de meio século.

Em um momento em que só se fala em “mensalões” – petistas, tucanos etc. –, um documento histórico nos propiciará enxergar o que até hoje permanece nas sombras: o maior mensalão de todos os tempos, bem como coincidências impressionantes entre o ontem e o hoje, as quais continuam a nos roubar a tranqüilidade quanto à democracia que, a duras penas, ainda pelejamos para construir no Brasil.

O documentário “O Dia que Durou 21 anos” (2011) é uma produção da TV Brasil com a Pequi Filmes, com direção de Camilo Tavares, filho de uma das vítimas da ditadura. O material apresenta os bastidores da participação do governo dos Estados Unidos no golpe militar de 1964.

Sim, muitos já assistiram, mas a esmagadora maioria dos brasileiros infelizmente não viu, o que explica a ignorância e a perenidade de tantas mentiras sobre aquele período histórico, que, meio século depois, a grande mídia brasileira mantém vivas.

Esse material imprescindível, que deveria figurar em todos os currículos escolares dos quatro cantos do país, mostra como e por que os Estados Unidos decidiram interferir na política interna do Brasil.

[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]
Lincoln Gordon, embaixador dos EUA no Brasil
em 1964 – o homem que comprou o Brasil. (Foto: arquivo)

Documentos inéditos e oficiais, amparados em depoimentos de acadêmicos norte-americanos e brasileiros, revelam como, sob o pretexto do avanço comunista em Cuba, os Estados Unidos vieram ao Brasil e compraram, literalmente, políticos, governos estaduais e, acima de tudo, meios de comunicação, que enriqueceram graças à intervenção americana.

Uma frase dos golpistas manipulados pelo governo norte-americano abre o documentário: “Aqueles que não amam a revolução, ao menos devem temê-la”.

Era a senha para o terror que sobreviria por mais de duas décadas, durante as quais verdadeiros facínoras, travestidos de militares, roubaram a nação ao custo de seqüestros, torturas e assassinatos.

Uma rica coleção de documentos oficiais e confidenciais norte-americanos, que vazaram há poucos anos, comprovam cada letra do parágrafo anterior, narrando, minuto a minuto, a estratégia ianque desde pouco antes do golpe militar de 1964 até o dia 2 de abril daquele ano.

O documentário não trata do desenrolar da ditadura, mas de como os Estados Unidos, através do seu então embaixador no país, Lincoln Gordon, ao custo de incontáveis milhões de dólares compraram consciências e colocaram como seus empregados todos os atores do golpismo que seqüestrou e manteve cativo um país inteiro durante mais de duas décadas.

O Brasil, então uma potência emergente, a maior da América Latina, entregava aos ianques o sangue e o suor de seu povo. Homens como Jango Goulart e Leonel Brizola, porém, ameaçavam os “interesses” da potência estrangeira. E o que era “pior”: eram apoiados pelo povo.

Para eliminar a ameaça “comunista” aos seus “interesses”, sob a crença insana de que a América Latina lhes pertencia os EUA fizeram de seu embaixador no país um agente secreto, alguém que se tornou um dos mais relevantes personagens da história brasileira.
Gordon chegou ao Brasil ainda no governo Jânio Quadros, que renunciaria e deixaria o vice-presidente, Jango Goulart, em seu lugar. O objetivo da nomeação desse “diplomata” fluente em português era, escancaradamente, o de transformar a embaixada norte-americana em um mero departamento da CIA.

Gordon abraçou a causa com ardor. E foi através de seu empenho, das idiossincrasias de um único homem, que a maior potência militar e econômica daquela época transformou em um inferno as vidas de dezenas de milhões de brasileiros.
Para seduzir a elite branca, dona de imensidões de terra, de indústrias e, sobretudo, de jornais, rádios e televisões, as idéias de Jango e Brizola sobre reforma agrária cairiam como uma luva.

Os ianques pouco se importavam com os interesses econômicos dessa elite, mas tais interesses lhes seriam úteis para evitar que uma nação do porte do Brasil se tornasse “Não uma Cuba”, como diziam, mas “Uma China”, dada a já imensa população nacional.
O que mais impressiona em “O Dia que Durou 21 Anos” é o depoimento de Robert Bentley, então assistente de Gordon. Grande parte das afirmações que você acaba de ler foram confirmadas e até relatadas por esse homem.

Se você leu, nos últimos anos – talvez em jornais como Estadão ou Folha ou em revistas como a Veja –, que o governo Lula teria inaugurado uma “república sindicalista” no Brasil, saiba que a expressão nasceu nos momentos que antecederam o golpe de 1964.

Eis a primeira das muitas coincidências que sobrevirão.

Em documentos oficiais do governo norte-americano de então, é dito, explicitamente, que o que deveria desencadear o golpe não seria o interesse dos brasileiros, mas o dos Estados Unidos – ou seja: o golpe foi dado por brasileiros com a finalidade de satisfazer outro país.

O presidente norte-americano era John Fitzgerald Kennedy. Esse que alguns até hoje consideram herói cometeu crimes inomináveis contra nosso país de forma a roubá-lo, nem que, para isso, milhões de brasileiros tivessem que pagar o preço. Para tanto, fez com que a agência de inteligência ianque, a CIA, começasse a expandir suas ações no país, começando por São Paulo.

Empresas norte-americanas concessionárias de serviços como energia ou telefonia tinham suas concessões vencendo em um quadro em que não tinham cumprido as exigências do Brasil para que se instalassem aqui. Dependia do governo brasileiro, portanto, renová-las ou não. Era nosso direito. Mas os norte-americanos só aceitariam uma decisão…

Com efeito, o combate midiático ao tamanho do Estado que se vê ainda hoje começou muito antes. Quando você lê num desses veículos supracitados o inconformismo de editorialistas com essa questão, na verdade está dando uma mirada no passado.
As televisões norte-americanas, então, apresentavam longos programas sobre o risco de o Brasil se insurgir contra seus interesses. E avisavam: “Para onde o Brasil for a América Latina irá junto”.

Abertamente, portanto, Kennedy falava à sua nação que seu governo “não aceitaria” uma decisão eleitoral do povo brasileiro que contrariasse seus interesses. E ameaçava: “Temos recursos, habilidade e força para proteger nossos interesses”.

Os Estados Unidos, porém, não precisariam de tanto. Bastaria usarem a carteira.

Primeiro, os norte-americanos tentaram comprar o povo brasileiro – e os de outros países da América Latina – despejando na região quantidades imensuráveis de dinheiro através de um programa que intitularam “Aliança para o Progresso”.

Segundo Bentley declarou em “O Dia que Durou 21 Anos”, eram gastos em Educação, agricultura, infra-estrutura: “Fale em um setor e ali estava o dinheiro da Aliança”, disse ele.

Não foi suficiente. O dinheiro norte-americano não comprava nem o governo João Goulart nem o povo, que continuava apoiando aquele governo. Assim, sob recomendação de Gordon, os Estados Unidos decidiram que era preciso “organizar as forças militares e políticas contra o governo”.

Kennedy, então, passou a literalmente comprar os opositores de Goulart no Congresso brasileiro, em governos estaduais e, sobretudo, na imprensa. Veículos como o jornal o Estado de São Paulo e O Globo passaram a ser receptáculos de quantidades pornográficas de dólares desembolsados pelos Estados Unidos.

Os beneficiários da dinheirama ianque, em contrapartida, tinham que organizar uma campanha de “enfraquecimento” e de “desestabilização” do governo federal. Para esse fim, a arma mais importante foi a… Imprensa.

Para que os recursos chegassem aos destinatários, uma trama criminosa foi engendrada. O mensalão ianque, que corromperia a imprensa, parlamentares e governadores de Estado como Carlos Lacerda, chamava-se Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais (IPES). Escritórios dessa agência do golpe foram abertos em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Porto Alegre.

A imprensa, subsidiada pelo IPES, passou a fazer campanha anticomunista relatando os “horrores” da União Soviética, de Cuba etc. O empenho anticomunista domou Estadão, Globo e Folha, primeiro, através do bolso.

Esses veículos passaram a verter, dia após dia, acusações e críticas de “descalabro administrativo” e de “corrupção” contra o governo brasileiro. Não passava um único dia sem que torrentes de matérias nesses veículos, entre outros, fossem despejadas sobre o povo.
Informações falsas ou manipuladas eram plantadas na mídia, que, como hoje, pouco admitia uma mísera opinião divergente ou dava destaque a desmentidos. E, se dava, era sempre em proporção absurdamente desigual. Sem falar que muitos assuntos eram simplesmente vetados.

A grande mídia de então inundava tudo que podia com propaganda contra o governo. Cinemas, jornais, rádios, novelas. Tudo. Não havia como escapar de coberturas como as que o Jornal Nacional fez diariamente contra o governo Lula e continua fazendo contra o governo Dilma.

Tudo muito bem pago por dinheiro subtraído ilegalmente do erário norte-americano e repassado, mensalmente, aos escritórios do IPES, que, por sua vez, repassavam, além de a meios de comunicação, também a parlamentares, que passavam a votar no Congresso como queria o presidente… Dos Estados Unidos.

Qualquer semelhança com o que se passa hoje não é mera coincidência. Se você acredita em mim, pode parar por aqui. Do contrário, assista a íntegra do documentário “O Dia que Durou 21 Anos”.

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Mensagem por ediv_diVad Ter Mar 19, 2013 3:41 pm

Documentário sobre EUA e o golpe de 64 traz áudios originais, diz diretor

Camilo Tavares conta como filme sobre vida de seu pai, o jornalista Flávio Tavares, acabou virando trabalho sobre participação dos americanos na queda de João Goulart

O documentário "O Dia que durou 21 Anos", que trata da participação do governo dos Estados Unidos no golpe militar de 1964, levou quase cinco anos para ser feito, da ideia inicial até a finalização. O filme estreia no Brasil dia 29, após participar de festivais de cinema no país e no mundo. Em maio, disputa os prêmios de melhor direção e melhor documentário estrangeiro no Festival de Cinema de Saint-Tropez, na França.

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O diretor Camilo Tavares conta, nesta entrevista ao iG , como sua equipe pesquisou e descobriu arquivos e áudios que mostram como os EUA atuaram em ações de desestabilização do governo João Goulart e apoiaram os militares, inclusive com a autorização de envio de uma força-tarefa naval ao Brasil, em nome do combate ao comunismo.

O filme consumiu cerca de R$ 1,8 milhão, dos quais só um terço teve patrocínio. "Tivemos de investir do próprio bolso e pegar empréstimos", disse Karla Ladeia, produtora-executiva do filme e mulher de Camilo Tavares.

iG: Quanto tempo durou a pesquisa para o documentário? Qual foi a origem da ideia de fazer o documentário?
Camilo Tavares: Todo o processo levou cinco anos. A ideia inicial era totalmente diferente do filme final. Queríamos compilar as crônicas da vida de meu pai (o jornalista Flávio Tavares), seguindo sua carreira estudantil e como jornalista, com foco em fatos que marcaram a política do Brasil. Mas em uma reunião de roteiro, quando meu pai levou uma antiga pasta com fac-símiles de telegramas do embaixador Gordon, datados de 1961, percebi que tínhamos nas mãos algo inédito e confidencial. Demos então um novo enfoque ao filme: a câmera estaria na Casa Branca, e os documentos originais top secret, quase todos desconhecidos do grande público, seriam o roteiro do filme: tudo que está ali é verdade, texto original e foi garimpado nos arquivos de Washington com uma equipe incansável!

iG: Como vocês tiveram acesso a esse material, inclusive áudios de conversas dos presidentes norte-americanos Kennedy e Johnson?
Camilo Tavares: Além dos telegramas entre a CIA, do embaixador, e da Casa Branca, a pesquisa encontrou joias como os áudios originais do Presidente Kennedy e Lyndon Johnson. Parte deste material foi liberado em 2004 e 2005 através da Lei de Acesso à Informação pela qual o NARA, Instituto em Washington, coordenado por Peter Kornbluh (que está no filme) se destaca. Com o apoio de Carlos Fico (professor da UFRJ), garimpamos a mídia dos EUA , buscando programas de 1962 e 1963 na TV americana (rede CBS e NBC), peças-chave na época da Guerra Fria para convencer o público e a mídia interna dos EUA da "ameaça comunista" que o Brasil representava com Jango no poder. Muito parecido com o que vivemos hoje, se pensarmos no poder da mídia.

iG:Há documentos inéditos revelados? Os áudios da Casa Branca são inéditos? O que revelam, em sua opinião?
Camilo Tavares: Aqui no Brasil quase tudo é inédito! O mais impactante são os áudios do Presidente Kennedy com o embaixador Gordon em abril de 1962, já tramando toda a conspiração civil e militar! Outra joia rara é a correspondência do adido Militar Vernon Walters, que assinava como ARMA (Army Attaché). Estes documentos comprovam seu papel protagonista, ao aproximar Kruel dos golpistas liderados por Castelo Branco. Além disso, o detalhamento em imagens e telegramas da CIA, que acompanham passo-a-passo as ações de pessoas-chave.
Mas o grande destaque é para o embaixador Gordon. Ele é a figura central desta conspiração e desde 1961, quando aqui chegou, tinha como missão montar seu QG no Rio de Janeiro para comandar o golpe que ocorreu em 1964. A pesquisa de áudio e telegramas do embaixador trouxe muitos detalhes curiosos, que vão render próximas séries para TV e novos filmes.

iG: Foi intenção do filme retratar Lincoln Gordon como uma espécie de vilão?
Camilo Tavares: Não! Veja bem: quem ama a Guerra Fria e odeia os comunistas vai adorar, amar o Gordon, afinal ele venceu! Gordon foi o arquiteto do golpe, o grande estrategista civil. Nós convidamos o assessor dele, Bob Bentley, o braço-direito de Gordon, e Bob topou vir ao Rio a convite do filme. Gravar com ele no consulado dos EUA foi muito interessante! Em 1964, Bob Bentley estava dentro do Congressso Nacional e conhecia meu pai [Flávio Tavares], que era jornalista político do jornal Última Hora.

iG: Quanto tempo durou a confecção do filme?
Camilo Tavares: Foram necessários cinco anos, investimentos pessoais, recursos da produtora Pequi Filmes e um impecável trabalho a seis mãos, entre pai, filho e minha mulher, Karla Ladeia, que assina a produção executiva do filme.

iG: Houve quem se recusasse a depor para o documentário?
Camilo Tavares: Não, tivemos muito cuidado em ser imparciais desde o início. Queríamos dar voz aos entrevistados, para defenderem seu ponto de vista da História. Meu pai fez questão de entrevistar os militares que apoiaram Castelo Branco no golpe de 1964. Muitas vezes, ele havia estado com eles como preso político, como foi o caso de Jarbas Passarinho, que lembrou que havia assinado a extradição de meu pai. Neste sentido, acho que o filme alcança uma maturidade importante para construir um rico diálogo de nossa História – sem revanchismos.

iG: Flávio Tavares, seu pai, aparece em referências no filme. Este filme é também, em alguma medida, uma homenagem pessoal ao ele, que foi preso e exilado pelo regime militar?
Camilo Tavares: Sim. Mas acima de tudo, O DIA QUE DUROU 21 ANOS é uma investigação, quase judicial, da participação dos EUA no Golpe Militar de 1964. Houve espectadores que consideraram o filme um instrumento até para pedir um pedido formal de desculpas dos EUA por apoiar o Golpe Militar que derrubou um presidente democraticamente eleito.

iG: É interessante o áudio em que o presidente Lyndon Johnson discute com o assessor de Segurança o tom da mensagem ao novo presidente brasileiro.
Camilo Tavares: Ali tém Bundy e outro assessor direto do Presidente Johnson na Casa Branca. Este áudio é um outro achado raro! Estava classificado nos EUA como restrito e nós da Pequi Filmes, junto com o NARA de Washington, pedimos que fosse aberto ao público.

iG: Qual é a importância de um filme como este para a historiografia brasileira e para o conhecimento da participação americana no golpe de 1964?
Camilo Tavares: Essencial. Nosso objetivo é que jovens adultos e idosos vejam o filme! Nos cinemas, estamos em nove capitais a partir de 29 de março (sexta-feira da Paixão). E depois, que seja distribuído em larga escala nas universidades Federais e Estaduais. Quem sabe o Ministério da Educação e a Secretaria dos Direitos Humanos não se interessam?

iG: Qual foi a dimensão da participação dos EUA no movimento que derrubou o governo de João Goulart?
Camilo Tavares: Os EUA foram essenciais antes, durante e após o golpe de 1964. Em 1968, temos telegramas que comprovam que, em São Paulo, a Câmara de Comércio dos EUA dava apoio ao AI-5. Nos textos, vemos que a ditadura estava fora de controle, no sentido da tortura e da violação aos direitos humanos, mas os EUA mantinham o “silêncio dourado” – expressão original do telegrama. Ou seja, a violência era vista como um “mal necessário” para manter o sistema econômico com base no capital privado dos EUA aqui no Brasil.
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Mensagem por ediv_diVad Qua Abr 10, 2013 4:14 pm

O Brasil que a ditadura nos roubou

Revolta. Tristeza. Náusea. É o mínimo que se pode dizer da sensação que causa no espectador o documentário O Dia Que Durou 21 Anos, de Camilo Tavares, em cartaz nos cinemas brasileiros. Revolta e tristeza por constatar que, com o golpe, nos roubaram um projeto de país, um futuro. Náusea por conhecer mais a fundo o papel que os Estados Unidos tiveram na derrubada de João Goulart, muito além da teoria da conspiração e da paranóia.

Camilo é filho do jornalista Flávio Tavares, um dos presos trocados pelo embaixador norte-americano Charles Elbrick, sequestrado pelos guerrilheiros da ALN (Ação Libertadora Nacional) e MR-8 em 1969. Sua principal façanha como diretor foi a obtenção de documentos e áudios inéditos que comprovam a participação ativa dos EUA no golpe militar durante o governo John Kennedy e, depois de seu assassinato, com Lyndon Johnson no poder. Particularmente nauseante é a intervenção do embaixador americano no Brasil, Lincoln Gordon, e seu cinismo ao reconhecer oficialmente o governo militar no dia seguinte ao golpe.

Além de tramar, espionar e conspirar para derrubar o presidente de outro país, algo inadmissível para um “diplomata”, Gordon é o responsável pela crença, disseminada até hoje pelas carpideiras da ditadura, de que Jango pretendia transformar o Brasil em Cuba, em um país comunista. Uma mentira histórica tão absurda quanto chamar os guerrilheiros de “terroristas”, como insiste a direita fascista brasileira, incapaz de discernir terrorismo de Estado de reação cívica à ditadura. Propositalmente, para enganar jovens com pouca leitura e desinteressados em conhecer a verdade.

A certa altura do documentário, o líder do PTB então, deputado Bocayuva Cunha, esclarece com todas as letras: “Revolução comunista só existe na cabeça e na estupidez de certa elite brasileira”. O que Jango queria era transformar o País, e tinha apoio popular para isso. Suas reformas de base incluíam a reforma bancária, fiscal, administrativa, educacional e agrária. Jango defendia ainda medidas nacionalistas, que desataram a ira dos EUA, histéricos por proteger os lucrativos negócios de suas empresas no Brasil. A intenção de realizar uma profunda reforma agrária, por sua vez, descontentou os grandes donos de terras. Os mesmos ruralistas que hoje em dia volta e meia se associam aos líderes evangélicos no Congresso em defesa de bandeiras arcaicas e anti-democráticas. Gentalha da pior espécie.

O que seria do Brasil se Jango pudesse ter feito suas reformas de base? Se, já naquela época, a questão da terra tivesse sido resolvida, com o fim dos latifúndios? Se a educação tivesse dado um salto qualitativo? Seríamos a republiqueta de bananas em que o golpe nos transformou durante 21 anos, a mais longa ditadura militar da América Latina? Teríamos os problemas educacionais e de terra que ainda temos hoje? Nosso povo continuaria a ser manipulado por políticos, religiosos pilantras e pela mídia apenas por não ter estudado como deveria? Nosso ensino público teria sido sucateado para que gerações inteiras fossem impedidas de pensar?

Na sessão em que estive, o filme de Camilo Tavares foi aplaudido ao final. Merece mesmo aplausos. E lágrimas. E raiva. E saudade do que não fomos. Vá e leve seus filhos.
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