Opinião Pessoal: Religião

Nasci numa família sem eira nem beira. Meu pai nunca foi religioso e mal falava em deus, já minha madrasta (Sim, minha mãe era evangélica mas não a conheci, morreu 2 anos depois do meu nascimento... influências então: 0) era temente a deus. Temente mesmo! Tudo era motivo de castigo e dor e punição... eu odiava esse deus.

Então resolvi ir a igreja católica e achava o maior saco. Toda aquela cerimônia por uma missa... aff... desisti.
Um certo tempo resolvi ler a Bíblia, o que me parecia relatos de um tempo antigo e muito desestruturado, com um deus radical que preferia sangue a oração. Então também desisti.

Fui a um centro espírita logo após a morte do meu pai e me senti influenciada pela oportunidade de não morrer definitivamente. Entrei em grupos de adolescentes, mesmo sem ser, pois eu já tinha 20 anos. Conheci meu marido lá, foi bem legal, mas ai um grande amigo meu com tendências homossexuais e um dos maiores espíritas altruístas que já conheci, foi convidado a se afastar do lugar, do grupo e principalmente dos jovens devido ao seu jeito afeminado. Eu fiquei arrasada com a discriminação num dos lugares mais sociáveis que havia conhecido. Então fui descortinando as ações dos espíritas e pude perceber que os "santos" do centro espírita eram na verdade "demônios" em seus lares e trabalhos. Odiei cada momento que estive ali, cega e enfeitiçada pelo consolo de ter uma vida após a morte.

Após muita leitura e entendimento do processo histórico religioso, percebi que a criação divina foi com o intuito de dominação. Principalmente pelo medo da religião e do seu carrasco mor: deus.
Comecei a entender como a fato religioso auxiliava em diversos processos de enriquecimento, extorsão, veneração absurdas e por ai. Percebi que a discordância de deus pela ciência,deve-se a esse fator ilusório e jamais provado

Não existe deus. Só uma imagem a semelhança do homem para que não nos sentirmos sós e menos ainda, para que sigamos a trilha que os poderosos e governantes indicarem. Não que eu ache ruim a ideia de deus. Existem muitas pessoas cuja dor da perda não se supera se não houver a fé em algo mítico. Por isso aceito a religiosidade, mas não acredito, só aceito.

Não há nenhum ser soberano que estenda sua mão e nos salve nos momentos de maior desespero, existe sim, uma força nossa, íntima, que acredita que se salvará, mesmo atribuindo essa salvação em algo sobrenatural.

Olha, é óbvia a importância da religião em muitos momentos da humanidade.

Foi graças a característica de união e fraternidade inerentes a ela que a sociedade junto com outros fatores teve estabilidade e no âmbito pessoal a sensação de conforto é uma muleta imprensindível para muitos.

Várias pessoas do mais alto nível de grandiosidade estavam inseridas no meio religioso ou o encabeçaram e os livros sacrosantos são as bases morais para grande parte da humanidade seja anteriormente seja no futuro.

Muitas vezes as instituições religiosas foram tanto salvaguardas quando mecenas dos maiores avanços científicos e artísticos da humanidade.

Várias obras de grande amplitude e relevância na salvaguarda e na preservação da vida e saúde do planeta e das pessoas advém da religião e de suas instituições.

Nunca ninguém pode negar a importância da religião nesses fatos históricos e reais da história.

Mas religião e religiosidade são manifestos de caráter íntimos, particulares, intransferíveis e particulares e como tal não podem e para liberdade (para não dizer segurança) das pessoas não vão ser impostas ou usadas como obrigatoriedade ou único/melhor caminho ou até como inerente e componente ao caráter.

Então cada um (ironicamente em um estado laico ou até não religioso) é livre para seguir e cultivar sua religião, viver segundo seus dogmas e adorar seu(s) deus(es) e obedecer e seguir suas autoridades religiosas.

É comum esse relato de gente que se ressentil com religião. Eu acho estranho, talvez porque nunca deixei de fazer nada ou fui atrapalhado por causa de religião. Acho que isso em grande parte vem de que eu nunca esperei maravilhas dela. Tipo, gostei quando fiz crisma na igreja católica, apesar de encontrar no meio gente falsa e outros com pensamento bem reacionário. Mas encontrei gente muito legal também. Acho que entrar em organização, religiosa ou não, e esperar que todos sejam "santos" só faz com que você quebre a cara. Achei interessante o comentário sobre homofobia no centro espírita. Algo que teoricamente não deveria acontecer já que espiritismo oficialmente não condena. Mas entre teoria e pratica a diferença é muito grande. Por isso fico com pé atrás com gente de papo moralista. Finalizando, hoje eu estou no candomblé e apesar de no início eu achar um saco as reuniões lá hoje, devido algumas experiências interessantes que tive, eu não vejo a hora de começar a próxima. Sei lá, acho que depende muito do geito que você vê a religião para aproveitá-la ou rejeitá-la.

Meu Deus, um belo texto Mononoke.

Sobre a minha...

Eu nasci em uma família católica.
Minha avó me fazia rezar toda noite para meu anjo da guarda e minha mãe era (e é) profundamente religiosa.
Meu pai nem tanto... não tocava no assunto, mas não ia na missa.

Aos 9 anos minha mãe me colocou na primeira comunhão junto com alguns amigos de classe.
Resumia-se a ler e transcrever trechos da bíblia.
Faltei na minha primeira procisão (estava chovendo h.o.r.r.o.r.e.s.) e o padre puniu a mim e aos meus amigos (que também não foram) não nos dando os crucifixos.

Com o tempo fui vendo muitas incongruências na bíblia e na vida religiosa (não, o padre não tentou me pegar...) e resolvi sair (minha mãe não curtiu nem um pouco e meu pai me deu uma força para convencê-la).

Depois disso meu contato com o sagrado veio com a leitura de livros sobre religiões e entrevistas de representates religiosos.

Embora a maioria da minha família fosse católica um primo meu casou com uma espírita.
E como “não existe salvação fora da caridade” a cada vez que a encontrávamos tínhamos de assistir a uma fita (de pelo menos umas 4 horas) de cada caridade que ela havia feito e ficar escutando ela cobrar de nós doações para os necessitados.

Nisso já estava com uns 20 anos e boa parte de minhas leituras me inclinou para o budismo (em especial ao Zen japonês e ao Chan chinês) e para livros com panoramas gerais das diferentes religiões (como “a viagem de Teo” e “o rei, o bufão e o sábio”).

Com o início da internet passei a entrar em salas e listas uma em especial (lista yahoo chung tao) eu participei bastante, onde conheci virtualmente entre outros o monge Guesô e o Rev. Wagner e pude tirar dúvidas e ver a mentalidade dos budistas.

Também participava do fórum da sociedade terra redonda, onde não religiosos debatiam (lembrava muito o farra) onde conheci o Luiz Dantas (que por curiosidade também era budista) entre outros e também via a mentalidade dos ateus, agnósticos e afins.

Entrava também no “religião é veneno” onde curiosamente conviviam de forma pacífica batistas, católicos, ateus, protestantes, Judeus cabalistas, muçulmanos, budistas, agnósticos, animistas, satanistas (adorava tirar sarro deste), etc, o que me proporcionou ter contato com algumas visões de pessoas que não encontramos normalmente.

Certa vez aqui na faculdade foi anunciada uma palestra sobre “reencarnação aos olhos do espiritismo’’ e eu fui ver qual era a ideia... as justificativas... o esquema....
Bem... o palestrante começo falando que “reencarnação existe e ponto!! Estamos aqui apenas para dizer como ela opera..”, como achei bem proselitista saí...
Também ao almoçar no restaurante universitário, todo dia tinha de ficar escutando o pessoal da Aliança Bíblica Universitária falando como a evolução não existe, como ciência é tudo imposição da visão de quem escreve, que se gasta muito em pesquisa quando é Cristo que salva, etc...

Conheci minha esposa e ela veio com o papo de “não custa nada ir ás missas às vezes”, depois “já que vai às vezes não custa nada ir todo domingo”.

Quando resolvemos casar ela veio com “já que vai na missa não custa fazer a primeira comunhão e crisma” (o padre havia falado que se eu não fizesse ela não poderia casar na igreja) e “já que está fazendo não custa se converter” e junto com o relato abaixo quase que acaba o casamento aí.

Bom no “curso” no primeiro dia aprendi como os espíritas “fazem a obra do tinhoso”.

Fui falar com o padre sobre eu estar ali para aprender o rito católico e não para ouvir criticas as outras religiões ao que fui informado que “era assim mesmo, mas ele iria falar com o responsável”.

Na “aula” seguinte aprendi que os batistas não são confiáveis, na seguinte como os evangélicos e protestantes são ignorantes que não sabem ler a bíblia, no próximo era sobre como a igreja católica brasileira estava errada, na seguinte ele acabou com um rapaz que reservadamente conversou com ele falando “a ignorância” que o budismo tem coisas boas e na última que fiquei era sobre como os biólogos são todos uns ignorantes e como a teoria da evolução é uma farsa (todos essas aulas “temperadas” com pérolas de como a mulher deve obedecer ao homem, de como o preservativo não protege, etc).

Contornado a saída do curso (com $$$ para a cerimônia e o fato de eu ser budista e então ter uma religião como desculpa) fomos fazer o curso de noivos.
Nova palestra de “como o preservativo não funciona contar doenças, já que tem poros que passam até os espermatozóides, não servindo assim nem como anticoncepcional” entre outras palestras até interessantes.

Então entrei no farra e conheci vocês.

PQP, cada uma... Um padre que deveria pregar o amor ao próximo, prega a desunião e o preconceito...que bosta hein!

Meus pais, quando eu era criança, eram católicos não praticantes (ou seja, se diziam católicos mas na verdade não tinham religião! Fato...). Depois minha mãe se tornou espirita kardecista e eu tive a oportunidade de ver uma nova visão de religião (porque todo o restante de minha família eram católicos, parte deles não praticantes, parte praticantes fervorosos...), e na época eu achei que visão espírita era a mais "lógica" para mim.

Eu fui espírita, então, por muito tempo. Ao fazer o curso de biologia, e depois ingressar na pós-graduação, tive contato mais forte com pesquisa científica, e pode entender mais fortemente como funciona o rigor científico, que eu concordo plenamente! Isso tudo, juntamente com estudos paralelos sobre a evolução da sociedade humana, sua cultura, crenças, etc. fez com que eu percebesse que Deus não existe, ele apenas foi criado pelo ser humano para explicar coisas inexplicáveis para a época... Desde então sou ateu, e estou muito bem comigo mesmo.

Algumas pessoas acham que eu me tornei ateu por estar com raiva de Deus, por algum motivo obscuro, mas não é nada disso... apenas não tem mais lógica para mim, com o conhecimento que eu tenho atualmente.

Jamm escreveu:Meu Deus, um belo texto Mononoke.

Tire uma mesmo! contanto que me faça rir!

deus existe?
religião pra que serve mesmo?
leia o HQ os borgias e O papa terrivel!

Mononoke Hime escreveu:

Jamm escreveu:
Meu Deus, um belo texto Mononoke.

Tire uma mesmo! contanto que me faça rir!

kkkkkk

Minha experiência com religião foi bastante parecida com a da Mononoke, principalmente no que diz respeito a chatice da missa, na igreja que eu frequentava tinha um Cristo todo ensaguentado em tamanho real, pregado na parede... eu tinha muita pena dele... e medo de quem pendurou ele ali... não consegui voltar a igreja depois que vi o padre expulsar um mendigo que queria assistir a missa...

eu sinto no fundo da minha consciência... deve existir algo que esta fora da nossa compreensão, pois quando vejo as coisas ao meu redor e observo sua funcionalidade... é muita coincidência toda esta existência que nos rodeia estar aqui por mero acaso... seria muita sorte tudo ter se juntado de modo correto e criado nossa existência, mas como sou uma pessoa um pouco ignorante sobre estas questões, fico pensando em quando iremos entender tudo isso... o que a mononoke, victor, hiena e cosme falou tem total relevancia mas vcs nunca sentiram que as coisas são bem feitas demais para não existir um deus?
OBS: nao sigo a menhuma religiao... mas eu penso muito nisso quando olho para as coisas no meu dia a dia

dvdlimas escreveu:eu sinto no fundo da minha consciência... deve existir algo que esta fora da nossa compreensão, pois quando vejo as coisas ao meu redor e observo sua funcionalidade... é muita coincidência toda esta existência que nos rodeia estar aqui por mero acaso... seria muita sorte tudo ter se juntado de modo correto e criado nossa existência, mas como sou uma pessoa um pouco ignorante sobre estas questões, fico pensando em quando iremos entender tudo isso... o que a mononoke, victor, hiena e cosme falou tem total relevancia mas vcs nunca sentiram que as coisas são bem feitas demais para não existir um deus?
OBS: nao sigo a menhuma religiao... mas eu penso muito nisso quando olho para as coisas no meu dia a dia

Cara sinceramente eu penso bem diferente, já parou para pensar que os seres humanos tem a tendência a desestabilizar qualquer ecossistema? Sabe quando você tira um animal de seu habitat e o insere em outro e isso interfere nesse novo habitat? Geralmente é assim com os seres humanos, você realmente acha que a raça humana é tão perfeita? ou você pensa que esse mundo foi criado só para nos satisfazer?

documento farra,me lembra aquele documento manchete uahuahua

achei engraçado que o valdemiro ter passaporte diplomático foi o grande feito negativo dele,to morrendo de rir aqui uahuahua mas nem vou entrar nessa conversa,pois sempre que entra nesse papo a porrada rola solta,vou ficar só olhando uaha

Questao escreveu:
nem vou entrar nessa conversa,pois sempre que entra nesse papo a porrada rola solta,vou ficar só olhando uaha

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Não acho que rolaria estresse num topico tao pessoal quanto esse.

Digo, cada um contando suas experiencias com religião e o que veio delas, nao tem como gerar brigas, têm?

Opinião pessoal é o título do tópico, mas está aberto a opiniões, sem agressividade lógico.

Afinal, o primeiro que encrencar aqui, sai... na marra!

Victor Pax escreveu:(o padre havia falado que se eu não fizesse ela não poderia casar na igreja)

Meu tio passou por uma experiência parecida, mas com resultado diferente... como ele era muito pragmático e não ligava muito pra essas coisas, ele foi criado como luterano (como toda a família do meu pai, descendentes de colonos alemães), e quando foi tratar sobre o casamento, a noiva era católica, o padre disse que ele não poderia casar se não fizesse comunhão e crisma; daí ele virou as costas pro padre e disse "então vou casar numa terreira", e foi indo embora... o padre puxou ele de volta pelo braço e disse "peraí, vamos conversar...". No fim o padre abriu uma exceção e ele pôde casar na igreja.

Goris escreveu:Não acho que rolaria estresse num topico tao pessoal quanto esse.

Digo, cada um contando suas experiencias com religião e o que veio delas, nao tem como gerar brigas, têm?

Acho que não, porque o povo que gosta de se digladiar deve estar fazendo isso nas redes sociais agora, deixando os fóruns em paz...

Acho que mesmo opinando, nao rola briga, afinal é a historia de cada um...

Legal os depoimentos, quem é o próximo?

Tentei escrever pelo celular, mas não rola. Maos tarde cimento algo.

eu pensei em escrever sobre a minha vida,sobre a minha família,meu pai ateu que depois virou agnóstico,mas resolvi resumir o que acho da religião,bom no final das contas,o fato de eu acreditar em algo maior do que eu tem me ajudado a superar problemas e me dar força,não sei se vou continuar sendo evangélico para sempre mas pretendo sempre ser cristão,apesar de viver em um limiar onde pessoal que não é evangélico me acha muito certinho e a maioria dos evangélicos me acham muito rebelde hauhau,eu acredito porque eu quero,bem como amanhã pode ser que deixe de acreditar por livre espontânea vontade,não acho que o fato de eu tentar seguir a bíblia vai me garantir uma vaga no paraíso e nem estou nem ai para outras religiões cada um escolhe a que quer e acho que as pessoas deveriam respeitar a decisão das pessoas,acredito nos indivíduos,cada um é único e não no que as pessoas dizem que acreditam

Vou contar a minha...

Eu cresci numa família em que religião não era considerada uma coisa de importância fundamental.

Minha mãe vem de uma família que era cristã, da Assembléia de Deus. A avó dela (minha bisavó, que cheguei a conhecer) era do tipo que não usava calças e não cortava o cabelo. Já a mãe dela, minha avó, rompeu com a religião ainda na adolescência, quando foi humilhada por um pastor, durante um culto, porque foi vista na cidade, no dia anterior, andando com brincos nas orelhas. Ela criou os filhos e filhas, inclusive minha mãe, sem muita ligação com religião, apesar de ser devota do Padre Reus e ter tido o hábito de ir muito em terreiras, jogar búzios, cartas e coisas do tipo.

Meu pai vem de família luterana, duma cidadezinha de colonização alemã. Ele freqüentava a IECLB e continuou, mesmo depois de vir pra cidade grande e casar, e minha mãe ia junto. Numa época, quando meu irmão mais velho era bebê, a família passou por uma situação financeira muito ruim, ele começou a atrasar o carnê de dízimo e fazer bicos nos domingos, em vez de ir no culto. O pastor começou a dar indiretas, muitas, e como meu pai é alemão de pavio curto que não tem papas na língua, ele e minha mãe acharam melhor parar de ir antes que ele um dia perdesse a paciência e mandasse o pastor à la mierda na frente de todo mundo.

Quando eu nasci, minha família já não tinha quase nenhuma ligação com religião. Fui batizado na igreja Católica, e só isso já prova como a "autoridade" deles é furada: eu provavelmente sou incluído na estatística deles de "pessoas que a igreja Católica representa", já que meu nome deve estar incluído sem a minha autorização em algum documento deles. Meus pais me passaram algumas noções bem básicas, talvez até toscas, de religião. Tanto que quando eu era criança não via grandes diferenças entre o "Papai do Céu" e o "Papai Noel". Conforme fui crescendo mais, e indo pro lado nerd da Força, comecei a ler muito sobre ciências, a religião passou a fazer cada vez menos sentido. Com 8, 9 anos de idade, já me parecia uma idéia bem absurda alguém colocar um casal de cada espécie de animal dentro de um navio (na época não tinha Pokemón, eu não sabia o que eram pokebolas), ou toda a humanidade ser descendente de um único casal.

Um dos meus primeiros atos de questionamento, e um dos mais marcantes pra mim apesar de parecer irrelevante, foi numa sexta-feira santa. Desde criança uma das poucas coisas relacionadas à religião que realmente eram levadas a sério por praticamente todo mundo que eu conhecia, era a proibição de comer carne numa sexta-feira santa. Mas na época minha mãe trabalhava de auxiliar de cozinha numa empresa e trazia algumas coisas que sobravam, e naquela semana ela tinha trazido almôndegas. Eram muito boas, e era hora do almoço, e eu estava com fome e sozinho em casa. Comecei a comer pensando se ia cair um raio na minha cabeça, ou ia aparecer uma voz me xingando... mas não aconteceu nada disso, as almôndegas estavam tão boas quanto na quinta feira, e eu sobrevivi...

Conforme fui crescendo, fui aprendendo cada vez mais coisas interessantes da ciência, e a religião foi se tornando cada vez mais irrelevante pra mim.

Mais tarde meu irmão começou a se interessar por Budismo, e eu comecei a ler os livros dele. Aprendi muito, até hoje respeito bastante, mas parei por aí.

Mais adiante tive contato com a Wicca, não lembro bem como, pouco depois comecei a ter acesso à internet. Comecei a ler e estudar sobre isso. Na época me tornei quase um fanático por leitura, qualquer tipo de leitura, e comecei a fazer parte de alguns grupos de troca de ebooks do YahooGroups. Eu não sabia antes de entrar, mas esses grupos eram cheios de pessoas que seguiam a Wicca, então as informações começaram a chegar pra mim sem eu procurar.

Muitas coisas que aprendi com essas pessoas eu absorvi e tomei como certo para a minha vida, como evitar ao máximo tirar vidas (não mato nem baratas), exceto se for para defesa própria ou alimentação, tentar cuidar do meio ambiente, evitando o máximo possível qualquer tipo de desperdício, evitar ter preconceitos, não fazer proselitismo, etc. Apesar disso, eu não me considero wiccan, nem poderia, não tenho disciplina e comprometimento suficientes, não celebro os rituais, e por mais que tenha estudado, meu conhecimento e minha vivência ainda são muito pequenos. Não quero fazer o desfavor de criar a figura do "wiccan não-praticante", e nem acho que rótulos sejam tão necessários assim.

Ano passado eu tive um breve namoro com uma mulher que é espírita, e ela me sugeriu que fosse com ela em algumas palestras e sozinho no "atendimento fraterno" e tomar o passe. Eu fui, muita coisa achei interessante, e outras não concordei. Cheguei a comprar e ler uma parte do "Evangelho Segundo o Espiritismo". Não gostei particularmente que, na primeira palestra que fui, falaram mal das crenças politeístas, dizendo que eram coisa de gente primitiva e menos evoluída. Também não gostei de glorificarem o sofrimento, dizendo que é algo bom (não exatamente com essas palavras, mas exatamente com essa idéia).

Não, não sou ateu, apesar de 90% das pessoas com quem convivo pensarem que sim. Também não sou religioso, minha falta de disciplina e minha leve aversão a compromissos me afasta de um comprometimento maior com alguma religião. Acho que os valores, opiniões e (principalmente) atitudes de cada um, perante si mesmo e o mundo à sua volta, são muito mais importantes do que o rótulo que se usa.

Koppe escreveu:Também não gostei de glorificarem o sofrimento, dizendo que é algo bom (não exatamente com essas palavras, mas exatamente com essa ideia).

A sua história é muito legal. Não fazia ideia (e ainda nem faço) do que é Wicca.

Sobre essa coisa do espiritismo, eu concordo contigo. Tem também coisas que eles falam no sentido da convivência. Se você convive com alguém que te faz mal, é porque você está resgatando e isso te fará uma pessoa melhor. Eu sempre acreditei na incoerência dessa afirmativa, tipo... se deus nos ama e não quer que sofremos, porque eu tenho que sofre e ainda por cima curtir isso? Conviver com alguém que me maltrata porque tenho a resgatar... (não que eu tenha convivido...)

Vou usar uma máxima de minha querida sogra:
_ Ah, eu tenho que resgatar? então deixa pra próxima vida porque nessa tô sem paciência! rsrsrsrrs figura!

Por isso creio que muito das religiões, vem do aspecto pessoal de cada difundidor...