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A falácia do protesto pacífico

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Mensagem por Brainiac Sáb Jun 22, 2013 12:01 am

Muito tem se falado ultimamente, principalmente pregado pela mídia, que protestos só são válidos se feitos de forma pacífica. Isso tem me causado uma certa apreensão, porque, de fato, as pessoas compraram esse discurso, que está totalmente equivocado.

Em um sistema perfeito, teríamos políticos que desempenhariam seu papel somente para o bem estar público, e as demandas sociais seriam norteadoras da política. Nesse sistema, bastaria que as pessoas mostrassem seu descontentamento com uma decisão qualquer, e o político voltaria atrás e a mudaria para atender o que o povo quer.

Nosso sistema político não é esse citado acima, pelo contrário. Vivemos em um sistema corrompido e viciado, onde os interesses próprios são os norteadores das políticas públicas. Portanto, para que as demandas que atendem interesses somente sociais, e não eleitoreiros/partidários/individuais, sejam atendidas, é necessário causar transtorno.

Violência não é o único meio de causar transtorno. Greves e boicotes também funcionam, mas requerem um nível de organização e liderança que não é típico do brasileiro médio. Desse modo, a violência é uma forma eficaz de chamar atenção.

Não estou querendo promover a destruição do patrimônio público, só estou sendo pragmático. Marchar, se vestir de verde e amarelo e cantar o hino nacional não causa o menor transtorno a político nenhum –ainda mais quando isso é feito num sábado ou feriado. Vejam por exemplo a marcha contra a corrupção, que bate recorde de pessoal ano após ano em várias capitais. Que mudança isso trouxe ao cenário político brasileiro? Quantos crimes a marcha pela paz evitou? Que político deixou de desviar dinheiro porque algumas centenas de pessoas andaram com nariz de palhaço?

Agora vejamos os exemplos recentes. Tentativa de invasão da Alerj, do Palácio dos Bandeirantes, da Prefeitura de São Paulo e do Congresso Nacional. Tudo isso causou e ainda causa perplexidade no meio político brasileiro. Posso recorrer a qualquer outra revolução na história como exemplo. Todas as que impactaram mudanças na sociedade precisaram do uso de força.

A adoção da postura do “senta pra PM identificar os vândalos” minou a força dos protestos. 1.000 pessoas dispostas a usar a força causam mais impacto que 10.000 dispostas a cantar Legião Urbana como forma de protesto. A grande verdade é que os protestos pelo país estavam se tornando uma gigantesca caminhada inócua, e a potência de causar transtornos estava sendo minada pelos próprios manifestantes, com amplo apoio midiático, diga-se de passagem.

Ontem saí da Esplanada antes do quebra quebra no Itamaraty, bastante desanimado. Quando cheguei em casa e vi o que estava acontecendo em Brasília e no resto do país recuperei as esperanças. E olha o resultado: a Dilma cancelou viagem e reuniu os ministros com urgência. Alguém de vocês acha que isso teria acontecido se todos fossem ali, cantassem o hino e voltassem pras suas casas pra terminar de assistir a novela?


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Mensagem por Mogur Sáb Jun 22, 2013 6:17 am

Acho interessante o texto, e concordo com muito do que está dito aí, mas se formos ver a história da humanidade, as principais revoluções não se limitaram a vandalismo e saques, mas foram mais longe, e resultaram em morte de pessoas no poder!

Se esse movimento se limitar a vandalismo e roubo, na verdade isso não é revolução, são bandidos se aproveitando da confusão para benefício próprio (como diversas pessoas que voltaram para casa com eletrodomésticos e eletro-eletrônicos!)...

Mas se o povo se unisse, invadisse as câmaras, as prefeituras, o Congresso, o Senado e realizasse uma chacina, aí a história seria diferente.

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Mensagem por Questao Sáb Jun 22, 2013 11:11 am

esqueceram do gandhi hauhua,todo mundo que começa a falacia de não sei o que para mim perde o argumento pois usam isso quando é conveniente,para mim só os fracos sucumbem a brutalidade,esse lance da destruição criativa(destruir o antigo para criar o novo) sempre foi usado para a subida de poder de regime totalitaristas que criam uma nova elite que continua opressora

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Mensagem por Jamm Sáb Jun 22, 2013 12:41 pm

Sugiro que esse seja um tópico oficial para debatermos sobre o que acontece no nosso país.study
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Mensagem por Jamm Sáb Jun 22, 2013 12:44 pm

Mogur escreveu:


Acho interessante o texto, e concordo com muito do que está dito aí, mas se formos ver a história da humanidade, as principais revoluções não se limitaram a vandalismo e saques, mas foram mais longe, e resultaram em morte de pessoas no poder!

Se esse movimento se limitar a vandalismo e roubo, na verdade isso não é revolução, são bandidos se aproveitando da confusão para benefício próprio (como diversas pessoas que voltaram para casa com eletrodomésticos e eletro-eletrônicos!)...

Mas se o povo se unisse, invadisse as câmaras, as prefeituras, o Congresso, o Senado e realizasse uma chacina, aí a história seria diferente.

Sei como é, por isso que sou contra negada invadir prédio público e ainda mais sedes de governo, não vão tomar o poder.

Só pra quebrar por quebrar?
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Mensagem por Questao Sáb Jun 22, 2013 1:03 pm

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Mensagem por ediv_diVad Sáb Jun 22, 2013 2:09 pm

Eu vejo prós e contras no uso da violência, sou mais a favor da violência psicológica (tipo grandes "cercos" ou táticas específicas) do que a violência física contra pessoas, sou também a favor que certos "símbolos" sejam destruídos e colocados totalmente abaixo (eu sugeriria os obeliscos de todas as cidades), mas não sou a favor de fuder com escravos semelhantes ou de "matar líderes", ou de tacar fogo e destruir tudo e depois esperar alguém reconstruir para mim - que sinceramente é como a grande maioria faria.

Em meu ver e lembrando da história de "conquistas tomadas à força", a revolução violenta simplesmente substitui uma tirania por outra. É só uma questão de tempo. A cabeça tem que ser cortada BEM MAIS embaixo. Através de outros sentimentos.

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Mensagem por Jamm Sáb Jun 22, 2013 2:34 pm

que sentimentos David? O amor?
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Mensagem por Questao Sáb Jun 22, 2013 3:15 pm

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Mensagem por ediv_diVad Sáb Jun 22, 2013 5:17 pm

Jamm escreveu:que sentimentos David? O amor?
Pode ser, sentimentos melhores que simplesmente ódio e destruição, não sei.

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Mensagem por Brainiac Sáb Jun 22, 2013 10:37 pm

Questao escreveu:esqueceram do gandhi hauhua,todo mundo que começa a falacia de não sei o que para mim perde o argumento pois usam isso quando é conveniente,para mim só os fracos sucumbem a brutalidade,esse lance da destruição criativa(destruir o antigo para criar o novo) sempre foi usado para a subida de poder de regime totalitaristas que criam uma nova elite que continua opressora
Todo mundo que começa com Gandhi pra mim perde o argumento.Um contexto diferente, num lugar diferente, numa época diferente, uma situação diferente, e com objetivos diferentes.

Fora as teorias de que Gandhi era uma farsa (que eu não duvido nada).
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Mensagem por Brainiac Sáb Jun 22, 2013 10:38 pm

Questao escreveu:[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]
Pra mim o movimento é mais anarquista do que facista.
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Mensagem por Mogur Sáb Jun 22, 2013 11:17 pm

A Cel. Claudia, comandante de policiamento da capital, declarou essa noite, na Praça 7 através de um canal alternativo de filmagem e divulgação ao vivo, que quem sair as ruas na quarta-feira estará cometendo suicídio.


Será? Será? Será?

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Mensagem por Jamm Dom Jun 23, 2013 8:47 am

Concordo com Brainiac, mas é um anarquista que pode virar facista.
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Mensagem por Questao Dom Jun 23, 2013 11:00 am

Jamm escreveu:Concordo com Brainiac, mas é um anarquista que pode virar facista.

para mim é um movimento que podia ser democrata,fascista ou anarquista e virou carnaval fora de época,minha tia que o jamm conhece que é racista,preconceituosa,julga as pessoas pela grana foi lá protestar porque segundo ela que só le veja e vê a globo está na moda,espero que a moda sirva para algo


Última edição por Questao em Dom Jun 23, 2013 11:05 am, editado 1 vez(es)

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Mensagem por Questao Dom Jun 23, 2013 11:02 am

fonte - https://medium.com/primavera-brasileira/496f8955736d

Militantes das antigas, comunistas comedores de criancinhas, políticos corruptos e malvados em geral: tremei! O gigante acordou.
Acordou, de fato, não há o que se discutir quanto a isso. Mas acho que acordou com amnésia. Ou o gigante esqueceu da história recente do país ou talvez não a tenha vivenciado. Estava dormindo, afinal de contas.
O gigante também quer brigar contra o que está errado, mas não entende muito bem o que está acontecendo. Acho que ele acordou assim meio de sopetão, no susto. Ouviu uma gritaria, uma certa baderna e à princípio achou ruim – quem gosta de baderna? Mas depois que viu algumas pessoas apanhando da polícia sem qualquer motivo aparente, mudou de ideia e resolveu participar.
Foi assim que descobriu um pessoal brigando por seus direitos. Mas no calor do momento ele não pôde parar para entender o que de fato estava acontecendo. Simplesmente entrou na dança.
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]Foto: G1


Correndo ali no meio do povo, o gigante ouviu dizerem que todo o vuco-vuco era para baixar o preço da tarifa do transporte público, que havia subido vinte centavos. Aquilo era meio estranho pro gigante, pois ele nunca andou de ônibus e alguns centavinhos para ele era mixaria.
Foi aí que ele ouviu alguém gritar: “É mais do que vinte centavos!” e tudo fez sentido. Gigantes, você deve saber, têm dificuldade para interpretar as coisas, por isso ele entendeu que aquela era a hora de lutar por TUDO de uma vez só: saúde, educação, salários justos, etc.


Em meio àquele carnaval ideológico, o gigante se sentiu em casa. Escreveu cartaz, pintou a cara e se vestiu de branco. Até que finalmente encontrou uma causa ainda mais nobre para defender: chegara a hora de lutar contra o verdadeiro Mal.
Gigantes não compreendem nuances de pensamento. Eles são maniqueístas por natureza, por isso precisava de um vilão bem malvado para lutar contra. Imagine como ele ficou contente ao sussurarem em seu ouvido: o governo atual é o vilão, pegou dinheiro do povo. E como ele esteve dormindo por tanto tempo, achou que foi o partido do governo que inventou a corrupção, e que antes deles nada disso tinha ocorrido no Brasil.
E quem pode culpar o gigante? Poxa, ele não sabe das coisas. No fundo ele é bem intencionado, se você pensar bem: quer acabar com a corrupção, quem poderia ser contra isso?
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Foto: G1



Então o gigante avistou um monte de bandeiras vermelhas, cada uma com uma sigla totalmente diferente da outra, mas como ele não sabia ler direito, achou que todas eram a favor do governo, achou que todas representavam o Mal. E se chateou, pediu para baixarem a bandeira.
Amigos compatriotas, vermelho é mal. Como vocês podem defender algo assim? Não pode! – bradava o gigante.
O pessoal não quis ouvir o grandalhão. Até tentaram explicar o conceito de democracia pro gigante, mas o blablabla acabou por irritar o colosso ainda mais, que bateu nos manifestantes sem a menor cerimônia. Gigantes são assim: muito fortes, bastante estabanados e têm um pavio muito curto.
O gigante tem fome. Foto: Terra

Mas quem poderia culpar o gigante? Ele dormiu durante as aulas de História, por isso não sabia que aquelas pessoas estavam acordadas muito antes dele. Já tinham lutado muito, conquistado direitos, derrubado governantes. Mas para ele isso tudo não queria dizer nada.


O que poucos sabem, entretanto, é que gigantes são muito vaidosos. E toda aquela confusão que ele já tinha causado acabou chamando a atenção da mídia. Só que ao invés de contrariá-lo, a mídia resolveu bajular o gigante. Disse que aquilo que ele estava fazendo era o certo, e o gigante ficou todo cheio de si.
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Papai gigante chegou.

Gigantes gostam de ser tratados assim, com todo o carinho. Experimente dizer “não” a um gigante. Não dá certo. Gigantes foram criados na base do leite com pera e Ovomaltine na geladeira. Quando vão no supermercado com os pais, sempre saem com um brinquedo novo. Quando vão para a balada, acreditam que todas as meninas são obrigadas a dar atenção pra ele. E se por acaso forem contrariados, os gigantes brigam. Brigam muito, esperneiam, se jogam no chão, batem, quebram tudo. Se a briga não der certo, chamam os pais. Aí a coisa fica séria, pois os pais dos gigantes são gigantes também, mas têm muito mais poder. Normalmente mais dinheiro, mais influência, mais cara-de-pau.


Todos achavam que o gigante acalmaria em algum momento, mas aí a tal da manifestação da tarifa deu certo: reduziram o preço pago pelo transporte público. Foi a maior festa. Só que o gigante queria mais, não podia simplesmente parar ali. Finalmente ele estava acordado, não queria dormir de novo.
Por favor não julgue o incompreendido gigante. Faltou educação, faltou mais carinho e menos mimos. Tente entender o lado do gigante: um belo dia ele acorda e vê que o povo tem poder. E assim, sem entender, ele se envolve com a luta e consegue atingir um dos principais objetivos. Ora, não tem nada que um gigante goste mais do que quando cedem a seus pedidos. Por isso ele acabou se descontrolando de vez.
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Foto: G1

Começou a carregar placas de tudo quanto é tipo. Falaram de um tal de PEC e que isso era ruim. Ele passou a ser contra. Falaram que a Copa era ruim, ele gritou contra. Falaram que os médicos de Cuba queriam roubar emprego dos médicos brasileiros, e o gigante gritou contra. Falaram que o melhor era tirar os vermelhos do poder, e então ele passou a gritar pelo impeachment da presidenta – mesmo sem ter nenhuma proposta do que fazer depois que ela saísse do poder. Mas ele gritou mesmo assim.


E foi aí que resolveram fazer o gigante de bobo de vez. Pois gigantes são, como eu falei antes, muito fortes e maniqueístas, estão sempre preocupados em fazer o Bem e lutar contra o Mal. Mas são ingênuos, coitados. É só fazer um carinho aqui, um lero-lero ali e eles já ficam todo abertos. E a tal da mídia – amiguinha do gigante – tinha um plano. Sabendo que o gigante estava todo cheio de “causas”, apresentou para o grandalhão um amigo de longa data, o Novo Candidato. Era um fulano genérico, sem bandeira de partido nenhum. Vestia branco e dizia que o Brasil não tinha que ir pra esquerda nem pra direita: tinha que ir pra frente. O gigante foi ao delírio.
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Diziam que esse cara era do Bem. Com “B” maiúsculo mesmo. Daqueles que acredita na família tradicional, no avanço do país. É totalmente contra a corrupção, contra os vermelhos, contra todo mundo que visa desestabilizar o modo Do Bem de viver que o gigante levava. Com um amigo grande, forte e meio burro como esse, foi muito fácil para o Novo Candidato chegar ao poder.
Ele falou pro gigante que ter partidos era ruim e o gigante acreditou. No dia seguinte não haviam mais partidos políticos no Brasil.
Ele falou pro gigante que baderneiro tem que levar bala mesmo e o gigante concordou. No dia seguinte qualquer tipo de manifestação estava proibida.
Ele falou pro gigante que toda essa burocracia era ruim pro país e o gigante entendeu. No dia seguinte o Congresso Nacional, as assembleias legislativas e câmaras de vereadores amanheceram fechadas.

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O Novo Candidato fez uma limpa. Apagou todo mundo que pensava diferente, jogou os pobres numa vala qualquer e chamou o gigante para um coquetel. Para comemorar o Novo Brasil.
O gigante se sentia satisfeito. Na noite do coquetel ele comeu e bebeu muito. Sentia que tinha feito algo muito importante pelo país e estava orgulhoso. Ao mesmo tempo se sentia cansado, com dores pelo corpo todo. Percebeu que há muito não parava, há muito não descansava.
Agora o país estava em boas mãos, finalmente.
E então o gigante dormiu de novo.

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Mensagem por marcelo l. Dom Jun 23, 2013 6:47 pm

visão turca

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Mensagem por marcelo l. Seg Jun 24, 2013 3:45 pm

O que parece para mim nesse momento que o governo se mexeu por duas razões:
- Eleições 2014, 
- Imagem deles como excelentes administradores, ninguém lá fora está entendendo como o Brasil pode ter gasto mais 3 vezes a África do Sul e o resultado apresentado da infra-estrutura.
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Mensagem por Victor Pax Seg Jun 24, 2013 3:51 pm

Sei lá... concordo que um movimento "pacifico" é inócuo, afinal "pacífico" é aquele feito sem alarde para não tumultuar, longe para não atrapalhar ninguém e principalmente... invisível para não ser notado e do qual ninguém nem fica sabendo pois não é noticiado.

Não digo que se deva quebrar ou invadir, mas sim que se deva ser visível e aí é impossível não incomodar alguém.

Ghandi mesmo era o cabeça de um movimento de de$obediência civil (atualmente conhecido como paralisação nacional) que atingia diretamente a economia da Inglaterra que por só mesmo difere completamente do movimento atual, mas ambos são tão eficazes como.

Aqui na federal nas greves quando somos "pacíficos" nada acontece, passam-se os dias... passam-se o mês... passam-se os meses... mas é só ser "enfático" que... olha a coincidência... no dia seguinte (ou menos) uma reunião é marcada ou uma solução se aponta no horizonte.

Quando digo "enfático" é fechar os portões para carros (levamos quem quiser da portão da federal até a porta do prédio que ela quiser ir ou a pessoa por ir a pé livremente) ou até fazer uma panfletagem no portão (aí só o transito fica mais lento) ou uma assembléia na reitoria... algumas vezes até dormimos dentro do prédio da reitoria... ou saímos em caravana pela avenida principal da cidade (e isso feito em todas as universidades em todo o país).

Acho que essas cobranças muitas vezes são feitas para esvaziar o movimento.
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Mensagem por Questao Seg Jun 24, 2013 4:20 pm

fonte - http://juntos.org.br/2013/06/aos-amigos-ativistas-de-esquerda-que-estao-confusos-neste-momento/?fb_comment_id=fbc_431423973632422_53250554_432651180176368#f3309072ec
Aos amigos ativistas de esquerda que estão confusos neste momento
Em todas as grandes mobilizações mundiais que eu tenho notícia a ultradireita esteve presente. Na França, Le Pein e cia, além dos votos em urna, tiverem representantes nas ruas para fazer valer sua opinião. Na Grécia, a ultradireita neonazista compareu aos atos em grandes blocos. Tiveram muitos votos na urna também. Na Espanha, Portugal e Itália também.
O Brasil vive uma crise. O povo está puto e insatisfeito e não há saídas organizadas e unânimes para ela. A ultradireita está disputando nas ruas sua política, que passa por afastar o “mal do comunismo” da massa. Eles são espertos, se escondem atrás de um sentimento generalizado de insatisfação contra os partidos. Este setor é um câncer para as manifestações e precisa ser denunciado e combatido. Estou certa que eles são uma minoria. Militarmente organizados, e por isso parecem fortes, mas uma minoria.
Mas dois graves erros se reproduzem neste momento.
O primeiro é achar que os milhões que saíram às ruas estão organizados com esta ultradireita. É uma grande miopia. O povo rechaça os partidos porque não confia nos métodos tradicionais de se fazer política. Não confia nos velhos partidos brasileiros que sempre governaram para poucos. Desiludiram-se com a esquerda quando o PT traiu a confiança da massa. Em quem eles vão confiar agora? Eles não confiam em ninguém, porque as grandes referências partidárias no país os traíram. Infelizmente, a maioria da massa não pôde fazer a experiência com os demais partidos de esquerda. Convenhamos, a esquerda consequente no país ainda é nanica. Vocês se esqueceram disso? Na confusão e na falta de informação o povo rechaça o partido como forma, porque não sabe diferenciar ainda em conteúdo as distintas formas de partido. Aqueles que bradam para baixar as bandeiras fazem porque não se identificam com partido nenhum. O único sentido de pertencimento é ao Brasil como pátria. Mas este fato não quer dizer que esta massa defende o golpe militar no país, um partido único, o Collor, o AI-2, ou sei lá o quê.
Essas pessoas são os seus primos que nunca foram em ato nenhum, a sua mãe, a sua tia, o seu amigo que achava uma bobagem toda a sua atividade política. Os colegas da escola. Mas quais oportunidades estas pessoas puderam debater com a esquerda? Quantas vezes essas pessoas se reuniram conosco? Nenhuma. Nunca.
Daí vem o segundo erro. Essa gente confusa, cheia de dúvidas decide sair às ruas. E parte da esquerda que nunca esteve acostumada a debater com tanta opinião distinta se assusta e começa a defender o fim das manifestações. Ou ainda, começa a propor que a esquerda não saia mais às ruas. Vocês ficaram loucos?
Vocês acham que estas pessoas vieram da onde? Um contingente de milhões de aliens que a direita trouxe de Marte para dar o Golpe no país? Essas pessoas são o cobrador do ônibus, ou o filho dele. O taxista, ou os netos dele. A atendente do Mc Donalds, ou os primos dela. A telefonista do telemarketing, ou os amigos dela. O nerd da sala, que nunca nem abria a boca pra falar de política, ou os amigos errepegistas dele. Essa multidão é gente nem de esquerda e nem direita que saiu às ruas para protestar. E agora que eles saíram vocês pedem pra voltar? Acusam de golpistas de direita? Vocês só podem estar loucos. Ou mal acostumados. Nas ruas a esquerda convicta é minoria mesmo. Mas não era assim antes? Nas ruas tem a direita, a esquerda, os confusos, os nem isso nem aquilo, os ambas as coisas. Mas não era assim antes? Mas agora essa gente toda está na rua. E você, com seu preconceito de classe média ilustrada, os acusa de bando de ignorantes, mal-educados e direitosos.
Como eles não são e não pensam como você, você desiste e volta a se contentar com seu Facebook. Jesus apague a luz, os coxinhas não estão nas ruas segurando a bandeira do Brasil e com a cara pintada de verde e amarelo. Eles estão vestindo camisetas vermelhas com a cara do Che Guevera. Que mundo estranho, isso sim está me deixando confusa. Mas eu prefiro seguir nas ruas, é lá que as dúvidas serão tiradas a limpo.
Fraternalmente,
Nathalie Drumond, GTN Juntos!

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A falácia do protesto pacífico Empty Re: A falácia do protesto pacífico

Mensagem por Victor Pax Seg Jun 24, 2013 4:35 pm

Olha, concordo com a Nathalie Drumond.


Duvido que a maioria dos manifestantes seja de direita (a menos que "direita" seja querer que um jovem estuprador/assassino seja responsabilizado por seus atos ou achar que dar esmola seja errado).


Se estes reacionários estão gargarejando, então que da mesma forma que os vândalos, que sejam apontados e a manifestação mesmo afasta-los.


Sobre a proibição de bandeiras, eu sinceramente acho certa.
Se querem protestar que sejam lado a lado e não na frente (pois qualquer bandeira por mais escondida que seja toma para sim o movimento).
Se querem ir com suas camisetas, melhor pois são melhor identificados ao darem suas opiniões.


Se as lideranças não alinhadas preferem sair da frente só estão incentivando a tomada de poder pelos radicais e pelos partidos oportunistas (e quem sabe não seja exatamente isso o plano destes, radicalizar para afastar os lideres e até mesmo desmontar o movimento por dentro).
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Mensagem por Questao Seg Jun 24, 2013 7:19 pm

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Mensagem por marcelo l. Qui Jun 27, 2013 11:00 am

Fazendo um levantamento assim sem muito olhar dos vários interesses até aqui que o movimento aberto pelo MPL fez mudar:
- baixou tarifas de onibus,
- mitigou os efeitos da proibição dos fretados em São Paulo,
-Pedágio de São Paulo e Federais agora sem aumento,
- PEC 37 derrotada,
- Juazeiro voltou parte dos cortes,
- Corrupção deverá ser crime hediondo,
- O STF condenou o deputado Natan Donadon a prisão, e a cassação será feita em regime de urgência,
- Dilma foi obrigada pela primeira vez a discutir com movimentos sociais,
- Dilma abriu a agenda durante o dia,
- Dilma voltou atrás e as despesas de viagem não serão informações reservadas apenas as da segurança e da Rose:evil:,
- royalties do petróleo  para educação,
- O PSDB divulgou na tarde desta quarta-feira, 26, nota oficial manifestando publicamente “posição contrária” ao Projeto de Decreto Legislativo 234/2011, mais conhecido como “cura gay”. O projeto, apresentado pelo deputado e pastor evangélico João Campos, filiado ao PSDB de Goiás...pelo menos se posicionaram em relação a algo.

Tirando o movimento ainda errático da presidente e do PT, as coisas começam a fluir, e passou várias das pautas difusas.
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Mensagem por Questao Qui Jun 27, 2013 7:45 pm

marcelo l. escreveu:Fazendo um levantamento assim sem muito olhar dos vários interesses até aqui que o movimento aberto pelo MPL fez mudar:
- baixou tarifas de onibus,
- mitigou os efeitos da proibição dos fretados em São Paulo,
-Pedágio de São Paulo e Federais agora sem aumento,
- PEC 37 derrotada,
- Juazeiro voltou parte dos cortes,
- Corrupção deverá ser crime hediondo,
- O STF condenou o deputado Natan Donadon a prisão, e a cassação será feita em regime de urgência,
- Dilma foi obrigada pela primeira vez a discutir com movimentos sociais,
- Dilma abriu a agenda durante o dia,
- Dilma voltou atrás e as despesas de viagem não serão informações reservadas apenas as da segurança e da Rose:evil:,
- royalties do petróleo  para educação,
- O PSDB divulgou na tarde desta quarta-feira, 26, nota oficial manifestando publicamente “posição contrária” ao Projeto de Decreto Legislativo 234/2011, mais conhecido como “cura gay”. O projeto, apresentado pelo deputado e pastor evangélico João Campos, filiado ao PSDB de Goiás...pelo menos se posicionaram em relação a algo.

Tirando o movimento ainda errático da presidente e do PT, as coisas começam a fluir, e passou várias das pautas difusas.

a corrupção ainda não é e nem deverá ser crime hediondo,um projeto de lei foi feito e só isso até agora
os royalties do pré sal só vão sair daqui a 6 anos e a petrobras anda em crise
o pt que tem aliança com a galera do projeto cura gay(isso mesmo,eles tem aliança com essa galera e as minorias bem como a bancada lgbt auhaua) está em cima do muro com isso tudo

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Mensagem por Dona Sancha Sex Jun 28, 2013 9:10 am

Texto bem interessante para endossar a discussão:
Vandalismo por direito
Publicado em 9 de junho de 2013

Protesto contra o aumento da passagem em São Paulo. (Foto: Gabriela Batista)

Quando o Movimento Passe Livre, recentemente, organizou os protestos contra o aumento da passagem em São Paulo, assim como quando em Porto Alegre algo muito parecido ocorreu, aconteceram meio aos protestos ações diretas de destruição e depredação de patrimônios públicos e privados, imediatamente consideradas “vandalismo” por qualquer pessoa que ouvisse falar sobre o que se passava.

Diante da destruição de propriedade pública e privada, o conservadorismo imediatamente tem seu coração ferido, e desesperado se pergunta: “pra que isso?” Para ele, protestar contra o aumento é muito válido, mas não se pode quebrar nada. O protesto tem que ser pacífico: faça suas exigências, se arrume e vá pra casa. Acontece que não foi assim que nós conseguimos chegar até onde chegamos. Por que seria assim que chegaríamos mais adiante? Se nós chegamos até aqui usando de depredação, não precisaríamos de mais depredação para avançar?

Então qual é o problema? Por que é necessário que vandalismo ocorra? Por que é necessário pichar? Por que não bastaria marchar? Por que não podemos exigir nossos direitos sem fazer nada disso?

Um pouco de perspectiva histórica


(Foto: Fabio Braga)

Como teriam sido os esforços de independência dos países colonizados sem a violência? Como teriam sido as lutas contra golpes de Estado e contra a instauração de modos exploratórios de produção? Como seriam as revoltas contra a exploração do trabalho, em condições precárias, sem que nunca tivéssemos utilizado violência? Como seriam, hoje, as políticas identitárias se nunca tivessem havido manifestações violentas em seu nome? Como estaria a luta sindical? Como teria sido a oposição a representantes eleitos “democraticamente”, mas que representavam claras ameaças às massas? Como teria sido a resistência de povos de territórios em ocupação?

Mas, talvez mais importante do que isso seja outra pergunta: e se, diante dessas situações, não tivéssemos usado de violência? Se em todas as vezes que as resistências violentas perderam, estando do lado justo do choque, não tivéssemos reagido? Como teria sido se todas as medidas autoritárias que foram instauradas através da força, que diante da resistência da população, esmagaram e reprimiram e instauraram suas medidas mesmo assim, não tivessem encontrado nenhuma resistência? Como estaria a Palestina sem nenhuma das intifadas? É preciso perceber que a violência possui um papel na história, e este papel é o de resistir às mudanças que contrariam os interesses das massas, seja em um aumento de vinte centavos no preço da passagem, seja a instauração de um novo regime.

A insurgência violenta é um fato da história. Por mais que você argumente que está errada, ela é justamente isto: um desacato. Ela não está interessada nas suas considerações éticas sobre a propriedade privada. Enquanto houver opressão, haverá , eventualmente, reação violenta a ela da parte de quem está sofrendo a opressão. Uma vez empoderadas, organizadas, e conscientes, as massas decidem tudo.

Não se trata de querer medir quais ações merecem violência e quais não. Se devemos usar de vandalismo quando queremos abaixar o preço da passagem, ou quando precisamos derrubar um governo. Uma cultura que reprova o vandalismo como ato político não produz e não sustenta que o vandalismo ocorra mais e perenemente. Assim como uma cultura que reprova o protesto como inconveniência não produz tantos protestos quanto uma que se vê no dever de protestar.

Será que Marco Feliciano teria caído se tivéssemos pichado sua igreja, quebrado seu carro, parado as avenidas de Brasília e incendiado o lixo da Câmara?

Não é preciso romper com as barreiras de perspectiva histórica que nos são impostas pelo cerceamento de informação que sofremos através da escola e da mídia corporativa. Na nossa memória recente estão eventos como a primavera árabe, os conflitos no Oriente Médio, as revoltas em Londres após os assassinatos cometidos pela polícia, os distúrbios pela Europa diante da crise. Tudo isto envolveu violência, ou “vandalismo”. E tudo isto colheu frutos políticos, às vezes a conquista das demandas, às vezes uma mensagem, mas certamente isto serviu para que não estivéssemos em silêncio. Porque por mais que protestos pacíficos sejam uma mensagem, eles não são gritos dissonantes, e certamente não atingem mudanças fundas, substanciais e permanentes, ao menos jamais com a eficiência que métodos radicais propõem.

A não-violência interessa ao poder

E portanto, interessa-lhe convencer você a defendê-la.

A violência é utilizada, e constantemente será, tanto por forças conservadoras quanto por forças progressistas. Existem insurgências liberais conservadoras, como existem protestos, como existe violência — principalmente quando esta ideologia liberal conservadora é a do Estado. Isto é, não se trata de apontar todos os dedos para manifestantes que usam de violência, mas de perceber que o Estado possui um monopólio sobre a violência. Ações radicais, que utilizam de violência, sabotagem, vandalismo; são ações que ameaçam a ordem vigente. Não se engane: é por este motivo, e não por causa dos ínfimos prejuízos (ressarcidos no dia seguinte com o dinheiro do proletariado) que o conservadorismo tanto se alarma com a depredação do patrimônio público e privado para fins políticos.

“Temos expertise para garantir o direito à manifestação. Se ela for pacífica e legítima, só vamos acompanhar. Mas se houver violência, vamos intervir novamente.”

— Comandante Roque, da Polícia Militar

Por que o Estado quer protestos pacíficos?


Protestos na Praça Taksim, em Istambul, Turquia. (Foto: AFP)

Vandalismo não é algo novo na história dos protestos e da exigência de direitos. O que chamamos aqui de “vandalismo”, a destruição de coisas, é propriamente expressão de revolta até no âmbito pessoal. Quebrar as coisas é basicamente parte do que fazemos quando nos enfurecemos. O fato de um grupo de manifestantes estar disposto a incendiar um carro para fins políticos não é problema para o dono do carro, ou para o Estado, devido aos prejuízos gerados. É um problema para a ordem, porque isto mostra a que os manifestantes vieram. Mais do que isso, é a destruição da propriedade, santíssima propriedade privada, pilar-mor do capitalismo. Enquanto a propriedade privada é tratada como algo santo porque “causa prejuízos ao trabalhador”, a propriedade pública é tratada quase igual, mas principalmente porque se considera que é “do povo”.

Toda a riqueza é gerada pelo trabalho

Mas tudo que se paga é pago pelo povo. Não existe riqueza gerada por alguém que não o proletariado. Quando alguém trabalha por R$ 10 a hora, e o trabalho dessa pessoa gera R$ 50 a hora, não é o patronato que está perdendo R$ 10 e gerando R$ 40. Se é o trabalho que gera todo este dinheiro, então quem está perdendo é quem trabalha.

Então é absurdo alegarmos que não devemos insurgir violentamente contra o Estabelecimento porque “10 mil reais foram perdidos”. O Capital, bem como o Estado, lucrará 10 mil reais; lucrarão milhões de reais no minuto seguinte. E todo este lucro é apropriado do trabalho. Os impostos não vão subir, nem os salários irão descer, devido ao protesto violento. O dinheiro do povo será apropriado quer insurjamos, quer não. E mais importante: ele não deixará de ser apropriado se nós não insurgirmos.

Não se trata de nos preocuparmos em economizar as despesas do Estado e do Capital — se trata de percebermos que já nos estão roubando todo o dinheiro há muito tempo, e que seus prejuízos jamais se compararão aos nossos. Jamais se compararão aos prejuízos de quem trabalha e gera dez mil, para receber seiscentos. Isto é um prejuízo. As lixeiras tombadas e as janelas quebradas são um preço ainda muito baixo a se pagar pela liberdade. Causar prejuízos ao Estado e ao Capital é fazer gastar um dinheiro que já nos foi tirado porque nenhum dinheiro é gerado pela burguesia.

Por que o pacifismo não bastará


“O Desertor”, Boardman Robinson.

Este pacifismo, esta ideia de que não devemos nos utilizar de violência, de vandalismo, se assenta na falsa suposição de que estamos insurgindo contra um aparelho pacífico. De que estamos usando de violência contra alguém que não está usando de violência contra nós. O velho mito liberal de que estamos iniciando violência. Ora, para quem consegue pagar tranquilamente suas contas, ou as têm pagas por alguém, para quem teve boa herança, ou nasceu numa família de classe média, e conseguiu empregar-se bem; para quem está nos eixos de privilégio social, talvez seja bastante simples não sentir violência da parte do Estabelecimento. E talvez por esta visão aquelas pessoas que estão dispostas a insurgir violentamente contra ele pareçam estar o fazendo desnecessariamente.

Mas o que é violência? O roubo aqui descrito, do dinheiro gerado pelo proletariado, que se reverte em cobrar dele para que acesse os bens que ele mesmo produz, roubando-lhe duas vezes do direito àquilo que ele mesmo criou, é uma violência? Quando o movimento sindical fizer uma greve, ou mesmo se protestar violentamente, quem reclama de vandalismo iria dizer que estão exagerando, mas quem está exagerando de fato? O genocídio de travestis negras é violência? Se amanhã elas insurgissem por direitos, violentamente, contra as delegacias de polícia, que diariamente lidam com elas quase tão grotescamente quanto quem as agride, certamente a impressão geral de quem reclama de vandalismos seria a de que são um bando de homens, vândalos, e que deveriam sofrer repressão e ir para a prisão. Mas a que exatamente estariam reagindo?

Existe uma desconexão ideológica aqui, entre a opressão que sofremos e a resistência que fazemos. A primeira é invisível, e embora justifique a segunda, somente a segunda é observada. Inúmeras violências acontecem contra inúmeras pessoas em inúmeras condições. E não há sentido algum em dizer que, quando estas pessoas reagem, são elas que estão sendo desnecessariamente violentas.

Sem suas insurgências violentas, não haverá mudança. O papel da resistência pacífica é útil e importante, e ele deve sempre existir, seja nos protestos, seja na desobediência civil, seja nas várias formas de exigir direitos sem infringir a lei. Mas jamais a existência destes métodos deve servir como imperativo para que não apareçam ações radicais.  O Estado, o conservadorismo, o Capital, bem como as vanguardas, sempre irão querer apaziguar estes ânimos, e continuar a guinar as massas dentro dos conformes e para longe da rebelião. É preciso perceber isto, e saber utilizar-se destes métodos legalizados e pacíficos como a forma de organização e de mobilização para que insurgências radicais aconteçam, apesar e independentemente dos conselhos das vanguardas, dos partidos “revolucionários”, do conservadorismo pacifista.
Fonte:http://incandescencia.org/2013/06/09/vandalismo-por-direito/
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